SEJA BEM VINDO. Este blog nasceu da vontade de poder compartilhar, pensamentos e reflexões sobre os acontecimentos atuais e a aplicação da Palavra de Deus a nossa vida.A escolha deste título para o meu blog, foi porque acredito que se não for para vivermos o Evangelho de Cristo conforme Ele viveu e ensinou, nada vale a pena. INDIQUE ESTE BLOG A MAIS ALGUÉM E DEIXE UM COMENTÁRIO JUNTO A MATÉRIA QUE PORVENTURA TENHA GOSTADO.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
Teologia pentecostal em debate - Paulo e Lucas não estavam de acordo?
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
Augustus Nicodemus fala de "êxodo pentecostal" para as igrejas reformadas e gera polêmica
Os reformados precisam se preparar para receber as centenas e centenas de irmãos pentecostais e neopentecostais que descobriram a fé reformada pela internet
O teólogo presbiteriano Reverendo Augustus Nicodemus Lopes publicou um post em seu perfil do twitter que gerou uma repercussão muito grande. A fala do pastor reformado foi sobre a saída de centenas de pentecostais e neopentecostais de suas igrejas para as igrejas de teologia reformada após estes conhecerem a teologia pregadas por estas últimas.
Nicodemus alerta os líderes reformados que se preparem para receber esses irmãos vindos do pentecostalismo e do neopetencostalismo, pois se preocupa com a possibilidade deles se decepcionarem caso não encontrem em seu destino uma comunidade preparada para lidar com seus anseios.
"Os reformados precisam se preparar para receber as centenas e centenas de irmãos pentecostais e neopentecostais que descobriram a fé reformada pela internet e estão vindo cheios de expectativa e esperança para as suas igrejas. Senão a desilusão deles será grande", escreveu Nicodemus.
O post do reverendo rapidamente gerou uma onda de comentários. Alguns de apoio ao seu alerta, outros de testemunhos desses membros que migraram das demais correntes teológicas para o reformismo e, por fim, de outros líderes e teólogos que não gostaram das palavras do líder presbiteriano.
Críticas
O pastor Robson Aguiar chamou de "prepotência" as palavras de Nicodemus. Para ele, ao assim se manifestar, o reverendo estaria fazendo "proselitismo calvinista."
"A decepção será grande. Essas pessoas saem do movimento pentecostal pensando em encontrar uma igreja perfeita, e não encontraram. E o motivo deles irem e por ouvir suas pregações, as do Hernandes e Héber Campos, mas nem todos os pastores possuem esse nível.", escreveu outro internauta.
Para outro fiel, o desejo do pastor deveria ser "que as igrejas pentecostais e neopentecostais que julga estarem em desacordo com a doutrina bíblica corrigissem seus erros, não que fossem esvaziadas."
Pentecostais comentam
Líderem pentecostais comentaram a fala de Nicodemus. O pastor e escritor José Gonçalves, teólogo, escritor assembleiano e Membro da Comissão de Apologética da CGADB, diz que o post traz "de forma subliminar a supremacia da teologia reformada e a "problemática" da práxis pentecostal".
"Em que sentido os reformados precisam se "preparar" para receber pentecostais? Somente se enxergamos os pentecostais como um grupo inferior ao reformado ou ate mesmo subalterno. A imagem é de imigrantes, pessoas desorientadas, confusas e sem rumo em busca de asilo. Seriam os reformados, que se consideram o primeiro mundo da teologia protestante, o porto seguro dos pobres advindos do terceiro mundo, os pentecostais? Se este for o caso seria bom lembrar que a teologia protestante, da qual os reformados se acham os legítimos herdeiros e, por isso mesmo parecem querer patenteá-la, não é e nunca foi cem por cento pura. Nem mesmo cem por cento bíblica! Se há problemas dentro da comunidade pentecostal, da mesma forma dentro do arraial reformado", alertou Gonçalves. Confira o texto na íntegra (aqui)
Ele ainda mostra que mesmo com a polêmica provocada pelas palavras de Augustus Nicodemus, é necessário uma autocrítica pelos líderes pentecostais, pois tal "êxodo" não acontece por acaso.
