“Minha viagem será um espetáculo. É a primeira vez que vou pregar naquela igreja. Trata-se de uma comunidade com mais de 500 membros e fica num bairro de classe média-alta. O faturamento do final de semana está garantido. Ah, como eu gosto disso.”
Muito conhecido e requisitado, o pastor estava no aeroporto vestido para entrar em campo. A tal igreja mencionada já havia recebido o e-mail com uma série de “recomendações”, eufemismo para traduzir as exigências do aspirante a popstar.
Segundo o folclore vigente, é possível classificar o artista de acordo com a lista de exigências que apresenta aos produtores. Uma centena de toalhas brancas, waxflower da Austrália e frésias dos Países Baixos nos arranjos florais (não os de Bach), lichia e açaí na cesta de frutas, além de caixas de bebidas alcoólicas variadas para elevar, digamos, a adrenalina às alturas antes do show.
Já os aditivos para os pastores showmen geralmente passam pelo bolso. Não apenas o poder exerce efeito afrodisíaco... Se considerarmos o buraco negro que caracteriza a vida financeira de alguns expoentes desse meio, recomendaria servir antes dos cultos jarras com maracujá e pitaia batidos, resultando no emblemático suco “maracutaia”.
A rotina de viagens dos popstores (com trocadilho, claro) é um tanto estressante mas tem sua magia. É comum exigirem hotéis com muitas estrelas, aquisição mínima de um combo de produtos variados e passagens aéreas de determinada companhia (facilita a viagem de férias com a patroa e os filhos para a “América”, como costumam dizer os “emergentes”).
Com quilometragem maior, outros mais abusados incluem detalhes que são uma graça. Nada divina, no caso. Por exemplo: o carro que for buscá-los no aeroporto deve ter ar condicionado. A regra vale inclusive para Porto Alegre no inverno.
Antes da mensagem que será repetida pela enésima vez, é o momento do “camelódromo gospel”. Com desenvoltura de apresentador do ShopTour, eles desfilam sua vitrine de CDs de mensagens e livros de edição própria, já que provavelmente as obras não seriam aprovadas pela maioria das editoras. As ofertas de “pague 6 e leve 15” por vezes são entremeadas de menções a obras de cunho social ou qualquer outro verniz que torne mais nobres os fins advindos da comercialização dos meios.
Na hora da pregação, é comum os preletores de aluguel derramarem elogios ao líder da igreja local (“um homem respeitadíssimo em todo o país”), à galera do louvor (“me senti no céu na hora em que estávamos cantando”), ao templo (“os irmãos estão de parabéns por construírem um lugar tão lindo e aconchegante”), numa sucessão de rapapés para lustrar o ego coletivo e amolecer o coração do mercado-alvo da feirinha que vai rolar depois do culto.
As mensagens têm exegese e hermenêutica de procedência duvidosa. Na falta de conteúdo, costumam abusar de clichês do tipo “você é mais que vitorioso”, “tudo posso naquele que me fortalece” e a todo momento pedem para repetir alguma afirmação pseudoprofética para o irmão do lado. Espectadores mais desconfiados remascam se a Bíblia deles tem apenas um terço das páginas, volume suficiente para reunir os trechos das mesmas pregações rep(r)isadas ad nauseam. “Hoje vou falar sobre uma mulher que encontrou Jesus e teve sua vida mudada...”.
Modestíssimos, os pregadores itinerantes a-do-ram ilustrar as mensagens com episódios de sua própria vida. A infância sempre foi pobre e cheia de dificuldades, mas os planos de Deus sempre são de dar prosperidade. A menção a Jeremias limita-se àquele solitário versículo do capítulo 29. Toda a trajetória do profeta chorão é esquecida na hora de inspirar as pessoas a “conquistar a vitória”, “envergonhar o inimigo” e outras frases de efeito.
“Hoje tenho uma casa grande, três carros zero na garagem e blábláblá”, contam para adubar a fé da platéia. Se alguém fosse até a casa dos saltimbancos da prosperidade constataria que a realidade simultaneamente tem glamour e uma indisfarçável atmosfera kitsch.
