“Lembra-te de Jesus Cristo,
ressuscitado dentre os mortos...” II Tim 2: 8
Paulo estava preso e vendo
que o cenário em volta não era prospero. Os judaizantes—legalistas—perseguiam a
mensagem da Graça, os cristãos gentios estavam impressionados com novidades e
com fabulas judaicas; e, sobretudo, havia uma grande proliferação de picaretas
pregando em nome de Jesus, mas já não mais o evangelho. A leitura de ambas as
epístolas dirigidas a Timóteo poderá dar a qualquer leitor a certeza do que
afirmo acima. O velho tenta inocular esperança no coração do jovem! O modo como
Paulo faz isto é, antes de tudo, chamando Timóteo à certeza da ressurreição de
Jesus. Dois mil anos passaram. Hoje a situação é muito pior. Pior como
realidade e pior como constituição. A realidade é existencialmente apocalíptica
(II Tim 3: 1-9).
A constituição do problema é
pior: não se tem mais a esperança de que a igreja tenha o que dizer ao mundo—e
nem sabe o que dizer a si mesma! E nós? Como ficamos? Para onde iremos? O que
nos resta? O que vale e o que não vale? Faz sentido lutar por alguma coisa
ainda? Paulo não venceu a “parada”, do ponto de vista historio, pois, não a
venceu no âmbito da consciência dos cristãos. A mensagem da Graça não é e não
foi crida. O próprio Protestantismo abraçou a Graça por um pouco—e não de modo
radical. Hoje já não se vê sinais da mensagem da Graça—não me refiro ao uso da
palavra “graça” —sendo vivida como consciência entre os cristãos. Os legalistas
venceram! Os judaizantes ganharam a peleja! O cristianismo se converteu em
religião! A mensagem se transformou em produto a ser vendido! Deus foi tirado
até da pureza dos altares pagãos e colocado no supermercado da religião cristã!
E nós? Como ficamos? Para onde iremos? O que nos resta? O que vale e o que não vale? Faz sentido lutar por alguma coisa ainda? Tudo mudou, mas há algo que não muda! Lembra-te de Jesus...Ressuscitado dentre os mortos! Quando não há mais esperança humana...há ainda a ressurreição dentre os mortos. Olho em volta e por vezes me desespero. Sinto angustias com meu irmão Paulo. Sei o que ele estava sentindo. Conheço seu desanimo e sua busca de não esmorecer. Entendo-lhe o ser... O desejo dele era que acontecesse o que acontecesse, Timóteo lembra-se que Jesus está vivo. Vivo onde? Em que mercado? Em que prateleira? Dando embalagem a que produto? Vendido em prestações? Quantas novenas a pagar? Jesus está vivo! E essa loucura toda feita em Seu nome não ficará impune. Pode-se ouvir a Voz de muitas águas. Aquele que venceu o mundo—tende bom ânimo—, venceu a morte—ressuscitou dentre os mortos—e agora vai vencer também a religião! Na terra, entre os homens, o último inimigo a ser destruído é aquele que se “faz passar por Deus e se assenta no lugar santo”.
E ficamos procurando o
anticristo no mundo! Eles saem de nosso meio. Andam entre nós. Usam o nome de
Jesus. Tiram a esperança—asseverando que a ressurreição já era (II Tim 2:18).
No meio cristão a ressurreição não é negada. Só não é crida. Se crêssemos na
ressurreição não estaríamos como estamos e nem teríamos construído a história
que construímos em “nome de Jesus”.
Lembra-te da ressurreição. A
verdadeira Igreja tem dono. Ele é fiel. Não nos salvou para “isto”. Lembra-te
de Jesus ressuscitado! Ele não entregou a história a nenhuma igreja. Ele é o
Senhor que vem e que é chamado Fiel e Verdadeiro. Ele ferirá com a vara de sua
boca. Sua Palavra não tem como não ser vencedora. Mesmo que isto tenha que
acontecer contra aquilo que hoje pretende representá-la na Terra. Lembra-te de
Jesus ressuscitado! Lembra-te apenas disso!