“Em caso de arrebatamento, este carro vai ficar desgovernado”. Esta frase é encontrada adesivada em muitos automóveis em nossas cidades. Para os não-evangélicos não faz o menor sentido. Mas para os evangélicos, principalmente os pentecostais, esta frase denota a crença na doutrina do arrebatamento secreto, defendida pelo sistema dispensacionalista de interpretação bíblica.
Segundo este sistema, a volta de Cristo seria dividida em duas fases, a primeira seria secreta e destinada unicamente aos crentes, enquanto a segunda seria pública e aconteceria sete anos depois dos crentes serem arrebatados e levados para o céu.
Os mais antigos se lembram de um hino cujo título era “O Rei está voltando”. Entre suas estrofes, se dizia que o mercado ficaria vazio (e não seria pela alta dos preços!), os aviões cairiam pela ausência súbita dos pilotos. Enfim, o mundo ficaria em polvorosa, e a mídia não se ocuparia com outra notícia que não fosse o desaparecimento de milhões de crentes pelo mundo a fora.
Cresci ouvindo isso. Ficava atormentado quando meus pais tocavam na vitrola o disco “A última trombeta”.
Depois de crescidinho, deparei-me com outros sistemas de interpretação, e mesmo formado em Teologia, já tendo dado aula de Escatologia em um seminário, decidi rever meus conceitos.
Dei-me conta que a doutrina do arrebatamento secreto não consta das Escrituras, e foi inventada há pouco mais de duzentos anos, por um tal de John Nelson Darby (1800-1882),e tornou-se febre entre os cristãos evangélicos por causa dos comentários de rodapé da Bíblia de Scofield.
A febre dispensacionalista alcançou um novo apogeu recentemente com o lançamento da série “Deixados para trás”, de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins.
Pregadores bradam de seus púlpitos: “Somos a última geração! A geração do arrebatamento!” Mas se contradizem quando gastam milhões na construção de catedrais suntuosas.
Recomendo que os leitores deste blog busquem comparar o sistema dispensacionalista com outros sistemas de intepretação da Escatologia Bíblia. Vocês se surpreenderão.
Fonte: hermesfernandes.blogspot.com/
MEU COMENTÁRIO: Creio na segunda vinda de Cristo (Hebreus 9:28), não em terceira vinda, que é o que o dispensacionalismo pré-milenista ensina, ao dizer que a vinda de Jesus ocorrerá em duas fases.
Sinceramente, que não vejo fundamento bíblico para dizer a vinda de Jesus será em oculto. A vinda de Jesus será visível: Todo o olho o verá (Apocalipse 1:7); virá do céu assim como subiu (Atos 1:11); Assim como o relâmpago, sai do oriente e se mostra no ocidente, assim será vinda do Filho do Homem (Mateus 24:27).
Jesus disse que “depois da aflição daqueles dias”, virá o Filho do Homem com poder e grande glória e os anjos recolherão o seus escolhidos dos quatro cantos da Terra (o arrebatamento), Mateus 24:29-31. A “aflição” que Jesus se refere é a Grande Tribulação (Mateus 24: 21,22). Jesus chega a dizer que a aflição daqueles diria seria tal, que se os dias não fossem abreviados, nem os "escolhidos" se salvariam, Mateus 24:21,22).
A Besta combaterá os santos (Apocalipse 13:7). Segundo os dispensacionalistas, os mártires do período tribulacional são os “santos” que, o livro de Apocalipse se refere. Ou seja, aí já tem uma tremenda contradição: se os que não subiram no arrebatamento da igreja, não estavam aptos para subir, ou “preparados”, porque então são chamados de “santos”?
Fica difícil entender a existência de duas categorias de crentes salvos. Os de 1ª categoria, arrebatados e os de 2ª categoria, os da tribulação. Por acaso, isso é um sistemas de castas indiano?
Tiago diz que Deus não faz acepção de pessoas. Parece até uma aula de sadismo: Enquanto a igreja está celebrando com festa seu casamento (as bodas) no céu, os que ficaram estão sofrendo a ira de Deus na terra e morrendo pelas mãos do Anticristo. É isso mesmo que a Bíblia ensina?
