sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Caso do goleiro Bruno precisa ser pensado para além da tragédia episódica

Sabemos, e como!, que não adianta ter um equipe de jogadores que não sabe a diferença entre disciplina e subserviência. Se alguém tem alguma dúvida a respeito, pergunte a Dunga e a Jorginho, o pequeno cérebro que dirigia a carranca do outro. Atribui-se ao lendário técnico João Saldanha a máxima de que o futebol não precisa de jogadores que queremos para casar com as nossas filhas. Até aí, estamos de acordo.

Mas o futebol tem uma importância cultural no Brasil que requer certos ajustes. O caso estarrecedor do goleiro Bruno vem se juntar a outras polêmicas recentes envolvendo jogadores do Flamengo, como Vagner Love e Adriano, que já deixou o time. Os dois foram flagrados, vamos ser mansos, em relações excessivamente cordiais com traficantes.

Pode-se apelar à história, à sociologia, à antropologia e até à luta de classes para especular por que as coisas são assim: meninos pobres, alçados à fama e com uma montanha de dinheiro, teriam dificuldades para… Bem, vocês sabem onde explicações como essa terminam: na justificação da bandalheira.

O caso Bruno excede a imaginação mais perversa. Parece se tratar de uma verdadeira conspiração de psicopatas; de gente que veio ao mundo sem culpa, que pode amarrar as mãos de uma mulher, mãe de um bebê que está presente (e sobre cujo assassinato também se especula), e anunciar: “Você vai morrer”. A ser verdade o que diz um menor que participou do crime, o corpo de Eliza foi retalhado e dado como comida aos cães. Bruno é um ponto fora da curva até mesmo dos crimes mais hediondos.

Mas uma coisa certa: testemunhos anteriores da vítima e declarações do próprio jogador sugeriam que o atleta tinha uma vida, digamos, bastante heterodoxa para quem era o goleiro do time que tem a maior torcida do país — e que o tinha como ídolo. O futebol brasileiro não precisa de escoteiros cretinos mais ocupados em dar vivas a Jesus — como se o Nazareno se interessasse por futebol! — do que em obedecer ao evangelho da bola. Mas estará cometendo um erro se não exigir dos talentosos um comportamento compatível com a sua função e com aquilo que representam num país apaixonado por esse esporte.

As profissões todas têm códigos de ética. A associação que reúne os clubes e a própria CBF poderiam se ocupar de elaborar um conjunto de procedimentos decorosos a que o atleta se obrigaria — devidamente previstos em contrato.

Alguém dirá: “Não há regras contra os psicopatas”. Pode até ser. A questão é saber se, nesse caso, o próprio Bruno já não havia dado uma pista importante quando convocou o testemunho pessoal de jornalistas, convidando-os a revelar quem, ali, nunca havia dado uns tabefes na própria mulher. O clube o forçou a pedir desculpas, ele pediu. E continuou, com o direi?, em seu ritmo dissoluto…

Flamengo, Corinthians, Vasco, Palmeiras ou o meu Mocoembu, de Dois Córregos… A disciplina sem o talento é uma tristeza; o talento sem a disciplina é uma estupidez. Em ambos os casos, o desastre fica à espreita.


Fonte: Blog Reinaldo Azevedo - veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

terça-feira, 6 de julho de 2010

Tristes notícias assembleianas e as propostas de mudança

1ª Notícia: Convenção Geral quer limitar atuação de domínios eclesiásticos; AGE de setembro foi cancelada

Reunidos no dia 30, no prédio da Convenção Geral (CGADB), em Vicente de Carvalho, Grande Rio, presidente e diretores de convenções regionais, mesa diretora da CGADB e advogados não chegaram a uma decisão final sobre alterações dos estatutos da CGADB.

O que se discute é a forma de proibir a abertura de regionais de convenções em Estados fora dos limites da mesma, infiltrando-se em outras regiões eclesiásticas e, portanto, de domínio de outras regionais.

A mudança mais abrangente e questionável, embora interessante e que deveria ter essa redação desde o seu princípio, é a de ampliar a abrangência da CGADB e passar a ser Convenção Geral das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Brasil (CGIEADB).

Em vez de limitar a questões ligadas a ministros (convenção de ministros), passaria a ter "domínio" também sobre igrejas. Durante a reunião, alguns pastores questionaram o motivo das mudanças, uma vez que é só cumprir o atual estatuto, que já estabelece limites e proibições.

Outros chegaram a questionar sobre as insistências de convencionais sobre dúvidas que pairam sobre a prestação de contas, renúncias e questões ligadas à CPAD, que ainda não tiveram respostas satisfatórias.
Houve ainda discussões inócuas, sob a inclusão nos estatutos de um padrão de usos e costumes.

