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sábado, 20 de agosto de 2016
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Os pentecostais estão descobrindo o calvinismo
Um grande número de jovens pentecostais está descobrindo o calvinismo. Eles estão fascinados com as pregações de John Piper e Paul Washer; estão devorando livros de Spurgeon e Jonathan Edwards; estão participando de seminários, cursos e palestras sobre teologia reformada. Essa é uma tendência significativa que já tem chamado a atenção de estudiosos do pentecostalismo, de pastores e líderes, de professores de Teologia. Há muita empolgação, mas também muita desconfiança. Estaríamos presenciando uma nova onda no movimento pentecostal brasileiro: a onda calvinista?
A distância entre a geração dos primórdios da Assembleia de Deus no Brasil, maior denominação pentecostal verde-e-amarela, e a geração que compõem esse segmento evangélico nos dias atuais é oceânica. Os desbravadores assembleianos encontraram aqui um solo fértil para a plantação de suas igrejas, especialmente entre as populações mais carentes e de baixa escolarização das periferias urbanas e dos rincões do país. A pregação da cura divina, a simplicidade litúrgica, a desburocratização organizacional, o papel central dos leigos na evangelização, o lugar especial dado ao pobre (durante a semana é apenas mais um funcionário subalterno da indústria, vestindo seu uniforme pesado e sujo, mas aos domingos é um pastor, tem direito a sentar-se em lugar de destaque e usar da palavra) são aspectos que ajudaram a determinar o crescimento impressionante alcançado por essa denominação.
No entanto, muitos filhos e netos dessa vanguarda assembleiana, cresceram em uma realidade totalmente distinta, marcada por: um maior acesso à informação, à escolarização e às universidades; uma tendência forte ao questionamento mais contundente das tradições e costumes sem sentido; um interesse em conhecer as raízes históricas do cristianismo e dialogar com diferentes tradições teológicas dentro da cristandade; uma busca mais apaixonada por Teologia (que foi tão combatida pelos pentecostais da reserva). Além disso, uma evolução no perfil social da denominação foi acontecendo aos poucos: a aceitação crescente do pentecostalismo entre a classe média (ser pentecostal já não é coisa mais de pobre, negro e analfabeto apenas).
Hoje, não são poucos os pentecostais que já não aceitam mais uma postura antiintelectual, arbitrária, ingênua e fechada que caracterizou seus antepassados. O teólogo batista Luiz Sayão disse, em uma de suas palestras, que quando vai ministrar em conferências, congressos e seminários pentecostais vende muito mais de seus livros do que em eventos similares organizados por denominações históricas.
Creio que isso seja positivo. Uma grande onda jovem pentecostal está consumindo boa literatura, está lendo diferentes pensadores cristãos sem medos, censuras e preconceitos, está aberta ao conhecimento e ao debate de ideias, está "desatanizando" João Calvino. E mais: está cansada da teologia da prosperidade, está enojada das pregações de pura gritaria e socos no ar, está saturada das canções antropocêntricas, está inquieta com a domesticação de Deus, está irritada com a mercantilização do sagrado e a comercialização da fé, está de "saco cheio" com líderes caudilhescos que não são pastores, mas dominadores da consciência do rebanho, está insatisfeita com esse papo interminável de usos e costumes sendo ensinados como "doutrinas centrais" da fé...
Não afirmo, com esse texto, que o calvinismo deva ser abraçado pelos jovens pentecostais como forma de se colocarem como cristãos evoluídos, inteligentes, de um status superior. Não. O que quero mostrar é que, o fato de muitos adeptos do pentecostalismo se interessarem pela teologia história reformada, pelo diálogo com as diferentes abordagens teológicas, pelo conhecimento bíblico profundo e por uma espiritualidade equilibrada, é sinal de avanço.
Não é preciso medo, nem repressão, alguns debates importantes estão surgindo e se ampliarão. É interessante, agora, aguardar a resposta das imperiosas instituições pentecostais do país. Como reagirão a esse processo? Criarão uma espécie de Contra-Reforma, um combate aos hereges calvinistas, um Index Proibitorium? Ou aproveitarão o momento para repensarem algumas posturas e ideias?
