sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Ordem dos Pastores Batistas desliga Ed René Kivitz

 


pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista Água Branca, foi expulso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil de São Paulo (OPBB). A informação foi dada pelo pastor Alex Azevedo, da Igreja Batista Livre.

Pelas redes sociais, Alex, que também faz parte da OPBB, anunciou a expulsão de Ed René Kivitz da convenção e prestou solidariedade ao amigo.

“A Ordem dos Pastores Batistas de SP acaba de expulsar o pastor Ed Rene Kivitz. Um recado claro para nós que estamos dentro da convenção. Minha solidariedade ao pastor Ed e toda a comunidade IBAB”, escreveu ele.

A Ordem dos Pastores Batistas de SP acaba de expulsar o pastor Ed Rene Kivitz. Um recado claro para nós que estamos dentro da convenção.
Minha solidariedade ao pastor Ed e toda a comunidade IBAB

— Pastor Alex Azevedo Oficial (@azevedo_pastor) December 1, 2021

No entanto, muitos ficaram sem entender os motivos que fizeram o líder da Igreja Batista Água Branca ser expulso da OPBB. Mas, internautas relembraram que ele tem sido muito criticado por causa de declarações que tem feito no púlpito. “A Ordem o chamou para conversar. Ele persistiu duro e irreversível quanto a posição dele. A Ordem usa, ao meu ver, a posição bíblica de disciplina”, comentou um internauta.

Vale lembrar que o pastor esteve no centro de uma grande polêmica após dizer em uma pregação no ano passado, que a Bíblia “era insuficiente” e defender uma possível atualização das sagradas escrituras. As declarações do religioso surtiram efeito negativo na comunidade evangélica, que protestaram e criticaram Kivitz, inclusive vários líderes evangélicos.

Na época, a Convenção Batista e a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, ambos de São Paulo, afirmaram que a exposição explicativa de Ed René “não refletia e não representava o posicionamento das instituições”.

Além disso, os dois órgãos abriram uma investigação para analisar as falas do pastor.

Ao ser expulso da OPBB, o religioso não será mais reconhecido pela Ordem como pastor batista. Agora, cabe à igreja na qual é líder, analisar se, a partir disso, ele continua, ou não, como pastor da congregação. A Igreja Batista Água Branca pode se desfiliar da convenção por conta disso, ou querer outro pastor à frente da instituição religiosa.

A reportagem do Portal do Trono entrou em contato com a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil de São Paulo para confirmar a suposta expulsão do pastor Ed René Kivitz, mas até o fechamento desta matéria a convenção não havia nos retornado. Procuramos o pastor Ed René Kivitz, e também aguardamos uma posição sobre o assunto.

Fonte: https://portaldotrono.com/pastor-diz-que-ed-rene-kivitz-foi-expulso-da-ordem-dos-pastores-batistas/


terça-feira, 30 de novembro de 2021

Haverá templo judeu, sacerdócio levítico e sacrifícios no milênio?

 Na presente revista da CPAD que trata sobre escatologia como também nos comentários e subsídios feitos pelos blogueiros, percebi que ninguém animou a falar de uma polêmica que envolve o dispensacionalismo e o milênio e defensores famosos como J. Dwight Pentecost, onde é defendida a tese de que no milênio haverá um templo judeu com classe sacerdotal, sacrifícios e um Rei Davi ressurreto como regente milenial.


O Dispensacionalismo como já foi dito aqui  no blog em outras postagens, é um sistema doutrinário recente no seio do cristianismo, tendo em vista seu sistema codificado, ele possui cerca de 250 anos ao passo que a história do cristianismo tem 2.000 anosPossui vertentes brandas e exageradas. Equilibrados e extremados, isso no âmbito da Lei e da Escatologia.

A versão mais recente desse teoria é a do dispensacionalismo progressista, que em alguns pontos se afastou de alguns posições da versão clássica e se aproximou um pouco do amilenismo, do pré-milenismo histórico e do pós-milenismo. Por isso, o tema abordado nesta postagem, não significa que é compartilhado por todos os dispensacionalistas. O comentário da lição da CPAD sobre essa lição, prefiriu omitir essa parte, para evitar polêmica.

A questão de se no Milênio haverá sacrifícios.


O Absurdo - O Templo, com seu sistema sacerdotal e sacrificial, serão restaurados no milênio! A interpretação nasce de um equívoco em considerar as profecias de Ezequiel, em sua maioria, literal e aplicando ao milênio.

