Na última lição estudamos a respeito de Caim, identificando-o com o Maligno por causa da sua crueldade, ao assassinar seu irmão Abel. Na aula de hoje nos voltaremos para sua descendência, com destaque para Lameque, e seu mundo impiedoso. Mostraremos que o mundo jaz no Maligno, por isso precisamos seguir os passos de Cristo, e como Enoque aprender a andar na presença de Deus, diante de um mundo tenebroso.
O MUNDO DE LAMEQUE
Lameque, o descendente de Caim, absorveu a filosofia do seu pai, disseminando impiedade. Ele foi um dos primeiros homens bígamos, contrariando o princípio bíblico da monogamia (Gn. 2.24). Esse padrão se propagou ao longo das gerações, acarretando problemas para as famílias. O casamento, originalmente instituído por Deus, deveria ser monogâmico, um homem para uma mulher (Mt.19.5,6). O mundo atual é um reflexo daquele de Lameque, há um desrespeito pelo modelo divino, e isso tem causado males à sociedade. As pessoas preferem viver como se Deus não existisse, e fazer o que bem entendem. A insubmissão à Palavra de Deus é o principal problema da nossa época. Lameque como o pai também foi homicida, e se gloriava da sua maldade. Ele compôs uma música para divulgar sua crueldade, e para exaltar sua valentia. A mesma coisa acontece hoje, pessoas que incitam a violência, e a celebram através das suas músicas. As composições poéticas, que falam de amor e perdão, estão fora de moda. As músicas que mais tocam são aquelas que denigrem a imagem da mulher. Os ritmos musicais estão a serviço da maldade, da propagação de valores deturpados e contrários à vontade de Deus. Os filhos de Lameque também produziram tecnologia, Tubalcaim dedicou-se à metalurgia, tendo habilidade com o cobre e o ferro. A tecnologia pode ser útil para a sociedade, mas pode também trazer problemas. Estamos nos tornando escravos das maquinas, e essas, cada vez mais, tem sido usada contra os homens, e não a favor deles. A sociedade tecnológica, por causa da ganância desenfreada, traz males para a natureza, destruindo a criação de Deus.
A IMPIEDADE DO MUNDO
O mundo no qual vivemos não é muito diferente do mundo de Lameque, pois este continua debaixo do poder do Maligno ( Jo. 5.19). Este mundo, como o daquele tempo, supervaloriza a beleza física, seduzindo até mesmo os filhos de Deus. Os descendentes de Sete foram levados a pecar por causa da formosura das filhas de Lameque (Gn. 6.1,2). A busca pela longevidade também pode se tornar um mal para a sociedade. Quando essa se torna uma obsessão, é uma demonstração que estamos vivendo longe de Deus. Nos tempos de Lameque as pessoas viviam muitos anos, aproximando-se dos mil anos. Isso fazia com que elas não se importassem com Deus, e achassem que Ele seria dispensável. A cultura da vida longeva está impregnada na sociedade contemporânea. Os cosméticos e as cirurgias plásticas são vendidos a preços promocionais. Viver muitos anos transformou-se em um fim em si mesmo, a ciência tem trabalhando para esse fim, com o intuito de evitar a morte, a todo e qualquer custo, ainda que essa seja inevitável (Hb. 9.27). Mas devemos saber que viver muitos anos não deve ser o objetivo último da existência. Amar a Deus e ao próximo deve ser o objetivo de todo aquele que professa a fé em Deus (Mt. 22.37). O hedonismo, levado às últimas consequências, dissemina a cultura do egoísmo, favorecendo o individualismo e o descaso para com o próximo. O acúmulo de riquezas se transformou no maior bem para as pessoas deste século. A raiz de todos os males (I Tm. 6.10), o reino de Mamom, está sendo adorando a luz do dia (Mt. 6.24), ninguém consegue ter contentamento (I Tm. 6.6). A ansiedade, segundo alguns estudiosos, é um mal com o qual temos que conviver, e aceita-lo com naturalidade. Mas Jesus nos ensinou a depender de Deus, e a buscar nEle a satisfação plena ( Mt. 6.27). Os valores do mundo são contrários a Palavra de Deus, e precisamos ter cuidado para não ir após eles.
ANDANDO COM DEUS
Mas há uma geração diferente neste mundo tenebroso, que luta com as armas espirituais, disponibilizadas por Deus (Ef. 6.13-17). Como Enoque, esses são chamados a andar com o Senhor, por isso têm a esperança de serem tomados por Ele (Gn. 5.22-24). A trombeta irá soar, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, os que estiverem vivos serão transformados, e estarão para sempre com o Senhor (I Ts. 4.13-18). Todos aqueles que têm essa esperança devem entrar em uma nova dimensão ética, e purificar a si mesmos, assim como Ele é puro (I Jo. 3.3). É digno de destaque que Enoque passou a andar com o Senhor depois que sua esposa deu a luz um filho, cujo nome era Matusalém. O nascimento desse filho modificou radicalmente a existência daquele homem, que passou a se separar do mundo, e se voltar para Deus. Que cada um de nós venha a descobrir motivações apropriadas para se aproximar do Senhor. Enquanto o mundo decide viver a margem da revelação divina, devemos aprender a crescer na Palavra, sabendo que essa é luz para nossos caminhos (Sl. 119.105). Ainda que o mundo não nos compreenda, e até mesmo nos critique, devemos saber que o melhor é guardar a Palavra no coração, para não pecar contra o Senhor (Sl. 119.11). Não devemos esquecer que o mundo passa, bem como a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (I Jo. 2.17). E mais que isso, devemos estar cientes que a vontade de Deus é agradável, boa e perfeita, mesmo que não compreendamos a princípio. Por esse motivo, não podemos nos conformar aos padrões desse mundo, antes oferecer nossos corpos como sacrifício a Deus, sendo esse nosso culto racional (Rm. 12.1,2).
CONCLUSÃO
O impiedoso mundo de Lameque não é outro mundo, mas este mesmo no qual todos nós estamos inseridos, entenebrecido por Satanás (II Co. 4.4). Temos a opção de seguir o exemplo da descendência dele, endeusando a crueldade, a longevidade, a formosura, a tecnologia e o dinheiro. Ou a de andar com o Senhor, seguindo os passos de Cristo, fazendo Sua agradável, boa e perfeita vontade (Rm. 12.1,2). Mais que isso, sabendo que essa é para preservação dos fieis neste mundo tenebroso, para que não venhamos a ser condenados com ele (I Co. 11.3132).
BIBLIOGRAFIA
MACKINTOSH, C. H. Estudos sobre o livro de Gênesis. Diadema: DLC, 2012
WEIRSBE, W. W. Be Basic: Genesis. Colorado Springs: David C. Cook, 2010.
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com
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