Alguns andam dizendo que os grupos pentecostais já não têm nada mais a contribuir com evangelicismo brasileiro. Penso diferente. É um tempo privilegiado de amadurecimento. O tempo de crescimento quantitativo já acabou. Os pentecostais precisam é aprimorar suas estruturas internas, investir na formação de lideranças bíblica e teologicamente capacitadas, abandonar velhas roupagens descontextualizadas, adequar a linguagem e a pregação aos desafios do nosso tempo, limitar o espaço para a introdução das bizarrices espiritualistas, enfatizar uma espiritualidade bíblica.
Esse processo é saudável. Porque o que me parece que se deseja não é um ataque demolidor das religiosidades pentecostais. Pelo menos, até os limites daquilo que tenho visto e ouvido, quando um pentecostal se interessa pela fé protestante reformada, ele não está querendo dizer apenas que se opõem ao pentecostalismo. Pode sim ter um viés de insatisfação com a mediocridade teológica e espiritual que se percebe em alguns segmentos. Mas não somente isso. Há, sobretudo, a fome de radicalidade, no sentido de "radix", voltar à raiz, conhecer e experienciar a fé cristã com mais profundidade nas Escrituras e na rica tradição teológica e doutrinária da Reforma Protestante.
terça-feira, 16 de agosto de 2016
Brasil homenageia israelenses mortos no atentado de Munique, em 1972
Onze integrantes da delegação israelense mortos em um ataque terrorista nos Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha, em 1972, foram homenageados no fim da tarde deste domingo (14) no Palácio da Cidade, na Zona Sul do Rio.
O evento reuniu familiares das vítimas, autoridades brasileiras, representantes da delegação israelense e do Comitê Olímpico Internacional. É a primeira vez que acontece um reconhecimento oficial em memória das vítimas do atentado de Munique durante uma Olimpíada.
Durante a cerimônia, organizada pela Prefeitura do Rio, pelo Comitê Olímpico de Israel e pelo Comitê Olímpico do Brasil, os participantes fizeram um minuto de silêncio e duas orações em homenagens às vítimas (kadish e el mare rahamin). A cantora israelense Varda Usiglio também participou da solenidade cantando a música "Stars of September".
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, repudiou os episódios de intolerância religiosa e as reações de antissemitismo, como o caso do atleta egípcio de judô que se recusou a apertar a mão do rival israelense.
"Manifestações infelizes. Deploráveis. O fanatismo e a intolerância são péssimos ingredientes para que se chegue com eles a paz mundial, a convivência pacífica entre os povos, portanto, eu lamento que tenha acontecido. Nós repudiamos esse tipo de atitude", disse Serra.
Um dos momentos marcantes da cerimônia foi o acendimento de 11 velas que representavam os israelenses mortos no atentado. Entre as pessoas escolhidas para ascender as chamas estavam autoridades brasileiras e israelenses e integrantes da delegação de Israel nos Jogos Olímpicos do Rio, como Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelense no Brasil; Yoram Arenstein, secretário de honra de Israel; e Paulo Maltz, presidente da Federação Israelense do Rio de Janeiro.
Atentado
O ataque aconteceu no dia 5 de setembro de 1972, quando oito palestinos do grupo "Setembro Negro" invadiram a área dos israelenses na Vila Olímpica. O atentado resultou na morte de 11 atletas, cinco terroristas e um policial alemão.
Dois atletas foram mortos logo na invasão. Os outros nove foram fuzilados depois que um acordo de fuga deu errado e os terroristas viram que era uma emboscada.
Fonte: http://guiame.com.br/
Fonte: http://guiame.com.br/
Meu Comentário: É a primeira vez que acontece um reconhecimento oficial em memória das vítimas do atentado de Munique durante uma Olimpíada. Portanto, ponto para o Presidente interino Michel Temer, para o ministro das relações exteriores José Serra, e para o comitê Olímpico. Diferente dos dois últimos governos seja o de Lula ou Dilma, que geralmente optavam por se afastar de Israel, a gestão Temer nesses poucos meses tem feito uma aproximação da nação judaica, talvez por influência da bancada evangélica.