Entendo que, o livro do Apocalipse foi escrito para os crentes que estavam enfrentando a Besta do seu tempo, o Império Romano, através de Domiciano, que promovia a maior perseguição aos cristãos depois de Nero. Os crentes aos quais, o idoso apóstolo João escrevia, estavam sendo presos e martirizados.
Muitos da igreja primitiva esperavam o segundo advento nos seus dias. Houve perseguição no Império Romano, na Idade Média e depois da Reforma com a inquisição, nos países comunistas da Cortina de ferro. Até hoje existe a igreja é perseguida em países como Cuba, Coréia do Norte, China e no mundo muçulmano. É só dar uma olhada na Revista Abertas.
As almas debaixo do altar, são os mártires, pessoas que foram mortas por amor a Jesus, no decorrer da História da humanidade.
Milhões de pessoas ao redor do mundo estão encantados com as histórias contadas por Tim LaHaye em seus livros e filmes intitulados Deixados para Trás (Left Behind), de linha pré-milenista e demasiadamente sensacionalista. Essa série, que já vendeu mais 42 milhões de exemplares.
Mas a vinda de Jesus não é um filme de ficção, nem de terror e sim é a esperança da igreja. Mas alguém pode perguntar: que esperança? Esperança, de que um dia, haverá um novo céu e uma nova terra, onde habitam a justiça. Esperança de naquele dia não haverá mais pranto, choro, dor e sofrimento. Por isso o Mestre, já ensinou a pedir na oração do Pai Nosso: "Venha o teu Reino".
Pr. Juber
ResponderExcluirSe a igreja vai passar pela grande tribulação, então a volta imenente de Cristo perde o sentido acredito que é visão pré-tribulacionista, leio que a tribulação será 7 anos ou na Bíblia esse tempo não é mencionado ou é interpretação pré-tribulacionista, porque aquele dia ou hora ninguém sabe Mt 24:36 e na sua opinião quanto tempo será a grande tribulação?
Gevanildo,
ResponderExcluirEu devolvo os questionamentos com a seguinte pergunta: Porque a volta de Cristo perde o sentido se disser que a igreja vai passar pela tribulação? Paulo diz "que todas as pessoas que almejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidas", II Tim 3:12. Por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus, disse novamente o apóstolo Paulo (Atos 14.22). Quando os discípulos perguntaram a Jesus sobre os sinais que indicariam a sua vinda e fim do mundo, Ele lhes falou de perseguição (Mateus 24.9). Mesmo nas cartas do Apocalipse Jesus falou à igreja de Smirna que eles teriam uma perseguição de dez dias (Apocalipse 2.10). Quando olhamos para a história da Igreja não temos dúvida dessa realidade. A Igreja de Cristo tem sempre passado perseguições em lugares diferentes, em épocas diferentes, por motivos diferentes. Enquanto escrevo estas linhas, há cristãos perseguidos no mundo islâmico, bem como nos países que restaram do ordem comunista. Nesses lugares a Igreja sobrevive nos subterrâneos. Foi assim nos três primeiros séculos da Igreja no Império Romano. Foi assim após a Reforma Protestante. Foi assim no século XX sob os governos comunistas. Tem sido assim ao longo da história. Essa historinha de arrebatamento secreto e não participar da tribulação é coisa de americano que tem pavor de tribulação, não é atoa que a teologia da prosperidade foi disseminada por eles.
Quando escrevi perde o sentido não é o arrebatamento e sim a iminência. Lendo 2Ts 2:1-12 ao ver os crentes de Tessalônica achavam que estavam vivendo o Dia do Senhor nos versos 2 e 3 da a entender que não, no verso 7 quem será retirado, para a maniestação do iníquo verso 8 e a igreja passando pela tribulação o milênio perde o sentido, eu acredito milênio então estou errado. Ap. 3:10 o guardar da tentação sobre todo o mundo, não é a tribulação e sim o engano sobre aqueles que não receberam o amor da verdade 2Ts 2:10-12 e o livrar da ira futura 1Ts 1:10 é a condenação eterna.