"O texto demonstra consciência do arrefecimento da experiência pentecostal. Há um pentecostalismo sem pentecostes. Em muitos contextos pentecostais a experiência se sobrepõe a palavra de Deus e não apenas a teologia. A Bíblia é usada para justificar práticas bizarras. Muitos líderes são mestres em inventar modismos para prender os incautos."
Um alerta "profetizado"
O comentário de Augustus Nicodemus é o resultado de algo que já tem se notado nos últimos anos e preocupado alguns pastores de vertente pentecostal, pois realmente muitos fieis estão tomando conta da teologia reformada, principalmente pela internet, e com isso tendo um sentimento de que suas comunidades estão aquém no quesito da exposição e interpretação bíblica.
O teólogo assembleiano Gutierres Siqueira comentou, ainda no início de novembro, sobre esse problema gerado por esse suposto "conhecimento" adquirido por estes fieis, o qual ele chamou de "novo gnosticismo".
"Fico incomodado quando vejo alguns jovens usando uma linguagem de conversão ao abraçarem a chamada Teologia Reformada. Alguns dizem: "Saí das trevas!". Outros dizem: "Encontrei a luz!". Ou ainda: "Finalmente fui liberto!"", alertou Siqueira.
Gutierres diz fez ainda outro alerta para estes que se dizem impactados ao tomarem conhecimento das doutrinas da graça ensinadas pela fé reformada.
"É bem provável que esses jovens sejam hoje apenas pessoas que sabem explicar melhor a doutrina da justificação ou a doutrina da santificação, mas a salvação, vale destacar, não é um assentimento intelectual. Muitos ignorantes da doutrina da justificação serão justificados, outros conhecedores profundos dessa mesma doutrina nunca serão. Vamos tomar cuidado com esse novo gnosticismo que diz acreditar na suficiência de Cristo, mas no fundo se acredita justificado pela informação doutrinária que detém.", finalizou.
Fonte: https://www.jmnoticia.com.br/noticia/augustus-nicodemus-fala-de-exodo-pentecostal-para-as-igrejas-reformadas-e-gera-polemica/20263
sábado, 31 de outubro de 2020
terça-feira, 27 de outubro de 2020
Ed René e a "atualização da Bíblia"
Meu comentário: Se o Ed René ao dizer que a Bíblia precisa ser atualizada ele queria dizer que era a interpretação da Bíblia, então não vejo motivo para tanta gritaria que houve nas redes sociais a sua declaração. Se no entanto, ele queria dizer que é o texto da Bíblia que precisa ser mudado ou adaptado, aí já vejo um sério problema.
O que eu quero dizer é que a interpretação da Bíblia vem sendo atualizada há muito tempo. Ed René não inventou a roda. Começando no tempo da própria Bíblia. Vejamos:
No livro de Hebreus: "Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda". Hebreus 8:6,7
E mais: "Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar".Hebreus 8:13.
Isso significa que há textos que não são imutáveis. Eles foram inspirados, mas tinham uma data de validade, não podiam ser aplicados em qualquer tempo.
Quando Jesus disse: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno. Mateus 5:21 e 22.
"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
"Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus"; Mateus 5:38,39 e 43 e 44.
O que Jesus fez uma reinterpretação do texto ou uma heresia? Jesus na verda ele ressignificou o texto.
Um exemplo de mudança dentro do próprio Velho Testamento: a questão dos eunucos:
A Lei era dura em relação aos eunucos. Eles nem podiam entrar na Congregação do Senhor (Deut. 23:1). Nesse mesmo capítulo a Lei exclui também da comunidade os bastardos e estrangeiros.
O que ocorreu ali? Simplesmente a partir de Isaias, o texto de Deuteronômio foi flexibilizado, foi adaptado a uma nova realidade.
