sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sobre o Batismo com Espírito Santo e o falar em outras línguas

Sou membro de uma igreja evangélica pentecostal desde minha conversão. Depois que fui batizado nas águas por imersão, comecei a ouvir os seguintes conselhos: “Agora meu irmão que você já é batizado nas águas, busque o batismo com Espírito Santo”. Hoje na AD, isso não é tão comum, mas à alguns anos atrás, os membros da igreja, independente se tinha funções ministeriais, incentivavam os novos crentes a buscar a chamada 2ª benção, sendo a 1ª a salvação, conforme esse conceito.

E aí o pessoal, ia orar em reuniões como: Círculos de Oração, “orações no monte”, e as vigílias. Nesses reuniões, se ouvia orações pedindo a conversão de um familiar, intercessão em prol de alguém com problema e com frequência haviam pedidos de oração para recebimento do batismo com Espírito Santo.

No meio pentecostal, o batismo com Espírito Santo além de ser considerado uma 2ª benção, também é ensinado ao povo, que para recebê-lo tem que haver a manifestação de um “sinal externo”, ou “evidência”, que é o falar em outras línguas. Portanto, para os pentecostais, se a pessoa não fala em línguas, não recebeu o referido batismo.

Como pastor, vejo vez ou outra em reuniões de ministério, quando algum irmão com bom testemunho, dizimista, bom cooperador/auxiliar, é indicado ao diaconato, e o mesmo não fala em línguas, o que acontece? Ele simplesmente tem seu nome rejeitado na reunião porque “não é batizado com Espírito Santo”.

Qual a justificativa que geralmente é dada para esse conceito? Geralmente se cita a nomeação dos primeiros sete diáconos em Atos dos Apóstolos no capítulo 6, quando dizem que deveriam ser escolhidos homens “cheios do Espírito Santo, de sabedoria e com bom testemunho”.

Não estaria na hora de rever esse conceito? Falar em línguas é sinônimo de estar cheio do Espírito? Eu creio que posso estar cheio do Espírito e falar em línguas (Atos 2:4), como também creio que possa estar cheio e não falar em línguas. Afinal de contas, Paulo diz que “todos” fomos batizados no Espírito (I Cor. 12:13), mas nem todos recebem o dom de línguas (I Cor. 12:30). Ou seja, no Novo Testamento esse negócio de ter línguas como evidência e sinal e o dom de línguas como duas coisas distintas, não coaduna com I Coríntios capítulos 12 e 14, onde se menciona apenas o dom de línguas.

No entendimento de outros estudiosos da Bíblia, o texto de Gálatas 3:2 e 5; não faz distinção entre 1ª e 2ª benção, dando a entender que batismo com o Espírito Santo é sinônimo de conversão, regeneração, novo nascimento, salvação, e crer para a justiça.

Alguns interpretam o batismo como algo que, supostamente, faz aqueles que o recebessem se tornarem “super-homens”, seres acima do bem e do mal, com poder sobre tudo e todas as coisas, e livres de todo mal. Ora, quem lê as cartas de Paulo aos Coríntios vê que tudo o que não faltava lá eram dons, embora tudo o que faltasse lá fossem os frutos do Espírito, pois, mesmo cheios de dons e salvos na Graça, ainda eram meninos carnais e bobos.

Às Vezes a pessoa freqüenta, uma igreja na qual se ensina que o batismo com o Espírito Santo resolve todos os problemas. É a segunda benção. E quem vive tendo dificuldades, e ainda não falou em línguas estranhas, é porque não tem essa “segunda benção”. Então, o cidadão fica lá gemendo, e se comparando aos demais, e sempre sentindo que está andando para trás.

Depois de um tempo começa até a questionar se de fato, algum dia, já conheceu o Senhor. Conforme é ensinado pode ser até perversa com a alma, pois viola a liberdade de Deus de se manifestar a quem quer e como quer, não ensina que em Cristo o que já está feito em nosso favor continuar a ser, para nós, um processo de apropriação cotidiana, e enfraquece a esperança e a segurança no coração.

Por isto também muitos crentes acordam “salvos” e dormem “perdidos”, dependendo de se foram “corretos” ou não durante o dia. Essa perspectiva de “fé” nega os bens da Graça, que é favor imerecido. Ai vai ficando um conflito ainda maior. Afinal, você pensa, que crente sou eu que não consegue receber essa benção do batismo?

Vamos continuar o assunto em outra postagem...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ana Paula Valadão causa polêmica ao realizar “ato profético de transferência de gerações”

Durante o 15º Congresso de Adoração e Intercessão Diante do Trono a cantora e pastora da Igreja Batista da Lagoinha, Ana Paula Valadão, realizou o que ela denominou de um “ato profético de transferência de gerações”. O vídeo do “ato profético” tem causado polêmica nas redes sociais e vêm sendo comparado com outros episódios polêmicos em que a cantora já se envolveu.
O ato que motivou a polêmica se iniciou quando, em meio a uma ministração, Ana Paula Valadão chamou ao palco líderes evangélicos como Valnice Milhomens, Márcio Valadão e Hudson Medeiros para que iniciassem uma oração por sua geração, que era representada por ela, por seu irmão André Valadão e pelo seu esposo pastor Gustavo Bessa.
- Somos apenas símbolos diante de vocês. Sintam-se totalmente representados aqui – afirmou Ana Paula Valadão antes de receber a imposição de mãos e oração dos pastores mais velhos.
Após receber a oração da geração representada por Valnice Milhomens e Márcio Valadão, a geração de Ana Paula Valadão correu em direção à “nova” geração para também realizar uma oração. A geração que recebeu a oração foi representada por integrantes do Diante do Trono como Israel Salazar, Marine Almeida, Amanda Carius e Leticia Brandão.
Um vídeo de cerca de 4 minutos mostrando o “ato profético” começou a circular rapidamente pelas redes sociais, e motivou uma série de discussões e críticas, sobretudo de pessoas que compararam o ato ao episódio que ficou conhecido como a “unção do leão”, quando em uma apresentação, Ana Paula engatinhou no palco como uma leoa, fazendo gestos como se imitasse o animal.
Um dos momentos mostrados pelo vídeo que mais motivou criticas e até mesmo piadas foi quando Ana Paula derruba Israel Salazar ao chão, e começa a dançar em torno dele como se imitasse um avião.
O ocorrido tem causado discussões nas redes sociais e dividido opiniões. Enquanto muitos criticam o ato dos pastores, afirmando se tratar de algo que não tem a ver com o cristianismo e até mesmo envergonha a igreja evangélica, outros afirmam que “não se pode criticar um movimento espontâneo guiado pelo Espírito Santo” e até mesmo afirmam que muitos evangélicos “não entenderiam” o chamado ato profético realizado pela cantora.
Fonte: Por Dan Martins, para o Gospel+
Assista ao vídeo: