terça-feira, 13 de julho de 2021

Subsídio para EBD, lição 02 de jovens - Oséias, o casamento como reflexo da comunhão com Deus

 



Oséias ou Oseias (em hebraico: הוֹשֵׁעַ, transl. Hošeaʿtib. Hôšēăʿ, "Salvação do/é Senhor"; em gregoσηέ, transl. Ōsēe) foi um personagem bíblico, e um profeta em Israel no século VIII a.C., filho de Beeri[1]. É um dos Doze Profetas da Bíblia hebraica judaica, também conhecidos como profetas secundários no Antigo Testamento cristão.


Viveu no Reino do Norte durante os reinados de UziasJotãoAcaz e Ezequias, reis de Judá, e de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, entre 780 e 725 a.C.. Em Oséias 5:8 existe uma referência às guerras que levaram à captura do reino pelos assírios, ocorrida em torno de 734-732 a.C.; não se sabe ao certo se Oséias teria também vivido a destruição de Samária, que é prevista em Oséias 13:1.

A vida familiar de Oséias refletia a relação "adúltera" que Israel havia construído com os deuses politeístas. Os nomes de seus filhos lhes transformaram em profecias ambulantes da queda da dinastia dominante e do pacto rompido com Deus - de maneira muito semelhante ao profeta Isaías uma geração mais tarde. Oséias frequentemente é visto como um "profeta do destino", porém sob sua mensagem de destruição está uma promessa de restauração. O Talmude (Pesachim 87a) alega que ele teria sido o maior profeta de sua geração (que incluiu o mais notório Isaías).

O nome de sua esposa é Gomer, uma adultera contumaz, e que aproveita as horas do trabalho do marido para se entregar a todos os prazeres...com outros, muitos outros, especialmente com os inimigos dele. Depois de um tempo Oséias já não era poupado pela esposa. Ela fazia as coisas de modo aberto, sem nenhum pudor.

Gomer não tinha pudor, nem discrição! Ela era capaz de deixar o marido em casa e ir para um motel, recebendo, pela ordem, homens a noite inteira. A paga eles supostamente deveriam deixar na saída, numa caixa. Mas como quase todo homem que busca tais mulheres sonha com a possibilidade de que ele seja tão especial, e melhor do que todos os anteriores, que adoraria ouvi-la dizer: “Esta foi por conta da casa”—; nada ouvindo como cobrança, nada deixavam na caixa, à saída.

Oséias era padeiro. Saía para trabalhar e fazer pão para todos, até para a clientela de sua mulher... Quando ia passando, via a caixa quase vazia. Então, vinha e enchia a caixa de Gomer por ordem do Senhor. Pela manhã ela se gabava de que os seus dotes femininos haviam conquistado todas aquelas coisas... E acrescentava: Só você é que não me dá nada. Se eu dependesse dessa sua honestidade estaria morta de fome.

Oséias nada dizia. Ele apenas ouvia a voz de Deus, que lhe dizia: Sei como tu te sentes, pois é assim que me sinto. Podes tu agora entender a minha dor? Eu amo o meu povo, dou a ele, graciosamente, todas as coisas; mas eles preferem pensar que foram os seus próprios poderes espirituais que os prosperaram. Eu os abençôo apesar deles mesmos, mas eles atribuem a minha benção às suas próprias magias espirituais, inclusive aquelas que eles dizem praticar em meu nome. Sim! eu sou o Deus da Graça e da misericórdia, e demoro imensamente a me irar-me, mas eles me provocam a ira, enganando também aos mais ignorantes do que eles, e em meu nome cobrando remuneração para mim, e por dádivas que eu, o Senhor, dou apenas por minha Graça.

O Deus de Oséias é o marido traído, e que não tem outra saída a não ser continuar amando a sua própria esposa, visto amá-la para além de sua própria dor. O Deus de Oséias é um Deus ferido. Marcado pela tristeza de não se ver reconhecido e percebido, e por amar de tal maneira...mais que tudo. E mesmo assim, não conseguir seduzir aqueles que dizem ter com Ele uma aliança...pois esses tais, amam apenas aquilo que lhes cai na “caixa”.

O Deus de Oséias é amor. Ele não descarta jamais as Suas promessas e nem esquece de ser misericordioso. O Deus de Oséias espera o dia em que Gomer se converta a Ele, e que deixe de lado as suas fantasias, e corra arrependida para os braços Daquele que foi fiel às Suas próprias misericórdias e promessas.


Pesquisa Data Folha diz que evangélicos avançam no Brasil e chegam a 65 milhões de pessoas e sociólogo questiona: “Por que crescem tanto?”

 


Hoje, no Brasil, nenhuma discussão política séria pode desconsiderar o crescimento massivo dos evangélicos. A fé evangélica tem se capilarizado em nosso país, estando visivelmente presente em todo o tecido social. Segundo estatística divulgada pelo Instituto DataFolha, um em cada três adultos no Brasil se identifica como evangélico.  Eu, que venho de tradição evangélica – sendo apresentado e criado numa igreja Batista histórica no início dos anos 90, (quando os evangélicos eram apenas 9% da população), e que vivi o final da minha adolescência no começo dos anos 2000, quando já representavam 15,6% -, me surpreendo a cada nova pesquisa que aponta para o aumento numérico do grupo religioso no país. 

Conforme uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto DataFolha, os evangélicos representam 31% da população (mais de 65 milhões de pessoas). A adesão à religião evangélica no Brasil se dá predominantemente entre indivíduos das classes mais baixas; a maioria se filia as igrejas pentecostais e neopentecostais. De acordo com o Censo Brasileiro, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estátisticas (IBGE), em 2010, 60% (25,3 milhões), dos evangélicos eram pentecostais. 

Em uma projeção linear do cenário religioso no Brasil, o doutor em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Eustáquio Diniz Alves, prevê que em 2036 os evangélicos chegarão a 40,3 % da população, ultrapassando os católicos, que cairão para 39,4%. Se essa projeção se cumprir, em 15 anos o Brasil se tornará uma nação predominantemente evangélica, com um número cada vez maior de jovens e crianças se juntando as suas fileiras.

Diante desse cenário a pergunta Por que os evangélicos crescem tanto? tem recebido olhares de sociólogos, antropólogos, pesquisadores e cientistas da religião. Dentre os diversos fatores desse crescimento, destaca-se a presença social das igrejas nas periferias e rincões do Brasil. Em Povo de Deus, o sociólogo Juliano Spyer descreve o modo como as igrejas evangélicas (sobretudo as pentecostais) estão abraçando as pessoas esquecidas pelo Estado. Segundo Spyer: As igrejas evangélicas funcionam como estado de bem-estar social informal ocupando espaços abandonados pelo Poder Público”

As igrejas doam cestas básicas, mediam conflitos conjugais, cuidam dos doentes, acolhem os marginalizados, visitam os aprisionados e promovem a aculturação de uma massa de pessoas invisibilidades. Até mesmo o conservadorismo evangélico, em certa medida, – conforme recentes pesquisas -, impacta positivamente famílias, inclusive jovens que estão próximos ao crime organizado e vulneráveis ao uso de drogas. 

Enquanto a fé evangélica e os evangélicos não receberem um tratamento sério por parte da sociedade como um todo e a medida que forem estereotipados como fascistas, ignorantes e autoritários,  a “revolução silenciosa” (expressão utilizada por Eustáquio para denotar a transição religiosa na qual os evangélicos assumem a hegemonia no país), ocorrerá, distanciando-os de propostas políticas identificadas como progressistas e mais centristas e aproximando-os de candidatos populistas e reacionários. Isso aconteceu em 2018, na eleição de Jair Bolsonaro que angariou os votos de aproximadamente 21 milhões de evangélicos.

Muito provavelmente a próxima eleição presidencial será definida pelo voto do eleitor evangélico. Enquanto a eleição não chega, presenciaremos a corrida dos diversos setores do espectro político para conquistar o favor e o coração dos fiéis. Como se pode ver Bolsonaro já iniciou essa corrida acenando mais uma vez ao seguimento religioso com a indicação do pastor André Mendonça para a vaga do STF – um candidato que pode vir a ser um ministro terrivelmente evangélico.

Fonte: Por Matheis Leitão – Veja, via https://www.jmnoticia.com.br/