Passada a eleição da CGADB, é momento de algumas análises. Esta eleição foi mais midiática do que as anteriores, com uso da televisão, rádio, internet (destaque aí para o papel dos blogues).
Daqui a dois anos a Igreja Assembléia de Deus estará completando 100 anos, caberá aos eleitos, conduzirem as comemorações. Mas o que temos para comemorar? Viu-se claramente pela composição das chapas, Estados rachados, com convenções desunidas, pastores trocando acusações graves. Mas o que me preocupa mesmo, é o que acontecerá após as eleições. Sim, quais serão as metas e prioridades para a denominação nos próximos anos? Como se comportará os eleitos e os não que forem eleitos? Um fato simbólico positivo, foi a presença do Bispo Manoel Ferreira, presidente da CONAMAD no último dia da convenção.
Quando vou aos cultos, fico olhando para os jovens e crianças, e fico pensando que a grande preocupação dos líderes, teria que ser com está geração que está diante de tantos desafios deste mundo pós-moderno. Vejo também os anciãos de cabelos brancos, que viram uma AD, onde a preocupação era ganhar almas para Cristo, buscar o Batismo com Espirito Santo em oração. Naqueles tempos buscar poder, significava buscar unção para fazer a obra de Deus. Hoje, o termo poder ganhou outra conotação,principalmente entre a liderança. Muitos da membrasia da igreja, nem imaginam o que rola nos bastidores da política eclesiástica.
Depois de uma eleição como esta, há algumas perguntas importantes, a serem feitas como:
Quais são as prioridades da liderança para a denominação hoje? Como se comportará o o 1º Vice-Presidente eleito, Pr. Silas Malafaia, já que agora, faz parte da mesa diretora? De onde veio e como foi arrecadado o dinheiro para esta campanha? Houve grandes doadores? Se houve, quem são? E mais, quanto cada candidato gastou?
A denominação é grande, existe em todo o território nacional. Esses questionamentos se fazem necessários, pois afinal de contas, trata-se de uma campanha “eleitoral” de grande porte, talvez maior do que algumas eleições para governador em certos Estados. Isso se chama “Prestação de Contas” e estas perguntas não deveriam parecer anormais ou dignas de censura.
Acredito que a transparência e a ética, já deveriam ser bons motivos para uma discussão aberta.
No meio evangélico, há pudor (para não usar outros termos) em dar nomes aos bois. Às vezes, o motivo é um desejo de poupar as pessoas, ou provém de uma autocensura comunitária, que nos incapacita de enxergar aquilo que, desfigura nosso rosto público. Dizem que não é de “bom tom” dizer certas coisas. Mas algumas devem ser ditas para que avancemos como comunidade, em direção à maturidade. Chegou o momento de questionar estilos de liderança personalistas e um modelo de intermediação evangélica com a esfera pública. Ao dizer isso, não me refiro apenas a Assembléia de Deus mas sim, a toda Igreja Evangélica Brasileira.
Quais são as prioridades da liderança para a denominação hoje? Como se comportará o o 1º Vice-Presidente eleito, Pr. Silas Malafaia, já que agora, faz parte da mesa diretora? De onde veio e como foi arrecadado o dinheiro para esta campanha? Houve grandes doadores? Se houve, quem são? E mais, quanto cada candidato gastou?
ResponderExcluirBoas perguntas. Quem as responderá? Estou desanimaaaaaadaaa....
Caro Pr. Juber Donizete,
ResponderExcluirGraça e Paz!
Desculpe-me por não ter comentado na última semana, pois estava em Vitória, numa verdadeira maratona de atividades, mas agora tentarei colocar as coisas no eixo. rsrsrs..
Parabéns pela excelente reflexão, com perguntas que necessitam de respostas.
Ainda que cada um de nós não tenhamos as respectivas respostas, no mínimo servem para uma reflexão, a qual poderá nortear nossas atitudes individuais, e essas por certo contribuirão para com a coletividade.
Um grande abraço!
