quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Natal e a Revelação aos Marginais da Religião

Os textos chamados natalinos são todos de natureza revolucionária e marginal. José é maior que o machismo, e aceita sua mulher, sem poder explicar para ninguém a gravidez dela (isso se alguém tivesse descoberto), mas apenas aceita o testemunho de um anjo, e, ainda pior: num sonho. José torna-se marginal. Deflagra as chamas da revolução da dignidade.Os magos do oriente chegam conforme a Ordem de Melquizedeque, pois, sem terem nada a ver com a genealogia de Abraão, seguem uma estrela que anda no interior deles, e, caminhando nessa simplicidade discernem aquilo que os teólogos de Jerusalém só sabiam como “estudo bíblico”. Os que tinham a Escritura (os escribas), não tinham a Revelação. E quem nada sabia da Escritura tinha sabido o necessário acerca do Verbo pela via da Revelação. Uns sabiam o endereço: “Em Belém da Judéia...”, mas não tinham a disposição de sair do lugar... amarrados que estavam à idéia de que conhecer o texto leva alguém a qualquer lugar. Já os que perguntavam (os magos), estavam no caminho... seguiam... e são eles os que chegam onde Jesus estava. Eles dão testemunho do potencial revolucionário do Evangelho para qualquer alma da Terra. Esta é a revolução supra religiosa, conforme a Ordem de Melquizedeque.A velha Isabel dá a luz um filho. Seu velho marido não pode nem contar a história, pois fica mudo. É a revolução dos estéreis e mudos.O rei dos judeus não tem onde nascer! Esta é a subversão dos poderes!Pastores distraídos são visitados por miríades de anjos—e eles representam os homens de boa vontade. É a marginalidade da Glória!Nenhum dos sábios de Jerusalém discernem o Príncipe Eterno quando seus pais o levam ao templo para a circuncisão, mas apenas uma profetiza velha e um ancião sem significado religioso. A revelação não sabe os nomes dos sacerdotes! Ou seja: a começar da Encarnação como Natal (nascimento), o Evangelho é para aqueles que não se esperava que fossem discerni-lo. A Revelação é quase sempre marginal!Os grandes atos de Deus não acontecem em Palácios, mas em choupanas e estrebarias. E a voz mais veemente do natal é a voz da virgem, da Maria simples, e que troveja a justiça de Deus sobre as nações. Ela é quem anuncia a grande subversão divina. E faz isto como um Cântico.Dedico este texto a todos os que hoje se sentem afastados da religião, e que ainda carregam a culpa de assim estarem afastados. Deus não é oficial. A vida não é oficial. O amor não é oficial. A Graça de Deus é sempre subversão e marginalidade. Na oficialidade são feitos os julgamentos. Na marginalidade explode a vida. Abra seu coração e siga o Guia, conforme os magos. Seja generoso como José. Corajoso como Maria. Fértil como a estéril Isabel. Convicto como o mudo Zacarias. Alegre como aqueles que são acordados nos campos pela voz de anjos. Capaz de antever a salvação como esperança mesmo que você seja velho como Simeão e idoso como Ana.Nas narrativas do Natal nas Escrituras não são as pessoas que vão a Deus, mas Deus que vai às pessoas. O Natal acontece como afirmação de que em Jesus, Deus se reconciliou com os homens. Assim, não se sinta excluído, pois, eu sei, nestes dias, Deus enviará corais de vozes interiores, e nos ajudará a discernir o caminho interior da estrela, e nos fará contentes com a Graça de Hoje, e que será a esperança de amanhã, para nós e para todos os humanos.No Natal Jesus é a alegria dos homens!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Sonho não acabou - a benção dos trigêmeos

Eu e minha esposa Ana Cristina, somos casados à 17 anos. Quando nos casamos eu já era evangelista da igreja. Depois de casados, ela começou um tratamento, pois o médico dela disse que tinha um problema hormonal. Depois iniciou um tratamento com um especialista, que descobriu que ela tinha a síndrome de ovário policístico. Usou vários medicamentos, sendo alguns muito fortes, nesse ínterim, eu também fiz exames.

Então quando estávamos com 9 anos de casados, fomos surpreendidos com um tumor de ovário, sendo um deles retirado. Como o tumor estava localizado no órgão que foi retirado e não havia se espalhado, os médicos, tanto o ginecologista, quanto o oncologista, disseram que minha esposa, não precisaria passar por quimioterapia, nem radioterapia, mas por uma questão de segurança, teria que fazer o chamado “procedimento radical”, ou seja, a retirada completa do útero, trompas, e o outro ovário. Ficamos chocados! Seria o fim de um sonho!