2ª Notícia: Pastor Oscar Moura assume 1ª vice-presidência da CGADB por liminar

Pastor Oscar Moura, presidente da Cadeeso (ES), assumiu ontem a 1ª vice-presidência da Convenção Geral (CGADB), por meio de liminar. Ele passou a ocupar o lugar deixado pelo pastor Silas Malafaia, que renunciou ao cargo.
A liminar foi protocolada no dia 29, às 9h48, na CGADB, que resolveu não contestar a decisão.

3ª Notícia: Convencionais entram com processo para solicitar prestação de contas da CGADB

Agora a prestação de contas da CPAD, que não foi apresentada na última AGO, durante a eleição da CGADB em Serra (ES), será feita por via judicial. O processo 00164998420108190202, distribuído ontem (30), na 4ª Vara Cível de Madureira, Grande Rio, solicita a prestação de contas da CGADB, o que inclui a CPAD.

Os autores representam expressivo número de pastores-membros da Convenção Geral e entendem que a prestação da CGADB não satisfaz e deve ser contestada e que omite dos convencionais informações importantes.
Dentre os questionamentos estão contratos, valores pagos sem comprovação aceitável, cheques devolvidos, acordos etc. No caso da CPAD o processo solicita contas do envio de dinheiro aos Estados Unidos, pagamento de parentes do diretor, que mantém contrato com a empresa, proibido por lei, dentre outros.

O prazo para a contestação é de 5 dias, a partir da citação. A prestação de contas deve ocorrer de “forma detalhada e em linguagem mercantil”, afirmam os autores.
Sete pastores são os autores e pertencem às convenções regionais de São Paulo (Confradesp), do Rio (Comaderj e Ceader), do Espírito Santo (Confrateres), do Amazonas (Ceadam), do Paraná e um juiz de Direito do Amapá (Cemiadap).

3ª Notícia: Pastor Manoel Ferreira vai coordenar movimento evangélico na campanha de Dilma Rousseff

O pastor e deputado federal Manoel Ferreira será o coordenador do movimento evangélico da campanha da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT). E desta forma, não será candidato ao Senado como apostavam seus aliados. Em seu lugar, estarão o ex-deputado Carlos Dias, ligado ao Movimento Carismático da Igreja Católica e o cantor Waguinho.

Fonte: Blog Fronteira Final e site O Galileo

MEU COMENTÁRIO:

Depois de notícias como essas, vieram algumas propostas para tentar mudar esse quadro. O pastor Geremias do Couto lançou em seu blog, uma campanha com propostas positivas para a mudança da igreja.

Na continuação dessas propostas, os blogueiros Judson Canto e Gutierres Siqueira postaram recomendações interessantes para a transformação da igreja evangélica, em especial a denominação Assembleia de Deus.

Elas podem ser encontradas na íntegra nos blogues:
Manhã com a Bíblia, O Balido e Teologia Pentecostal.

A atitude foi louvável da parte deles, em face do silêncio de outros que por alguma razão, preferiram falar de tudo quanto é assunto, menos sobre os problemas vigentes.

As propostas são excelentes e eu assino em baixo de todas elas. O problema é que na minha modesta opinião, as coisas chegaram a tão ponto, que só uma revolução para mudar toda a estrutura que aí está.

Eu sempre fui mais para o estilo reformista do que revolucionário, ou seja, daqueles que preferem adaptar, consertar, e reformar para poder melhorar o que já existe. Mas agora, vejo que não dá mais para "botar remendo em pano velho e nem por vinho novo em odres velhos", conforme disse Jesus.

Uma instituição em que para um vice-presidente tomar posse, tem que ser através de liminar da justiça, que para se ter acesso a prestação de contas, somente se entar via judiciária, e que, ainda tenta mudar estatutos de última hora, para que muitos outros não façam igual ao pastor Malafaia, e se retirem com as igrejas que lideram, para mim perdeu a credibilidade como uma instituição que se diz cristã.

Por outro lado, o líder da outra instituição congênere, que deveria apenas cuidar da igreja e não mexer com política, se torna coordenador de uma candidatura presidencial.

Bom, o ideal era que como pastor, ele ficasse apenas no púlpito e não no palanque, mas já prefere trabalhar em política, que pelo menos apoiasse uma candidata que possui um histórico em que não constou seu nome em mensalão, sanguessugas e ainda é da mesma denominação, pelo menos seria mais coerente.

"Que haja uma revolução do Evangelho de Jesus no nosso meio, que o vento do Espírito sopre onde há somente estruturas vazias de contéudo e significado, que o amor de Cristo, possa constranger corações onde o desejo de poder, dinheiro e status tomou o lugar da fé simples e singela". Essa é a minha oração.