Após a exaltação chocante de Jair Bolsonaro a um torturador, ao vivo, em rede nacional, durante a votação do impeachment, Ricardo Boechat fez uma breve – e irretocável – observação sobre a fala do deputado. Conteúdo já foi compartilhado mais de 116 mil vezes
Ricardo Boechat manda recado para Jair Bolsonaro: “O torturador é o tipo humano mais baixo que a natureza pode conceber”
Durante o Jornal da Band desta segunda-feira (18), o jornalista Ricardo Boechat não silenciou diante de mais uma polêmica fala de Jair Bolsonaro, que exaltou um dos principais torturadores do Brasil, Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante sua votação na sessão do impeachment.
“Perderam em 1964, perderam agora em 2016”, disse Jair Bolsonaro, em referência ao golpe militar enquanto anunciava seu voto favorável ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim”, defendeu o deputado fluminense.
O jornalista Ricardo Boechat decidiu fazer algumas observações sobre a fala chocante:
“Registre-se a infinita capacidade do deputado Jair Bolsonaro de atrair para si os holofotes falando barbaridades sucessivamente”.–
“Torturadores não têm ideologia. Torturadores não têm lado. Não são contra ou pró-impeachment. Torturadores são apenas torturadores. É o tipo humano mais baixo que a natureza pode conceber. São covardes, são assassinos e não mereceriam, em momento algum, serem citados como exemplo. Muito menos numa casa Legislativa que carrega o apelido de casa do povo”, disse Boechat.
“Torturadores não têm ideologia. Torturadores não têm lado. Não são contra ou pró-impeachment. Torturadores são apenas torturadores. É o tipo humano mais baixo que a natureza pode conceber. São covardes, são assassinos e não mereceriam, em momento algum, serem citados como exemplo. Muito menos numa casa Legislativa que carrega o apelido de casa do povo”, disse Boechat.
Ustra
Amelinha Teles, uma das centenas de pessoas que foi brutalmente torturada por Brilhante Ustra,afirmou que a homenagem de Bolsonaro ao coronel pode ser o resgate de uma das páginas mais tristes da história do Brasil.
“O que significa essa declaração do deputado é que ele quer que o Estado brasileiro continue a torturar e exterminar pessoas que pensem diferente dele. Que democracia é essa que quer a tortura, a repressão às pessoas que não concordam com suas ideias?”.
Dilma
A presidente Dilma Rousseff classificou como “lamentável” a defesa que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) fez do torturador coronel Brilhante Ustra na justificativa do voto favorável ao impeachment.
“Acho lamentável. Fui presa nos anos 1970, de fato, eu conheci muito bem esse senhor, ao qual se refere. Ele era um dos maiores torturadores do Brasil. Recaem sobre ele também acusações de morte. É só ler os papéis da Comissão da Verdade e mesmo outros relatos.”
Para a presidente, este tipo de fala ganha força por causa da crise política.
“Eu lastimo que esse momento tenha dado abertura para esse tipo de fala. A aventura golpista levou à uma situação que nós não vivíamos no Brasil: de raiva, de ódio. Num processo como o nosso que a democracia resulta de uma luta é terrível ver alguém votando em homenagem ao maior torturador que o Brasil conheceu.”
com informações de Brasil Post e Jornal da Band
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