Um estudante de 15 anos teria sido alvo de bullying em uma escola estadual de São Bernardo do Campo por causa de sua religião – o candomblé. As provocações começaram após o jovem se recusar a participar de orações e da leitura da Bíblia durante as aulas de história, ministradas por uma professora evangélica. O aluno cursa o 2º ano do ensino médio na escola Antonio Caputo, no Riacho Grande.
Segundo o pai do aluno, Sebastião da Silveira, 63, faz dois anos que o filho comenta que a professora utilizava os primeiros vinte minutos da aula para falar sobre a sua religião. “O menino reclamava e eu dizia para ele deixar isso de lado, para não criar caso. Ela lia a Bíblia e pedia para os alunos abaixarem a cabeça, mas isso ele não fazia, porque não faz parte da crença dele”, disse.
Silveira acredita que a atitude da professora incentivou os alunos a iniciarem uma “perseguição religiosa” contra seu filho. “No fim de fevereiro, comecei a achar meu filho meio travado, quieto. Um dia ele me ligou pedindo para eu ir buscá-lo na escola, quando cheguei lá tinham feito uma bola de papel cheia de excremento pulmonar e tacaram nas costas dele. Cheguei na escola e ele estava todo sujo”, contou.
Em outro episódio, fizeram cartazes com a foto de um homem e uma mulher vestindo roupas características do candomblé e escreveram que aqueles eram os pais do estudante. A pedido da família, o menino foi trocado de sala, mas não quer mais ir para a escola e apresenta problemas de fala, como gagueira, e ansiedade.
O pai disse que foi até a unidade de ensino para conversar com a professora de história sobre as orações antes da aula: “Ela se mostrou intransigente e falou que era parte da didática dela. Eu disse que se Estado é laico, alunos de todas as religiões frequentam as aulas e devem ser respeitados, mas ela afirmou que não ia parar”. Silveira já fez um boletim de ocorrência e pretende procurar o Ministério Público hoje (29) para pedir garantias na segurança do filho.
Segundo a presidente da Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro, Maria Emília Campi, o bullying não foi só com o aluno, foi com a família toda. “A partir do momento que você tem professores que assumem uma posição religiosa dentro da sala de aula, exigindo uma atitude de submissão, a gente percebe que fica muito mais difícil combater o preconceito, porque a escola está incentivando o bullying”, afirmou.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou, em nota, que “a Diretoria Regional de Ensino de São Bernardo do Campo instaurou uma apuração preliminar para verificar se procede a alegação do aluno”. Segundo a secretaria, uma equipe de supervisores foi até a unidade na terça-feira (27), para averiguar as primeiras informações.
De acordo com a nota, o proselitismo religioso nas unidades estaduais é vetado, em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases.
A reportagem do UOL entrou em contato com a diretora da escola que não quis se pronunciar e informou que todas as informações sobre o caso seriam repassadas pela Secretaria de Educação.
Segundo o pai do aluno, Sebastião da Silveira, 63, faz dois anos que o filho comenta que a professora utilizava os primeiros vinte minutos da aula para falar sobre a sua religião. “O menino reclamava e eu dizia para ele deixar isso de lado, para não criar caso. Ela lia a Bíblia e pedia para os alunos abaixarem a cabeça, mas isso ele não fazia, porque não faz parte da crença dele”, disse.
Silveira acredita que a atitude da professora incentivou os alunos a iniciarem uma “perseguição religiosa” contra seu filho. “No fim de fevereiro, comecei a achar meu filho meio travado, quieto. Um dia ele me ligou pedindo para eu ir buscá-lo na escola, quando cheguei lá tinham feito uma bola de papel cheia de excremento pulmonar e tacaram nas costas dele. Cheguei na escola e ele estava todo sujo”, contou.
Em outro episódio, fizeram cartazes com a foto de um homem e uma mulher vestindo roupas características do candomblé e escreveram que aqueles eram os pais do estudante. A pedido da família, o menino foi trocado de sala, mas não quer mais ir para a escola e apresenta problemas de fala, como gagueira, e ansiedade.
O pai disse que foi até a unidade de ensino para conversar com a professora de história sobre as orações antes da aula: “Ela se mostrou intransigente e falou que era parte da didática dela. Eu disse que se Estado é laico, alunos de todas as religiões frequentam as aulas e devem ser respeitados, mas ela afirmou que não ia parar”. Silveira já fez um boletim de ocorrência e pretende procurar o Ministério Público hoje (29) para pedir garantias na segurança do filho.
