O bispo da Diocese de Palmares, em Pernambuco, Henrique Soares da Costa,
causou polêmica nos últimos meses ao afirmar, durante um vídeo, que “o erro dos
protestantes é colocar a Bíblia acima da igreja”.
Na ocasião, Henrique disse que a Igreja Católica Apostólica Romana está acima da Bíblia por ter sido criada pela instituição ao longo dos anos. Mas Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), discorda da proposição.
Malafaia gravou um vídeo divulgado em seu canal nesta terça-feira (22)
em que comenta o caso. “Como é que é padre, essa heresia? Como é que é? A
igreja tá acima da Palavra? Aonde? Que papo é esse? A Palavra vem antes da
Igreja”, afirmou.Na ocasião, Henrique disse que a Igreja Católica Apostólica Romana está acima da Bíblia por ter sido criada pela instituição ao longo dos anos. Mas Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), discorda da proposição.
Em seguida, Malafaia leu o Salmo 138 versículo 2, além de outras duas
passagens do Novo Testamento para embasar o seu posicionamento – de que a
Bíblia surgiu antes da Igreja por meio de Jesus Cristo.
“É por isso que vocês estão nesse caminho da banca rota. Vocês querem
esconder a Palavra porque se o povo descobrir a Palavra vocês estão fritos.
Vocês querem manipular a fé. A Palavra é o manual de regra e prática do
verdadeiro cristão. Não é o que o pastor, padre ou papa fala é a Palavra”,
afirmou.
Ele continua. “Ela vem antes porque o próprio Jesus é a Palavra que se
fez carne. Então queridão, por favor: Não fala uma heresia dessa não, porque o
Antigo Testamento aponta pra Jesus. Jesus funda a Igreja, ele é antes da
Igreja. E Jesus diz que é a Palavra. Você tem que examinar as escrituras, não é
o que o pastor ou o padre fala”.
“Que que isso. Vai falar asneira teológica lá sei aonde. Que Deus
abençoe. Querido, eu não quero que ninguém acredite na minha palavra. A Palavra
de Deus está acima de tudo e de todos. É ela que é a regra de fé e conduta do
verdadeiro cristão”, finalizou.
Fonte com link do vídeo: https://www.youtube.com/embed/LjjeqVGg95U?feature=oembed&enablejsapi=1&origin=https://noticias.gospelprime.com.br
Meu
Comentário: Eu discordo de
muitos posicionamentos do Malafaia, mas nesse caso estou com ele. Além do bispo
católico, você encontra outros vídeos no youtube sobre o tema, Bíblia e Igreja,
onde o Padre Paulo Ricardo e o apresentador da TV Canção Nova, Felipe Aquino, defendem
que a igreja no caso a Católica vem antes da Bíblia, e que não existe Bíblia
sem igreja. Isso porque dizem que foi a igreja que definiu quais livros a
comporiam.
Os líderes
católicos dizem isso, porque seus principais dogmas: mariolatria, papado, veneração
de santos, celibato clerical, entre outros, não podem ser comprovados pela
Bíblia. Por isso, que quando confrontados eles dizem que pode não estar na
Bíblia mas está na Tradição. No catolicismo, existe um tripé sagrado: Sagradas
Escrituras (a Bíblia), a Tradição e o Magistério da Igreja. Para o
protestantismo é o famoso "Sola Scritura", Só a Escritura.
O fiel católico
só pode ouvir e ler a Bíblia mas, não pode interpretá-la, essa tarefa na Igreja
Católica só cabe ao Magistério da Igreja (Papa e os Bispos). Melhor dizendo as
Sagradas Escrituras somente podem ser lidas através das lentes papistas. O
resultado da Tradição e Magistério é o Catecismo da Igreja, ali está a
interpretação oficial da igreja.
A primeira
coisa a ficar clara nessa discussão é definir quando começou a Igreja
Católica. A Igreja Romana alega que foi
fundada no ano 33 d.C. por Jesus Cristo, e que desde então é única igreja
verdadeira. Isso só pode ser aceito por quem não conhece a história.
Em torno do ano 100 D.C, quando terminou a era apostólica com a morte do apóstolo João, o Novo Testamento já estava todo escrito e já circulando em cópias pelas igrejas. O Antigo Testamento bem antes disso, tanto em hebraico como em grego.
Nos primeiros 300 anos da Igreja não
houve papa como hoje conhecemos. Nos dias apostólicos e nos séculos seguintes,
as igrejas locais eram independentes entre si. No então Império Romano com o
culto devotado ao imperador, não havia permissão para construção de templos
cristãos. As congregações reuniam-se em casas particulares (Cl 4:15; Rm 16:5; I
Co 16:9).
O primeiro templo cristão, foi
construído no reinado de Alexandre Severo (222-233 d.C). As igrejas eram
dirigidas por uma junta de pastores, sendo seu dirigente chamado bispo ou
presbítero. O presbitério da igreja de Éfeso (I Tm 4:14) era de uma dessas
juntas de pastores. Mais tarde, a jurisdição dos bispos passou a incluir
cidades próximas. Ao chegar ao ano 300, cerca da metade da população do Império
Romano era cristã, segundo o testemunho dos historiadores, e isto, apesar de
cruéis e contínuas perseguições, que começando com Nero ( 54 a 68 AD), até o
ano 312, quando apareceu o Édito de Tolerância, publicado pelo imperador romano
Constantino I que adotou a religião cristã.
