quinta-feira, 13 de maio de 2021

Por que a CPI da Covid citou Silas Malafaia?

 Nesta quarta-feira (12), o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, depôs na CPI da Covid.

O depoimento de Wajngarten foi marcado por muita discussão e até troca de insultos envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).


Fabio Wajngarten em depoimento na CPI (Reprodução)

O nome do pastor bolsonarista Silas Malafaia foi citado pelo ex-secretário logo no início da sua fala. Além do pastor, ele também citou o nome do missionário R.R. Soares.

Wajngarten disse que se aconselha com o pastor Silas Malafaia e com o missionário R.R Soares, e ressaltou que frequenta as reuniões do Templo de Salomão em São Paulo.

Ele também exaltou Bolsonaro, dizendo que participou de um governo temente a Deus, e que protege a família sempre em nome da pátria.

“Rezo todos os dias, além disso frequento as reuniões do Templo de Salomão em São Paulo, que me ensinou a ser forte e ser crente. Me aconselho com o pastor Malafaia e o missionário RR para buscar sempre os caminhos da fé. Participei de um governo temente a Deus, que protege a família, sempre em nome da pátria”, disse.

Fonte: https://www.fuxicogospel.com.br/2021/05/porque-a-cpi-da-covid-citou-silas-malafaia.html

Meu Comentário: Minha dúvida é se as mentiras que ele disse na CPI de forma tão descarada foram feitas sob influência desses conselhos ou foi por conta dele mesmo.

terça-feira, 11 de maio de 2021

Profecia e Misticismo

“Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais”. Jeremias 29:8. Verdade Prática: Embora o sobrenatural fascine o ser humano, muito do que ocorre nesse âmbito, não procede de Deus. Texto bíblico base para leitura em classe: Deuteronômio 13:1-5; 18:10-12.

Misticismo é pagão; é um sistema mágico e mecânico; não vem das livres expressões do amor e da confiança, mas sim das mecânicas de suposta manipulação do mundo espiritual; o que não passa de macumba. Mística, todavia, é a certeza da companhia invisível...; e é o discernimento das presenças e sinais de tamanha delicadeza que somente os discerne quem anda aberto para eles..., pela fé.

Balaão era crente no misticismo, por exemplo. Já Ezequiel, Zacarias, Maria, Paulo e tantos outros, eram apenas seres místicos; ou seja: abertos para certezas de coisas que se esperam e capazes de, pela fé, verem as coisas que não estão obviamente visíveis. 

Todavia, muitas vezes vemos que a mística de muitos crentes é nervosa, angustiada e histérica; posto que seja apenas uma crença no sobrenatural em razão da necessidade ou da angustia, mas não o fruto do amor que discerniu o diapasão das melodias silenciosas, somente perceptíveis na quietude da fé que deita na cama de Deus e vira para o lado como quem se aninha no lugar mais seu da vida: o amor de Deus. Jesus, via anjos de Deus subindo e descendo, e disse que nós também veríamos. 

Creio em todos os dons do Espírito. Pena que haja tão pouca coisa de fato genuína entre nós.

Sobre um verdadeiro profeta:

1. Um profeta nunca irá mandar o que a Palavra não ensina. 
2. Um profeta nunca marcará "consultas" -- Deus não fala com hora marcada. 
3. Um profeta tem que saber dizer: "O Senhor não me falou nada". 
4. Um profeta foge de se tornar objeto de consumo. 
5. Um profeta se declara um homem, não um anjo. 
6. Um profeta não viola 1 Co 14, nem sua profecia. 
7. Um profeta profetiza Jesus: Ele é o espírito de toda profecia. 

Não costumo pedir oração aos profetas. É essa fila em porta de profeta que acaba corrompendo até aqueles que um dia foram bons. Profeta não deve ser buscado. A profecia verdadeira sempre nos acha. E mais: nunca vá a profetas que convivem com amigos seus. Quase sempre o profeta já está condicionado. Então, não é profecia, mas profetada-fraterna. Bem intencionados, mas na carne.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Subsídio para EBD - O Ministério de Profeta

 


Quando se lê o Antigo Testamento, vemos que os profetas não foram meros microfones que amplificavam e decodificavam o falar de Deus, mas gente com uma cultura, temperamento e individualidade.

A tarefa do profeta não se resumia em transmitir o ponto de vista divino. Ele era o referencial do povo. O profeta em Israel não vaticinava apenas. Ele era também poeta, pregador, patriota, crítico social. Iniciavam suas profecias com juízo mas sempre concluíam com esperança e redenção.

O profeta não repetia jargões, não perpetuava o que já fora dito, mas pensava fora dos paradigmas. Não era convencional. A mágica de suas palavras vinha de sua intuição, de seu inconformismo e da largura de seus anseios. Inúmeras vezes a linguagem do profeta foi hiperbólica. O exagero era uma maneira de mostrar sua angústia, seu desespero de não se acovardar diante do iminente fracasso nacional.