Todas passagens acima, mostram uma atualização dentro da própria Bíblia. Agora imagine em dois mil anos de história do cristianismo, quanto textos tiveram uma interpertação mudada com o tempo e a circunstância?
Nos últimos 2000 anos da história do Cristianismo, o que mais a gente viu foi a interpretação da Bíblia sendo atualizada. Temas como escravidão, direitos das mulheres, direitos humanos em geral já foram objeto de muita interpretação. A Bíblia já foi usada para justificar a escrividão, sexualidade (não só para o uso de procriação), o silêncio das mulheres, a proibição do uso de anticoncepcionais. Depois a mesma Bíblia foi usada como base para os direitos humanos.
Mais recentemente a gente anda vendo novas interpretações sobre as mulheres poderem pregar/ensinar, serem ordenadas ao ministério. A homoafetividade hoje está no centro dos debates. A pergunta é como a igreja vai lidar com eles?
O que eu sei é que a questão homoafetiva é um dos grandes desafios da igreja daqui para frente. Como a igreja lida com os homossexuais? Eles estão entre nós? Como são tratados? Lendo especificamente os 4 evangelhos qual a importância e o que Jesus disse? O que ele quis dizer em Lucas 10:12, Mateus 10:15, Mateus 11:23, Mateus 19:1-12?
O noso grande problema é defendar as causas que os apóstolos como Paulo e o próprio Jesus não devenderam e querer falar onde Deus não falou.
Jesus e Paulo viveram numa sociedade judaica mas dentro dum contexto grego-romano, cujos costumes sociais estão registrados na história, na arte, na arqueologia. Quem já viu a série "Roma" da HBO, que foi elogiada pelos historiadores, viu um mundo sem a influência do cristianismo, como era. Em Romanos 1, Paulo mostra o contexto dos seus dias. O culto a Apolo, Afrodite, Baco eram célebres na época. A história dos Césares estão aí para ser lidas. Mas isso não foi bandeira de causa nem para Jesus nem para Paulo. Simplesmente falavam o evangelho que produzindo vida, transformação.
Gosto muito de uma frase que eu li há alguns anos atrás: A Palavra de Deus é absoluta, mas sua interpretação é relativa.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
De 'grave depravação' a acolhimento, como a Igreja Católica vem mudando sua posição junto aos LGBT
,EDISON VEIGA
Para uma instituição milenar como a
Igreja Católica, 17 anos não são muito tempo. Pois em 3 de junho de 2003, o
Vaticano publicou um documento chamado "Considerações Sobre os Projetos de
Reconhecimento Legal das Uniões Entre Pessoas Homossexuais."
Na última quarta-feira (21), foi com
certo espanto, não pouca polêmica e um sentimento de acolhimento por parte de
muitos excluídos que o mundo reagiu a algumas frases do documentário Francesco, do cineasta americano de origem russa Evgeny
Afineevsky, lançado em festival na Itália. Em um trecho de 20 segundos do
filme, Francisco diz, em espanhol:
'Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser
excluído ou forçado a ser infeliz por isso', disse o papa Francisco sobre a
união civil de homossexuais
"Ele fala em um caminho do meio
entre não reconhecer nada e entre aceitar um casamento. Entende a necessidade
de que essas pessoas tenham direitos legais reconhecidos, ou seja, herança,
compartilhamento do plano de saúde, enfim, tudo o que está ligado a uma união
estável", diz, à BBC News Brasil. "Mas o matrimônio ele segue
afirmando que deve ser constituído entre um homem e uma mulher para, conforme a
Igreja, o bem dos cônjuges e a geração de filhos, essas são as duas principais
finalidades do casamento."
Em outubro de 1986, já prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Ratzinger publicou uma carta com
orientações aos bispos do mundo sobre o "atendimento pastoral das pessoas
homossexuais". No documento, ele trata a homossexualidade — chamada por
ele de homossexualismo — como um "problema (…) cada vez mais objeto de
debate público".