ExcluirParabéns pelo Blog.
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Graça e paz!
Quando escrevi que perde o sentido de passar pela tribulção, é o que leio a respeito da duração deste periodo que falam de 7 anos, na tribulação haverá um governo mundial sim ou não, as perseguições na história é uma verdade o mesmo tratamento que o Senhor Jesus recebeu, os seus servos receberiam de igual modo. Escrevo não para mudar a opinião de ninguém estou lendo não só um ponto de vista.
ResponderExcluirQuando a trombeta soar de Thomas Ice e Timothy Demy, no cap.5 fala de Efraim, o Sírio e li o referido capítulo escrevi sobre o arrebatamento pré-tribulacional datado de 373 e muito antes de 1830 este livro o pastor conhece.
ResponderExcluirGevanildo,
ResponderExcluirÉ difícil conseguir achar algum vestígio de pré-tribulacionismo ou dispensacionalismo na história da igreja até a segunda metade do século 19. O pré-milenismo era a crença comum dos dias apostólicos, mas não o pré-tribulacionismo ou dispensacionalismo. Dr. Erickson declara “que embora houvesse uma forte linha pré-milenista (ou quiliasta) na teologia cristã primitiva, não havia a esperança de um arrebatamento antes da tribulação. Pelo contrário, a expectativa da vinda de Cristo incluía eventos que precediam e acompanhavam a sua vinda. Havia, certamente, uma antecipação de que este complexo de eventos logo ocorresse, mas a expectativa foi para o grupo inteiro de acontecimentos – a vinda do anticristo, a grande tribulação, e a volta de Cristo”. [Opções Contemporâneas na Escatologia, pág.121]. Dr. Shedd tratando do ponto de vista escatológico dos antigos pais da igreja assinala que: “uma tentativa de apoiar a interpretação pré-tribulaionista em citações dos antigos pais da igreja não tem logrado êxito. (…) Todos os primeiros pais da igreja que tocam em temas da escatologia, pensaram que a igreja sofreria a perseguição promovida pelo anticristo. Tal sofrimento teria o alvo divino de purificar a igreja preparando-a para a segunda vinda na qual Cristo destruirá o anticristo, resgatará seu povo e inaugurará o milênio. Não encontramos nem amilenismo nem pós-milenismo, nem tampouco pré-tribulacionismo neste período da história eclesiástica.”[A Escatologia do Novo Testamento, págs.14,15]. A escatologia que se seguiu a Agostinho até os Reformadores, embora rejeitasse o pré-milenismo como “sonhos judaicos”, manteve a posição de uma segunda vinda após o período tribulacional. Assim, o pré-tribulacionismo/dispensacionalismo é um elemento relativamente recente na história da igreja, além disso, não desfruta de apoio das Escrituras a não ser por um malabarismo hermenêutico.
Continua...
Gevanildo,
ResponderExcluirDurante 1900 anos, a ideia de um arrebatamento pré-tribulacionista foi completamente desconhecida pela Igreja. Antes de Darby, os Irmãos de Plymouth acreditavam que o arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo eram eventos simultâneos. A invenção inovadora de Darby provocou o nascimento da ideia do arrebatamento da Igreja antes da Tribulação. Timothy Weber explica: “Antes de Darby, todos os pré-milenistas, inclusive os futuristas, criam que o arrebatamento aconteceria no fim da Tribulação, na Segunda Vinda de Cristo. Mas Darby viu o arrebatamento e a Segunda Vinda como dois acontecimentos separados. No arrebatamento, Cristo viria para seus santos, e na Segunda Vinda ele viria com os seus santos. Entre esses dois eventos aconteceria a Tribulação” [45].
