SEJA BEM VINDO. Este blog nasceu da vontade de poder compartilhar, pensamentos e reflexões sobre os acontecimentos atuais e a aplicação da Palavra de Deus a nossa vida.A escolha deste título para o meu blog, foi porque acredito que se não for para vivermos o Evangelho de Cristo conforme Ele viveu e ensinou, nada vale a pena. INDIQUE ESTE BLOG A MAIS ALGUÉM E DEIXE UM COMENTÁRIO JUNTO A MATÉRIA QUE PORVENTURA TENHA GOSTADO.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
A QUEDA DO AVIÃO E O "TESTEMUNHO" DO PASTOR
A voz de Deus salvou do voo 447 da Air France o pastor missionário da Assembleia de Deus em Paris, Gláucio Oliveira, 29 anos. O religioso já tinha reservado um lugar no avião que caiu no Oceano Atlântico, quando recebeu, na última quinta-feira, uma ‘ordem’ para não prosseguir com a viagem. O recado foi dado por uma amiga. Jussara Gonçalvez, 37 anos, participava de um grupo de orações e foi chamada pela colega Renata Carnevale, 30, que dizia ter recebido uma mensagem do Senhor. “Não deixe o varão viajar, a cova dele está aberta. Ele vai morrer”, afirmou Renata. Chorando muito, Jussara ligou na mesma hora para o pastor. Assustado, Gláucio não confirmou a reserva: “Eu ia de TAM no sábado, mas, desde que um amigo, também pastor, morreu num acidente da empresa, eu só voo de Air France, que considerava o melhor avião do mundo. Mas Deus me enviou a Renata, que recebeu a revelação de que, se eu entrasse naquele avião, minha cova estava aberta. Nós só nos vimos uma vez, ela nem sabia que eu ia viajar. Por isso, quando a Jussara me transmitiu a mensagem, fiquei apavorado. Orei a Deus e senti no coração que não devia ir. Ele foi fiel a mim, porque sempre lhe obedeci”. Renata, a mulher que salvou a vida do pastor, está de cama desde a manhã de segunda-feira, quando soube da queda do avião. Por telefone, ela confirmou ter recebido uma mensagem de Deus: “Não foi visão, eu apenas entreguei um recado do Senhor”
Fonte: Jornal Meio-Dia Edição de 3/06/2009
Via: Bereianos, Pavablog, Genzinah e Cristiano Santana.
É uma pena perceber que nós, cristãos, perdemos a dimensão da eternidade em nós. Nós estamos tão massacrados pelo tempo e pelo espaço, e a religião se transformou num megafone que faz propostas e promessas de suposto cumprimento imediato, e que roubou do coração das pessoas toda fé na eternidade. O que temos é corredor de sal grosso para você passar 30 vezes, e se passar bem passado, e freqüentar a reunião da corrente dos empresários, ou se entrar em qualquer outro sistema, em qualquer outra mecânica espiritual, no fim, diz-se que você pode ter um carro novo, um apartamento ou qualquer outra coisa. Não tem mais Cruz, não tem mais sangue, não tem eternidade, não tem pacificação com Deus. O que se tem agora é simplesmente consumo. E essa fézinha que está aí...na hora em que o tranco da existência bate firme, bate forte e bate fundo na gente, ela não sobrevive, porque ela existe apenas por fazer a promessa de que se você cumprir determinadas coisas, alguns benefícios imediatos lhes serão garantidos; nada mais do que isso... Agora, paz com Deus, tem que produzir em mim uma expectativa que transcenda o tempo, o espaço, o imediato, a violência, o estado de emergência, a crise familiar, as perdas imediatas, os lutos, as aflições.