A partir de 313, o cristianismo foi se tornando a religião oficial do Império Romano. Esse Imperador revolucionou
a posição do cristianismo em todos os aspectos. Primeiramente, proporcionou
igualdade de direitos a todas as religiões, e depois, passou a fazer ofertas
valiosas ao cristianismo, construindo igrejas, isentando-o dos impostos e até
mesmo sustentando clérigos.
Podemos colocar aí, o início
do Catolicismo Romano, quando multidões de pessoas vieram para a
igreja, fazendo-se cristãos nominais, sem experimentarem a genuína conversão
por Cristo. Isso acontecia porque era a religião apoiada pelo governo.
O
Paganismo Católico
Depois de Constantino, o
cristianismo passou a assimilar práticas pagãs; isso porque muitos pagãos
entraram na igreja sem conversão, passando a exercer grande influência no
culto.
O culto aos santos e a veneração
aos mártires e a outros homens e mulheres famosos, passaram a ter plena
aceitação. Foram criados rituais que eram um misto de cerimônias pagãs,
herdadas de diversas religiões, com as cerimônias sacerdotais do Antigo
Testamento.
Os santos passaram a ser
considerados como pequenas divindades, cuja intercessão era valiosa diante de
Deus. Surgiu a veneração de relíquias e até mesmo de lugares. Antes do ano 500
o culto da virgem Maria já estava vitorioso. O paganismo romano teve grande
influência na formação do culto católico; daí dizer-se católico-romano. Um
estudo interessante sobre a adaptação das divindades pagãs ao cristianismo pode
ser feito na obra Mitologia Dupla de Archimínia Barreto.
O
Primeiro Papa
O primeiro bispo de Roma que
decidiu governar a Igreja toda foi Inocêncio III (402-417 d.C). O segundo foi
Leão I (440-461 d.C). Porém o verdadeiro primeiro papa foi Gregório I
(590-604). Nesse tempo o Império Ocidental já havia caído (476 d.C), e Roma estava
sob o poder dos godos, e devido a anarquia política reinante e perturbações
generalizadas em toda a Europa, Gregório passou a ter ascendência sobre os
reis. Em 741 foi instituída a doutrina da infabilidade do papa, a qual
transformou-se em dogma em 1870.
Boa ttarde Servo de Deus. Concordo com o posicionamento de MAlafaia e até lembrou-me dele quando de fato Silas Malafaia , era um homem comprometido com a palavra de Deus na década de80 e 90 a té ser tornar milionário .A´ e´época, Malafaia sempre defendia as heresias de Roma e n]ao fugia de embates e de exortar a quem deturpava o evangelho .Hoje, são poucos que confrontam os ensinos das seitas pois preferem se posicionar neutros em muitos pontos. Deus te abençoe irmão .
ResponderExcluirCorreção :" Malafaia sempre combatia as heresias de Roma" (linha 3 )
ResponderExcluirAssisti os dois lados e o Malafaia entrou em onda sem razão, pois o bispo disse que a Igreja disse autoridade no sentido de conhecimento da Bíblia, que foi concluída na ICAR o cânon. Entrou em onda para incitar a confusão, pois doeu quando o bispo citou as várias interpretações que geram costumes nada bíblicos, cada um conforme sua cabeça.... e que a cada dia de esfarela o corpo de Cristo.
ResponderExcluirAliás por mais de 3 séculos não existia o Cânon definido da Bíblia.
Ou será que Malafaia acha que ela caiu do céu impressa, já com zíper? foi fruto de trabalho que a ICAR assim a definiu.
Júnior Melo,
ResponderExcluirEu tenho minhas diferenças de pensamento com o Malafaia, mas nesse assunto estou com ele. O que faltou foi ele ter se aprofundado mais no assunto, citando dados históricos.
Obrigado pela sua participação.
Caro anonymous,
ResponderExcluirÉ preferível o livre exame protestante do que a interpretação por lentes papistas, ou o chamado magistério da igreja católica. Achei muita coragem de um representante da Canção Nova dizer em um vídeo que o Espírito Santo guiou a igreja católica dos séculos I ao XVI. Eu pergunto foi o Espírito Santo quem guiou a igreja a implantar a Inquisição e as Cruzadas, matando muita, mas muita gente? Foi o Espírito Santo quem guiou a ICAR a implantar as venerações de imagens, o absolutismo papal, a mariolatria? Não, foi um processo de corrupção e decadência espiritual que a igreja entrou numa espiral terrível depois de Constantino.
A igreja do Novo Testamento nada tinha a ver com o que se tornou a igreja católica romana. Mesmo a igreja dos séculos II a IV era diferente do formado que ela foi tendo depois de sua constantinização e por fim na Idade Média.