,EDISON VEIGA
Legenda da foto,
'A questão da necessidade de acolher aos homossexuais, mas mantendo o
ensinamento do matrimônio entre homem e mulher já vem desde o pontificado de
São João Paulo II', diz o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto
"A questão da necessidade de
acolher aos homossexuais, mas mantendo o ensinamento do matrimônio entre homem
e mulher, já vem desde o pontificado de São João Paulo 2º", afirma.
"Ele já insistia que o casamento e a constituição da família aconteciam
entre um homem e uma mulher, mas que não poderia haver qualquer discriminação
contra a pessoa do homossexual. Pelo contrário, deveria haver uma preocupação
explícita da comunidade cristã em acolher aos homossexuais."
Logo na introdução, o texto critica
as "certas teorias" de ideologia de gênero. "Deste modo,
qualquer atitude sexual resultaria como justificável, inclusive a
homossexualidade, e a sociedade é que deveria mudar para incluir, junto ao
masculino e ao feminino, outros gêneros, no modo de configurar a vida
social", pondera Trujillo.
O corpo doutrinário do Vaticano, a Congregação para a Doutrina da Fé, já afirmou que 'o respeito pelas pessoas homossexuais não pode levar de forma alguma à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais'
"Igualmente, se opõe a isto a
ausência dos pressupostos para a complementaridade interpessoal querida pelo
Criador, tanto no plano físico biológico como no eminentemente psicológico
entre o homem e a mulher. O matrimônio não pode ser reduzido a uma condição
semelhante a de uma relação homossexual; isto é contrário ao sentido
comum."
"No caso das relações homossexuais que reivindicam ser consideradas união de fato, as consequências morais e jurídicas alcançam uma especial relevância", escreve. "As uniões de fato entre homossexuais além disso constituem uma deplorável distorção do que deveria ser a comunhão de amor e vida entre um homem com uma mulher, que se empenham ao dom recíproco de si e se abrem à geração da vida. Todavia é muito mais grave a pretensão de equiparar tais uniões ao 'matrimônio legal', como promovem algumas iniciativas recentes. E se isto ainda não bastasse pretende-se tornar legal a adoção de crianças no contexto das relações homossexuais aliando-se a tudo um elemento de grande periculosidade."
Não foram poucas as vezes em que papa
Francisco demonstrou no mínimo uma empatia ao se referir aos LGBT. Na volta de
sua primeira viagem internacional como sumo pontífice, respondendo a
jornalistas no voo do Brasil à Itália, ele disse que "se uma pessoa é gay
e procura Jesus, e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?". "O
catecismo diz que não se deve marginalizar essas pessoas, devem ser integradas
à sociedade. Devemos ser irmãos", acrescentou.
RNão foram poucas as vezes em que papa Francisco demonstrou no mínimo uma empatia ao se referir aos LGBT. Mas ele é enfático ao defender que o matrimônio, como sacramento, só pode ser contraído por heterossexuais
Em 2018, a sigla LGBT foi usada pela
primeira vez em um documento oficial da Igreja — no caso, o "Instrumentum
Laboris" que serviu para nortear as discussões da Assembleia do Sínodo dos
Bispos ocorrida naquele ano. Uma mudança e tanto para uma instituição que
sempre se dirigiu a tais populações como "pessoas com tendências
homossexuais".
terça-feira, 13 de outubro de 2020
sábado, 10 de outubro de 2020
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Ortodoxia e heresia
A palavra ortodoxia significa interpretação,
doutrina ou sistema teológico implantado como único e verdadeiro pela igreja/religião;
dogmatismo religioso.
A ortodoxia (com o
minúsculo) significa conformidade com os princípios de qualquer doutrina
geralmente aceita, em contraste com as doutrinas divergentes, que são
consideradas falsas e rejeitadas como heterodoxia. A doutrina
predominante prevalece sobre as doutrinas divergentes, domina a percepção
pública e, assim, define efetivamente a norma, ou seja, a doutrina "correta". [Mas a visão
predominante às vezes pode ser derrubada por uma "revolução
copernicana", de modo que a visão que prevalecia anteriormente
dá lugar a um novo consenso, que se torna a nova ortodoxia.