I. O Templo: O dispensacionalista J. Dwight Pentecost, no Manual de Escatologia afirma a respeito da interpretação ‘correta’ das visões de Ezequiel: “[...] temos aqui uma previsão do templo construído na era milenar. Essa parece ser uma sequencia adequada e inteligente às profecias precedentes.” (p.519), cita então Merril F. Unger para corroborar sua posição de que: “O templo de Ezequiel é um santuário literal e futuro a ser construído na Palestina como esboçado durante o milênio.” (Manual de Escatologia, p.521).

As dimensões do templo das visões de Ezequiel são levadas a sua literalidade (p.521), sendo assim demonstrado que tal interpretação está bem definida nessa direção. Até o local para a sua construção, “uma montanha que será miraculosamente preparada para esse propósito” (Manual de Escatologia, p. 520)

II. O sistema sacerdotal: O sistema sacerdotal que será restaurado no milênio, segundo os dispensaccionalistas, é semelhante ao arônico, mas não necessariamente o mesmo. Existem diferenças e semelhanças. Que semelhanças são essas? J. D. Pentecost usa texto de Ezequiel e afirma:

“Existem certas semelhanças entre os sistemas arônico e milenar. No sistema milenar encontramos o centro da adoração num altar (Ez 43.13-17), onde o sangue é aspergido (43.18), e são oferecidos holocaustos, ofertas pelo pecado e culpa (40.39). A ordem levítica é restituída, já que os filhos de Zadoque são escolhidos para o ministério sacerdotal (43.19). A oferta de manjares está incorporada ao ritual (42.13). Existem rituais prescritos para a purificação do altar (43.20-27), dos levitas que ministram (44.25-27) e do santuário (45.18). Haverá observação das luas novas e dos sábados (46.1). Sacrifícios serão oferecidos diariamente pela manhã (46.13). Heranças perpétuas serão reconhecidas (46.16-18). A Páscoa será novamente observada (45.21-15) e a festa dos tabernáculos torna-se um acontecimento anual (45.25). O ano do jubileu observado (46.17). Há semelhanças nos regulamentos dados para governar o modo de vida, o vestuário e o sustenta da ordem sacerdotal (44.15-31). O templo no qual esse ministério é executado torna-se novamente o local onde se manifesta a glória de Jeová (43.3-5). Percebemos então que a forma de adoração no milênio terá grande semelhança com a velha ordem arônica.” (Manual de Escatologia, pp. 524,525).

Embora segundo Pentecost, o que mais importa são as diferenças e não as semelhanças, mas ambas são preocupantes. Achar que por ter diferenças, torna mais sublime, é um meio de nublar toda a problemática. Até mesmo nas diferenças, algumas coisas estranhas são apresentadas. Pois sugerem até que tal Templo e sacerdócio terá um “rei-sacerdote da ordem de Melquisedeque, talvez Davi ressurreto [...]” (p. 529)!!!

III. O sistema sacrificial: Segundo os defensores dessa visão, os sacrifícios serão comemorativos e não expiatórios. Diz J. D. Pentecost que nem no VT os sacrifícios eram expiatórios, pois apontavam a Cristo, assim também serão os sacrifícios no milênio dispensacional: “Que insensatez argumentar que um ritual poderia realizar no futuro o que nunca pôde ser realizar, ou realizou, ou foi projetado para realizar no passado.”(Manual de Escatologia, p. 530). Os sacrifícios, então, “serão memoriais quanto ao caráter” escreveu o dispensacionalista. Enquanto no VT era algo que apontaria para o futuro, os sacrifícios do milênio dispensacionalista, serão em retrospectiva (p. 531).

Os sacrifícios de animais durante o milênio, proposto na escola dispensacionalista, talvez guiado por Davi, exercerá uma mesma função semelhante da santa ceia. Veja:

“o pão e o vinho da ceia do Senhor são, para o crente, símbolos e memoriais físicos e materiais da redenção já adquirida. E esse será o caso com os sacrifícios reinstituídos em Jerusalém; eles serão comemorativos, como sacrifícios antigos se davam em perspectivas.” (Manual de Escatologia, p. 532).


Refutações:

1. "Assim também as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. A Escritura não diz: "E aos seus descendentes", como se falando de muitos, mas: "Ao seu descendente", dando a entender que se trata de um só, isto é, Cristo". Gálatas 3:16.

2. "De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
13 Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar,
14 Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
15 E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote,
16 Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível.
17 Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
18 Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
19 (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.
20 E visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes,
21 Mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque,
22 De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador.
23 E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer,
24 Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
27 Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.
28 Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre".  A carta aos Hebreus capítulo 7:11-28.

