Pesquisadora da Universidade de Harvard (EUA) diz poder ajudar a esclarecer um dos aspectos mais controversos da vida de Jesus Cristo. Karen King, especialista em religião, encontrou um papiro do século 4 da nossa era cujo texto indica que Jesus Cristo foi casado.
O texto foi apelidado de "Evangelho da esposa de Jesus". A parte do texto que chamou a atenção dos pesquisadores é a seguinte: "Então, Jesus disse a eles: eis a minha esposa", de acordo com a tradução feita do copta (antigo idioma egípcio). "A tradição cristã sempre sustentou que Jesus não era casado, embora não exista evidência histórica para respaldar essa tese", disse Karen durante uma palestra em Roma, nesta terça-feira.
Segundo a pesquisadora de Harvard, "este novo evangelho não prova que Jesus era casado, mas nos diz que toda questão surgiu apenas como parte dos intensos debates sobre sexualidade e casamento. Desde o início, cristãos discordavam se era melhor não casar, mas foi apenas mais de século depois da morte de Jesus que começaram a recorrer à condição matrimonial dele para apoiar suas posições." De acordo com Karen, mostrar Jesus solteiro era uma maneira de fortalecer as posições católicas sobre temas como o celibato.
O fragmento tem oito linhas de texto de um lado e está muito danificado no verso, com apenas três palavras e algumas letras visíveis. O dono do documento procurou Karen em 2010, e na época ela duvidava da veracidade do fragmento do papiro. A tese sobre Jesus ter sido casado ganhou fama com o livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown.
Fonte: Do Huffington Post, via Yahoo.
Meu Comentário:
A matéria relacionou a "descoberta" ao polêmico filme de Dan Brown. Em suma: o livro “O Código da Vinci” diz que Jesus e Maria Madalena eram marido e mulher, que tiveram uma filha chamada Sara; e que depois da morte de Jesus, em razão dos perigos locais, Maria, sua filha, e mais duas outras mulheres, acabaram por ser levadas pelos ventos do litoral de Israel até o litoral da França, atravessando o Mediterrâneo numa quase canoa. Lá a filha de Jesus e Madalena casou com o rei, e, daí para frente, fez parte de todas as importantes famílias reais da Europa. Dan Brown, autor do livro, fala no assunto com fervor religioso. Ao invés de tratar a coisa como ficção, ele defende a “veracidade” de sua teoria como se fosse um fundamentalista religioso. Tudo baseado em lendas européias e em textos — a maioria deles de inspiração gnóstica — que formam o corpo dos evangelhos apócrifos de Tomé, Madalena, Filipe, e outros; são fartos nesse tipo de informação ambígua.
Há uma nova geração de religiosos tão crédulos quanto os que eles dizem superar em lucidez. Isto porque pensam que estão fazendo progressos em relação ao obscurantismo da “Igreja”, sem verem que eles estão se entregando, sim, às lendas da Idade Média. Na realidade, o que estamos vendo é a troca de uma religiosidade por outra; e ambas são igualmente obscurantistas e mágicas. Assim, necessidades psicológicas e religiosas do Século XXI estão sendo chamadas de “descobertas históricas”. Há pouco tempo atrás, a polêmica ficou por conta do "descobrimento" do "Evangelho de Judas", onde o "filho da perdição" se torna o "herói" do evangelho.
O que ocorre é que estão criando sua própria versão de um Jesus Pós-Moderno. Esse Jesus é a versão modernosa de um “deus” feito para atender nossa própria necessidade de consumo; e, sobretudo, de adaptação da “imagem de Jesus” a uma figura mais convenientemente palatável para a nossa moderna credulidade, e para o nosso novo-velho obscurantismo. Quem, todavia, prega o Evangelho, nem deve parar para debater tais questões, mas apenas prosseguir anunciando a Boa Nova, e nunca esquecendo que Paulo disse que dentre as coisas que muito corrompem a fé simples e pura, estão as discussões infrutíferas, e fundadas em lendas e fábulas.
Já no tempo do filme de Dan Brown - que aliás, gostei muito - alguns cristãos ficaram preocupados com a hipótese de Jesus ter se casado. Para mim, são só hipóteses, mas que não alterariam em nada a minha fé. Meu Jesus não depende de seu - possível - celibato, nem de sua - improvável - esposa.
ResponderExcluirRubinho,
ResponderExcluirDe vez em quando surgem filmes como este que geram muita crítica. Nos anos 80 teve um sobre Maria mãe de Jesus que chegou a ser proibido no Brasil. Depois lá por volta de 1988, surgiu o polêmico "A última tentação de Cristo", que também deu muito o que falar. Falando em filmes, dos que eu mais gostei sobre a vida de Jesus, foram dois: "Jesus", segundo o evangelho de Lucas, e "Jesus de Nazaré" de Franco Zeffirelli.
Em tempos de anticristianismo e "jesuises gospel", isso é comum. Como Ele disse: é inevitável que venham os encândalos.
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