O termo "Ortodoxo", com O maiúsculo, é comumente aplicado como denominação distinta a dois grupos específicos de igrejas cristãs conhecidas como Igrejas Ortodoxas, assim chamadas mesmo por aqueles que questionam a sua reivindicação de serem exclusivamente ortodoxas.
Já heresia, significa: interpretação, doutrina ou sistema teológico rejeitado como falso pela igreja. Também pode ser interpretada como, teoria, idéia, prática que nega ou contraria a doutrina estabelecida por um grupo.
Sim, ortodoxia é muito importante e
a apologia no combate as heresias também.
O problema é quando surge o
aparecimento da agenda emocional oculta atrás daqueles juízos cansativos, rasos
e repetitivos. As razões nunca se afastam muito da mais dissimulada inveja, e
que se oculta atrás da “ortodoxia” que se pretende passar como “defensora da
verdade de Deus”.
E como a cabeça protestante está centrada na verdade, tudo aquilo que não for exatamente de acordo com a sua cartilha teológica, necessário é, que se faça expurgo.
Seria ingenuidade nossa querermos pregar um inclusivismo que não pergunta pelas questões básicas da verdade. Porém, eu creio que é hora de abrirmos nossos olhos para não ficarmos nem com o nosso “diletantismo pela verdade”, tampouco com o “inclusivismo católico”, que não questiona alguns conceitos básicos e fundamentais.
terça-feira, 6 de outubro de 2020
Bolsonaro diz, em culto da Assembleia de Deus, que próxima indicação ao STF será de um pastor
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na noite desta segunda-feira (5) em São Paulo que a próxima indicação dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) deve será um pastor evangélico.
Ele participou de um culto de ações de graça pelo aniversário do pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Brasil, no bairro do Belenzinho, Zona Leste de São Paulo.
No evento, Bolsonaro chamou de “precipitado” quem o criticou por não ter indicado um ministro evangélico para a vaga de Celso de Mello, que deve deixar o STF na próxima terça-feira (13), para se aposentar.
"Vamos ter no STF um ministro terrivelmente evangélico. Agora mais ainda. Alguns um pouco precipitados achavam que devia ser a primeira vaga, que acabei de indicar. A segunda vaga, que será [indicada] em julho do ano que vem, com toda certeza, mais que terrivelmente evangélico, se Deus quiser nós teremos lá dentro um pastor”, afirmou.
"Imaginemos as sessões daquele Supremo Tribunal Federal começarem com uma oração. Tenham certeza de uma coisa: isso não é mérito meu. É a mão de Deus", completou Bolsonaro.
Além do presidente, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro também esteve no evento que ocorreu na Igreja Assembleia de Deus – Ministério do Belém.
Estiveram presentes ainda o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, desembargadores e outras autoridades.
O indicado de Bolsonaro para a vaga de Celso de Mello foi o desembargador Kassio Nunes Marques, de 48 anos, de acordo com publicação do “Diário Oficial da União” na última sexta-fera (2). A indicação já havia sido anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro um dia antes na internet.
Marques é, atualmente, desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que tem sede em Brasília.
Assista o culto:
Fonte: G1 via Folha Gospel, via Point Rhema.
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
Missionários dekasseguis: como imigrantes brasileiros espalham o Evangelho no Japão
De segunda a sexta-feira, a paulista Megume Uehara trabalha como operária em uma fábrica em Hamamatsu, na província de Shizuoka, a cidade com a maior concentração de imigrantes brasileiros no Japão. Nos fins de semana, a jovem de 28 anos viaja a Aichi, a província vizinha, para "pregar a palavra". Megume é missionária da igreja cristã Sola Japan, que integra desde 2014.
A primeira missão foi em Kikugawa (Shizuoka), em 2016. "Hamamatsu já tinha sido bastante evangelizada e, na época, ficávamos debaixo de chuva ou de sol de 40 graus, mas as portas não se abriam mais, os outros não paravam para nos ouvir nas ruas ou nas suas casas. Oramos a Deus para pedir uma cidade nova para evangelizar. E descobrimos Kikugawa", lembra.
