quarta-feira, 2 de março de 2016

O Milênio e as divergências escatológicas

Escatologia é a doutrina que trata das últimas coisasNo entanto, na escatologia multiplicam-se as divergências. Basicamente se diverge quanto à questão de um reino milenar literal e se Cristo vem antes (para inaugurá-lo) ou depois desse período (amilenistas e pós-milenistas). Para os que dizem que Cristo vem antes do Milênio (pré-milenistas), há divergências quanto a se Sua vinda se dará também antes (pré-tribulacionistas) ou depois da grande tribulação (pós-tribulacionistas). Cada uma dessas escolas conta com homens piedosos e capacitados e que embora divirjam nesse ou naquele ponto, concordam em coisas essenciais.

Creio em um reino milenar de Cristo. Crêem nisso também todas as escolas teológicas, mas divergem quanto à natureza desse reino. Amilenistas, por exemplo, não negam que exista reino milenar de Cristo como comumente se pensa ou fazem crer os que se opõe a esse sistema. Pode-se dizer que o amilenismo defende um milênio realizado e não literal, aqui e agora. O pós-milenismo entende que o milênio não é literal, mas uma consequência do reinado de Cristo nos corações da maior parte da humanidade, após o que Ele deve voltar. Já os pré-milenistas aguardam um período próprio em que Cristo reinará literalmente, após a sua segunda vinda. Os pré-tribulacionistas, defendem uma posição especial para Israel nesse período, os pós-tribulacionistas não pensam assim e são menos literais. Seja como for, percebe-se que a divergência é menor do que se pensa em linhas gerais e se avolumam quanto às minúcias.

Ainda sobre o milênio em Ap. 20, há a interpretação do Creio que Cristo “já” reina, mas “ainda não”. Esse é um entendimento que aproxima “relativamente” os amilenistas (que concordam com o “já”) e pré-milenistas pós-tribulacionistas e, desde a década de 80, um novo tipo de dispensacionalismo, que foi batizado de “progressivo”. Isso não é compartilhado pelos dispensacionalistas da antiga, os chamados “normativos”. Esse entendimento “já/ainda não” do pré-milenismo pós-tribulacionista ficou mais bem conhecido pela defesa vigorosa de George E. Ladd, que infelizmente tem poucas obras publicadas em português. Parece que esse também é o entendimento de Dr. Russell P. Shedd e de outros teólogos brasileiros, mas que não é muito popular.

É óbvio que ao defender um milênio estou dizendo que creio em duas ressurreições. Quando se investiga a posição pré-tribulacionista vê-se que o sistema exige mais que duas ressurreições, o que vai além do texto bíblico. Não há como tratar do assunto aqui, mas basta seguir a lógica da coisa, uma ressurreição se dará na segunda vinda secreta, se eles defendem a salvação no período tribulacional, os que morreram deverão ser ressuscitados ou imediatamente (?) ou quando Cristo voltar literalmente (?), o que seria uma segunda ressurreição de justos e finalmente uma terceira ressurreição, a dos injustos, no fim do milênio. Mas, levando em consideração que só menciona duas ressurreições na Bíblia, separada por um período de mil anos (Ap.20), não posso aceitar o arranjo dispensacional. Os amilenistas e pós-milenistas ensinam que haverá uma única ressurreição, na segunda vinda, justos e injustos ressuscitarão ao mesmo tempo e, como fazemos uma defesa de um reino milenar, divergimos deles aqui.

Também não compactuo de uma distinção rígida entre Israel e Igreja, como os pré-tribulacionistas ou dispensacionalistas. Nisso há uma aproximação entre amilenistas, pós-milenistas, pré-milenistas pós-tribulacionistas e atualmente dos dispensacionalistas progressivos. “Dois povos” e “dois programas” é o mesmo que defender dois modos de salvação, uma conclusão lógica que Scofield deixou escapar numa das notas de sua Bíblia e que posteriormente foi corrigida pelos dispensacionalistas, entre eles, Charles Ryrie. A Bíblia deixa claro que Deus tem um povo (Tt.2:14), não parece correto levantar um muro que Deus já derrubou (Ef.2:14).