No que tange as Olimpíadas, demorou exatos 44 anos, para haver um reconhecimento oficial em memória das vítimas do atentado de Munique. Num momento onde o terrorismo tem um destaque internacional até maior do que em 1972, foi importante a homenagem feita em solo brasileiro. Ponto para o Brasil.
domingo, 14 de agosto de 2016
Caso Feliciano vai se complicando
Novos capítulos do escândalo que envolve Patrícia Lélis e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) complicam mais os dois – também o chefe de gabinete dele, Talma Bauer, e um suposto intermediário de um pagamento no Rio de Janeiro, identificado pela Polícia de São Paulo até agora como Arthur Mangabeira.
Como notório, Patrícia acusa o parlamentar de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão dentro do apartamento funcional, no dia 15 de junho. Ele divulgou vídeo em que nega as acusações e as chama de fantasiosas.
Neste fim de semana, mais duas surpresas. Durante a madrugada de sábado, um homem não identificado tentou invadir a casa de Patrícia, em Brasília, pelo telhado. Ela, a mãe e o pai perceberam a movimentação e chamaram a Polícia Militar do DF, que, segundo a família, não apareceu.
E um misterioso crédito de exatos R$ 50 mil, registrado no extrato para entrar na conta pessoal de Patrícia nesta segunda-feira (15), aumentou a tensão. O advogado da jovem, José Carlos Carvalho, pediu o bloqueio da conta ao banco para evitar o depósito – não se sabe até agora quem foi o remetente e de qual agência, por ter sido registrado no sábado.
TRATO DIRETO
Em novas revelações, cujos materiais já estão com o 3º Distrito Policial de SP (Campos Elísios), em perícia, os prints de conversas atribuídas a Emerson Biazon e Patrícia comprovam que foi ela quem tomou a iniciativa de viajar para SP para resolver sua vida financeira, envolvendo a denúncia.
De acordo com os prints, Patrícia fala com Emerson. Ele diz que já tinha viagem marcada para Brasília, para reuniões de trabalho, e que conheceu Patrícia por intermédio de um amigo, Marcelo Machado.
Daqui, Emerson e Patrícia viajaram para SP no dia 30 de julho. Lá, ela começou a tratar tudo com Bauer, o chefe de gabinete de Feliciano, e Emerson foi testemunha – ele filmou escondido várias situações.
Na conversa pelo whatsapp, Patrícia pede ainda dinheiro antecipado para seus gastos pessoais, e que Bauer pague o seu bilhete aéreo ( ela voou Avianca JK-Congonhas no sábado dia 30/7 ), e pague o hotel por pelo menos uma semana – a Polícia já sabe que quem pagou a hospedagem no hotel San Raphael foi a filha de Bauer.
De acordo com as investigações da Polícia, com esse adiantamento dado por Bauer, Patrícia teria gastado R$ 700 com uma maquiagem, antes de fazer um dos vídeos a favor de Feliciano, e também passeado por shoppings com o então namorado de Santos, que viajou para SP e ficou com ela hospedado no hotel. Esses R$ 2 mil, segundo a investigação, foram dados por Bauer, após sacar R$ 1 mil numa agência do Banco do Brasil próximo ao hotel, e complementar o restante em dinheiro.
Desde então, o grupo – Patrícia, o namorado, Bauer, Emerson e o empresário dela, Marcelo Machado ( que chegou a fechar contrato para ela palestrar em eventos gospel ) passou a circular pela cidade. Patrícia, de acordo com a Polícia, não tinha planos de voltar a Brasília, e queria seguir a vida em SP como profissional após receber o pagamento por seu silêncio.
O advogado dela, José Carlos Carvalho, reforça que a todo momento ela foi coagida por Bauer. Num dos prints deste mesmo dia de diálogos com Emerson, à noite, após ela registrar B.O., Patrícia cita para Emerson que vai contar à Polícia que estava sequestrada, e ele corta relações com ela.
FELICIANO FALA AO SBT, MAS HÁ CONTRADIÇÃO
No programa Conexão Repórter do SBT da noite deste domingo, 14 ( meia-noite), o deputado Feliciano fala com exclusividade a Roberto Cabrini. Na 'chamada' na TV para o programa divulgada pelos telejornais, o político volta a repetir que tudo é fantasia da garota, e como prova de que não houve encontro no apartamento funcional no dia citado, exibe vídeo em que entra ao lado de Bauer na portaria do Ministério do Trabalho, em Brasília, para reunião com o ministro Ronaldo Nogueira. Diz que chegou às 8h45 e ficou até 9h esperando o ministro.