3. O problema seria totalmente resolvido se os dispensacionalistas aceitassem que o NT nunca fez uma aplicação dessas. A interpretação neotestamentária é totalmente diferente a respeito de realidades sacrificiais, sacerdotais e do templo, não tendo nunca um cumprimento futuro, em uma roupagem escatológica. Mas sempre como sombras, algo passageiro, envelhecido e que desapareceria, (Hebreus 8:13).

4. Qualquer menção que a Bíblia faça de reis e sacerdotes sobre a terra (Ap 5.10), e no chamado milênio (Ap 20.4-6), deve ser norteada pela revelação posterior a Ezequiel, que é o Novo Testamento: "Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo,
9 "Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;
10 Consistindo somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção.
11 Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,
12 Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção". Hebreus 9:8-12.

5. A mesma palavra usada em hebraico usada em Ezequiel 45.15, etc., é usada em Levítico 16.6, etc. E o que sabemos, é que a palavra “expiar”significa “cobrir, reconciliar, propiciar, pacificar” (Dicionário Vine, p.122). Não significa, por certo, “celebrar, relembrar, comemorar”, como desejam os defensores do dispensacionalismo.
6. O NT classifica a Igreja como templo de Deus, seus membros como sacerdotes, seus serviços como adoração, seus sacramentos como memorial e sinal, o sacrifício de Cristo, como único e suficiente. Há diante de Deus há um povo (Efésios 2:14).

7. Quanto a regência de Davi no milênio, deve-se lembrar que quando o apóstolo Tiago fez menção da profecia de Amos 9:11 onde está escrito que o Tabernáculo caído de Davi seria levantado, ele faz uma aplicação da passagem direto para a igreja ao falar da inclusão dos  gentios dentro da comunidade cristã (Atos 15:13-21). Paulo vai na mesma linha ao falar das bençãos de Abraão, dizendo que as mesma chegaram aos gentios através de Cristo, (Gálatas 3:16,28,29). Ou seja, assim como em Efésios, novamente em Gálatas noção de um só povo - Igreja, não mais judeu nem gentio.





segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O Milênio e o Juízo Final - As dificuldades de interpretação

 1. Este é o capítulo mais polêmico do livro de Apocalipse. Não há consenso entre os crentes sobre sua interpretação. Os premilenistas crêem que o milênio relatado no capítulo sucede cronologicamente à segunda vinda de Cristo, descrita no capítulo 19. Os amilenistas crêem que o capítulo 20 é o início de outra seção paralela e não sucessão cronológica do capítulo 19.


2. Apocalipse 19:19-21 nos leva ao final da história, ao dia do juízo. Apocalipse 20 retorna ao começo da dispensação atual. Assim, a conexão entre os capítulos 19 e 20 é semelhante à conexão dos capítulos 11 e 12. Apocalipse 11:18 anuncia o dia do juízo e Apocalipse 12:5 descreve o nascimento, ascensão e coroação de Cristo.

3. Assim, o milênio antecede a segunda vinda de Cristo e não sucede a ela. O capítulo 12 introduz os cinco inimigos da igreja: o dragão, a besta, o falso profeta, a meretriz e os selados da besta. Todos caem juntos. Apenas as cenas são descritas em telas diferentes.

4. A interpretação de um milênio literal enfrenta várias dificuldades:

a) Não encontramos essa idéia de um milênio terrenal após a segunda vinda de Cristo nos Evangelhos e nas Epístolas paulinas e gerais.
b) O milênio fala de Cristo reinando fisicamente aqui neste mundo, enquanto o seu ensino mostra que o seu reino é espiritual.
c) A idéia de um milênio na terra e a posição de preeminência dos judeus, reintroduz aquela distinção entre judeus e gentios já abolida (Cl 3:11; Ef 2:14,19). Só existe uma igreja e uma noiva, formada de judeus e gentios.
d) A idéia do milênio terrenal ensina que haverá pelo menos duas ressurreições, uma de crentes antes do milênio e outra de ímpios depois do milênio e isto está em oposição ao que restante da Bíblia ensina (Jo 5:28-29; Jo 6:39,40,44,54; 11:24).
e) A idéia do milênio cria a grande dificuldade da convivência do Cristo glorificado com os santos glorificados vivendo com homens ainda na carne (Fp 3:21).
í) Como conceber a idéia de que as nações estarão sob o reinado de Cristo mil anos e depois elas se rebelam totalmente contra ele? (Ap 20:7-9)?
g) Todo o ensino do NT é que o juízo é universal e segue imediatamente à segunda vinda, mas a crença no milênio terrenal, o juízo acontece mil anos depois da segunda vinda e só para os incrédulos.