Na sala (ou “living”, como a esposa prefere chamar porque acha mais “chique”), sofás brancos e almofadas com estampas de onça e zebras. Ressentidas da falta de um portrait by Camasmie feito com chocolate, as paredes acomodam várias láureas de associações obscuras e o indefectível diploma de “Doutor em divindade”. Poucos sabem que o tal curso foi feito pela Internet e pago a prestações no cartão de crédito Platinum. “Plata, prata, plaga, praga”, comporiam os irmãos Augusto e Haroldo de Campos num arroubo (epa!) profético-concretista.
Siderados com a mise-en-scène um tanto caricata, os visitantes neófitos têm dificuldades para discernir se estão numa igreja ou em uma palestra de nerolingüística. Cada vez que os gestos se tornam mais largos e o volume da voz do pregador aumenta, os “aleluias” e “glórias” se multiplicam. Uma menção ao capiroto provoca aprovação ainda mais estrepitosa. Améééém?
Na tentativa de conferir um certo refinamento ao discurso lasso, os preletores de aluguel têm o hábito de entremear sua prosopopéia flácida com citações e menções às últimas leituras. Usualmente, as obras mais densas que leram em toda a vida foram opúsculos de Roberto Shinyashiki ou Augusto Cury. A cartilha Caminho Suave não entra no rol de leituras, por supuesto.
Dependentes da languidez espiritual da platéia, oferecem-lhe apenas placebos que vão durar até a próxima “reunião da vitória”. Muitos no auditório reconhecem isso, mas mentiras sinceras lhes interessam, como cantou o poeta Cazuza.
Cale a boca e não cale na boca notícia ruim
A pronúncia claudicante e a concordância tosca revelam o círculo vicioso e empobrecedor no qual estão embrulhados esses replicadores de mensagens) desprovidas de sustância. Num equívoco contumaz, optaram equivocadamente pela “glória-pires”: pouco profunda e de vida curta. Como aconteceu com os filhos de Ceva, são conhecidos por aqui e muitos permanecem anônimos no inferno.
Do ponto de vista psicológico, esse tipo de comportamento sinaliza traços de desvario para compensar sua dor mais aguda: a falta de respeito em certos grupos aos quais C.S. Lewis chamaria de “círculos fechados”. Incensados pela massa ignara, sofrem em razão da consciência de que são alvo do menosprezo daqueles que, em última (e secreta) instância, gostariam de ser. Isso talvez explique o fato de às vezes elegerem alguns alvos para assestar sua inveja travestida de defesa da sã doutrina.
Fosse isso possível, cederiam os bens e a contínua lisonja para conseguir aquilo que a grana não é capaz de adquirir. Solitários por dentro e por fora, têm apenas o travesseiro por confidente. Limitados pela teia que eles próprios urdiram, a cada dia “tornam-se o que são”, cumprindo a máxima de Nietzsche. Preço demasiadamente alto para uma existência que não se repetirá. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Fonte: Sergio Pavarini, publicado sob o título "Dom de Iludir" na Revista Eclésia de número 120 e no Pavablog.
SEJA BEM VINDO. Este blog nasceu da vontade de poder compartilhar, pensamentos e reflexões sobre os acontecimentos atuais e a aplicação da Palavra de Deus a nossa vida.A escolha deste título para o meu blog, foi porque acredito que se não for para vivermos o Evangelho de Cristo conforme Ele viveu e ensinou, nada vale a pena. INDIQUE ESTE BLOG A MAIS ALGUÉM E DEIXE UM COMENTÁRIO JUNTO A MATÉRIA QUE PORVENTURA TENHA GOSTADO.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
ESSES MONTES, ESSES MONTES...
O Espírito do Senhor, por meio de distintas visões, permitiu-me observar o que acontecerá em 2009. Ele me mostrou a operação dos “4 ventos” sobre as nações da Terra (assim como no livro do profeta Ezequiel), e por meio dessa manifestação, o poder de ressurreição sendo liberado sobre a face da Terra para levantar o maior exército de homens e mulheres que levantarão a bandeira do Reino de Deus.