Antes de Darby essa ideia nunca havia sido conhecida no corpo de Cristo. Harry Ironside, um dispensacionalista, desafiava aos que não aceitavam essa posição: “Procurem, assim como eu procurei, as declarações dos chamados Pais da Igreja, nos períodos anteriores e posteriores a Nicéia; os comentários teológicos dos eruditos; os escritores católico romanos de todas as correntes de pensamento; a literatura da Reforma; os sermões dos puritanos; as obras teológicas da atualidade, e perceberão a notável ausência desse mistério” [46]. Ironside, a quem LaHaye considera como um de seus “heróis”, costumava, contraditoriamente, também dizer: “Quando você ouvir algo novo, examine-o cuidadosamente, porque pode ser um erro” [47].
Gevanildo,
ResponderExcluirLaHaye seguiu o conselho de seu “herói” e esforçou-se para tentar demonstrar que o arrebatamento pré-tribulacional da Igreja não é algo novo. Como evidência, menciona “a emocionante descoberta de uma declaração contida num sermão apocalíptico do século IV, de Pseudo-Efraim”, apresentada por Grant Jeffrey [48]. Jeffrey disse que havia levado “uma década” procurando, mas que valeu a pena: “O texto efraimita revela uma declaração clara sobre o retorno pré-tribulacionista de Cristo para levar seus santos ao céu a fim de que escapem da Tribulação” [49].
Assim como LaHaye, o filósofo e teólogo Norman Geisler ficou emocionado com a descoberta de Grant Jeffrey. Para fortalecer sua posição dispensacionalista ele menciona uma declaração de Jeffrey que diz que “o manuscrito efraimita revela que a perspectiva pré-tribulacionista existia desde o século III” [50]. Sua opinião é de que os primeiros Pais da igreja primitiva, “tais como Efraim da Síria, eram abertamente pré-tribulacionistas” [51]. Portanto, assim como LaHaye, Geisler não aceita o argumento de que o conceito de arrebatamento pré-tribulacionista teve origem no século XIX. Segundo Geisler, quem pensa desse modo está cometendo um erro [52]. As declarações de Geisler a esse respeito circulam amplamente como demonstração de autoridade final. Não obstante, seguindo a orientação do Dr. Ironside, seria bom “examinar cuidadosamente” o sermão efraimita para ver se depois de uma década de buscas, os dispensacionalistas realmente conseguiram encontrar um precedente histórico do arrebatamento pré-tribulacionista anterior ao século XIX.
Para começar, é instrutivo perceber que enquanto Norman Geisler atribui o sermão em questão a “Efraim da Síria”, no “século III”, Tim LaHaye acredita que esse sermão pode ser de autoria de “um certo Pseudo-Efraim” que teria escrito “talvez entre os anos 565 e 627” [53]. Sem importar quem de fato o escreveu e quando, podemos dizer com certeza absoluta que nenhuma tradição de arrebatamento pré-tribulacionista se originou nele ou se desenvolveu a partir dele. Ainda mais importante, como sabem os historiadores e os teólogos sérios, uma simples pesquisa nos escritos de Efraim revela que ele era pós-tribulacionista, e não pré-tribulacionista. Não somente isto, mas o próprio sermão apresentado pelos dispensacionalistas como “evidência” de suas ideias, utiliza claramente a tradição do arrebatamento pós-tribulacionista do verdadeiro Efraim.
Na verdade, é difícil imaginar que alguém, lendo esse sermão em seu contexto, consiga chegar à conclusão de que Efraim (ou Pseudo-Efraim) estivesse falando de um arrebatamento secreto antes da Tribulação, pois nesse mesmo sermão, o autor enfatiza que os cristãos deverão passar pela Grande Tribulação. De fato, o sermão menciona a necessidade de uma regeneração antes da Tribulação, e não de um arrebatamento antes da Tribulação [54].