5. O capítulo pode ser dividido em quatro quadros distintos:
I. A PRISÃO DE SATANÁS - V. 1-3

1. O que significa a prisão de Satanás? - v. 1-3
• Segundo Apocalipse 9:1,11; 11:7; 20:1-3, podemos concluir que o poço do abismo tem uma tampa (9:l)que pode ser aberta (9:2), fechada (20:3) e selada (20:3).
• João vê que o anjo tem a chave do abismo e uma grande corrente (20:1). Diz que ele prendeu a Satanás por mil anos (20:3). E que o fechou no abismo até completarem os mil anos. Isso tudo é um simbolismo. Um espírito não pode ser amarrado com corrente.
Prendeu, fechou e selou são termos que denotam a limitação do seu poder.
• Isso significa que a sua autoridade e seu poder foram restringidos. Satanás não pode mais enganar as nações. A evangelização dos povos foi ordenada e Deus vai chamar os seus eleitos!
• A prisão de Satanás não significa que ele está inativo, fora de cena. Ele está na corrente de Deus. Essa corrente é grande. Mas ele é um inimigo limitado.

2. O que significa que Satanás não pode mais enganar as nações?
• A prisão de Satanás tem a ver com a primeira vinda e não com a segunda vinda:
a) Mt 12:29: "Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa."
b) Lc 10:17-18: "Então regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo:
"Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! Mas ele lhes disse:
"Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago".
c) Jo 12:31-32: "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo".
d) Cl 2:15: "E despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz".
e) Hb 2:14: "...para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo".
f) 1 Jo 3:8: "...Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo".
g) Ap 12:5-17 - A expulsão de Satanás foi o resultado da coroação de Cristo.

h) Assim, a amarração de Satanás começou na primeira vinda de Cristo e isso é o queApocalipse 20:2 significa. A prisão ou restrição do poder de Satanás tem a ver com a obra de Cristo na cruz e com a evangelização das nações, de onde Deus chama eficazmente todos os seus eleitos.
i) Satanás está restrito em seu poder no sentido de que não pode destruir a igreja (Mt 16:18) nem pode impedir que os eleitos de todas as nações recebam o evangelho e creiam (Rm 8:30). A igreja é internacional. O particularismo da antiga dispensação (judeus) deu lugar ao universalismo da nova (igreja).

3. O que significa o pouco tempo em que Satanás será solto depois do milênio?
• Esse pouco tempo retrata o mesmo período da grande tribulação, a apostasia e o reinado do anticristo. Esse é o tempo que antecede à segunda vinda de Cristo.

4. O que significa os mil anos durante os quais Satanás é preso? - v. 3
 • Este capítulo usa várias figuras simbólicas. O abismo, a corrente, a prisão, e também o milênio. O número mil sugere um período de completude, um período inteiro. Sugere um longo período, um período completo, o número dez cubicado. Mil anos é o tempo que vai da primeira à segunda vinda. É o período que Cristo está reinando até colocar todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:23-25).
• Esse período do milênio precede o juízo e o juízo no ensino geral das Escrituras segue imediatamente à segunda vinda (Mt 25:31; Rm 8:20-22).

II. O REINADO DOS SALVOS COM CRISTO NO CÉU V. 4-6

1. Esse reinado não é na terra, mas no céu - v. 4

a) Vi Tronos - A palavra "tronos" aparece 67 vezes no NT e 47 no Apocalipse. Apenas três vezes o trono está na terra e sempre falam do trono de Satanás e do anticristo (2:13; 13:2; 16:10). Sempre que a palavra aparece em Apocalipse, esse trono está no céu (Hendriksen, p. 231). Não existe neste capítulo nenhuma referência à terra nem muito menos Palestina, Jerusalém. A cena ocorre no céu e não terra.

b) São as almas que estão reinando - Portanto, esse reinado não pode ser na terra. João vê almas e não corpos. Essas almas são as mesmas descritas em Apocalipse 6:9. As almas reinam durante todo o tempo entre a morte e a ressurreição que se dará na segunda vinda de Cristo (o período intermediário). Depois da ressurreição, os salvos reinarão com corpo e alma (Ap 22:5).

c) Jesus está no céu e não na terra e as almas estão reinando com ele – Os premilenistas crêem que Cristo desceu do céu (19:11-16) e que o esse reinado sucede à segunda vinda. Contudo, o ensino geral das Escrituras e o contexto do livro de Apocalipse provam o contrário. O crente quando morre vai morar com Jesus (Fp 1:23; 2 Co 5:8).