Paulo diz em Romanos 5:1-8: "que Cristo morreu por nós, quando nós ainda éramos pecadores”, estranhos, inimigos, alienados, sem saber de coisa alguma, Ele se reconciliou conosco, esperando apenas que a gente se reconciliasse com Ele para que nós usufruíssemos do bem que já nos está garantido. De tal modo que a minha reconciliação pela fé, não é o que faz Deus mudar de idéia a meu respeito. A reconciliação da parte de Deus já está feita, eu é que não sabia. Nem você. E, enquanto isso..., vivíamos no padecimento da neurose, da angústia, da fobia, da culpa, das trocas, das barganhas, do altar da religião, do despacho, e de todas as aflições... Aquela agonia! Sem falar que sem paz com Deus a vida passa a acontecer um permanente estado de suspeição contra o céus. “Será que alguma coisa aconteceu comigo? Ih, meu Deus! Eu perdi o Táxi. Será que é por que tem alguma coisa? Será que Deus está me preparando alguma?” É um sentimento de suspeição o tempo todo! O cara chega no aeroporto, na hora de pegar o avião, ele tem medo de que se aquele avião vá cair; ou se ele está ali e ele perde o avião, ele já interpreta aquilo: “Ai, graças a Deus, vai ver que é porque esse vai cair.” Não está nem preocupado com os 199 que estão lá dentro! Sim, a maioria vive vida muito miserável. A gente vive, e a gente não se dá conta de como se vive uma vida de medo, medo, medo... o dia inteiro medo... medo de tudo. Mas quando a paz com Deus se estabeleceu dentro de mim, o benefício é todo meu. Já está feito, eu é que não sabia. Mas quando eu creio, o benefício vem para mim como paz. E ai, surge dentro de mim, uma dimensão completamente nova, que transcende o imediato. Eu continuo vivendo na terra, mas já me glorio na esperança da glória de Deus. Já não existem mais fatalidades. Já não existe mais absurdo. Já não existe mais interrupção da vida. Quem crer na minha palavra já passou da morte para a vida. Já há uma âncora firme e forte jogada para além de todos os véus, plantada em Deus, e que me garante que eu, conquanto esteja aqui, já estou lá, assentado nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Morri com Ele, ressuscitei com Ele, estou sentado nos lugares celestiais com Ele, apesar de estar suando aqui na frente de vocês... Tá feito! E eu me glorio nessa esperança.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
VIVENDO PELA FÉ
Mensagens Para Orkut - Mensagens e Imagens Lindas
As pessoas, embora confessem que vivem pela fé, na maioria das vezes vivem pela alma, pela emoção e pelas sensações e impressões. O que é desastroso no dia-a-dia.
Viver pela fé é não viver por vista, por emoção, por sensação, por circunstância, por impressão, por alegrias ou por sucesso. A gente vê isso claramente no Salmo 103, onde o salmista tem uma conversa consigo mesmo, onde o seu espírito fala com a alma, e a exorta.
Viver pela fé é ver o invisível apesar de todas as visibilidades negativas. É subjugar a alma ao espírito. É tirar a alma de seu estado de submissão natural aos poderes do Inconsciente e de suas pulsões, e pela consciência que advém da certeza da fidelidade de Deus. É sentir as águas invisíveis de um dilúvio de emoções nos afogando, e mesmo assim, tratá-las como miragem ou como truques da subjetividade frágil e impressionável da alma. É, no pior dia, poder dizer: “Mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. É afirmar que a vitória que vence o mundo é a nossa fé. É cantar louvores entre lágrimas. É ver a Nova Jerusalém mesmo em dias de Apocalipse. É ver na morte, qualquer morte, apenas um portal para a Vida. É saber que nada pode nos separar do amor de Cristo: nem a vida, nem a morte, nem o pecado, nem o diabo, nem qualquer criatura, e nem qualquer poder ou ambiente de mal.
O problema, como disse, é que a alma é retardada. Ela é tarda para crer, como disse Jesus. Muitas vezes o espírito já viu a vitória, mas a alma ainda chora lutos de defuntos que já ressuscitaram.
