sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Subsídio para EBD - AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ


A nação egípcia adorava muitos deuses, alguns deles cultuados pelos israelitas, que acabaram aderindo à fé daquele povo (Ez. 12.12). Esse foi um dos motivos pelos quais Deus precisou intervir, e demonstrar o Seu poder, não apenas para que os egípcios reconhecessem, mas também para que os israelitas se dobrassem perante a palavra do Senhor. Mesmo assim, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó não atentaram para as maravilhas de Deus (Sl. 106.7). Dentre essas maravilhas, destacamos os sinais da serpente, a transformação da água em sangue, e a invasão das rãs. Faraó, ao invés de se dobrar diante daquelas maravilhas, tratou-as com desdém, incitando seus magos a reproduzirem tais feitos. Isso mostra que desde muito tempo Satanás tem o poder de realizar sinais e prodígios da mentira (II Ts. 2.9,10; Mt. 24.24; Ap. 13.11-15). Paulo nomeia esses magos, “Janes e Jambres”, e os caracterizam entre aqueles que resistem à verdade, substituindo-a pelo engano (II Tm. 3.8). Satanás imita o evangelho de Cristo (Gl. 1.6-9), utilizando-se dos falsos mestres (II Co. 11.13-15). A transformação da água em sangue foi a primeira praga que Deus enviou sobre os egípcios. Na proporção que Faraó desconsiderava as calamidades elas iam se tornando cada vez mais graves. Os magos do Egito fizeram o mesmo utilizando água de um poço, mas se mostraram incapazes de reverter a praga divina. Diante da relutância de Faraó, o Senhor enviou abundância de rãs (Sl. 105.30), mostrando que Ele, e não Hecate, o deus da fertilidade egípcio, estava no comando. O coração de Faraó continua endurecido, principalmente depois que os magos imitaram os sinais (Ex. 8.19-22). Uma pessoa de coração endurecido se expressa como Faraó: “Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz?” (Ex. 5.2).

AS 10 PRAGAS NO EGITO
O endurecimento do coração de Faraó trouxe uma reação da parte de Deus – as pragas. As pragas foram juízos divinos sobre o Egito, castigos não só para punição da injusta escravidão a que os israelitas haviam sido reduzidos, mas, também, para que o Senhor mostrasse ao Egito que Ele era o único Deus, que os deuses cultuados no Egito nada eram (Nm.33:4).

A humilhação dos deuses egípcios em cada praga (Exôdo 12:12)
Praga
Humilhação contra
Associação
Consequência
Rio Nilo em Sangue
deuses Khnum; Hapi; Osíris; Neith e Hathor.
O Grande Rio Nilo e sua prosperidade
Desestruturação econômica, ambiental e religiosa
Das Rãs
deusa Heqt
Prosperidade
Aversão ao que antes era considerado sagrado
Dos Piolhos
Sacerdotes
Purificação
Noção de que os sacerdotes não eram puros
Das Moscas
Deuses Hathor; Mnevis; Rá
Beleza e proteção
Irritação e Incômodo, pois somente os egípcios sofreram. A terra do Gosen não foi abalada.
Dos Animais
deuses Ptah; Apis; Hathor; Mnevis; Rá.
Propriedades Pessoais
Doença e morte dos Animais
Das Úlceras
Deuses Sekhmet; Imhotep
Deuses de curas
Doenças nos Homens e nos Animais
Da Saraiva
Deuses Nut; Ísis; Seth.
Prosperidade na Agricultura
Prejuízo na Agricultura, aos Animais e Homens
Dos Gafanhotos
deus gafanhoto
Proteção à Agricultura
Desordem Social (fome, inquietação, roubos)
Das Trevas
deuses Rá; Amon-Rá e outros.
Deus do sol, estrelas e lua
Medo, Confusão e Descrença nos Deuses
Dos Primogênitos
Faraó
Herança do Trono e a crença do deus-rei.
Mortandade e humilhação final.
Fonte: CORREIA, Lídia Pereira Gonçalves e CORREIA, Marcellus Gonçalves. As dez pragas do Egito.

AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ
A fim de manter o povo de Israel cativo no Egito Faraó apresenta algumas propostas ardilosas a Moisés. Isso mostra como Satanás, com suas astúcias, tenta desvencilhar os servos de Deus do plano do Senhor. Tais propostas também revelam a astúcia dos governantes a fim de manter o povo cativo em seus interesses. Os discursos de muitos políticos da atualidade ecoam as falas daquele líder egípcio. A primeira proposta de Faraó estava fundamentada em um sincretismo religioso, o povo poderia adorar o Deus de Israel, e ao mesmo tempo, os deuses egípcios (Ex. 8.28). Mas o Deus de Israel não divide a sua glória com outros deuses, principalmente porque Ele mesmo havia separado aquele povo para adorá-Lo (Lv. 26.26). Essa tem sido uma prática evidente no cristianismo contemporâneo, muitos líderes estão fazendo concessões em relação ao engano a fim de serem aceitos na sociedade. Jesus é o único caminho, é a verdade e a vida, ninguém pode se aproximar de Deus se não for por Ele (Jo. 14.6). Como bem lembrou Pedro, em seu discurso em Jerusalém em nenhum outro há salvação, somente em Jesus (At. 4.12). Como diz o ditado, todos os caminhos levam à Roma, mas há apenas um que conduz ao céu, e esse é Jesus Cristo. A segunda proposta de Faraó foi a de que o povo não fosse muito longe (Ex. 8.28). As estratégias de Satanás, e de alguns líderes tiranos, é a de que não nos afastemos dos seus interesses. Eles não se importam em fazer concessões, abrem mãos do supérfluo, mas não do que consideram mais importante. Satanás detesta mudanças significativas, ele não admite mudanças drásticas (Tg. 4.4,5; I Jo. 2.15). A mulher de Ló é um exemplo de alguém que sai do lugar, mas não deixa que o lugar saia dela. Ela abandonou geograficamente a cidade de Sodoma, mas em seu coração os prazeres daquele local a acompanhavam (Gn. 19.17,26; Lc. 17.32). Na terceira proposta Faraó sugeriu uma divisão nas famílias, apenas os mais velhos partiriam, os mais novos permaneceriam no Egito (Ex. 10.7). Isso mostra que as famílias hebreias eram organizadas, e viviam em harmonia (Ex. 6.14-19). A fragmentação familiar seria uma estratégia utilizada por Faraó para atingir os valores daquele povo. Nos dias atuais as famílias têm sido solapadas por valores satânicos que estão sendo repassados pelas mídias, e patrocinados pelos governantes. As famílias cristãs, mesmo diante dos ataques, devem permanecer alicerçadas dos fundamentos exarados na Palavra de Deus (Ef. 6.10-18). A quarta proposta de Faraó tinha a ver com a aceitação da calamidade, o líder egípcio admitia a tragédia, contanto que o povo permanecesse (Ex. 10.21-23). Muitos governantes agem de igual modo, principalmente no período das eleições, ao invés de socorrer o povo, tiram vantagem da desgraça. Há aqueles que acham que quanto pior melhor, para cooptarem o povo na manutenção dos seus interesses. Por fim, Faraó propôs a ida do povo hebreu, mas se ficassem as ovelhas e as vacas (Ex. 10.24). Essa proposta reflete o foco em mercadoria, e menos nas pessoas, bastante comum nessa sociedade que somente ver bens, e não o bem das pessoas. Mamom, o deus deste século, está destruindo muitas vidas, o deus-mercado é quem determina as regras e os relacionamentos (Mt. 6.24).