2. Qual é a missão daqueles que estão reinando com Cristo? - v. 4
 a) Eles estão assentados em tronos para julgar - Os santos vão julgar as doze tribos de Israel (Mt 19:28), o mundo (1 Co 6:2) e os anjos (1 Co 6:2). Jesus prometeu aos vencedores que eles se assentariam com ele no seu trono (Ap 3:21). Os salvos estão com ele no Monte Sião (Ap 14:1), cantam diante do trono (Ap 14:3; 15:3) e verão sua face (Ap22:3).
b) Eles participarão da glória de Cristo, pois reinarão com ele - Os salvos estarão no céu com Cristo em glória (Ap 7:9-17). Estas almas celebram a vitória de Cristo sem cessar.
c) Quem são esses que estão reinando com Cristo - Todos os salvos, os mártires e todos aqueles que morreram em sua fé. Os outros mortos, ou seja, os incrédulos, não tornaram a viver até que os mil anos sejam cumpridos. Nesse período entram na segunda morte.

3. Qual é o significado da primeira ressurreição e da segunda morte? - v. 5-6
• Quem morre uma vez (morte física), ressuscita duas vezes (espiritual e corporalmente na segunda vinda). Quem morre duas vezes (física e eternamente), ressuscita uma única vez, para o juízo.
• A regeneração é uma espécie de ressurreição espiritual (Jo 5:24; Jo 11:25-26; Rm 6:11; Ef 2:6; Cl 3:1-3). Essa é a primeira ressurreição. Ela é espiritual. Quem não passa por essa ressurreição espiritual, morre duas vezes, física e eternamente.
• Todos quantos são regenerados ressuscitaram com Cristo - e essa é a primeira ressurreição. A ressurreição do corpo é posterior - essa é a segunda ressurreição. A frase "primeira ressurreição", se refere à ressurreição espiritual, é uma forma de escrever "o novo homem" em Cristo que foi regenerado. Então, mesmo mortos, suas almas estão reinando com Cristo no céu (Fp 1:21,23; 2 Tm 2:12; Ap 3:21).

III. DERROTA FINAL DE SATANÁS V. 7-10
1. Essa batalha final é a mesma já descrita no capítulo 19 — v. 7-9

• É um equívoco pensar que a batalha final seja distinta de outras batalhas já descritas no livro de Apocalipse (16:14-21; 19:19-21; 20:7-9). O Armagedom, a batalha final aqui descrita é a mesma descrita noutros textos. Essas não são três diferentes batalhas. Temos aqui a mesma batalha. Nos três casos é a batalha do Armagedom. É o ataque final das forças anticristãs à igreja.

• Armagedom (16:16) e Gogue e Magogue são a mesma batalha. É a derrota final dos inimigos de Deus.
2. Embora os inimigos de Deus são derrotados em descrições diferentes, eles caem todos no mesmo momento
• A queda da Babilônia, do anticristo, do falso profeta, de Satanás, dos ímpios e da morte acontecem ao mesmo tempo, ou seja na segunda vinda de Cristo, embora os relatos sejam em cenas diferentes.

3. As figuras usadas por João ensinam lições claras:
a) Gogue e Magogue descrevem a batalha final contra o povo de
Deus (Ez 38-39) v. 7 - Essa é uma descrição da última batalha contra o Cordeiro e sua noiva. É o Armagedom. É a grande tribulação. O pouco tempo de Satanás, o período mais amargo da história.
b) Os exércitos inimigos são numerosos - v. - Todo o mundo iníquo vai perseguir a igreja. A perseguição será mundial. É o último ataque do dragão contra a igreja. Essa realidade corrige dois erros: 1) Otimismo irreal - O mundo no tempo do fim não será de paraíso, mas de tensão profunda; 2) Pessimismo doentio - Não importa a fúria ou a força numérica do inimigo, a vitória é do Cordeiro e de sua igreja.
c) A derrota dos inimigos será repentina e completa v. 9-10 - Essa derrota imposta ao inimigo é uma ação direta de Deus. 2 Ts 2:8 diz que Cristo mata o homem da iniqüidade com o sopro da sua boca na manifestação da segunda vinda. Ap 19:20 diz que o anticristo e o falso profeta são lançados no lago do fogo. Ap 20:10 diz que Satanás foi lançado no lago do fogo. Eles três são lançados juntos! São atormentados juntos para sempre!
d) A derrota de Satanás será o ápice da vitória de Cristo v. 10 -Como Satanás o agente principal do mal, sua derrota é descrita em último lugar. Sua condenação será eterna. Satanás não é rei nem no lago do fogo. O fogo eterno foi preparado para ele para os seus anjos (Mt 25:41).

