terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A quem compararei esta geração? Uma análise da atual conjuntura

Essa foi a pergunta que Jesus fez em Mateus 11:16. Jesus observava as crianças brincando e via que um determinado grupo não aderia à brincadeira. Jesus, vendo isto, diz aos religiosos: “Vocês sofrem de infantilismo emocional básico, vocês são como crianças nas praças, emburradas, tomadas por um mau humor crônico, incapazes de aproveitar a luz do dia.”
 
O que esta imagem dos meninos tem a ver com a situação atual do Brasil e do mundo? Na verdade, a pergunta de Jesus continua de pé porque está difícil comparar contextos diferentes.
 
Estamos num momento difícil, onde o Brasil vive literalmente um "mar da lama", seja pela lama da barragem que estourou em Mariana, num dos maiores ou talvez até o maior desastre ambiental brasileiro ou pelos noticiários políticos. A expressão foi usada no final do governo de Getúlio Vargas em 1954, por eventos que culminaram em seu suicídio. Ele foi acusado de corrupção por Carlos Lacerda assim como houve acusações contra Juscelino, Jânio, Jango.  Isso só no período chamado historicamente como "populismo". Houve o golpe de estado de 1964, inaugurando um período de 21 anos de regime militar.
 
A partir de 1985, o governo volta para os civis, com Sarney, com um governo misto entre os partidos PMDB e PFL do falecido senador Antonio Carlos Magalhães da Bahia. Nesse governo, houve muitos escândalos que foram bem divulgados na época. Depois veio o governo Collor.  Terminou impedido por quê?
 
Na era Itamar, no Congresso havia os "Anões do Orçamento". Veio então os dois governos FHC, e as denúncias do caso Sivan, da Pasta Rosa, o Proer salvando bancos e banqueiros a preço camarada com dinheiro público, a polêmica aprovação da emenda da reeleição com denúncias de compra de voto de deputado (anterior ao mensalão do PT), os grampos telefônicos na privatizão da Telebrás, o caso Marka na desvalorização do real em 1999.
 
A partir de 2003, inicia a era PT no governo federal, depois experiências em governos municipais e estaduais. Havia uma expectativa enorme por parte da população em geral, não só de pobres, classe média, mas até no empresariado, como demonstra uma entrevista na revista Época em julho de 2002 com o empresário Antonio Ermírio de Moraes, pois a economia estava mal. Eu mesmo tinha uma microempresa até 2002 e me lembro bem.

Houve avanços no Brasil nos últimos anos, ou melhor nas últimas décadas, momento que coinsidem com os mandatos de FHC e Lula e início do 1º de Dilma. Com a estabilidade da moeda, mais responsabilidade fiscal, investimentos na área social, e o boom internacional dos commodies, o país viu índices de pobreza diminuir, mais jovens entrarem no ensino superior, e o surgimento de uma nova classe média.

O escândalo do Mensalão que estourou em 2005, foi uma demonstração de que o modelo político de coalisão desde a Constituição de 1988, chegara ao seu limite. Fernando Collor tentou governar sem o Congresso Nacional e deu no deu. Fernando Henrique, teve que aliar seu partido ao PFL e ao PMDB para governar. Lula foi além, abrindo o leque com alianças das mais ecléticas, que reunia de comunistas à ruralistas. Todavia havia um preço pelo apoio, que era entrega de ministérios "de porteira fechada" a partidos políticos e no Congresso, e o mensalão. A Dilma, que nunca havia disputado uma eleição na vida, foi escolhida para suceder o chefe depois que uma constelação de estrelas do partido havia caído.

Não sou a favor de nenhuma campanha estilo "fora" fulano ou sicrano. Quem elegeu o Lula duas vezes e a Dilma também duas vezes? Eles não tomaram o poder pelas armas da guerrilha, nem com golpe de estado. Chegaram pelas urnas com o voto de grande parte dos brasileiros e isso tem que ser respeitado.

Eu sei que o processo de impedimento de um governante não é golpe e está na Constituição. Corrupção tem que ser punida, quando comprovada, mas no Brasil o pau que dá no Chico nem sempre é mesmo que dá no Francisco! Cadê o julgamento do mensalão tucano mineiro de 1998? Foi operado pelo Valério, o mesmo que operou o mensalão do PT e cia em 2005. Está parado, vergonhosamente parado. Cadê o julgamento e mesma a exposição midiática do trensalão tucano paulista que movimentou bilhões? Como está? Parado.

O que eu estou dizendo é que no combate à corrupção, que se faça uma devassa geral, e não apenas escolha um lado e poupe o outro.

O Brasil mudou sem dúvida alguma! Há alguns anos atrás, falar que empresários bilionários, políticos graúdos iam para cadeia, seria motivo de piada! Usando um linguajar mineiro, diria que há um trem, ou uma locomotiva em movimento e em alta velocidade e ninguém sabe onde e como vai parar e o que vai levar junto pela frente!

Eu oro pela Dilma. Ela herdou uma herança pesada! O futuro é incerto, pois não se sabe se ela, o vice, ou um terceiro vai terminar o mandato até 2018. A operação "Lava Jato", já tem um lugar na história, pois é comparada a "Operação Mãos Limpas" na Itália na década de 90. Como resultado da mesma, partidos políticos desapareceram do cenário político italiano, e pelo jeito o mesmo deve ocorrer por aqui nas próximas eleições, a começar pela municipal do ano que vem, com um "gran finale" em 2018!

Como dizem os políticos nos Estados Unidos: "Que Deus abençoe o Brasil!"  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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