Me lembro do dia em que orei suplicando um milagre, apenas confiando na graça e misericórdia de Deus, sem nenhuma barganha a fazer. Alguns dias depois recebi a ligação do médico, me dizendo que mais quatro patologistas haviam feito uma nova avaliação do caso e como ela tinha apenas trinta anos, foi recomendado o tratamento conservador, onde não seria feita a dita cirurgia, mas apenas o acompanhamento durante cinco anos, através de exames. Louvamos a Deus agradecidos!

Dois anos depois ela ficou grávida pela primeira vez, sem tratamento algum, mas sofreu um aborto espontâneo com quatro meses. Foi muito sofrido. Como eu estava pastoreando, e um dos ofícios de pastor, além de pregar, visitar, orar por enfermos, fazer cerimônias de casamentos, cultos fúnebres entre outras coisas, é de também apresentar crianças nos templos, já que na minha denominação não se batiza crianças. Então, eu as apresentava, orava por elas com todo o meu coração e também por seus pais, mas para mim, como para minha esposa, ficava aquele pensamento: “Será que um dia poderemos apresentar nosso filho também?”

Sim, algumas vezes, pedi a Deus o milagre que um dia aconteceu nas vidas dos casais, Abraão e Sara, Isaque e Rebeca, Ana e Elcana, Zacarias e Isabel, entre outros, pudesse também ocorrer em nossas vidas. E um dia o milagre aconteceu! Em agosto de 2009, ao realizar o exame de sangue, foi confirmada a gravidez.

A surpresa ficou na hora do primeiro ultrassom – não era um bebê, mas três! Amém, benção tripla!

Na manhã do dia 05 de março de 2010, um dia em que nunca vou esquecer, eu e minha esposa, depois de 16 anos de casados, ganhamos três lindos presentes, com o nascimento dos trigêmeos. Um menino e duas meninas que receberam os nomes de: Lucas, Ana Julia e Maria Luiza. Nasceram prematuros de 32 semanas, ficaram internados no Hospital para ganharem peso, mas hoje, graças a Deus são crianças lindas e saudáveis, já indo para os dez meses.

No meio desse texto, eu disse que se a cirurgia da retirada dos órgãos do aparelho reprodutor tivesse sido realizada, “seria o fim de um sonho”. Seria, mas não foi. Diferente de John Lennon, eu posso dizer que o “sonho não acabou”. Depois de compartilhar essa experiência pessoal, eu quero deixar uma palavra para você que está lendo a postagem e nesse momento passa por uma fase difícil na sua vida.Não desanime, crê somente, como disse Jesus as irmãs de Lázaro: “Se creres, verás a glória de Deus”. No Salmo 37:3-5, diz: “Espera no Senhor e faze o bem; habitarás na terra em segurança. Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá. Confia no Senhor a tua sorte, espera nele e ele agirá”. Receba essa palavra em nome de Jesus.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MEU TESTEMUNHO - PARTE 05

Em janeiro de 2003, depois de ter pastoreado a primeira igreja, durante um ano, fui assumir o pastoreio de outra igreja. Um mês antes, em dezembro de 2002, eu havia sido ordenado como pastor. Aquela segunda igreja era muito diferente da primeira. Estava assumindo uma igreja com um conjunto de jovens, com coral, e um corpo de obreiros compostos por doze obreiros. O pastor anterior era um veterano na idade e na experiência pastoral e eu era um jovem pastor de 34 anos. Tive que lidar com muitos problemas nessa igreja. Havia disputas e brigas das mais infantis (entre os jovens e entre os obreiros), pessoas que acreditavam mais em profecias do que na Bíblia, e problemas conjugais muito sérios. Enfrentei rejeição, pressões diversas, como também assédios. Marquei várias campanhas de oração, fiz muito aconselhamento pastoral e procurei me dedicar ao ensino da Palavra. Através do ensino, combati a espiritualidade sem a Palavra, as profetadas, os modismos evangélicos, o legalismo, como também a licenciosidade. Ao término de dois anos em janeiro de 2005, a igreja havia crescido, e muita coisa bonita aconteceu na vida de muita gente. Vimos pessoas sendo restauradas através da Palavra, e milagres acontecerem. Foi realizado eventos grandes, considerando o tamanho da Congregação, novos bancos foram adquiridos para o templo e compramos dois terrenos de frente à praça do bairro, para a construção do novo templo. Porém, eu estava exausto, esgotado, depois de ter lidado com tanta disputa, brigas e infantilidade. Sem contar que tanto eu, como minha esposa, estávamos feridos com as muitas “pedradas”. Essa igreja me lembrava muito a igreja de Corinto no N.T., com pessoas com dons maravilhosos, um potencial incrível, ao mesmo tempo, em que outras praticavam coisas das mais terríveis, para alguém que se dizia ser um cristão. Depois de dois anos, estava machucado psicologicamente, mas mais experiente, foi quando fui assumir a terceira igreja. Depois eu continuo.