IV. O JUÍZO FINAL - V. 11-15
1. Cristo assenta-se no trono como juiz - v. 11
• O trono branco fala da santidade e da justiça do juiz e do julgamento.
• Diante dele o próprio universo se encolhe. A terra será redimida do seu cativeiro. A terra não será destruída, mas transformada (2 Pe 3:10; At 3:31; Rm 8:21).
• Jesus é o juiz diante de quem todos vão comparecer (20:11; At 17:31; Jo 5:22-30). Aqueles que rejeitaram Jesus como advogado vão ter que comparecer diante dele como juiz.

2. Os mortos ressuscitam para o julgamento - v. 12-14
• Aqui não se trata apenas dos mortos ímpios, mas de todos os mortos, de todos os tempos.
• A idéia de duas ressurreições físicas não tem base bíblica (Dn 12:2; Jo 5:28-29; Jo 6:39,40,44,54; Jo 11:24; At 24:15). Aqui é a única ressurreição geral de todos os mortos de todos os tempos. Crentes e ímpios ressuscitam no mesmo dia.
• O julgamento será universal e também individual (v. 13). Um por um será julgado segundo as suas obras. Ninguém escapará.

3. Os mortos serão julgados segundo as suas obras - v. 12
• Esse julgamento será justo e universal. Os livros serão abertos e todos serão julgados segundo o que está escrito nos livros: seremos julgados pelas palavras, obras, omissão e pensamentos. A graça de Deus e a responsabilidade humana caminham juntas.
• Pelas obras ninguém poderá ser justificado diante de Deus. Pelas obras todos serão indesculpáveis diante de Deus.

4- O juízo final será deferente dos tribunais da terra: Lá terá um juiz, mas não jurados; acusação, mas não defesa; sentença, mas não apelo. A única maneira de escapar desse julgamento é confiar agora no Senhor Jesus Cristo (Jo 5:24).

5. O critério para a salvação não são as obras, mas a graça - v. 15
• Ninguém pode ser salvo pelas obras, por isso o livro da vida é aberto. Quem tem o nome escrito nele não é lançado no lago do fogo. Isso já nos mostra que os salvos estão participando desse julgamento (2 Co 5:12; Rm 14:10).
• Os que não têm o nome escrito no livro da vida são lançados dentro do lago do fogo, a segunda morte. Somente os salvos terão seus nomes no livro da vida (Fp 4:3; Ap 13:8; 17:8; 20:15; 21:27; Lc 10:20).

6. A própria morte e o inferno serão lançados no lago do fogo - v. 14
• A morte é o estado e o hades é o lugar. Esses dois andam conectados (Ap 6:8).
Quando a morte e o inferno são lançados no lago do fogo, finda também a autoridade que exerciam no tempo cósmico. A morte é o último inimigo a ser vencido. O inferno é lugar onde os ímpios são atormentados no estado intermediário. Depois da segunda vinda e do juízo não haverá mais separação entre o corpo e a alma nem no céu nem no inferno. A vitória de Cristo sobre os seus inimigos será completa a final.

7. Os tormentos dos inimigos de Deus e dos ímpios serão eternos - v. 10,15
• A Bíblia não ensina universalismo nem aniquilacionismo. Antes fala de penalidades eternas. O sofrimento dos ímpios no lago do fogo é indescritível (Lc 16:19-31). O lago do fogo é estado e lugar.
• Enquanto os salvos têm seus nomes no livro da vida, os ímpios serão lançados no lago do fogo.

CONCLUSÃO:
1. Você estará preparado para o dia do juízo? De que lado você estará naquele tremendo dia?
2. Você está seguro, debaixo do sangue do Cordeiro ou ainda está sob o peso e condenação dos seus pecados?

3. Hoje, é o tempo oportuno; hoje é o dia da salvação!

Referência:
Lopes, Hernandes Dias, Estudos no Livro de Apocalipse, Editora Hagnos.
HOEKEMA, Anthony. A Bíblia e o Futuro. São Paulo: Cultura Cristã.