Não sem motivo, a crítica às igrejas chamadas tradicionais cresce a cada dia. Por igrejas tradicionais me refiro àquelas vítimas do tradicionalismo (aqui sempre fizemos as coisas desse jeito!), legalismo (aqui as boas doutrinas e o bom comportamento valem mais do que as boas pessoas, até porque, exceto nós, não existem boas pessoas!) e do formalismo (silêncio, você está na casa do Senhor!).
A resposta que se dá a esse cenário é múltipla. Há os que abandonam a vida comunitária e passam a caminhar sozinhos, de roda em roda e de bar em bar, chamando de igreja qualquer reunião de chopp entre dois ou três cristãos, ou tentando cultivar a piedade na virtualidade por meio de mp3, podcasts, cultos online e afins. Há também os que escolhem formar grupos informais, que se reúnem regularmente, por exemplo, no cyber-espaço, nas lanchonetes, pátios de universidades, auditórios alugados para fins de semana e, principalmente, nas casas dos cristãos, que funcionam como mini-auditórios para enc ontros informais ao redor da mesa.
A maioria dessas pessoas, ou teve uma experiência negativa com as igrejas chamadas tradicionais ou dela foram banidas contra a sua vontade e, por esta razão, buscaram novos jeitos de ser igreja. Poucas fizeram uma opção deliberada de rompimento justificado pela busca de uma espiritualidade mais autêntica e mais profunda.
O fato é que, independentemente das razões pelas quais se reúnem fora dos horizontes institucionais tradicionais, há algo que precisa ser sublinhado: a maioria dessas pessoas é vítima de uma mentalidade religiosa nociva e obsoleta. Do lado de fora das igrejas tradicionais existe um contingente imenso de pessoas que, com a mesma intensidade com que busca a Deus, rejeita a incoerência, a hipocrisia e os desmandos das estruturas de poder eclesiástico.
Por outro lado, há também uma característica comum a esses grupos informais: a maioria acredita que o fato de estarem fora das igrejas chamadas tradicionais implica a natural participação e experiência do que Jesus chamou de “odres novos”. Não devemos confundir odres novos com novas formas de igreja. O odre novo capaz de conter o vinho novo do evangelho é a nova mentalidade, gerada pela experiência da graça de Deus, e não uma nova instituição ou nova forma de organização de pessoas.
Qualquer forma e sistema que se pretenda oferecer para conter o vinho novo do Evangelho da graça será um odre velho, pois o vinho novo está derramado sobre todos os que foram feitos livres pelo sopro do Espírito de Deus, que sopra onde quer. O vinho novo, portanto, está presente em, e por meio de, todos os que nasceram da água e do Espírito, e se manifesta em todo lugar, todo tempo, por meio de tudo o que fazem, qualquer que seja a instituição, estrutura eclesiástica ou forma organizacional em que estejam.
Ouço muita gente dizer que os “odres novos” são equivalentes a estruturas organizacionais mais leves, ágeis, flexíveis, não engessadas e assim por diante. Mas a questão é que qualquer estrutura é odre velho, pois o Evangelho não visa a gerar novas instituições, mas pessoas novas. O “odre novo”, meu irmão, minha irmã, é você, sua cabeça e seu coração. O que passa disso é ilusão e destruição, pois, de fato, “ninguém põe vinho novo em odre velho; se o fizer, o odre rebentará, o vinho se derramará e odre se estragará. Ao contrário, põe-se vinho novo em odre novo; e ambos se conservam”.
Fonte: Texto do Ed René Kivitz, via Ibab e Pavablog.
Seus textos são sempre muito bons. Glória a Deus por isso. ONtem mesmo vi o testemunho do pR.Daniel Mastral, que, resumidamente, escolheu o caminho do satanismo aos 16 anos depois de ser discriminado na igreja por causa de suas vestes.
ResponderExcluireu não entendia o que Jesus quis dizer com essa história de odres, mas depois que perguntei Ele vem me respondendo de várias formas e uma das foi esse post.
Então odres novos é a nova mentalidade, é o espirito renovado pela transformação que o Espírito Santo promove em nós.
Lai Lacerda,
ResponderExcluirA muito tempo atrás, me lembro de alguém ter tido que a porta dos fundos da igreja é maior que a da entrada. Ou seja, ele queria dizer que alguns gostam de contabilizar conversões, pelo número dos que "levantam a mão e vão a frente" nos cultos, ou que se batizam. Mas igoram que o número dos que saem da igreja é muito grande também. Seja os que mudaram de igreja, ou se tornaram "desviados", conforme a definição igrejeira.
Obrigado pela sua participação.
"qualquer estrutura é odre velho".
ResponderExcluirEssa frase é fundamental, lapidar, essencial.
Diléto Pastor, Saúde e páz e vinho novo para todos.
ResponderExcluirParabéns pela mensagem,
Vamos lembrar de *Davi,
Davi entendeu bem essa de vinho novo, quando disse:
'Eu me sinto como um odre velho todo furado e, que não retem a alegria do Espirito'.
... Davi falava do velho homem, que de modo nenhum pode ser feliz, sendo um velho-odre.
... Mesmo recebendo de Deus a alegria da graça., Davi não foi capaz de comporta-lá por muito tempo, pois sendo um odre-velhaco na lida de praticar a lei; pecava, errava, e lá se vai, o vinho-da-graça.
... Mas,Jesus, resolveu os problemas, não, tapando os buracos dos velhos-odres, mas alertando, pra a necessidade de ser uma nova criatura, com tudo novo....
Abraço obrigado.
Rubinho,
ResponderExcluirCertamente. Essas estruturas muitas vezes, prendem bastante.
Abraço.
Josué,
ResponderExcluirObrigado pela sua visita e participação.
Abraço.
APDS
ResponderExcluirMuito bom o seu blog
parabéns!!!!
www.jotabepontodevista.blogspot.com
Juliarth Bergamini
Juliarth,
ResponderExcluirObrigado por sua visita e participação.
Graça e Paz sobre ti.