Elias é um bom exemplo. Pedira a Deus que golpeasse a Baal, deus das fertilidades, a fim de que pela ausência de chuva os supostos poderes de Baal fossem relativizados. Enquanto isso, todos os profetas genuínos haviam sido mortos, e ele peregrinava e se escondia. Quando, porem, chegou a hora do enfrentamento, no espírito, ele estava pronto; e convocou o povo e os profetas de Baal e do poste-ídolo e os venceu. Fogo caiu. O povo disse “Só o Senhor é Deus!” — e ele se alegrou no Espírito de Deus. Mandou dizer a Acabe que a chuva viria como temporal. E correu mais que carruagens, tamanha era a sua euforia. Mas quando Jezabel, agora já enfraquecida pela desmoralização de Baal, mandou dizer que o mataria, ele que a tudo e todos enfrentara, refugiou-se a 580 quilômetros de distância, em Horebe (indo à pé) e fez um discurso da alma retardada; posto que o que ele disse a Deus na caverna teria feito sentidos três anos antes; mas agora, depois de ter sido vindicado por Deus mediante uma vitória retumbante, era a manifestação de um coração entregue às emoções atrasadas.
O espírito está pronto, mas a “carne” (alma, emoções, impressões) é fraca e sempre atrasada.
Assim, ele se deprime com três anos de atraso; pois, enquanto estava sob a tensão proveniente da perseguição, a alma não tinha tido ocasião de se expressar. Agora, porém, depois de haver prevalecido, deu a si mesmo o direito retardado da autopiedade.
É por isso que Paulo diz que nenhuma dimensão pode nos separar do amor de Deus, mas não inclui o passado na lista de Romanos 8. E a razão é simples: a alma se alimenta do passado. E conquanto nem o passado possa nos separar do amor de Deus, ele, entretanto, pode nos separar da alegria vigente do amor de Deus. Posto que a alma é retardada — em razão de se alimentar de dores antigas, na maioria das vezes.
Daí a Psicologia lidar sempre com o passado, pois é dele que vêm as falsas impressões que pretendem cristalizar nossa alma em estados que já não são.
90% das angústias humanas nada têm a ver com hoje, mas com ontem. Portanto, para que se viva pela fé, tem-se que deixar de ser movido pelo ontem —e até pelo hoje circunstancial— e aprender a viver no dia chamado Hoje, o qual, mesmo no pior hoje, alimenta-se da Promessa que é; e que não muda nem em razão de traumas passados ou de impressões do presente.
Quem crê nisso ganha e perde, e não se impressiona. Chora lutos, mas não se sepulta junto. Lamenta perdas, mas não se faz perdido. Constata a realidade, porém, pela fé, a transcende.
No dia em que o povo de Deus de fato andar pela fé, praticamente tudo aquilo que hoje enche as clínicas psicológicas e os gabinetes pastorais já não existirá como problema. Pois o que se vê é que a maioria sofre de miragens porque não anda pela fé, mas apenas pelas sensações e impressões.
A fé, porém, é a certeza de coisas que se esperam e a firme convicção de fatos que se não vêem.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
FUGINDO DO "ESPÍRITO DE PASTOR"
“Pastoreai o Rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.”
Na Primeira Carta de S. Pedro 5:2-3
Um depoimento e um conselho
Há uma coisa que deveria ser pejorativamente chamada de "espírito de pastor", e essa tal coisa é uma casta existencial difícil de deixar a gente.
O fato é que há muita gente "possessa desse espírito", o qual tira da pessoa a possibilidade de ser ela mesma, fazendo dela um clone psicológico de um modo de sentir completamente artificial, e sem espontaneidade humana com os outros e com a própria pessoa.
Eu só tinha 18 anos e meio, e era apenas um menino amante de Jesus. Pregava em toda parte. Não queria ser pastor e nem ordenado. Desejava apenas pregar, e pregava. Aos 21 anos, me ordenaram, mesmo sem que eu tenha aceitado as imposições da denominação para ordenar ministros.
Então, logo começaram a me chamar de "Reverendo". Aquele garoto livre, agora, de súbito, da noite para o dia, era o "Reverendo Caio". Aí o tratamento passa a mudar: O melhor lugar na casa, na mesa, na sala, no salão, no aniversário, no funeral, nas festas de casamento, nas bodas, etc. As pessoas começam a ver o "sacerdote", o homem diferente dos homens, o santo, o ungido do Senhor, o anjo da igreja...; e também se percebe que as pessoas mudam com você; mas raramente se percebe que depois de um tempo, muito suave e lentamente, você também aceita a mudança que fizeram acerca de você. Ora, é aí que nasce o "espírito de pastor"!
