quinta-feira, 5 de junho de 2014

Matriz Pentecostal Brasil - Assembléias de Deus, 1911-2011


 Estou lendo um livro muito interessante contendo pesquisas históricas, principalmente, sobre as primeiras décadas da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil. Título da obra: MATRIZ PENTECOSTAL BRASILEIRA - de 1911 a 2011. Editora Novos Diálogos. 



O autor é o sociólogo Gedeon Freire de Alencar. O mesmo é Doutor em Ciências da Religião pela PUC-SP, membro da Associação Brasileira de Historia das Religiões (ABHR) e da Rede Latino-americana de Estudos do Pentecostalismo (RELEP) e autor de outros livros. Eu já havia lido outro dele: "Assembleias de Deus. Origem, construção e militância - 1911-1946".

A denominação evangélica centenária já foi tema de outros livros como:
- História das Assembléias de Deus no Brasil. Emílio Conde. 1960, CPAD;
- História das Assembléias de Deus no Brasil. Abraão de Almeida, 1982, CPAD;
- As Assembléias de Deus no Brasil. Sumário histórico ilustrado. Joanyr de Oliveira. 1998, CPAD;
- História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. 2004, CPAD;
- Dicionário do Movimento Pentecostal. 2007, CPAD;
- 100 Mulheres que fizeram a história das Assembléias de Deus no Brasil. 2011, CPAD.

Fora esses livros que poderiam ser classificados como "oficiais" pela CGADB, há outros que contam a versão do ministério de Madureira, da igreja "Mãe" de Belém do Pará, além dos biográficos, dentre eles poderiam ser destacados dois que são tidos praticamente como sagrados pelos assembleianos: "Enviado por Deus" e "Diário de um Pioneiro", sobre a vida dos pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, respectivamente.

O livro de Gedeon Alencar além de extensa pesquisa bibiográfica, deve ser lido como uma obra, digamos, de linha "independente". Ou seja, não tem compromisso com a direção intitucional, daí ele tecer algumas críticas à liderança assembleiana de ontem e de hoje. Isso não ocorre nas obras acima citadas, principalmente em relação a liderança atual, dado o vínculo institucional e empregatício dos autores, o que por sí só não traz nenhum demérito às obras deles, mas provavelmente limita sua análise crítica, principalmente com relação ao tempo presente.

Dígno de nota foram as menções ao que o autor de Matriz chama de "mito fundante", quando fala do incessamento dos dois primeiros pioneiros da AD depois de mortos, sendo que em vida, Gunnar Vingrem foi voto vencido junto ao seus colegas de ministério, suecos e brasileiros, principalmente quanto a posição da mulher no ministério, que no caso em questão se referia a Frida Virgren. Já Daniel Berg, depois de 1912 até o Jubileu de Ouro da AD em 1961 (dois anos antes de sua morte), quando recebeu uma placa comemorativa, havia sido relegado ao ostracismo. Até então o mesmo estava esquecido pela liderança da igreja, nunca foi lembrado para ser ordenado a alguma função ministerial, direção de igrejas. Vivia de forma muito modesta como colportor de Bíblias.

Frida Virgren é outra que foi "esquecida" pela história oficial da AD. Só recentemente sua memória  foi resgatada. Fica aqui a pergunta: Por quê será?

Eu ainda não terminei de ler o livro, mas estou gostando muito e recomendo como leitura obrigatória para quem quiser conhecer um pouco a história do pentecostalismo brasileiro.

 






6 comentários:

  1. Pb. Evilázio.

    Na verdade humana e religiosa, as vezes esquecemos daqueles que, com esforços, lutas, perseguições, desafios, vitórias, construções, almas ganharam, ergueram o nome desda instituição, que hoje com vosso nome reconhecido em todo mundo. Devemos valorizar, reconhecer, parabenizar, lembrar, porque se hoje muitos estão por cima da carne sega, é porque alguém deu o inicio a tudo. Olhar para o passado sim, mas nunca esquecer do passado, daqueles que fizeram muito por esta instituição, denominada "ASSEMBLEIA DE DEUS". Que Deus continue a nos abençoar, e surgindo sempre uns Daniel Berg e Gunnar Vingren, pois se não fosse a coragem, visão, desbravamento desses homens, nada teria acontecido. Agradecemos a Deus por ele ter colocado no coração deles para virem para o Brasil e plantar a semente, amém.......

    ResponderExcluir
  2. IRMÃO COMO COMPRAR ESTE LIVRO.A BIOGRAFIA DA IRMÃ FRIDA VIRGREN ESTOU LENDO,REALMENTE É UM EXEMPLO DE MULHER DE DEUS,AGORA ESTE LIVRO CITADO Ñ TINHA VISTO
    AINDA.
    MEU ENDEREÇO ELETRONICO É; ESPORT26@HOTMAIL.COM , MEU NOME É ,SOUSA.

    ResponderExcluir
  3. Sousa,

    Eu comprei o meu através de um pedido na Saraiva. Mas pode também pedir direto na editora Novos Diálogos. É só entrar no site e pedir. Na Saraiva o endereço é: http://busca.livrariasaraiva.com.br/saraiva/Matriz-Pentecostal-Brasileira?PAC_ID=127108

    Abraço.

    ResponderExcluir
  4. Pb. Evilázio,

    A AD tem uma caminhada de 103 anos. O interessante nesse livro é um questionamento que o autor faz. Será que se a posição de Gunnar e Frida Virgren tivesse prevalecido na primeira Convenção em 1930, contra a de Samuel Nystron e a dos pastores nordestinos como Cícero Canuto de Lima, a AD seria a mesma de hoje? Virgren, já no início da década de 30, era a favor do ministério feminino e do uso do rádio, porém os seus pares eram contra. Ou já iniciaria aí a 1ª grande divisão da denominação. Não sabemos, mas fica aí a indagação para pensar.

    Um abraço.

    Um abraço.

    ResponderExcluir
  5. Minha limitada visão sobre a indagação acima (sobre a posição de Gunnar e Frida), se a posição deles tivesse prevalecido, teríamos mais uma denominação à exemplo de tantas como Deus é Amor, IURD, etc., onde é muito visível o "culto da personalidade" (como muito bem enfoca Gedeon Alencar). Ou seja, eles seriam semi-deuses aos olhos dos seus seguidores. Isso que hoje já são considerados como "anjos de Deus", "apóstolos", no sentido de enviados para inaugurar a obra de Deus aqui. Bom, outro livro que desmitifica essa inclinação é a "História da Evangelização do Brasil", de Elben Lenz César, onde relata vários outros avivamentos nos EUA, antes mesmo da Rua Azusa, entre outros fatores que contradizem a tradição e cultura nos asembleianos (e também dos da CCB) se autodenominarem de inauguradores deste fenômeno chamado pentecostalismo.

    ResponderExcluir
  6. Pena que a crítica vem só de teólogos pentecostais pensamento marxista como Gebeom. Geralmente no lado coservador vem do se protestantes clássicos e sao mais pesadas.

    ResponderExcluir