sexta-feira, 26 de maio de 2017

Caio Fábio é preso pelo Dossiê Cayman - esposa confirma


Um áudio enviado para a redação do portal Gospel Prime, por uma pessoa ligada ao pastor Caio Fábio dá conta que ele foi preso nesta quarta-feira (24) pela Polícia Federal.
A voz é inegavelmente do pastor, que procura explicar a situação para as pessoas ligadas ao seu ministério.




“Aquela ação lá de [19]98 do dossiê Cayman, teve vigência hoje e eu estou sendo conduzido para a superintendência da [Polícia] Federal e depois para a Papauda, num regime semiaberto. Não teve ainda nenhuma ação do meu advogado e eu mesmo estava absolutamente certo que esse era um processo vencido há muito tempo e acabado. Então, com toda tranquilidade, gostaria só que vocês informassem o pessoal da igreja…. o que aconteceu”, diz o material.




Ainda segundo a fonte do Gospel Prime, que prefere manter o anonimato, a família do pastor Caio está abalada, mas ele garantiu a todos que está em paz.  Não há, por enquanto, uma nota oficial da assessoria do pastor, mas ela deve ser publicada nas próximas horas.
As primeiras informações dão conta que o advogado de Caio Fábio perdeu o prazo da defesa e pretende recorrer.

Entenda o caso

O dossiê Cayman, como ficou conhecido, foi revelado em 1998, nas vésperas da eleição presidencial. Ele continha dados sobre uma empresa e de contas que supostamente eram controladas por Fernando Henrique Cardoso, candidato à reeleição.




O conjunto de papéis também mostrava depósitos de US$ 368 milhões nessas contas, dinheiro arrecado por meio de propina recebida pela privatização de empresas do setor de telecomunicações.
Entre as pessoas que integram o inquérito estavam os adversários políticos de FHC: Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu, Paulo Maluf, Ciro Gomes, Marta Suplicy, Marcio Thomaz Bastos, Leonel Brizola e Benedita da Silva.




Em seu depoimento ao caso, Lula afirmou ter tido um encontro com o pastor Caio Fábio e outro com o ex-ministro Luiz Gushiken. Ao perceber que os documentos eram falsos o PT não continuou as negociações sobre o dossiê.




Em 2011, a Folha de São Paulo divulgou que o pastor fora condenado pela juíza Léa Maria Barreiros Duarte a quatro anos de prisão por ser considerado o autor dos documentos, mas ele não foi preso.
“Essa sentença que saiu da parte desta juíza não tem nenhum fundamento na realidade do processo. A começar do fato de que esta ação foi movida contra mim em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Por volta de 2005/2006 ele determinou que o secretário da presidência da república fosse depor representando-o e me isentou de tudo”, contou.




“Meu coração está absolutamente em paz. Eu não irei a cadeia nenhuma”, garantia.
Caio Fábio disse na ocasião que mesmo se fosse preso receberia uma coroa de glória, pois a juíza agiu contrariando os depoimentos que o isentam da culpa. “No fim tudo isso vai contribuir para o meu bem porque eu amo a Deus”.


Ouça o áudio na íntegra:

Esposa de Caio Fábio confirma prisão:
A esposa de Caio Fábio, Adriana D’Araújo, gravou um áudio confirmando a prisão do pastor e revelando que ele já começou a fazer um trabalho de evangelismo na Papuda.
“É verdade sim o que aconteceu e Deus está no controle de toda a situação. Eu não pude entrar, mas a Bruna, como advogada entrou e encontrou ele fazendo a confissão de uma pessoa que queria se confessar com ele”.
Segundo ela, já há uma fila de detentos que querem falar com o pastor e ele está sem muito bem tratado na prisão. “Deus não podia ser mais generoso com ele, porque abriu a porta da evangelização e ele está cheio de ideias para quando sair de lá”, completou.
Adriana tem fé de que ele saíra de lá o mais breve possível da Papuda. Contudo, ela pede para que o pessoal que admira Caio Fábio fique em silêncio. “A sabedoria agora é oramos e guardamos no coração, porque há muita gente que gosta de ver sangue, mas Jesus não gosta”.

A assessoria do religioso ainda não se pronunciou sobre o caso, mas na página oficial de Caio Fábio foi publicado um vídeo de 2011 quando ele explicou sobre a condenação.
No áudio divulgado pelo WhatsApp, Adriana afirmou que o próprio Caio ira explicar o que aconteceu quando deixar a prisão. “Ele mesmo esclarecerá a todos o que aconteceu e será para a glória de Deus”. Fonte: http://www.jmnoticia.com.br/2017/05/26/esposa-de-caio-fabio-confirma-prisao-pastor-pelo-processo-dossie-cayman/

Ouça:

“Esposa de Caio Fábio confirma prisão”
Tocador de áudio





quarta-feira, 24 de maio de 2017

STF levanta sigilo e conversa do jornalista Reinaldo Azevedo com irmã de Aécio é divulgada


PF divulga trechos de conversa minha com Andrea Neves, uma das minhas fontes, em que faço críticas a uma reportagem da VEJA. Pedi demissão. Direção aceitou.

Andrea Neves, Aécio Neves e perto de uma centena de outros políticos são minhas fontes.
Trechos de duas conversas que mantive com Andrea, que estava grampeada, foram tornados públicos. Numa delas, faço uma crítica a uma reportagem da VEJA e afirmo que Rodrigo Janot é pré-candidato ao governo de Minas e que estava apurando essa informação. Em outro, falamos dos poetas Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto.

Fiz o que deveria fazer: pedi demissão — na verdade, mantenho um contrato com a VEJA e pedi o rompimento, com o que concordou a direção da revista.
Abaixo, segue a resposta que enviei ao BuzzFeed, que vai fazer ou já fez uma reportagem a respeito. Volto para encerrar. Mesmo!

Comecemos pelas consequências.
Pedi demissão da VEJA. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido. E a direção da revista concordou.

1: não sou investigado;
2: a transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação;
3: tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas;
4: como Andrea e Aécio são minhas fontes, achei, num primeiro momento, que pudessem fazer isso; depois, pensei que seria de tal sorte absurdo que não aconteceria;
5: mas me ocorreu em seguida: “se estimulam que se grave ilegalmente o presidente, por que não fariam isso com um jornalista que é crítico ao trabalho da patota?”;
6: em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerada um escândalo. Por aqui, não;
7: tratem, senhores jornalistas, de só falar bem da Lava Jato, de incensar seus comandantes;
8: Andrea estava grampeada, eu não. A divulgação dessa conversa me tem como foco, não a ela;
9: bem, o blog está fora da VEJA. Se conseguir hospedá-lo em algum outro lugar, vocês ficarão sabendo;
10: o que se tem aí caracteriza um estado policial. Uma garantia constitucional de um indivíduo está sendo agredida por algo que nada tem a ver com a investigação;
11: e também há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo.

Encerro
No próximo 24 de junho, meu blog completa 12 anos. Todo esse tempo, na VEJA. Foram muitos os enfrentamentos e me orgulho de todos eles. E também sou grato à revista por esses anos.
Nesse tempo, sob a direção de Eurípedes Alcântara ou de André Petry, sempre escrevi o que quis. Nunca houve interferência.
O saldo é extremamente positivo. A luta continua.

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/meu-ultimo-post-na-veja/