Então, começa a transformação do ser humano numa figura totêmica, um totem erguido para a manutenção de tudo: Ele é santo pelos outros; é puro pelos demais; é quem não se diverte pelos que se divertem; é quem não fica doente para poder curar; é quem "estuda Deus" e "entende de Deus", a fim de poder explicar; e é quem é exemplo para se fazer clones comunitários. Se ele não casa os que se casam, eles se ressentem e magoam. Se ele está viajando quando alguém morre, ele abandonou o moribundo. Se ele está de férias, a igreja pode esvaziar. Ou seja: sem ele, nada do que foi feito de fez ou se faz! Vivendo sob tais responsabilidades e honras, o indivíduo vai virando pajé e não sente. Ou, em muitas ocasiões, passa a gostar mesmo de ser essa figura totemizada para a "igreja".
Ora, é nesta necessidade que o povo tem de ter "sacerdotes" e "figuras cultuadas", que tanto os bem intencionados se corrompem entregando-se ao "espírito de pastor"; como também os lobos se aproveitam e tiram as carnes do rebanho.
De fato, os ministérios pastoral, episcopal, apostólico ou de qualquer outra natureza já carregam em si próprios o germe do poder desse imantamento espiritual. As pessoas olham para qualquer desses "seres" — "ungidos" formalmente para tais posições —, como "ungidos do Senhor"; aqueles contra os quais não se pode ter uma opinião, pois, em assim sendo, Deus mesmo punirá os "rebeldes", ou "hereges", ou "desviados". Imagine quanto poder isto significa! Ali está um homem que é visto como "o homem de Deus" no meio dos demais homens "normais", e, de tal projeção, pode nascer apenas o "pastor clerical", como também pode vingar qualquer maluquice!
Eu tenho por certo que todos os modos de clericalismo são malignos em relação à saúde do indivíduo que carrega o peso cultural dessa "posição".
E a comunidade também fica adoecida! Sim, porque enquanto ela vê o líder com tais olhos, ela não cresce; ao contrário, se infantiliza; e jamais aprende a andar com as próprias pernas.
Ora, o verdadeiro pastor cuida, não domina; ajuda, não controla; alimenta, não explora; só se faz notado em caso absolutamente necessário; e deixa a porta aberta, de tal modo que todos entram e saem e acham pastagem.
A analogia do Bom Pastor em João 10, todavia, é perfeita no seu todo apenas em relação a Jesus, e a mais ninguém. Isto porque em relação a Jesus todos nós somos apenas ovelhas do rebanho.
Porém, em relação a nenhum "outro pastor", nós devemos ser "ovelhas do rebanho"; posto que ser ovelha de Jesus já nos põe na condição de só ouvir a voz de um homem se ela for de acordo com a Voz do Único Pastor; do contrário, a ordem de Jesus é para não "seguir a voz do estranho", pois somos o Rebanho de Deus.
Portanto, o verdadeiro pastor de homens é apenas mais um do rebanho único, sendo somente uma ovelha que já se deixou ensinar um pouco mais pela voz do Único Pastor. É na Sua fidelidade e reconhecimento à Voz do Pastor que ele se qualifica para ser pastor entre ovelhas, pois, conforme Pedro, ele se torna "modelo do rebanho".
Assim, é o caminho da ovelha seguindo o Pastor, o que a torna uma ovelha-pastor; visto que seu passo e obediência estabelecem referência para as demais.
O problema é que alguns "pastores" e clérigos pensam que são os "Jesuses" da comunidade; e, diferentemente de Jesus, transformam-se nos lobos que não amam as ovelhas, mas apenas os privilégios e poderes que delas "arrancam".
E como agravante, a "igreja", por ser pagã ainda em sua essência, precisa desses "pastores tiranos", pois, como associam a "figura clerical" ao "representante de Deus", sentem-se objeticamente mais seguras se têm um déspota dizendo o que fazer, o que não fazer, com quem casar ou não, e quem é quem.
"Não é assim entre vós!"— disse Jesus!
Foi por esta razão que Jesus tirou as roupas de cima e se cingiu de uma toalha e passou a lavar os pés dos discípulos. Sim, porque liderar é, sobretudo, poder lavar pés e servir em nudez.