Megume e outros missionários viajavam para a cidade às noites de sexta-feira para bater às portas das casas de brasileiros e convidá-los a participar da igreja. Ao longo dos sábados, eles organizavam "células", pequenas unidades para estudar a Bíblia. Nas manhãs de domingo, realizavam cultos. "A igreja de Kikugawa se estruturou e reuniu muitos discípulos. Foi a hora para nós, missionários, partimos para outra cidade", diz.
"Missionários não ficam pulando de galho em galho. Temos nossa casa e nosso pastor, mas estamos sempre prontos para sair da nossa geografia e ajudar na construção de novas igrejas", define Megume que, entre idas e vindas do Brasil, já conta 20 anos no Japão. A missão atual é em Okazaki (Aichi), que hoje reúne cerca de 50 fiéis — entre eles, 5 japoneses.
Igrejas como a Sola Japan se dedicam à evangelização de imigrantes e dekasseguis (descendentes de japoneses que migram para trabalhar temporariamente no país), mas almejam atingir japoneses no futuro.
"Nosso foco é o Japão, mas é impossível ganhar os japoneses se não tivermos um exército forte. Nós precisamos de aliados, como diz a Bíblia. E os aliados são os jovens brasileiros, que já dominam a língua japonesa e que, um dia, vão conversar de igual para igual sobre o amor de Jesus com os japoneses", aposta.
Igrejas cristãs tiveram um boom silencioso nas últimas décadas no Japão, um arquipélago historicamente budista e xintoísta — as duas religiões abrangem mais de 90% da população. Proibido entre 1614 e 1873, o cristianismo conta com cerca de 1,9 milhões de fiéis hoje, o que representa apenas 1,1% da população do país.
Segundo o Shukyo Nenkan de 2019, o relatório religioso anual da Agência de Assuntos Culturais do país, há 84 mil organizações xintoístas (46,9%), 77 mil budistas (42,6%) e 4,7 mil cristãs (2,6%) ativas. Também há 14 mil organizações de outras religiões (7,9%), não identificadas nominalmente. Tampouco há distinções entre igrejas cristãs católicas e evangélicas.
Boom
Oficialmente, o número de instituições cristãs não teve alteração expressiva — em 2009, eram 4,3 mil organizações ativas (2,4% do total), uma diferença de 400 unidades diante de 2019. Extraoficialmente, entretanto, o movimento migratório dos dekasseguis impulsionou um fenômeno de novas igrejas evangélicas brasileiras, fora do radar das estatísticas japonesas.
Em 1997, estimava-se 75 grupos evangélicos brasileiros no Japão, segundo dados da Igreja Metodista Livre citados em artigos acadêmicos. Em 2002, eram 200. Em 2007, eram 441, de acordo com a revista evangélica Mensageiro da Paz, sem contar movimentos neopentecostais como a Igreja Universal.
Segundo o sociólogo Masanobu Yamada, professor da Universidade Tenri (Nara), muitas igrejas brasileiras não foram oficialmente registradas como instituições religiosas devido à burocracia japonesa — o cadastro não é obrigatório, mas pode ser necessário para a aquisição de imóveis, por exemplo. Por volta de 2008, estimava-se cerca de 500 novas igrejas evangélicas brasileiras no arquipélago. "Não eram oficialmente reconhecidas, mas os membros as consideravam como tal", diz o sociólogo, que desde 1996 estuda religiões japonesas no Brasil e religiões de dekasseguis no Japão.
Na década de 1990, os primeiros dekasseguis brasileiros eram majoritariamente católicos não-praticantes.
Instalados no arquipélago, eles não se aproximaram das maiores religiões japonesas (budismo e xintoísmo) por não dominarem o idioma, entre outros motivos. Paulatinamente, porém, eles se converteram a igrejas evangélicas brasileiras que iniciaram missões no país, como Assembleia de Deus e Igreja Universal, o que impulsionou o surgimento de novos pastores e a multiplicação de igrejas independentes.
