O programa de Regina Casé, “Esquenta!” começa o ano com festa ecumênica!
O Esquenta! que foi ao ar no dia primeiro de janeiro comemorou a chegada de 2012 com uma festa ecumênica animadíssima. Regina Casé recebeu o padre Renato, a pastora Ana Lúcia, o Rabino Nilton Bonder e baianas de várias religiões para atrair boas energias para o ano que se inicia.
Para abrir os caminhos para 2012, as baianas promoveram o ritual da lavagem do palco do Esquenta! ao som da música “Oferendas”, interpretada por Teresa Cristina e Arlindo Cuz.
O grupo Revelação chegou para animar ainda mais a festa e cantou a música “Pai”, como se fosse uma oração. O vocalista Xandy também falou sobre simpatias e contou histórias de Réveillons inesquecíveis.
O destaque do programa na visão da própria Regina Casé foi a participação da pastora Ana Lúcia. A religiosa foi descoberta pela apresentadora na internet, graças ao vídeo da música pentecostal "Vem comigo dando glória", em que as pessoas cantam e dançam animadamente: "Eu estava apaixonada por ela há uns dois meses, só via isso no YouTube. Nunca vi uma suingueira tão boa! Decidimos levá-la ao programa e foi incrível. Ela tomou conta da plateia" - conta Regina Casé.
Nascida em Belford Roxo, Ana Lúcia, de 42 anos e pastora há sete, diz que gosta de música desde a infância e só não gravou um CD ainda por falta de grana. E está ansiosa para se ver na televisão: " Eu via os programas de TV e falava para minha mãe que um dia ia estar lá. Digo que o programa não esquentou, explodiu. Todo mundo que estava lá — candomblecistas, um padre, a bateria da Unidos da Tijuca", disse a pastora.
A pastora Ana Lúcia, cuja banda é formada por ex-pagodeiros, conta que se converteu quando o filho Leandro, hoje com 23 anos, teve leucemia, ainda bebê: " Minha mãe me chamou de louca, disse que eu não podia ter deixado o tratamento, mas meu filho se curou. Meu marido me abandonou por eu ter virado crente. Hoje estou noiva e sonho entrar na igreja ao som de "Como é grande o meu amor por você", de Roberto Carlos" - conta Ana.
A pastora ainda gosta de samba e até brinca com o assunto, diante dos costumes dos "crentes tradicionais" (sic): Sou grande fã de Alcione, a Marrom. outro dia, fui fazer uma oração e na casa tinha um DVD da Alcione. Falei: "Vamos assistir, depois a gente ora (risos)!". Mas nem sempre ouço esse tipo de música. Nem tudo me convém fazer, porque vão me julgar.
- Acho que canto assim porque meu filho é funkeiro. Nunca fui a um baile, mas estou sempre ouvindo as músicas dele - ela diz, sentada num sofá de casa, ainda suando depois de um animado culto, na semana passada. - E minha família tem umbandista, eu mesma já fui umbandista antes de me converter. É essa coisa bem brasileira, de misturar tudo, não é? E, se eu for pregar como outros que existem por aí, com aquelas músicas chatas, vai cair todo mundo no sono. As pessoas vêm aqui e me seguem porque sabem que sou animada, que gosto de festa.
O culto comandado pela pastora Ana Lúcia em sua Igreja Pentecostal do Evangelho Pleno, com cerca de 150 pessoas - todas as terças e quintas, às 19h - parece mesmo uma festa, da qual ela é a grande estrela. O começo da noite é morno, com outros pastores se revezando no microfone, enquanto as pessoas vão chegando ao local. Se fosse um programa de auditório, eles seriam gongados por pecar no quesito afinação.
Mas, quando Ana Lúcia começa a cantar, acompanhada pelos Gideões, a igreja parece tremer. As pessoas gritam e levam as mãos para o alto. A primeira música é "Diabo larga o que é meu", composta pela própria religiosa, que canta com fervor a letra nem um pouco tradicional ("Meu marido é infiel, mas é meu/ Meu filho é funkeiro, mas é meu").
- É um recado para quem abre mão dos seus entes queridos por qualquer problema que surja, seja um vício, um desvio de caráter ou uma diferença qualquer - afirma ela. - Procuro unir as pessoas, em vez de separá-las. Por isso, nos meus cultos todo mundo é bem-vindo, sem distinções. Pode ser gay, pode ser dependente químico, pode ser espírita, é só chegar. Quero festejar e celebrar as diferenças. Não nasci para pregar o ódio ou o medo.
- A pastora Ana Lúcia tem um carisma inacreditável e uma voz fantástica. Já perdi a conta das vezes em que assisti àquele vídeo no YouTube - diz Regina Casé, que convidou a religiosa para participar de seu programa, "Esquenta!", exibido no primeiro domingo do ano. - Ela nasceu para brilhar. (Fonte: Agência O Globo e Genizah).
Meu Comentário: Depois do Festival Promessas exibido no dia 18 dezembro de 2011, a Globo continuou dando espaço para os cantores evangélicos em sua programação: Aline Barros se apresentou no Show da Virada, Ana Paula Valadão e Pregador Lou cantaram no Caldeirão do Huck em meio as dançarinas de biquine do programa, fato esque que rendeu algumas críticas principalmente ao Pregador Lou que chegou a tirar uma das dançarinas para dançar. Mas um programa que vem gerando muito comentário na internet é justamente a apresentação da Pastor Lúcia no programa da Regina Casé ao lado de seguidores de candomblé e umbanda que se apresentaram no mesmo local. Para mim, a pastora Lúcia é o retrato fiel de muitos evangélicos no Brasil, principalmente da linha pentecostal e neopentecosta. Ela foi chamada por alguns na internet como uma incauta, outros critiram a Globo e disseram que ela está esculhambando com os evangélicos e os jogando na teia ecumenista. Ora gente, os evangélicos não precisam da Globo para se escalhambaram, aliás, dentro do próprio movimento religioso, já há os que fazem isso, sem auxílio de um "inimigo externo"! O diferencial agora é justamente o súbito espaço que passaram a ter na maior emissora de televisão do país. A pastora pregou do jeitão dela mesmo, como pregaria numa igreja e concordemos ou não, ela passou sua mensagem. Apesar de ver com certas reservas as últimas apresentações dos evangélicos na Globo, devo dizer que, pior do que ver cantores evangélicos cantar ao lado de dançarinas e seguidores de religiões afro, é saber que no meio da liderança de grandes igrejas evangélicas, há pastores que fazem as alianças mais espúrias, sejam elas com políticos, empresários, maçons, ou até hereges declarados como o Reverendo Moon.