Me lembro quando há alguns anos, quando um culto na semana, era chamado de culto de doutrina, ou culto da família, pois o culto de domingo é para pregar para os "pecadores" serem salvos, segundo esta concepção. Hoje aqui no blog, eu quero escrever sobre a maior doutrina, o maior dogma, que muitas vezes não é ensinado, nem vivido. O que era mais importante para Jesus segundo os Evangelhos.
Jesus é Aquele que pode viver tão diferentemente dos padrões vigentes, que pagou o preço de uma existência capaz de ser radicalmente relevante. Sim, Ele é Aquele que mostrava Seu brilho pessoal a poucos, na Transfiguração, mas que não teve vergonha de mostrar Sua dor e verdade humanas a todos, na Cruz!
Quando no meio de todas as tentações que nos assolam formos tentados a deixar o compromisso com a justiça, caindo ou no Moralismo hipócrita ou na indiferença assassina, devemos ter em mente que, para Jesus, a única maneira de viver e encarnar a Sua justiça neste mundo é mediante a vivência radical do amor.
Todos os outros dogmas estão abaixo do amor. Mais importante do que sacrifícios, cultos, Leis, morais, usos e costumes, é o amor, diz Mateus 23.1-23. Mais importante, que o sábado e a tradição, é o amor ao ser humano que está com fome e precisando “meter a mão” em espigas para se alimentar ( Mt. 12.1-8 ), ainda que isto implique, aos olhos dos homens, uma transgressão.
O amor ao ser humano tem de estar acima do amor por coisas, diz Mateus 6:26. É mais decisivo do que o serviço do culto, diz Lucas 10:30-37: O sacerdote passa e não pára, o levita segue e não se importa, é o samaritano quem se agacha para socorrer com amor.
A grande heresia é não amar e não manifestar o amor como vida e Graça para com o próximo!
O amor é mais importante do que o sacrifício, do que a oferta: Mateus 5:23 e 24 diz que antes de se oferecer uma oferta tem-se que sair à procura de relações quebradas, para restaurá-las em amor. Sempre que Jesus fala do amor de Deus, Ele também fala do amor ao próximo. Ele não esquizofreniza o amor. Não permite que seja possível amar a Deus, mas ser indiferente ao próximo; ou amar ao próximo dando a mão de Deus. São perspectivas interligadas e inseparáveis.
Em Marcos 12.31-33 ou Mateus 22.36-39, Jesus afirma peremptoriamente essas duas categorias. É também com base no amor ao próximo que se estabelece, por fim, o critério ômega do juízo (Mt.25.31-46). Naquele “dia” não se perguntará quais eram as suas doutrinas, nem como era a sua forma de batismo, nem qual era a sua religião, nem quantos trabalhos cristãos você fez, nem se perguntará pela sua estatística de “quantos você converteu para Deus na Terra”. Perguntar-se-á se você viu Jesus por aí, com fome, maltratado, com sede, preso, doente, lá numa esquina qualquer.
E as pessoas vão dizer.” Senhor, nós nunca te vimos assim!” E Ele vai dizer: “Sempre que vocês deixaram de atender a um ser humano nesse estado de degradação, de prisão, de dominação, de infelicidade, de angústia e de miséria, vocês deixaram de atender a mim.”
É uma pena que Mateus 25 não seja levado a sério por nós. “Não se esqueçam: é com base no amor ao próximo que se estabelecerá o critério final, o critério ômega do juízo”.
Prezado irmão
ResponderExcluirNa minha igreja ainda há o tal culto de doutrina, todas às sextas-feiras, no qual quase nada se ensina de doutrinário no sentido original de instrução (didaskalia)
A minha igreja costuma estar quase vazia nesse dia, isto por que os crentes consideram perda de tempo comparecer ao culto para ouvir palavras muito mais ligadas às tradições dos homens do que à essência pura do evangelho, que consiste, conforme você falou, em viver com, em e para Cristo.
Tenho certeza de que se a temática do ensino nos cultos de doutrina atingisse os assuntos mais cruciais da vida cristã hodierna, com o fim de habilitar os cristãos a terem uma visão mais crítica e nítida do significado do Evangelho, a Igreja ficaria lotada nas sextas-feiras.