De acordo com o sociólogo Rafael Shoji, co-organizador do livro Transnational faiths: Latin-Americanimmigrants and their religions in Japan (Routledge, 2014), as igrejas evangélicas estrangeiras se firmaram ao redor das regiões periféricas e bairros brasileiros operários, especialmente os conjuntos residenciais conhecidos como danchi.
"Igrejas pentecostais têm muito mais sucesso no Japão devido a uma oferta otimizada e relativamente grande para o atendimento de demanda de uma religiosidade étnica, na ausência de instituições sociais brasileiras e redes de assistência", diz Shoji, em estudo publicado na Rever - Revista de Estudos da Religião, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ao valorizar ideais de comunidade e família, as igrejas contribuíram para a construção de uma identidade dos dekasseguis dentro do Japão, fora das fábricas.
O sociólogo investigou a presença de igrejas pentecostais nas províncias de Aichi, Shizuoka, Gifu e Ishikawa, durante temporada de pesquisa na Universidade Nanzan, em Nagoia (Aichi). Entre 2004 e 2008, identificou 313 instituições voltadas a brasileiros: 47% delas evangélicas e neopentecostais, 25,6% de novas religiões japonesas, 20,8% de católicas e as demais budistas, espíritas ou umbandistas. Entre as evangélicas, as mais fortes são Assembleias de Deus (24%), Igreja Universal (10%) e Missão Apoio (10%).
Missão Apoio (acrônimo de Assistência e Preparação de Obreiros Interligados na Obra) é um dos maiores exemplos de expansão do "pentecostalismo dekassegui". Fundada pelo pastor brasileiro Claudir Machado em 1993, a unidade foi idealizada especialmente para prestar assistência a imigrantes no Japão.
Da fábrica à igreja
Missão Apoio é a casa do paranaense Sergio Akira Kawamoto, 35 anos, desde 2000 radicado no Japão. "Lembro até hoje: desembarquei no dia 3 de agosto; no dia 5 já comecei a trabalhar em uma fábrica, uma jornada diária de 8 horas mais 4 de zangyo [hora extra, em japonês]. Eu tinha 15 anos, tinha deixado amigos, estudo, tudo para trás no Brasil. Era revoltado. Voltava para casa depois do trabalho e chorava de raiva, pensando 'que vida que eu estou vivendo?'", conta.
Nas noites de sexta-feira, uma vizinha costumava bater à porta do apartamento de Sergio, convidando-o para participar de reuniões religiosas no prédio deles em Toyohashi (Aichi). Um dia, ele aceitou. "Nunca mais saí. Eu me encontrei. Estudei a Bíblia, fiz cursos, retiros." Sergio e Keila (a jovem missionária) se casaram e tiveram três filhas tempos depois. Para muitos imigrantes, a igreja se torna a família no Japão.
Núcleos religiosos, diz a antropóloga Regina Yoshie Matsue, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), se tornam o espaço por excelência de socialização dos imigrantes. "É onde eles podem desfrutar da companhia de seus pares, fazer network de apoio social para trocar informações sobre empregos e facilidades, dividir experiências e frustrações do dia a dia na fábrica", exemplifica. Para Matsue, autora de estudos sobre religiões de dekasseguis, durante o mestrado e o doutorado na Universidade de Tsukuba (Ibaraki), a adesão às religiões é um tipo de resposta na busca por identidade e inquietações psicológicas e sociais dos imigrantes, como os choques culturais entre Brasil e Japão.
Em 2007, o pastor da Missão Apoio de Toyohashi voltou para o Brasil — e Sergio e Keila assumiram como pastores. Status de pastores, obreiros e missionários variam entre as instituições. Sergio se define nos três termos, considerando-se pastor, missionário (por cumprir missões) e obreiro (por dedicar-se à "obra de Deus").