O poder de ressurreição invadirá distintos segmentos, o que consideramos “os 7 Montes da Sociedade.
MONTE DA ECONOMIA & DOS NEGÓCIOS
Esse “monte” receberá uma “onda de ressurreição”, que se manifestará em:
I) Recursos financeiros sobrenaturais transferidos para a igreja. O julgo [sic] do espírito de pobreza e da morte financeira será quebrado em 2009.
II) “Apóstolos de mercado” [??] emergirão e serão reconhecidos na Igreja, trazendo estratégias para a transferência de riqueza.
III) Será o ano do empreendedor; a alma do diligente prosperará.
IV) Tempo de pacto com Deus. Todo aquele que entrar em “pacto financeiro” com Deus receberá as “chaves financeiras” que abrirão as comportas dos céus neste novo ano. A “chave” que liberará a prosperidade se chama fidelidade. Tua prosperidade depende da tua fidelidade com Deus.
V) Operação sobrenatural dos “anjos financeiros” [??] trará vitórias sobre as dívidas. Contudo, é importante lembrar de que “tudo” depende da tua fidelidade com o Senhor.
VI) Empresas emergirão a partir de estratégias criativas, liberadas por meio do profético [???] do Senhor. “Crede no Senhor e estareis seguros, crede nos seus profetas e prosperareis.” (2 Crônicas 20.20b).
MONTE DA MÍDIA & COMUNICAÇÕES
Esse “monte” receberá uma “onda de ressurreição” que se manifestará em:
I) Evangelistas alcançando milhões de pessoas por meio da internet e da TV. 2009 será um ano para projetar os esforços evangelísticos por meio dos meios de comunicação e mídia.
II) Criatividade do Senhor, que fará como que os meios de comunicação cristãos sejam posicionados em lugares de preeminência.
III) Cadeias de televisão seculares abrirão as portas para programas cristãos, mas também muitas delas quebrarão financeiramente e serão transferidas [??] para igreja.
MONTE DAS ARTES E DO ENTRETENIMENTO
Esse “monte” receberá uma “onda de ressurreição” que se manifestará em:
I) Pintores cristãos levantados para trazerem cura interior por meio de suas pinturas. Debaixo de uma inspiração profética, elas quebrarão as cadeias de depressão, solidão, tristeza, mágoas etc.
II) Teatros numa dimensão profética [??], quer serão uma ferramenta de libertação. Julgos [sic] de opressão, drogas, vícios, suicídio e perversão sexual serão quebrados.
III) Filmes inspirados para revelar o amor e a misericórdia de Jesus, assim como também o seu poder sobrenatural.
IV) Dança profética que liberará sobre a Igreja o espírito da Noiva que clama: “Vem Senhor Jesus”. Os céus se abrirão a partir da dança profética e de uma nova paixão que se acenderá em nossos corações.
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MONTE DO GOVERNO E DA POLÍTICA
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Esse “monte” receberá uma “onda de ressurreição” que se manifestará em:
I) Deus promovendo ministros do Reino dentro das esferas de autoridade. É chegado o tempo dos “Josés” e dos “Daniéis”.
II) Prefeitos e governadores entregando as “chaves de cidades e Estados” [??] para Jesus.
III) Presidentes e governantes pedindo conselho aos profetas de Deus. 2009 será um ano no qual os governantes perceberão que o conselho de bruxos e adivinhos é falho, pois Deus é quem revelará aos seus profetas as estratégias devidas para atuarem e saírem deste momento de crise.
IV) Projetos de lei e decretos a favor da Igreja aprovados.
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Fonte: site da Lagoinha (www.lagoinha.com) via pavablog.