Os cristãos estão cansados de ouvir as mesmas histórias: o terror do inferno, a punições para os desobedientes, etc.
O cristão precisa aprender mais sobre sua cidadania celestial, sua santa vocação, sua dignidade como Filho de Deus e a sublime missão que Deus lhe entregou.
Ah! Eu queria tanto cultos de doutrina assim!
Fique na paz
Cristiano Santana
http://cristisantana.blogspot.com
Excelente Post:
ResponderExcluirConcordo em tudo o q o Ir. Cristiano escreveu, hoje em algumas igrejas o q mais é pregado nos cultos de doutrinas é os usos e costumes, a palavra e a sua essência está desaparecendo, em alguns casos, o púlpito está virando um meio para acusar muitos irmãos que não tem o direito de se defender, é aqui no RN não é diferente, é um dos cultos onde vai menos gente, é uma pena, mas é a realidade!! é como Jesus falou e hoje está se cumprindo, o amor esfriou.
gde abraço!!
A Paz do Senhor!!
Allen Sarlo.
Culto de doutrina...
ResponderExcluirCulto da família...
Culto da Palavra...
Seja lá qual for o nome, o importante é que esteja ministrando a Palavra de Deus de acordo com o direcionamento do Espírito Santo, que vai precisamente de encontro à necessidade do Seu povo para lhe instruir como este precisa, e não como deseja.
A sociedade muda, mas a doutrina bíblica é imutável. Não existiam padrões bíblicos para o tempo de Paulo e padrões bíblicos para os dias hodiernos. O Evangelho não muda e a Verdade tem que ser ensinada por quem Deus capacitou e colou à frente do Seu povo.
Certo é que muitas pessoas o fazem sem nenhum grau de sabedoria, sem o imprescindível amor, que deve coroar toda a Palavra ministrada. Dessa forma causam constrangimento, geram antipatia, frustram muitas ovelhas, impõem jugos muito pesados, espalham mais do que ajuntam. Mas não é só por isso que é tão fácil ver bancos tão vazios nos cultos de ensinamento bíblico.
Há outro lado que jamais deve ser esquecido, primeiro porque é muito real e segundo porque é muito atual: quem ama a Deus e zela pela Sua Palavra também ama seu irmão e zela pela sua salvação. Vai lhe ensinar a verdade, ainda que lhe doa. Acontece que a maioria dos cristãos de hoje não se interessam por assuntos que tratam da renúncia e da cruz. Também não vêem a igreja como um hospital da alma e sim como um centro de entretenimento, tampouco consideram o culto a Deus, mas tornam esse momento sublime em encontros sociais.
Com todo respeito...
Examine-se o homem a si mesmo.
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Obrigada por sua adorável visita ao nosso blog. Volte sempre e seja muito bem-vindo.
Deixei resposta abaixo do seu comentário por lá.
Paz de Cristo.
Irmão Cristiano,
ResponderExcluirObrigado pela rica participação. Você tocou num ponto importante, onde fala sobre o que geralmente se fala nestes cultos de doutrina: tradição dos homens. O que se precisa pregar é o Evangelho, não importa o dia da semana, ou título que este culto carregue, a Palavra tem que ser pregado a todos, crentes ou não-crentes. Ensinar mesmo, não ficar falando só de usos e costumes, mas enfatizar o caráter cristão, o fruto do espírito e não apenas os dons. Agora, o triste da história é que parte do povo, seja por condicionamento do tempo ou porque não conhece a Palavra mesmo, prefere é mesmo um frenesi emocional, ou culto de barganhas com a divindade, onde a prosperidade é o fim último. Aí meu irmão é como se diz nos jogos de futebol - pode esperar casa cheia.
Grande abraço.
Allen,
ResponderExcluirA questão dos usos e costumes é complexa dentro do contexto assembleiano no Brasil. Varia de lugar para lugar, região para região, pastor para pastor, igreja de congregação para igreja-sede e por aí vai. Usos e costumes é um "Talmude" para muitos, onde se cria regras e normas com muita facilidade. Agora já viu culto de doutrina, onde se pega Mateus capítulo 23 e ensiná-lo sistematicamente? É muito raro ver, mas não deveria. Sobre usar o púlpito para atacar os outros, é uma covardia, no entando se vê muito. Um lugar onde se deveria estar anunciando a Palavra ser usado para ataques pessoais, ninguém merece não é mesmo?