Gevanildo,
ResponderExcluirAinda que a “emocionante descoberta” do sermão apocalíptico do século IV de Efraim (ou Pseudo-Efraim?) tenha seu valor como uma peça de retórica, ainda assim não é lá muito relevante para a teologia cristã. O problema não está na autoria do documento, mas na exegese correta que é feita do mesmo. No entanto, mais do que a exegese correta desse documento, devemos preocupar-nos com a exegese correta dos textos bíblicos. Podemos começar com a Primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses, numa passagem muito usada pelos dispensacionalistas para “comprovar” a teoria do arrebatamento pré-tribulacionista de Darby. LaHaye afirma: “Um dos eventos proféticos mais convincentes da Bíblia é o arrebatamento da Igreja. Ele é ensinado claramente em 1Ts 4.13-18, trecho no qual o apóstolo Paulo nos dá os melhores detalhes disponíveis” [55].
Fontes: [45]. Weber, On the Road to Armaggedon, p. 24 (somente a primeira ênfase foi acrescentada).
[46]. H. A. Ironside, The Mysteries of God (Nueva York, NY: Loizeaux, 1946), pp. 50-51, citado no livro de Gary DeMar, End Times Fiction: A Biblical Consideration of the Left Behind Theology (Nashville, TN: Nelson, 2001), p. 20.
[47]. Como aparece no livro de Tim LaHaye, "Introduction: Has Jesus Already Come?" e no livro de Tim LaHaye e Thomas Ice, eds., The End Times Controversy (Eugene, OR: Harvest House, 2003), p. 11 (ênfase acrescentada).
[48]. Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, Are We Living in the End Times? (Wheaton, IL: Tyndale, 1999), p. 114 [¿Estamos viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000)].
[49]. Grant R. Jeffrey, "A Pretrib Rapture Statement in the Early Medieval Church", citado no livro de Thomas Ice e Timothy Demy, eds. gerais, When the Trumpet Sounds (Eugene, OR: Harvest House, 1995), pp. 108, 109.
[50]. Norman L. Geisler, "A Friendly Response to Hank Hanegraaff's Book, The Last Disciple", http://www.ses.edu/NormGeisler/lastdisciple.htm (acesso em 25-01-2007).
[51]. Norman L. Geisler, Systematic Theology, vol. 4, Church,, Last Things (Minneapolis, MN: Bethany House, 2005), p. 658.
[52]. Geisler, "Friendly Response".
[53]. LaHaye e Jenkins, Are We Living in the End Times?, p. 114 (ênfase acrescentada). [¿Estamos viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000)].
[54]. Para um comentário mais profundo, veja "Postscript: Pseudo-Efraín on Pretrib Preparation for a Posrtrib Meeting with the Lord", no livro de Robert Gundry, First the Antichrist (Grand Rapids, MI: Baker, 1997), pp. 161-188.
[55]. LaHaye e Jenkins, Are We Living in the End Times?, pp. 95-96 (ênfase acrescentada) ¿Estamos Viviendo los últimos tiempos? (Miami, FL: Editorial Unilit, 2000).
Pr.Juber só mais uma pergunta.
ResponderExcluirA tribulação será de 7 anos ou na Bíblia esse tempo não é mencionado e as 70 semanas de Daniel já se cumpriram?
Grato pela resposta pr. Juber mesmo se um pouco longa, a bibliografia que o senhor citou é em inglês, conhece algo em português para indicar para estudos posteriores.
Gevanildo,
ResponderExcluirDaniel recebe revelação sobre o tempo do Messias, as setenta semanas (v. 24-27). Alguns pontos aqui merecem destaque: em primeiro lugar, vejamos
acerca da divisão das setenta semanas (v. 25,26). Gabriel fala a Daniel que setenta semanas estão determinadas sobre seu povo (v. 24). As setenta semanas são divididas em três períodos de sete: 1) o primeiro período de sete “setes”; 2) o segundo período de sesserita e dois “setes”; 3)
o terceiro período: a septuagésima semana. Assim temos
7 + 62 + 1 = 70. O primeiro período, as sete semanas de anos, compreende o tempo que vai da saída do cativeiro babilônico à reconstrução de Jerusalém. O segundo período, as sessenta e duas semanas, descreve o tempo que vai da reconstrução de Jerusalém até Jesus. O terceiro período, a septuagésima semana, acontece no tempo da morte do Messias.