Na realidade, além de tudo o que o gesto de Jesus ensina, nele também vemos o modelo existencial do significado da liderança: O líder serve em revelação de sua humanidade. E os liderados são servidos aceitando a humanidade de quem lidera servindo de modo humano. E Jesus disse a Pedro que ou seria assim, ou Pedro não teria parte com Ele!
Somente quando os líderes tiverem a coragem de fazer como Paulo e Barnabé, que rasgaram as roupas e expuseram sua nudez quando foram chamados de "deuses", é que aqueles que crerem no que as lideranças disserem, não ficarão ainda mais adoecidos de idolatria.
Hoje se dá o contrário da experiência dos apóstolos: a maioria dos líderes faz todo o possível para passar por deuses; e, o povo, vai se ameninando na fé, apenas trocando de "pai-de-santo", ou de pajé ou de sacerdote; porém existindo sob a escravidão da espiritualidade da idolatria; adorando e servindo a criatura, mesmo que se vistam de pastores, bispos ou apóstolos.
No Caminho nós temos buscado diante de Deus e conforme o Evangelho, quebrar todos esses paradigmas totêmicos. Sugiro que todos, em todo lugar, e com todo bom coração, assim o façam também, em nome de Jesus, o Bom Pastor! (Caio Fábio).
Fonte: www.caiofabio.com.br
Na Primeira Carta de S. Pedro 5:2-3
Um depoimento e um conselho
Há uma coisa que deveria ser pejorativamente chamada de "espírito de pastor", e essa tal coisa é uma casta existencial difícil de deixar a gente.
O fato é que há muita gente "possessa desse espírito", o qual tira da pessoa a possibilidade de ser ela mesma, fazendo dela um clone psicológico de um modo de sentir completamente artificial, e sem espontaneidade humana com os outros e com a própria pessoa.
Eu só tinha 18 anos e meio, e era apenas um menino amante de Jesus. Pregava em toda parte. Não queria ser pastor e nem ordenado. Desejava apenas pregar, e pregava. Aos 21 anos, me ordenaram, mesmo sem que eu tenha aceitado as imposições da denominação para ordenar ministros.
Então, logo começaram a me chamar de "Reverendo". Aquele garoto livre, agora, de súbito, da noite para o dia, era o "Reverendo Caio". Aí o tratamento passa a mudar: O melhor lugar na casa, na mesa, na sala, no salão, no aniversário, no funeral, nas festas de casamento, nas bodas, etc. As pessoas começam a ver o "sacerdote", o homem diferente dos homens, o santo, o ungido do Senhor, o anjo da igreja...; e também se percebe que as pessoas mudam com você; mas raramente se percebe que depois de um tempo, muito suave e lentamente, você também aceita a mudança que fizeram acerca de você. Ora, é aí que nasce o "espírito de pastor"!
Então, começa a transformação do ser humano numa figura totêmica, um totem erguido para a manutenção de tudo: Ele é santo pelos outros; é puro pelos demais; é quem não se diverte pelos que se divertem; é quem não fica doente para poder curar; é quem "estuda Deus" e "entende de Deus", a fim de poder explicar; e é quem é exemplo para se fazer clones comunitários. Se ele não casa os que se casam, eles se ressentem e magoam. Se ele está viajando quando alguém morre, ele abandonou o moribundo. Se ele está de férias, a igreja pode esvaziar. Ou seja: sem ele, nada do que foi feito de fez ou se faz! Vivendo sob tais responsabilidades e honras, o indivíduo vai virando pajé e não sente. Ou, em muitas ocasiões, passa a gostar mesmo de ser essa figura totemizada para a "igreja".
Ora, é nesta necessidade que o povo tem de ter "sacerdotes" e "figuras cultuadas", que tanto os bem intencionados se corrompem entregando-se ao "espírito de pastor"; como também os lobos se aproveitam e tiram as carnes do rebanho.
