A palavra ortodoxia significa interpretação,
doutrina ou sistema teológico implantado como único e verdadeiro pela igreja/religião;
dogmatismo religioso.
A ortodoxia (com o
minúsculo) significa conformidade com os princípios de qualquer doutrina
geralmente aceita, em contraste com as doutrinas divergentes, que são
consideradas falsas e rejeitadas como heterodoxia. A doutrina
predominante prevalece sobre as doutrinas divergentes, domina a percepção
pública e, assim, define efetivamente a norma, ou seja, a doutrina "correta". [Mas a visão
predominante às vezes pode ser derrubada por uma "revolução
copernicana", de modo que a visão que prevalecia anteriormente
dá lugar a um novo consenso, que se torna a nova ortodoxia.
O termo "Ortodoxo", com O
maiúsculo, é comumente aplicado como denominação distinta a dois grupos
específicos de igrejas cristãs conhecidas como Igrejas
Ortodoxas, assim chamadas mesmo por aqueles que questionam a sua
reivindicação de serem exclusivamente ortodoxas.
Já heresia, significa: interpretação,
doutrina ou sistema teológico rejeitado como falso pela igreja. Também pode ser
interpretada como, teoria, idéia, prática que nega ou contraria a doutrina estabelecida
por um grupo.
Sim, ortodoxia é muito importante e
a apologia no combate as heresias também.
O problema é quando surge o
aparecimento da agenda emocional oculta atrás daqueles juízos cansativos, rasos
e repetitivos. As razões nunca se afastam muito da mais dissimulada inveja, e
que se oculta atrás da “ortodoxia” que se pretende passar como “defensora da
verdade de Deus”.
Ao final, todavia, se descobre por
detrás de todas as grandes disputas pela “verdade” que o que há é, quase
sempre, mentira; as motivações, quase nunca são nobres, mas brotam dos porões
da própria mesquinhez humana.
E é na ortodoxia de palavras retas,
ditas em nome de Deus, que se escondem as grandes heresias. Muitas vezes, nós,
os cristãos, somos os mais ardorosos defensores práticos das leis do carma, das
teologias simplistas de causa e efeito imediato, de justiças baseadas em
aparências e, sobretudo, em acusações que nada mais são que uma tentativa
velada de fazer duas coisas: uma é dizer a Deus: “Poupa-me, pois, eu defendo
a Tua causa”, a outra é: “Se algo de mal me acontecer também, que todos,
de antemão, saibam que não foi por nenhuma rebelião minha contra Deus”.
Desde sempre a vereda é a mesma:
Caminho, Verdade e Vida. Em Cristo, isto tem sua plena encarnação. Mas, esse é
um princípio universal para a alma de todo homem: o único caminho é o da
verdade e é somente a verdade que realiza aquilo que se pode chamar de vida.
Em Cristo, isto nos leva ao Pai. Na
vida, nos leva, mesmo que perplexamente, ao Pai também. Isto porque não há uma
única verdade que se encarne em Cristo que também não seja um princípio de vida
para toda e qualquer alma.
A igreja-comunidade tem que ser
sadia e inimiga de divisões. O apóstolo Paulo fala para notar se praticam a divisão.
Prestem atenção os que são maníacos, obsecados, esses que são detalhistas e que
estão sempre procurando dividir.
Quanto a isso nós temos de abrir os
olhos porque a nossa herança protestante nos ajuda a produzir divisões.
Clodovis Boff (teólogo católico, irmão de Leonardo Boff), brincando um pouco
conosco, diz que somos fragmentados dessa forma porque nossa herança
protestante concentrou-se na ênfase da verdade e, em função disso, a gente vai
se esfacelando.
Entretanto, a Igreja Católica é
inclusivista. É uma “igreja-galinha”, segundo Boff. Ela abre os espaços e chama
a todos os pintainhos, até de cores diferentes, para debaixo de si, porque,
historicamente falando, a ênfase está na unidade.
Essa é uma verdade tremenda. Quando
a Reforma Protestante levantou-se, carregando os pendões da absolutização da
verdade e da sã doutrina, nos resgatamos, por um lado, toda nossa saúde
doutrinária ou pelo menos o básico dela. Mas, por outro lado, nos acirramos a
essa obsessão pelo perfeccionismo doutrinário, de forma que fomos nos
esfacelando e fragmentando no curso da história.
A idéia do sacerdócio individual,
universal e direto com o Pai, por meio de Cristo, através de nosso acesso
direto às Escrituras acabou por promover, a partir de diferentes interpretações
das mesmas a proliferação de verdades diferentes, de hermenêutica diferentes.
E como a cabeça protestante está
centrada na verdade, tudo aquilo que não for exatamente de acordo com a sua
cartilha teológica, necessário é, que se faça expurgo.
Seria ingenuidade nossa querermos
pregar um inclusivismo que não pergunta pelas questões básicas da verdade.
Porém, eu creio que é hora de abrirmos nossos olhos para não ficarmos nem com o
nosso “diletantismo pela verdade”, tampouco com o “inclusivismo católico”, que
não questiona alguns conceitos básicos e fundamentais.
Mas nessa dialética, é hora de
brotar uma síntese de uma igreja que afirme coisas básicas a serem preservadas.
Eu pergunto pela natureza de Deus: se Ele é triúno, infinito. A natureza
infinita de Deus significa simplesmente que Deus existe aparte de, e não é
limitado pelo tempo ou espaço. Infinito significa simplesmente "sem
limites". Quando nos referimos a Deus como "infinito",
geralmente usamos termos como onisciência, onipotência, onipresença para
referir-nos a Ele.se é pessoal; pela natureza de Cristo, se Deus estava
em Cristo, sua divindade; pela sua obra vicária na cruz, na ressurreição; pela
Palavra, como revelação verbalizada proposicional de Deus para minha orientação
na caminhada da história.
Depois disso, eu entendo que vem a
doutrina da unidade e que dividir por qualquer coisa abaixo dessas questões é
dividir por qualquer coisa abaixo dessas questões é dividir por coisas menos
importantes. Dividir por causa do batismo, da escatologia pré-milenista,
pós-tribulacionista, pré-tribulacionista, dispensacionalista, pela
eclesiologia, pela forma de governo, pelo carismatismo, tudo isso é ridículo
porque são coisas que estão abaixo da necessidade de preservar a unidade do
espírito no vincula da paz!
Além do que nos adverte, quanto a
ilusão e ao engodo das palavras sutis de tais pessoas, porque nenhum assunto é
mais sutil, mais liso e aparentemente correto do que aqueles que promovem
divisões.
Lembro de ter ouvido há um tempo
atrás uma frase que nunca esqueci: “Eu quero um sopro do Espírito que nos une e
não um que nos divide”.
Outras frases interessantes são: a
ortodoxia é a heresia que venceu. E ainda, a ortodoxia de hoje pode ter sido
heresia no passado e vice-versa.
Muito bom, pr. Juber. GRAÇA E PAZ
ResponderExcluirObrigado pela participação no blog.
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