Meu apetite em ler os profetas fez nascer em mim o desejo de vê-los entre nós. Entendo que o ministério profético com autoridade canônica foi até João Batista (Mt 11.13). Sei também que o dom carismático da profecia (I Co 12) resume-se à função tríplice que Paulo nos deu em I Coríntios 14:3: edificar, exortar e consolar.

Creio que o ministério profético que desejo não seja um título ou cargo. Sinto que a igreja evangélica brasileira, tem bons evangelistas, excelentes estrategistas eclesiásticos, já demonstramos alguma maturidade teológica, mas ainda somos carentes de líderes com a verve profética.

O Brasil necessita de pessoas, que sejam autênticos profetas do século XXI. Que impressionem pela coerência, bravura e profundo compromisso com os valores do reino de Deus e não pela performace. Que sejam "vozes" que clamam do deserto, e não "ecos" dos outros.

Hoje, o termo profeta anda meio banalizado. O que se vê muito é, aquelas ou aqueles videntes de plantão, que ficam profetizando casamentos ou des-casamentos, usos e costumes, dinheiro, etc. São comuns em reuniões de oração, em residências, em festas nas igrejas, quando dão umas profetadas (bajulação,) para os pastores no púlpito.

Tem uns, que têm até a cara de pau, de oferer consultas e cobrar por elas. Sugiro a leitura com calma, dos capítulos 26, 27 e 28 do livro de Jeremias e capítulos 5, 6 e 7 de Amós, para ver como era o verdadeiro ministério profético. Sei que ainda há "profeta em Israel".

A necessidade atual é de profetas que falem a Palavra de Deus, sem temer o homem, e não de "picaretas" que não têm nenhum temor de Deus, ao dizer que estão falando em nome Dele.

O profeta nos moldes do Antigo Testamento, acabou com João Batista. Pois no A.T., tanto o profeta como o sacerdote eram mediadores entre Deus e os homens. O sacerdote apresentava o sacrifício dos homens a Deus, e o profeta trazia a Palavra de Deus ao povo. No Novo Testamento essa figura "mediadora" não existe mais pois "só um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem", I Tim 2:5. Porém, o ministério profético continua existindo no Novo Testamento, porém sem ser ter aquele papel de mediador. Está escrito que "Ele (Jesus) deu dons aos homens, e uns como apóstolos, profetas, evangelistas, mestres e pastores", Efésios 4:11. A profecia existe como dom do Espírito e com a finalidade de exortar, edificar e consolar. Creio que um pastor ou outra pessoa possa ser usado sim, como um profeta.

O objetivo da profecia no N.T., segundo o apóstolo Paulo é levar a exortação, edificação e consolação, no entanto, isto não significa que não possa haver previsão do futuro. Em Atos 11:27-30; e 21:10-13, mostra o profeta Ágabo, fazendo previsões. O capítulo 21 de Atos, mostra uma situação interessante: as quatro filhas do evangelista Felipe profetizavam, mas não eram chamadas de profetas como Ágabo era. Ou seja, elas eram usadas no dom da profecia (I Coríntios 12:10), mas Ágabo tinha o ministério profético (Efésios 4:11). Quando se pergunta sobre qual pessoa a profecia é falada, no caso do citado profeta do N.T. foi na terceira: "..e disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:11.

Devemos separar as coisas:
1°) Acredito na contemporaneidade dos dons, inclusive os proféticos e apostólicos, porém como "dom".

Apóstolo como os 12 e Paulo, não existem mais. Segundo Atos cap. 1, para ser apóstolo tinha que ter acompanhado o ministério terreno de Jesus.

A excessão foi o apóstolo Paulo, que viu Jesus na estrada de Damasco e foi depois reconhecido como tal pelos apóstolos em Jerusalém. Hoje, não há ninguém que possa preencher essas características.

2°) O profeta no A.T., falava com autenticidade canônica, pois a Bíblia ainda não havia sido completada. Agora, os profetas podem tem ser profecias julgadas, conforme dizem os apóstolos Paulo e João. Suas profecias tem que ser submetidas à luz da Palavra de Deus, porque com a picaretagem e profetadas que existem por aí, são poucos os genuínos.

Também acredito que exista o dom de profetas e apóstolos. O que não existe hoje é a "ordenação ministerial" de um profeta e apóstolo, até porque não há alguém para fazer isso hoje. As ordenações dos que se dizem apóstolos não tem validade nenhuma. Os apóstolos foram chamados pelo próprio Jesus, e Paulo veio depois como um "nascido fora do tempo", conforme ele diz em I Cor. 15. No entanto, ele foi reconhecido como tal pelos que eram apóstolos antes dele. Agora hoje não tem um apóstolo com as características nem de Atos 1, nem de Paulo para ordenar outro. Há pessoas que são verdadeiros profetas e apóstolos, só não possuem o título e a ordenação ministerial. Mas estão por aí, sejam como crentes anônimos, missionários, diáconos, pastores, etc.