Abração.
Elaine,
ResponderExcluirObrigado pela participação. A Palavra de Deus não muda, mas os aplicativos mudam com o tempo e o lugar. Geralmente muitos não sabem nem distinguir entre doutrina de Deus, dos homens e dos demônios. Daí a responsabilidade com ensino da Palavra. Como eu disse na postagem o critério ômega do julgamento em Mateus 25 é o amor, isso tem que ser enfatizado pelos que ensinam a Palavra.
Graça e Paz.
Esses selos ou carimbos podem impressionar alguns, mas na pratica nada do que é anunciado se realiza. Culto de cura e libertação: Ninguém é liberto, nem curado.
ResponderExcluirCulto de doutrina e nenhuma doutrina é ensinada. Tem pastor que não sabe (e tem raiva de quem sabe) o que é hermenêutica e muito menos exegese. Quando usa a Palavra, a torce segundo preconceitos de costumes antigos já enraizados em sua mente (cauterizada), e fala somente em costumes e tradições e não em verdade bíblica. Por isso os chamados cultos de doutrina estão ficando vazios. O crente pode ser ignorante em algumas coisas (que não tem conhecimento) mas não se consegue entretelo muito tempo sem circo e pão. Sem a Palavra da verdade o crente continua errando e errante. Errais por não conhecer as escrituras nem o poder de Deus.
Creio que a liderança pensa que se derem um carimbo disso ou daquilo, Deus assinara em baixo. A coisa esta feia, misericórdia. Quando Jesus voltar, e estiver do jeito que esta indo, haverá fé na terra?
As implicações da hermenêutica neoliberal (ou achismos) acabam transformando a mensagem das Escrituras inacessível à Igreja. De acordo com essa abordagem, acabamos sem Escritura, sem revelação, sem verdade e sem pregação, podendo, no máximo, pregarmos apenas uma interpretação nossa do texto, mas nunca a verdade divina.
Se não podemos alcançar o sentido das Escrituras, não nos resta qualquer base para a doutrina e a prática da igreja, para decisões teológicas, para o ensino doutrinário, para a ordem eclesiástica.
Assim, instala-se o caos, por meio do qual cada um pode interpretar, como quiser, as Escrituras, as decisões da Igreja e seus símbolos de fé.
Em meu blog ha temas nesta área, visite: http://gilson-contraheresias.blogspot.com/
Gilson,
ResponderExcluirObrigado pela participação e pela visita. Aprendi que a melhor maneira de interpretar as Escrituras é fazê-lo através de Jesus, como Chave Hermenêutica que abre toda a Palavra. Ou seja é ler a Palavra a partir de Jesus, não só pelo que ele falou, mas como tratava as pessoas.
Graça e paz.
Graça e paz!
ResponderExcluirIrmão Juber!
O culto de ensinamento da Palavra ou de doutrina deveria ser mais prestigiado, as pessoas que conduzem estes trabalhos mais preparadas para conduzirem a Cristo e não a costumes que na maioria das vezes são temporários.
É muito importante o ensino da palavra , mas sem dúvida se estes não forem acompanhados do amor e também da prática em nossas vidas diárias servirá apenas para a condenação (1 Co 13).
Culto de doutrina e a EBD precisam ser valorizados para o bem da própria igreja. (Os 4.6)
Abraço!
Marcelo Oliveira,
ResponderExcluirCulto de doutrina, tem que ser para ensinar a Palavra sem departamentalizações teológicas e de forma que todos entendam. Escola Dominical tem que ser repensada na sua forma, de maneira que não seja apenas um lugar onde pessoas vão para polemizar ou criticar, pois consideram que lá é o único espaço que podem fazer isso e nem também ser entregues a pessoas sem muita familiaridade com a Bíblia e que não sabem ensinar. Em essência tanto o culto de doutrina como a Escola Dominical são ótimos, ajudam as pessoas a melhor entender as Escrituras, mas quando mal utilizados, o efeito é ao contrário.
Abraço.