Confesso que não partilho do otimismo pós-milenista de uma humanidade redimida e um milênio instaurado por conta disso. O desenrolar da história dá outro indicativo. O que parece anteceder a segunda vinda não são tempos bons, nesse aspecto participo de um pessimismo (moderado) que caracteriza o pré-milenismo. Quando uma mulher está para dar a luz, as dores de parto se intensificam, acho que nenhuma delas quer que esse tempo se perpetue ou mesmo que são os melhores, mas que passe o quanto antes. Para mim, vivemos as dores de parto, não considero os melhores momentos, mas sei o que eles significam, por isso espero com confiança dias melhores que o Filho de Deus trará ao irromper no céu.

Também não entendo que esta era (da igreja) seja o milênio, como os amilenistas. Partilho de muitos pontos de vista com eles, mas quanto a isso seguimos caminhos diferentes. A providência divina é que tem impedido que as coisas não se tornem piores de uma só vez, mas isso não implica em que o diabo esteja amarrado ou que estejamos vivendo o período milenial.

Não tenho uma visão milenar tão minuciosa quanto os dispensacionalistas. Essa é uma ponta solta do pré-milenismo histórico, como Millard J. Erickson, ele mesmo um pré-milenista histórico, já havia notado isso. Os dispensacionalistas progressivos fizeram um relativo avanço no seu entendimento do milênio, embora ainda mantenham uma distinção Israel/Igreja, quanto a esse tema.

Enfim, confesso que não tenho um quadro completo do programa escatológico com as minúcias todas integradas e conectadas de modo que não haja nenhuma ponta solta [como eu gostaria e como alguns afirmam possuir]. Nenhuma escola escatológica possui isso, em todas elas há pontas soltas. Seja como for, lembre-se que devemos concordar quanto às coisas essenciais e naquilo que não é essencial, deve haver certa liberdade.

Continua... 

terça-feira, 1 de março de 2016

Mafalaia incetiva cristãos para protestos do dia 13 de março


O pastor Silas Malafaia gravou um vídeo explicando aos cristãos que não é errado participar da manifestação em favor do impeachment de Dilma Rousseff marcada para acontecer em todo o Brasil no dia 13 de março.

O religioso lembrou que além de servos de Deus somos cidadãos e temos direitos e deveres. “O movimento é legal, não tem nada de ilegal. Se você não quer ir, eu respeito, se você quiser ir é direito. Você pode ir sim, eu incentivo que você vá”, disse ele citando que a manifestação tem que ser pacífica.
No vídeo, Malafaia lembra que o apóstolo Paulo fala sobre a cidadania e afirma: “Não podemos abrir mão da nossa cidadania, não podemos ser alienados sociais”.