MEU COMENTÁRIO: Veja as expressões que estão com ponto de interrogação: "apóstolos de mercado", "anjos financeiros", "confiar nos profetas". Eu acredito que se o apóstolo Paulo, visitasse as igrejas, hoje, levaria um choque. Por muito menos do que se vê hoje, ele escreveu a epístola aos Gálatas, falando que eles haviam decaído da fé e voltado para as obras da lei. A carta aos Hebreus, chega a dizer que voltar aos rudimentos da lei é crucificar Cristo outra vez. Sinceramente que coisas desse tipo, podem ser tudo, menos o Evangelho puro e simples de Jesus de Nazaré.
terça-feira, 16 de junho de 2009
A DENÚNCIA DO PROFETA
Gosto de ler o livro de Amós. É significativo evocar o profeta Amós, camponês que se tornou autor bíblico. "Sou vaqueiro e plantador de sicômoros", definia-se ele (7,14). Viveu há vinte e oito séculos, em Técua, num sítio próximo a Belém da Judéia.
Israel era governado pelo rei Jeroboão II (786-746 a.C.), cuja política econômica consistia em aumentar a carga tributária, extorquindo sobretudo os assalariados e diaristas, para favorecer as importações, endividando o país. O Estado era rico e o povo, pobre. Pesquisas arqueológicas revelam que, quanto mais endinheirada a nobreza, mais suntuosos os palácios da Samaria, em contraste com a miséria dos casebres da população.
Versado em política e relações internacionais, graças ao trabalho de comercializar queijos, lã e couro nos principais mercados da região, Amós deixou o reino do Sul, onde vivia, e dirigiu-se ao Norte. Indignado frente a tanta desigualdade, denunciou os que "vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de sandálias" (2,6), ou seja, juízes e fiscais que aceitavam subornos para aplicar multas que resultavam no confisco da terra dos camponeses.
"Pai e filho dormem com a mesma mulher" (2,7), vociferava o profeta contra os patrões que transformavam suas empregadas em prostitutas. Os governantes "em seus palácios entesouram violência e opressão, e não sabem viver com honestidade" (3,10).
O tempo e os recursos que as mulheres ricas perdiam no cuidado da vaidade levaram Amós a apelidá-las de "vacas de Basã", que "vivem em casas de marfim nos montes da Samaria, oprimem os fracos e maltratam os necessitados" (4,1).
As autoridades e os juízes "transformam o direito em veneno e atiram a justiça por terra" (5,7), "odeiam os que defendem o justo no tribunal e têm horror de quem fala a verdade" (5,10). Os trabalhadores "pagam pesados impostos, constroem casas de pedras lavradas nas quais nunca irão morar e plantam vinhas de ótima qualidade sem jamais saborearem o vinho" (5,11).
Primeiro profeta a assinar um livro da Bíblia, Amós não fazia rodeio com as palavras. Denunciava os abastados que "deitam-se em camas de marfim, esparramam-se em cima de sofás, comendo cordeiros do rebanho e novilhos cevados em estábulos, cantarolam ao som da lira, bebem canecões de vinho e usam os mais caros perfumes" (6,4-6). No comércio, "diminuem as medidas, aumentam o peso e viciam a balança" (8,6). Os agiotas, "no templo de seu deus bebem o vinho dos juros" (2,8).
Ainda assim, a elite revestia-se de uma religiosidade exuberante. O profeta, entretanto, não se deixava iludir e Deus falava por suas palavras: "Detesto as festas de vocês, longe de mim o ruído de seus cânticos, nem quero escutar a música de suas liras. Eu quero, isto sim, é ver brotar o direito como água e correr a justiça como riacho que não seca" (5,21-24).
Amós criticava aqueles que enchiam a boca de discursos políticos e religiosos e, no entanto, permaneciam indiferentes ao sofrimento do povo. Para ele, tudo aquilo era "tão absurdo como arar o mar com bois ou encher de pedras a pista e esperar que os cavalos corram" (6,12).
Como se vê, a mensagem do livro do Profeta Amós, continua atual.