De fato, os ministérios pastoral, episcopal, apostólico ou de qualquer outra natureza já carregam em si próprios o germe do poder desse imantamento espiritual. As pessoas olham para qualquer desses "seres" — "ungidos" formalmente para tais posições —, como "ungidos do Senhor"; aqueles contra os quais não se pode ter uma opinião, pois, em assim sendo, Deus mesmo punirá os "rebeldes", ou "hereges", ou "desviados". Imagine quanto poder isto significa! Ali está um homem que é visto como "o homem de Deus" no meio dos demais homens "normais", e, de tal projeção, pode nascer apenas o "pastor clerical", como também pode vingar qualquer maluquice!
Eu tenho por certo que todos os modos de clericalismo são malignos em relação à saúde do indivíduo que carrega o peso cultural dessa "posição".
E a comunidade também fica adoecida! Sim, porque enquanto ela vê o líder com tais olhos, ela não cresce; ao contrário, se infantiliza; e jamais aprende a andar com as próprias pernas.
Ora, o verdadeiro pastor cuida, não domina; ajuda, não controla; alimenta, não explora; só se faz notado em caso absolutamente necessário; e deixa a porta aberta, de tal modo que todos entram e saem e acham pastagem.
A analogia do Bom Pastor em João 10, todavia, é perfeita no seu todo apenas em relação a Jesus, e a mais ninguém. Isto porque em relação a Jesus todos nós somos apenas ovelhas do rebanho.
Porém, em relação a nenhum "outro pastor", nós devemos ser "ovelhas do rebanho"; posto que ser ovelha de Jesus já nos põe na condição de só ouvir a voz de um homem se ela for de acordo com a Voz do Único Pastor; do contrário, a ordem de Jesus é para não "seguir a voz do estranho", pois somos o Rebanho de Deus.
Portanto, o verdadeiro pastor de homens é apenas mais um do rebanho único, sendo somente uma ovelha que já se deixou ensinar um pouco mais pela voz do Único Pastor. É na Sua fidelidade e reconhecimento à Voz do Pastor que ele se qualifica para ser pastor entre ovelhas, pois, conforme Pedro, ele se torna "modelo do rebanho".
Assim, é o caminho da ovelha seguindo o Pastor, o que a torna uma ovelha-pastor; visto que seu passo e obediência estabelecem referência para as demais.
O problema é que alguns "pastores" e clérigos pensam que são os "Jesuses" da comunidade; e, diferentemente de Jesus, transformam-se nos lobos que não amam as ovelhas, mas apenas os privilégios e poderes que delas "arrancam".
E como agravante, a "igreja", por ser pagã ainda em sua essência, precisa desses "pastores tiranos", pois, como associam a "figura clerical" ao "representante de Deus", sentem-se objeticamente mais seguras se têm um déspota dizendo o que fazer, o que não fazer, com quem casar ou não, e quem é quem.
"Não é assim entre vós!"— disse Jesus!
Foi por esta razão que Jesus tirou as roupas de cima e se cingiu de uma toalha e passou a lavar os pés dos discípulos. Sim, porque liderar é, sobretudo, poder lavar pés e servir em nudez.
Na realidade, além de tudo o que o gesto de Jesus ensina, nele também vemos o modelo existencial do significado da liderança: O líder serve em revelação de sua humanidade. E os liderados são servidos aceitando a humanidade de quem lidera servindo de modo humano. E Jesus disse a Pedro que ou seria assim, ou Pedro não teria parte com Ele!
Somente quando os líderes tiverem a coragem de fazer como Paulo e Barnabé, que rasgaram as roupas e expuseram sua nudez quando foram chamados de "deuses", é que aqueles que crerem no que as lideranças disserem, não ficarão ainda mais adoecidos de idolatria.
Hoje se dá o contrário da experiência dos apóstolos: a maioria dos líderes faz todo o possível para passar por deuses; e, o povo, vai se ameninando na fé, apenas trocando de "pai-de-santo", ou de pajé ou de sacerdote; porém existindo sob a escravidão da espiritualidade da idolatria; adorando e servindo a criatura, mesmo que se vistam de pastores, bispos ou apóstolos.
No Caminho nós temos buscado diante de Deus e conforme o Evangelho, quebrar todos esses paradigmas totêmicos. Sugiro que todos, em todo lugar, e com todo bom coração, assim o façam também, em nome de Jesus, o Bom Pastor! (Caio Fábio).
Fonte: www.caiofabio.com.br
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