Ele é a favor da manifestação não só pelo impeachment e pelos escândalos de corrupção, mas em tirar os partidos de esquerda do poder por pregarem contra valores morais.
Meu Comentário:  A jornalista Cristina Moreno de Castro do jornal O Tempo escreveu o seguinte antes das manifestações de março do ano passado: "Democracia é aceitar o que uma maioria quis e trabalhar/cobrar para que dê certo para todos. Quatro anos depois, escolher livremente o candidato favorito, mais uma vez. E assim por diante".
Claro que, dentro do "cobrar", do parágrafo acima, cabe também protestar. É legítimo protestar. É legítimo fazer buzinaço, panelaço, vaiar (embora, que pena, muitos tenham optado por xingar baixarias contra a presidente da República, em pleno Dia Internacional da Mulher). Tudo isso, felizmente, é permitido e só pode acontecer porque ainda vivemos numa democracia.
Dilma saindo, por um impeachment, quem assumiria em seu lugar? Michel Temer, o vice-presidente, que é do PMDB. Mesmo partido de Renan Calheiros e Eduardo Cunha, que dispensam apresentações.
O pior é que não é nem isso que quer um grupelho que estava quieto há 30 anos e, com esta gritaria, voltou a ressurgir das trevas. Esse grupo, que já tem milhares de seguidores só em uma comunidade do Facebook, defende nada mais nada menos que a intervenção militar. E aí, bye-bye panelaço, buzinaço. Que seria do futuro? Imprevisível. E não algo que possa ser planejado ou reformulado num novo pleito, em quatro anos, como acontece hoje.
O horizonte passa a ser obscuro quando deixamos de viver numa democracia. Assim como essa instabilidade do período qualquer possibilidade de tomar rumos que melhorem o Brasil. Vira só uma grande histeria, cada dia mais radical e intolerante, e menos aberta a divergências.
É isso que você quer? Eu não. Por isso, me abstenho de participar dessa marcha do dia 15. Não pela marcha em si: é muito válido criticar a presidente, que está deixando muita gente insatisfeita, inclusive vários que são até filiados ao seu partido, o PT. Mas pelos que estão se aproveitando da marcha para gerar histeria e, com a histeria, criar o ambiente certo para um golpe, como aconteceu há 50 anos no Brasil (e, também daquela vez, começou com "marchas").
O Brasil vive um momento difícil com a economia parada, dólar e inflação subindo, desemprego voltando a crescer. A presidente Dilma, numa linguagem do boxe, está recebendo muitos golpes nas cordas do ringue, e com torcida de muita gente para que vá a lona nocauteada por um impeachment. Há meses, todos os dias, os jornais televisivos, escritos e na internet, tem como matéria principal as denúncias envolvendo a maior estatal brasileira, a Petrobrás, num jogo que envolve funcionários de alto escalão, empreiteiras e favorecimento a partidos políticos. Um escândalo político de grandes proporções sem dúvida.
Agora dizer que este é o maior caso de corrupção do Brasil, eu já fico como bom mineiro ressabiado quando ouço ou leio isso. É bom consultar uma velha senhora chamada “História”. Infelizmente a corrupção está presente em nossa história desde a colonização portuguesa, passando pelo Brasil Império e depois a República. O jurista e historiador Raymundo Faoro é autor de Os donos do poder, obra que aponta o período colonial brasileiro como a origem da corrupção e burocracia no país colonizado por Portugal, então um Estado absolutista.
Em 1954, Getúlio Vargas se suicidou em vez de ceder as pressões por sua renúncia, sob escândalos de que havia “um mar da lama”. Em 1960, Jânio Quadros se elegeu presidente usando uma vassoura como símbolo para varrer a corrupção do Brasil. No ano seguinte, meses depois de sua posse renunciou, dando início a um período de instabilidade política que culminaria com o golpe militar de 1964.
 
Em 1989, Fernando Collor foi eleito com o lema de "caçador de marajás", dizendo que acabaria com a inflação e a corrupção. Não acabou com nenhuma das duas e foi o primeiro presidente da história do Brasil a sofrer um impeachment por causa do esquema corrupto de PC Farias no seu governo.
 
A gênese da simbiose entre empreiteiras e o poder pública que hoje está sendo desvendado pela Operação Lava Jato vem de muito longe. Há autores que dizem que o casamento entre empreiteiras e o poder não começou nem no regime militar e sim no governo JK, com a construção de Brasília.
 
Nenhum governo civil (Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma) conseguiu, até hoje, reduzir o poder das grandes empreiteiras. Ao contrário, essas empresas e os grandes Bancos também, se transformaram em verdadeiros leviatãs, fazendo de tudo, inclusive financiando as campanhas eleitorais dos principais políticos do país.
 
O fato de as anomalias serem antigas em nada alivia a responsabilidade do governo atual – que terá o ônus de promover a faxina há muito demandada nessa área.
 
Portanto no dia 13 de março, em vez de ir atender o apelo feito no melhor estilo fanfarrão do Malafaia e ir para as ruas protestar, farei como o Pr. Claudionor de Andrade, escreveu no portal CPAD NEWS:
 
“O que você fará no dia 13 de março? Quanto a mim, não sairei às ruas a protestar, mas entrarei no meu quarto a orar e a interceder por meu país. Não sou contrário aos protestos. Mas, como haverá muitas vozes gritando palavras de ordem, reservar-me-ei à ordenança do Mestre: “Orai sem cessar”. Ninguém me ouvirá a voz. O Senhor, todavia, haverá de atentar a cada gesto emudecido meu”.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Novos megatemplos ilustram disputa de poder das igrejas em São Paulo

Igreja da Graça começa a construção de um megatemplo para 10 mil pessoas em SP. Caminhões passam o dia tirando terra de um terreno de 29 mil m² - o equivalente a três campos de futebol - na marginal Tietê, uma das principais artérias do trânsito de São Paulo (http://noticias.uol.com.br/sao-paulo). As dimensões da obra lembram a construção de um estádio de futebol, mas trata-se de mais um templo religioso de grandes dimensões na capital paulista.
 