Continua...
Gevanildo, continuando,
ResponderExcluirEm segundo lugar, observemos o início das setenta
semanas (v. 25). O marco para o início do primeiro
período é a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém. Flávio Josefo diz que quando o rei Ciro leu a profecia de Isaías a seu respeito (Is 44.28; 45.13), ele mandou reconstruir o templo que os babilônios haviam destruído. Contudo, a ordem para reconstruir a cidade se deu em 445 a.C., no reinado de Artaxerxes (Ne 2.5- 8).
Em terceiro lugar, notemos, agora a septuagésima
semana propriamente dita. Essa semana é dividida
em três períodos: 1) o primeiro período: 445-49 (7
semanas de anos) = 396 a.C. (da ordem de Artaxerxes à
restauração de Jerusalém). Essa reconstrução, conforme
relato de Neemias, foi angustiante. 2) o segundo
período: 396-434 (62 semanas de anos) = 38 d.C.
O ano do nascimento de Cristo foi estabelecido, por
meio de cálculos, só em 525 d.C., pelo abade Dionísio
Exíguo, e passou a valer como o ano 1 da era cristã.
Estabeleceram-se, então, os conceitos “antes de Cristo”
(a.C.) e “depois de Cristo” (d.C.) na contagem dos anos.
A partir do século 17, com os recursos da astronomia,
novos cálculos foram feitos e chegou-se à conclusão de
que Dionísio havia se enganado por 4 a 7 anos. Assim,
a rigor, o nascimento de Cristo deu-se por volta do ano
4 a.C. Dessa forma chegamos ao ministério de Cristo
no período de 31 a 34 d.C. Isso está de acordo com
o relato bíblico que nos informa que Cristo iniciou
seu ministério aos 30 anos (Lc 3.23); e 3) o terceiro
período: a septuagésima semana. Como interpretar
a septuagésima semana? Duas correntes se destacam
nessa interpretação:
Em primeiro lugar, vejamos o entendimento dos
pré-milenistas. Eles entendem que essa septuagésima
semana é um lapso de tempo entre a primeira e a
segunda vinda de Cristo, o intervalo da igreja, o tempo
dos gentios. Portanto, a septuagésima semana é uma
lacuna profética. Os dispensacionalistas crêem que a
septuagésima semana foi adiada para o fim do mundo.
Isso é obviamente impossível. Gabriel indica claramente
que o Messias seria morto durante aquela semana. Se
a septuagésima semana foi adiada, isso significa que o
Salvador ainda não morreu por nós e que ainda estamos
em nossos pecados. Os dispensacionalistas acreditam
que o príncipe que destruirá a cidade não é Tito, mas
o anticristo. Crêem também que o “ele” do versículo
27 é o anticristo, e não Cristo. Assim, eles crêem que
o templo de Jerusalém será novamente reconstruído e
haverá a volta dos sacrifícios judaicos no período da
grande tribulação.
Em segundo lugar, vejamos o entendimento dos
amilenistas acerca dessa septuagésima semana de
Daniel. Eles entendem que Cristo morreu não na
sexagésima nona semana, mas depois dela, ou seja, na
septuagésima semana. A corrente amilenista não crê
na chamada lacuna profética. Não crê que a igreja é
apenas um parêntesis da história. Não crê que o tempo
dos gentios (Rm 11.25; Lc 21.24) faça uma distinção
entre Israel e igreja. Cristo morreu na septuagésima
semana, fazendo a expiação dos nossos pecados (Dn
9.26; Is 53.8). O amilenismo crê que a septuagésima
semana está ligada à primeira vinda, e não à segunda
vinda, visto que fala da morte do Ungido. Contudo,
no versículo 27b vemos que a septuagésima semana
estende-se a todo o período da dispensação da graça,
visto que vai da morte do Ungido até o aparecimento
do assolador, o anticristo.
Fonte: Daniel, Um Homem amado no Céu. Hernandes Dias Lopes, Editora Agnos.