Israel era governado pelo rei Jeroboão II (786-746 a.C.), cuja política econômica consistia em aumentar a carga tributária, extorquindo sobretudo os assalariados e diaristas, para favorecer as importações, endividando o país. O Estado era rico e o povo, pobre. Pesquisas arqueológicas revelam que, quanto mais endinheirada a nobreza, mais suntuosos os palácios da Samaria, em contraste com a miséria dos casebres da população.
Versado em política e relações internacionais, graças ao trabalho de comercializar queijos, lã e couro nos principais mercados da região, Amós deixou o reino do Sul, onde vivia, e dirigiu-se ao Norte. Indignado frente a tanta desigualdade, denunciou os que "vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de sandálias" (2,6), ou seja, juízes e fiscais que aceitavam subornos para aplicar multas que resultavam no confisco da terra dos camponeses.
"Pai e filho dormem com a mesma mulher" (2,7), vociferava o profeta contra os patrões que transformavam suas empregadas em prostitutas. Os governantes "em seus palácios entesouram violência e opressão, e não sabem viver com honestidade" (3,10).
O tempo e os recursos que as mulheres ricas perdiam no cuidado da vaidade levaram Amós a apelidá-las de "vacas de Basã", que "vivem em casas de marfim nos montes da Samaria, oprimem os fracos e maltratam os necessitados" (4,1).
As autoridades e os juízes "transformam o direito em veneno e atiram a justiça por terra" (5,7), "odeiam os que defendem o justo no tribunal e têm horror de quem fala a verdade" (5,10). Os trabalhadores "pagam pesados impostos, constroem casas de pedras lavradas nas quais nunca irão morar e plantam vinhas de ótima qualidade sem jamais saborearem o vinho" (5,11).
Primeiro profeta a assinar um livro da Bíblia, Amós não fazia rodeio com as palavras. Denunciava os abastados que "deitam-se em camas de marfim, esparramam-se em cima de sofás, comendo cordeiros do rebanho e novilhos cevados em estábulos, cantarolam ao som da lira, bebem canecões de vinho e usam os mais caros perfumes" (6,4-6). No comércio, "diminuem as medidas, aumentam o peso e viciam a balança" (8,6). Os agiotas, "no templo de seu deus bebem o vinho dos juros" (2,8).
Ainda assim, a elite revestia-se de uma religiosidade exuberante. O profeta, entretanto, não se deixava iludir e Deus falava por suas palavras: "Detesto as festas de vocês, longe de mim o ruído de seus cânticos, nem quero escutar a música de suas liras. Eu quero, isto sim, é ver brotar o direito como água e correr a justiça como riacho que não seca" (5,21-24).
Amós criticava aqueles que enchiam a boca de discursos políticos e religiosos e, no entanto, permaneciam indiferentes ao sofrimento do povo. Para ele, tudo aquilo era "tão absurdo como arar o mar com bois ou encher de pedras a pista e esperar que os cavalos corram" (6,12).
Como se vê, a mensagem do livro do Profeta Amós, continua atual.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
ELEIÇÃO DA CGADB - LAVANDO A ROUPA SUJA NA TV
Passado o pleito da última eleição da CGADB, agora os bastidores do conclave são levados a Televisão. Literalmente lavando a roupa suja na TV. É lamentável, ver um espaço que deveria estar sendo usado para pregar a Palavra, estar sendo utilizado para fazer política eclesiástica.
Concordo com Ricardo Gondim em seu texto: "Estou Cansado". Veja o texto:
"Não dá para assistir mais os programas de rádio e tv em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando ora suas virtudes pessoais, ora as de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos, como puro paganismo. Ando cansado de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.
Não dá mais para ficar ouvindo relatos sobre evangelistas que sopram sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas “caiam sob o poder de Deus” para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas pessoais.
Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo emails de gente me perguntando se pode beber vinho, usar “piercing”, fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.
Ando cansado de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explicar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.
Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. E quanto as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola? Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.
Não dá mais estar participando de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. O bom é voltar a orar no secreto do quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor do Pai Celestial.
É momento de mudar a agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa". (www.ricardogondim.com.br).
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