O Templo da Graça, da Igreja Internacional da Graça de Deus, no Bom Retiro (na região central), terá capacidade para 10 mil pessoas sentadas, a mesma do Templo de Salomão, inaugurado pela igreja Universal em 2014 no Brás, também no centro. A igreja da Graça é liderada por Romildo Ribeiro Soares, conhecido como Missionário RR Soares, e cunhado do bispo Edir Macedo - líder da Universal.
 
"Vamos fazer uma coisa bonita, para a glória de Deus", disse RR Soares durante um programa no qual anunciou o início da megaobra. O lançamento da pedra fundamental da construção contou com a presença de figuras importantes da igreja e políticos, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
 
O projeto para a construção demorou oito anos para ser aprovado e pegou de surpresa até mesmo membros da alta cúpula da atual gestão da prefeitura, que desconheciam o início da obra, aprovada por técnicos.
 
O Estado de São Paulo já tem ao menos outras cinco megaconstruções religiosas (veja lista abaixo), como o santuário católico Theotokos - Mãe de Deus, idealizado pelo padre Marcelo Rossi e projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, com capacidade para até 100 mil pessoas em Interlagos (zona sul) -, e a Cidade da Glória de Deus, em Guarulhos (Grande SP), que comporta até 150 mil fiéis.
 
Disputa
O professor titular de ciências da religião da PUC-SP Jorge Claudio Ribeiro disse que as igrejas constroem megatemplos para ganhar mais credibilidade. Novo megatemplo ilustra disputa de igrejas em SP para mostrar poder. ­ "Um vai imitando o outro dentro desse campo religioso para não ser visto como uma liderança de segunda classe. Se uma religião tem um templo, a outra quer um também. O mesmo acontece se uma delas tem espaço na televisão, filme, novela etc.", afirmou. Ribeiro aponta que São Paulo tem muitos megatemplos porque há público para enchê-los. Para ele, isso demonstra uma disputa entre as igrejas para provar ao seu público quem tem mais poder - e tem o efeito de transformar a capital paulista em um ponto de turismo religioso.
 
A inspiração para o gigantismo dos templos vem, segundo Ribeiro, da própria Igreja Católica. "O catolicismo fez isso durante milênios, com a basílica de São Pedro, o barroco. Os evangélicos do século 21 estão aprendendo com os católicos porque viram que aquela foi uma experiência mais bem-sucedida. Outros exemplos disso são a Marcha para Cristo, imitando as procissões", disse.
 
Para o professor de pós-graduação em ciências da religião no Mackenzie Rodrigo Franklin, essas obras demonstram uma mercantilização da fé. "Vemos algo bem diferente do antigo cristianismo tradicional, que pregava como prioridade o sacrifício, o amor ao próximo. Hoje, os fiéis buscam autoajuda, querem ser ricos agora, então eles não querem mais a pequena comunidade. Se o cara está falando que você vai ficar rico, é incoerente ele ter uma igrejinha. Se o pastor quer mostrar que o poder dele é real, ele vai continuar construindo coisas extravagantes", afirmou Franklin. Segundo Franklin, construir templos cada vez maiores é uma tendência mundial, na qual se destacam o Brasil e os Estados Unidos.
 
"Na Antiguidade, grandes templos eram sinal de poder e autoridade. Hoje, é uma competição. No contexto de São Paulo, é uma questão de mercado porque é uma cidade rica e tem de tudo", disse. Para ele, essa "disputa" é uma forma de ostentar e mostrar o poder de cada líder religioso, já que "eles estão competindo pelo mesmo público".
 
Estrutura
O projeto aprovado pela Prefeitura de São Paulo prevê uma área construída total do Templo da Graça de 68 mil m². Serão dois prédios: um de quatro andares com dois subsolos e outro de nove andares com dois subsolos, onde está prevista a construção de um templo e um edifício-garagem. O novo centro religioso ainda terá um anfiteatro, heliponto, sala para crianças e locais destinados para casamentos e batismos. A BBC Brasil apurou, porém, que a Igreja Internacional da Graça de Deus enviou um pedido à prefeitura para fazer uma alteração no projeto do prédio onde está previsto um estacionamento. A reportagem não teve acesso às alterações que a igreja pretende fazer no local. O pedido ainda está em análise pela área técnica da administração municipal.
 