No início, Sergio conciliava o trabalho na fábrica e na igreja. Depois, passou a se dedicar integralmente à Missão Apoio, onde hoje também é tesoureiro. "Voltava do trabalho pesado de construção de navios e precisava escolher entre jantar ou ir conduzir estudos bíblicos na casa de alguém. Foram meses e anos assim."
"Mas pastor também é humano. Uma hora muitos pastores precisam desacelerar, talvez diminuir a carga para o teiji [a jornada básica de 8 horas] ou poder contar inteiramente com os dízimos."
Desde que assumiram a Missão Apoio de Toyohashi, Sergio e Keila estão tentando atrair fiéis novos nipônicos. A ideia surgiu por volta de 2013, quando um jornalista japonês questionou quantos japoneses costumavam frequentar a igreja. Hoje, os cultos das manhãs de domingo, em português, reúnem cerca de 70 participantes; nos cultos da tarde, em japonês, são 20.
Na igreja de Claudemir Fortunato, 52 anos, e Sueli Yoshii Fortunato, 52, o culto é feito em português, com tradução simultânea para o japonês. Integrante da Assembleia de Deus Cristã Água Viva (Adcav), em Suzuka (Mie), Missionário Fortunato, como é conhecido, quer formar novos discípulos, principalmente jovens brasileiros, bolivianos e peruanos. "Quero cumprir minha missão aqui no Japão e voltar ao Brasil. É minha verdade hoje, mas depende de Deus."
Desde 1998 no Japão, Fortunato começou a atuar como missionário há 8 anos, no templo, nas ruas e de porta em porta. A inspiração, diz, surgiu do Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos de 15 a 20. "Jesus está conversando com os apóstolos e diz: 'Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações'."
De karaokê a centro cristão
O pastor paulistano Guenji Imayuki, 52 anos, também lembra a frase do Evangelho de Mateus ao justificar suas motivações missionárias. Imayuki trabalhou durante 7 anos com descendentes de japoneses no Brasil.
Depois, foi convocado para trabalhar no Japão. Desde 2015 no arquipélago asiático, ele é missionário overseas (além-mar), uma categoria da Igreja Adventista Do Sétimo Dia (Iasd) que envolve um contrato inicial de cinco anos, prorrogável por mais cinco.
Em 2017 foi inaugurado o Centro Cristão Tokai, em Kakegawa (Shizuoka), em um antigo ponto de entretenimento e karaokê. Ali, Imayuki pretende treinar imigrantes brasileiros para evangelizar japoneses.
"É a expectativa, mas a realidade é mais difícil do que nós imaginamos", relata. "Toda igreja que tem mais de 30% de imigrantes é difícil, pois dificilmente os nativos vão aderir. Primeiro, precisamos alcançar e treinar os imigrantes brasileiros. Depois, a partir deles, pretendemos alcançar os japoneses." Nos encontros aos sábados, a unidade de Kakegawa reúne cerca de 80 participantes; entre eles, apenas 2 japoneses.
Com seu primeiro templo no Brasil fundado em 1896, a Igreja Adventista é bastante estruturada e, no Japão, inclui instituições como dez escolas elementares, asilos, cursos de enfermagem e teologia, hospitais em Tóquio, Kobe e Okinawa.
"Nossa filosofia não é só o Evangelho, é o estilo de vida", comenta.
Igrejas japonesas são vistas como sombrias e sérias, enquanto igrejas internacionais são consideradas mais amigáveis. No treinamento, diz Imayuki, a ideia é enfatizar a assertividade e a expressividade brasileiras, mas equilibrando-as com a cultura japonesa, mais reservada.
Segundo o pastor, há dois focos principais dos adventistas antes de conquistar os japoneses: despertar o interesse de jovens brasileiros e de outros estrangeiros asiáticos presentes no arquipélago, como filipinos, nepaleses e vietnamitas. "É preciso trabalhar a mentalidade desses jovens: eles precisam conhecer a cultura japonesa, mas manter a identidade deles. É difícil professar a fé nesse país. É um longo caminho."
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54066196