Mas há uma contradição nesta versão. Segundo apurou a Coluna hoje (14/8), não há registro na agenda oficial do ministro de encontro com Feliciano no dia 15 de junho pela manhã ( confira imagem ) . E as reuniões do ministro só se iniciaram às 11h – durante o dia, Nogueira recebeu parlamentares, e o nome de Feliciano não aparece na lista. ( Veja aqui a agenda completa ) . Atualizada domingo, 14, 13h03– A assessoria de Nogueira avisou que Feliciano esteve com o ministro extra-agenda, e não há como provar.
A contradição entra como mais um mistério nessa novela. Até que a perícia da Polícia Federal, que deve entrar no caso, comprove quem fala a verdade, periciando vídeos dos envolvidos, fica a versão de Feliciano contra Patrícia, e vice-versa.
Em contato com a Coluna hoje, Patrícia voltou a garantir que esteve com Feliciano na manhã do suposto crime, de 9h ou 9h30 às 11h, no apartamento funcional na Quadra 302 Norte, bloco H.
Esta é a segunda contradição de Feliciano, que só se pronunciou sobre a acusação da garota após quatro dias de obsequioso silêncio. No vídeo em que gravou ao lado da mulher, ele disse que não sabia dos passos de Bauer – que teria feito toda a negociação à sua revelia – mas a versão cai no vídeo que a Coluna divulgou, no qual Bauer passa o celular para Patrícia falar com 'Marco'. Ela titubeia, ri, mas atende “Oi, Feliciano..''.
Foi pouco antes de ela gravar um dos vídeos em que passou a defender o parlamentar.
O MISTERIOSO ARTHUR E OS R$ 50 MIL
As Polícias de SP e do Rio de Janeiro já procuram o misterioso Arthur Mangabeira, citado por Patrícia no B.O. no 3º DP, que teria recebido R$ 50 mil para 'resolver a situação dela junto ao partido', mas sumiu do radar.
Há informações de bastidores, ainda em investigação, de que o dinheiro saiu de Orlândia, terra natal de Feliciano, dentro de um carro, e teria sido entregue pelo próprio Bauer a Arthur num local do Rio. Arthur teria se apresentado como um 'procurador' de Patrícia por seu silêncio.
Em vídeo revelado pela Coluna na íntegra, sobre a negociação de Patrícia com Bauer em SP, ela descobre que Arthur só lhe prometera R$ 10 mil e fica irritada, pede ao chefe de gabinete, um policial aposentado, que tome providências contra o rapaz.
Neste sábado, o advogado de Patrícia foi procurado pela cliente às pressas. Ela revelou que há um crédito de R$ 50 mil programado para entrar em sua conta nesta segunda. O advogado pediu ao banco o bloqueio da conta. Há uma suspeita de que seja o dinheiro que Bauer teria pagado a Arthur no Rio.
MISTÉRIOS CONTINUAM NA GUERRA DE VERSÕES
O script até agora revelado, com as várias verões, reviravoltas, investigações e personagens dos mais caricatos mostra uma certeza, de que ninguém é santo nessa novela da vida real.
Caberá à Polícia de SP, à Delegacia da Mulher de Brasília ( onde Patrícia fez B.O. contra Feliciano ) à Procuradoria Geral da República e ao STF, via PF, investigar tudo e a todos.
Alguns fios soltos dessa história até agora intrigam, e deixam as perguntas:
Por que Feliciano pagaria tão alto pelo silêncio da mulher que o acusa, se não há nada a temer?
O que houve realmente dentro do apartamento funcional no suposto estupro?
Quem é a mulher que tocou a campainha ao ouvir os gritos e teria salvado Patrícia (leia aqui a primeira denúncia ) ?
Onde está Arthur Mangabeira e qual o seu real papel no imbróglio?
Fonte: http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2016/08/14/caso-feliciano-patricia-tratou-com-bauer-ida-para-sp-50-mil-caem-na-conta/
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