terça-feira, 9 de setembro de 2014

E se Jesus entrasse hoje em nossas igrejas?

Fico a imaginar como seria se Jesus voltasse como foi na primeira vez, em vez de voltar em glória. Dando asas a imaginação, como a vê-lo andar pelas ruas das cidades brasileiras e não na terra de Israel e da Palestina.

Ao olhar os nossos mega-templos, será que diria palavras diferentes do que disse para os discípulos em Mateus 24, falando sobre o templo embelezado por Herodes, de que um dia as construções humanas podem ser derribadas?

No que tange a política de sua época, Jesus vivia no auge do Império Romano, com governantes despóticos e tiranos seja em Jerusalém, Cesaréia ou Roma. O grande problema social era a escravidão. No mundo grego e romano, principalmente na elite, os bacanais e orgias, corriam soltos. Sobre a escravidão, limitou-se a dizer de que veio trazer libertação da escravidão do pecado.

No entanto, a única vez em que ele mencionou o nome de César foi quando lhe tentaram a ir contra os tributos romanos. Heródes, Uma vez ele chamou Herodes de “raposa” e quando o mesmo no julgamento pediu um show de milagres, Cristo nem resposta deu. Não respondeu a pergunta filosófica de Pilatos sobre o que era a verdade e quando o governador disse que tinha poder, Jesus disse que o era considerava como poder  na verdade não passava de uma concessão divina provisória.

Aos seus discípulos, Jesus disse que havia no mundo, um sistema maligno que tinha um príncipe espiritual. Em nenhum momento tentou fazer lobby para ter uma assento na corte de Herodes, Pilatos, ou de César, com o intento de ter influência para mudar as coisas. O que diria se entrasse nos templos hoje e visse a política que é feita usando seu nome?

Também não quis dar uma de politicamente correto, fazendo uma média com os saduceus, sacerdotes e doutores da lei, para consiguir uma vaguinha no Sinédrio, onde estavam as autoridades eclesiásticas. Pregava, curava e ensinava onde queria e responde os que se achavam como representantes ou donos da religião, disse que não diria em nome ou autoridade de quem fazia isso. Com esse comportamente, em qual igreja ele teria acesso ao púlpito para pregar? Teria que ir para as ruas, praças, praias e montanhas assim como naquela época.

Bastava, pregar ao povo o que está escrito em Mateus 23, que foi seu mais duro discurso feito contra os líderes religiosos, do jeito que está escrito lá, para que fosse chamado hoje pelos “ungidos”, como herege, anticristo e falso profeta.

O que diria aos líderes religiosos que andam com motoristas, seguranças armados, possuem patrimônios milionários como mansões, fazendas, aviões, empresas as custas das contribuíções de muitos crentes, oriundos em sua maioria das classes menos favorecidas?  Penso que diria: “Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.
Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve”, 
Lucas 22:25-26.

Havia nos tempos bíblicos algumas classes de pessoas bem menosprezadas alvos de preconceito como os bastardos, estrangeiros, leprosos, prostitutas, publicanos, mulheres estéreis, eunucos entre outros. Vou me ater aos eunucos que, assim como outros marginalizados acima não podiam sequer entrar na congregação do Senhor (Deut 23:1). Nos dias do profeta Isaías essa lei no tocante aos eunucos foi flexibilizada (Isaias 56:3-6). Percebe-se nitidamente que a graça está por trás desta “adaptação” à realidade. A Lei aponta para um mundo ideal, onde não haja homens incapazes de reproduzir. Porém, a graça lida com as demandas da realidade. A Lei acentua a distância entre o real e o ideal. A graça reverte este fluxo. Em vez de exclusão, inclusão. Em vez de distanciamento, aproximação.

Jesus mesmo falou sobre o princípio original da criação em Mateus 19:4. Depois disso, houve a Queda com todas as suas implicações na vida do ser humano e da criação em geral, que agora geme como diz Paulo aos Romanos, aguardando a Redenção. A terra em virtude da entrada do pecado, produziria a partir da aí, espinhos e cardos. A partir da entrada do pecado no mundo passou-se a conviver com o ideal e o real.

Sabendo que os eunucos não são sinônimos de homoafetividade, embora alguns entre eles o sejam, como há exemplos atuais na Índia que são os hijras (que lá são tidos como transgêneros e intersexuais), o que impediria Cristo em aplicar aos homoafetivos o mesmo aplicativo descrito em Mateus?
Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.
Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o”, 
Mateus 19:11-12.

Para quem quiser pesquisar: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eunuco

Acredito que não agradaria ao movimento gay, porque iria dizer com todas as letras qual foi o princípio ideal de Deus na criação, nem agradaria aos Malafaias e Felicianos da vida, porque usaria de graça e misericórdia com quem não tem nada haver com o movimento ideológico gayzista, mas sofre na pele, por ter sentimentos homoafetivos com traumas, preconceitos e tremendos conflitos interiores.


Essa reflexão é grande, estava queimando dentro do meu coração, e eu resolvi compartilhar no blog. Vou parar por aqui, depois eu continuo...

3 comentários:

  1. Pb. Evilázio,

    Tenho apenas um comentário e passagens bíblicas abaixo: Que nosso Deus continue tendo toda misericórdia com seus servos!!!

    * Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos. 1 Pedro 4:5
    * De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Romanos 14:12
    * E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. Hebreus 4:13

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  2. Se JESUS entrasse nas igreja hoje, ELE faria isso mandando "voadora" pra tudo quanto é lado. ELE conversaria com o povo "cristão" na língua do "p".

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  3. Porque issistimos em ser juízes...
    Só há um juiz capaz de julgar com justiça..
    Jesus Cristo !!
    A sua balança de perdão foi a sua morte na cruz do calvário por mim e por você...
    Para o mundo inteiro que crer no teu glorioso nome.
    ( Naldo)

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