Segundo a presidente da Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro, Maria Emília Campi, o bullying não foi só com o aluno, foi com a família toda. “A partir do momento que você tem professores que assumem uma posição religiosa dentro da sala de aula, exigindo uma atitude de submissão, a gente percebe que fica muito mais difícil combater o preconceito, porque a escola está incentivando o bullying”, afirmou.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou, em nota, que “a Diretoria Regional de Ensino de São Bernardo do Campo instaurou uma apuração preliminar para verificar se procede a alegação do aluno”. Segundo a secretaria, uma equipe de supervisores foi até a unidade na terça-feira (27), para averiguar as primeiras informações.
De acordo com a nota, o proselitismo religioso nas unidades estaduais é vetado, em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases.
A reportagem do UOL entrou em contato com a diretora da escola que não quis se pronunciar e informou que todas as informações sobre o caso seriam repassadas pela Secretaria de Educação.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/
Meu Comentário:
Lamentável esse episódio, ou melhor dizendo vergonhoso. Me converti no início da adolescência, e posso dizer que pelos parâmetros atuais de se medir bullyng, eu o sofri na escola em razão da minha religião. Sim, há trinta anos atrás os evangélicos eram minoria nesse país, e não poucas vezes, sofri críticas e sarcasmos por conta de ser "crente", que era como os evangélicos eram chamados na época, porém geralmente usavam o termo como se fosse algo pejorativo.
Hoje, os evangélicos são cerca de 20% da população brasileira e somando todas as matizes que assim se incluem dentro desse imenso guarda-chuva religioso, representam cerca de 38 milhões de pessoas. No Congresso Nacional há uma bancada de congressistas que apesar das diferenças de opinões e interesses representados, costumam votar juntos quando o assunto é liberdade de expressão, aborto, homossexualismo, e outros. De uma comunidade onde muitos de seus membros vinham dos extratos mais pobres da população, hoje somos chamados de integrantes da nova classe média. Há evangélicos nos meios juristas, empresarial, acadêmicos, político e etc.
No entanto, uma matéria como essa me deixa triste, pois não me identifico com uma professora que em nome da sua fé, tira vinte minutos de uma aula de cinquenta minutos para ficar pregando e praticamente "fazendo pressão" em cima dos alunos, em vez de ministrar sua disciplica com qualidade (no caso, a matéria de história). Na verdade eu me identifiquei mais foi com o aluno, pois me lembrei do que sofri na minha adolescência. Fico triste de ver uma professora evangélica fazer isso com seus alunos, pois esse aluno foi o que se manifestou, mas geralmente nessas situações, tem alguns que sofrem caladinhos.
Apesar não estar no momento atuando em sala de aula, pois como já fui professor geografia e história na rede estadual mineira e também sou evangélico, gostaria de se tivesse oportunidade, dar alguns conselhos a essa professora de São Bernardo do Campo/SP. Eis o que eu lhe diria:
"Minha irmã, se você quer pregar a Bíblia, mesmo que na sua cabeça, o faça nas melhores das intenções, se restrinja a não fazê-lo, usando seu horário em sala de aula, pois você é paga (bem ou mal) para ministrar aulas de história seja ela do Brasil ou do Mundo.
Na sala de aula, se alguém perguntar, você pode até dizer qual é a sua religão, mas não faza apologia ou proselistimo da mesma nesse ambiente.
Eu sei muito bem dos problemas que os jovens enfrentam e muitos convivem diariamente com uma realidade onde drogas, violência, abusos são frequentes. Mas se você quer ajudá-los, deve fazê-lo de outra forma, se envolvendo em projetos evangelísticos e sociais da sua igreja e comunidade. Se você for procurada seja através da escola ou diretamente fora da sala de aula, por pai/mãe ou o próprio aluno, aí sim, juntamente com a ajuda pedagógica, suavemente introduza a mensagem do Evangelho.
Saiba de uma coisa a melhor forma de apresentar o Evangelho, não é obrigando as pessoas (no caso os alunos) a ouví-la durante sua aula. Antes a melhor forma de pregar, é deixar que as pessoas possam ler o Evangelho na sua vida, através do exemplo de vida, dando demonstrações de atenção, e amor pelas pessoas. Não existe pregação melhor do que essa".