Assim como os últimos grandes estádios construídos na capital paulista, o Allianz Parque e a Arena Corinthians, o Templo da Graça tem uma câmera ligada na frente do terreno para que os fiéis possam acompanhar a evolução da obra. Tudo pode ser acompanhado, durante o período em que a luz do dia ilumina o terreno, pelo site do Templo da Graça. Não há a informação de quanto a obra vai custar nem qual a previsão para ser inaugurada. Procurado, RR Soares negou os pedidos de entrevista da BBC Brasil e disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que "ainda não é tempo de falar sobre o templo". Representantes da Rogui Engenharia, responsável pela construção, também se negaram a falar com a reportagem.
 
Megatemplos do Estado de São Paulo:
 
Cidade Mundial dos Sonhos de Deus
Inaugurado em 2011 em Guarulhos, na Grande São Paulo, o megatemplo da Igreja Mundial do Poder de Deus está entre os maiores do mundo, com capacidade para 150 mil pessoas em um espaço de 240 mil m². Uma programação de 24 horas de transmissão de cada uma das principais reuniões, além de programas, notícias e entretenimento diferenciado, propagam a mensagem do Evangelho não apenas dentro do território nacional, mas também em outros países, onde o trabalho ministerial se encontra presente.
 
Basílica de Nossa Senhora Aparecida
Localizada na cidade de Aparecida, a 180 km da capital paulista, a Basílica de Nossa Senhora Aparecida recebe mais de 12 milhões de pessoas por ano. O principal ponto brasileiro de peregrinação católica tem uma área de 1,3 milhão de m², sendo 143 mil m² de área construída. A área interna da basílica abriga 30 mil pessoas. A capacidade para as celebrações na área externa é de 300 mil. O local ainda possui um estacionamento com mais de 6.000 vagas, sendo 2.000 delas apenas para ônibus e 3.000 para carros. Há ainda um centro de compras com 380 lojas.
 
Templo de Salomão
A mais nova grande construção religiosa de São Paulo, o Templo de Salomão, foi erguido pela Igreja Universal do Reino de Deus por R$ 680 milhões. A construção tem 74 mil m² de área construída e altura equivalente a um prédio de 18 andares. O templo é uma réplica do que foi destruído em Jerusalém há mais de 2.000 anos. Sua inauguração teve a presença da presidente Dilma Rousseff (PT).
 
Templo da Glória de Deus
Inaugurado no primeiro dia de 2004, o templo localizado na avenida do Estado, no centro de São Paulo, tem capacidade para 60 mil pessoas. O prédio, comprado por R$ 200 milhões à época pela Igreja Pentecostal Deus é Amor, passou por uma reforma nos últimos anos. Fundada em 1962, atualmente há 22 mil igrejas Deus é Amor no Brasil, além de unidades em outros 136 países.
 
Santuário Theotokos - Mãe de Deus
Projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, o santuário idealizado pelo padre Marcelo Rossi tem capacidade para 100 mil fiéis em um terreno de 20 mil metros quadrados em Interlagos, na zona sul de São Paulo. O santuário tem 500 banheiros e 2.000 vagas de estacionamento.
 
 
Meu Comentário: Não sou contra construção de templos, mas o que está matéria demonstra é que a questão não é apenas mais ter um templo para abrigar os fiéis, mas sim construir verdadeiros templos que mais parecem uma mistura entre shopping center e estádio de futebol. A questão é demonstrar poder, para conseguir mais e mais fiéis/consumidores e aumentar a influência política e o poder econômico dos seus líderes.
 
A igreja primitiva nos seus primeiros anos/décadas e por que não dizer séculos, não tinha templos. A imagem do meigo nazereno e da vida autera dos apóstolos ficou para trás. Se mostrassem esses megatemplos para Jesus hoje, não me assustaria se Ele como resposta dissesse: "Não ficará pedra sobre pedra que não seja derribado".