Pr. Carlos Roberto
Maya,
ResponderExcluirVocê não está sozinha, em estar desanimada, principalmente pelo andar da carruagem. Quem respenderá as perguntas? Os candidatos ou pelo menos seus assessores, deveriam. Numa eleição política, vemos que os canditados tem que apresentar declaração de imposto de renda, para mostrar se seu patrimônio cresceu no exercício do cargo e declarar a justiça eleitoral seus gastos de campanha. Alguém poderia dizer: Mas isso é na política, não na igreja. O problema é que já que a igreja está fazendo política como o mundo, então pelo menos que use mecanismos de prestação de contas, mais transparente e não uma "caixa preta" de segredos. Depois vem um blogueiro e ainda tem a coragem de dizer que venceu a coerência? Isso depois que revelaram até existência de vários cheques sem fundo.
Obrigado pela participação.
Pr. Carlos Roberto,
ResponderExcluirEu é que lhe parabenizo pela excelente cobertura da convenção no seu blog. Os dois lados em disputa gastaram muito nessa eleição. O Pr. Mark Lemos em seu blog, disse que em conversas de bastidores falou-se em 5 milhões de reais na eleição de 2007 e projeções de 10 milhões para essa. É claro que isto são projeções, pois não se tem valores oficiais. Mas são valores expressivos, em um país onde a maioria dos membros da Igreja Assembléia de Deus são pessoas de baixo poder aquisitivo. Gastar um valor desses, não com um projeto de evangelismo ou social, mas sim com um projeto de poder político/eclesiástico. Sinceramente, para mim, isto está longe dos ensinos de Jesus e do Novo Testamento.
Abraço.
Pastor Juber, a paz do Senhor!
ResponderExcluirRealmente a situação política desses últimos dias deixa qualquer um abalado.
Pessoas aqui de Araguari que estivereram lá presentes, relataram coisas bem distantes do comportamento de um cristão, bem longe do exemplo deixado por Jesus.
Que será da AD no Brasil? Que será dos obreiros que tem usado de astúcia e manobras em busca de "poder"? Não o bíblico como o Pr citou.
Abraço.
João Paulo,
ResponderExcluirQue será de obreiros que usam de tudo para ter "poder"? Segunto o livro de Mateus capítulo 7, diz que muitos vão ouvir de Jesus um "não vos conheço", mesmo que tenham feitos milagres em nome Dele. Que será da AD? Bom eu tenho o maior carinho pela Igreja Assembléia de Deus. Sou membro dela há 27 anos e também sou pastor ligado a mesma. A denominação está fazendo 100 anos, mas o Cristianismo tem 2.000 anos de história. Deve-se ter em mente que o ensino de Jesus é tão dinâmico e imutável quanto qualquer outro dos absolutos estabelecidos por ele na sua Palavra. Mas infelizmente isso não tem sido levado a sério. Na maioria das vezes, a igreja institucional evangélica se vê esquecida de que é possível cair na mesma armadilha do farisaísmo judaico. Nesse caso a Palavra de Deus se volta para a igreja-instituição, a fim de julgá-la tanto quanto julgou o judaísmo. Tenhamos pois em mente o seguinte: O compromisso de Deus é com a Igreja que Cristo instituiu como expressão central e orgânica do seu Reino na História presente. Agora quando os homens fazem da "igreja" algo para funcionar como seu feudo religioso e instrumento dos seus caprichos, aí eu digo que com isto, Deus não tem parte e nem compromisso nenhum. A promessa de Jesus de que a sua Igreja seria invencível tem se cumprido e cumprir-se-á sempre. Tenhamos todavia em mente que centenas de igrejas - instituições religiosas - sucumbiram à própria história na sua marcha inexorável na direção do fim. Por isso mesmo a Igreja deve ter senso crítico para avaliar se seus odres culturais, sociais, metodológicos, estruturais e doutrinais estão compatíveis com o vinho (conteúdo) do Reino de Deus.
É o que tenho a dizer com toda a sinceridade diante de Deus.
Abraço.