Um importante pastor da Assembleia de Deus em Pernambuco, a igreja evangélica mais rica e poderosa da região Nordeste, resolveu se manifestar contra o suposto avanço do calvinismo nas Assembleias de Deus por meio da Casa Publicadora. Quero indicar que o assunto desde texto não é esse debate cansativo entre calvinismo ou arminianismo, mas tão somente uma análise sobre o episódio de Recife.
O referido pastor escreveu, entre outras coisas, as palavras a seguir, que reproduzo com os erros gramaticais e gráficos:
Agora é uma editora rica ai aparece estes heréticos, e seminaristas sem nenhuma maturidade ministerial... Mas deveriam lembrar que a CPAD é uma editora confessional e não uma empresa comercial. Não podemos permitir que estes senhores digam o que os rebanhos devem comer sem ter a menor experiência pastoral... (sic).
Vejamos alguns pontos:
1. Eu não acredito que exista qualquer posição deliberada da editora a fim de “calvinizar” as Assembleias de Deus. Essa teoria conspiratória é ridícula, paranoica e reflete certo pensamento autoritário onde uma editora confessional não pode publicar absolutamente nada a margem de sua confessionalidade. Eu realmente acho que a editora deve reforçar sua confessionalidade, especialmente no lançamento de obras acadêmicas pentecostais, mas o caminho inquisitorial do pastor recifense não é o caminho correto.
2. O referido pastor pertence à Assembleia de Deus mais legalista do país. E o legalismo é uma soteriologia prática, onde a ideia subterrânea do semipelagianismo está presente. Portanto, o semipelagianismo prático, e até teórico, deveria ser a preocupação principal do referido pastor ao apascentar suas ovelhas. É claro que ninguém se assume semipelagiano, logo porque é feio, mas o próprio comportamento denuncia essa prática.
3. Se o referido pastor está tão preocupado com o calvinismo, o que é até legítimo para quem busca uma identidade confessional, que então passe a ensinar o arminianismo. Uma igreja verdadeiramente arminiana jamais será um antro de legalismo e justiça própria.
4. Essa liderança da AD de Recife é reconhecida pelo forte paternalismo. Isso é manifesto na própria publicação onde se percebe a ideia que alguém só pode falar a partir de uma experiência pastoral. Uma igreja cuja liderança é paternalista criará ovelhas infantilizadas.
Desculpem o meu texto ácido, mas é revoltante ver sempre gente pronta a coar mosquito e engolir camelo. Se esse pastor assembleiano estivesse realmente pregando o Evangelho numa perspectiva arminiana, saudável, não infantilizada e longe do legalismo, aí sim eu levaria a preocupação a sério. O que passa disso é mera vontade de controle.
Alguns pastores influentes da Assembleia de Deus estão se mobilizando para impedir, pasmem, uma palestra do teólogo Augustus Nicodemus Lopes na loja da CPAD MegaStore, no Rio de Janeiro (RJ), que acontecerá ou não amanhã (espero que a direção da Casa não ceda à pressão). O tema da palestra, inclusive, é sobre a chamada “renovação apostólica”. Isso mesmo que você leu: é uma mobilização contra uma palestra! Tal postura faria corar de vergonha até mesmo o prefeito mais intransigente que Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano já teve.
Na visão dessa turba de inquisidores a mobilização visa preservar a Assembleia de Deus do calvinismo. Eu fico espantado com essa postura mesquinha, intolerante e sectarista, já que o referido teólogo não falará sobre soteriologia ou pneumatologia. Eu discordo do Nicodemus em muitos pontos, inclusive em aspectos soteriológicos e pneumatológicos, mas jamais deixaria de convidá-lo a um evento que tratasse de tema alheio à confessionalidade da denominação, logo porque ele é um estudioso ortodoxo das Escrituras. Eu sempre defendi e defenderei o intercâmbio saudável entre as diversas confissões do protestantismo.
Eu gostaria de ver, isso sim, a mobilização dessa liderança poderosa contra os modismos neopentecostais em nosso meio. Há inúmeros pregadores e pastores da denominação que, em graus diversos, pregam a maldita teologia da prosperidade, a confissão positiva, a bênção de Toronto, o triunfalismo, o semipelagianismo, o curandeirismo, o mercantilismo da fé, o autoritarismo eclesiástico, o G12, etc. e diante desses lobos não há nenhuma campanha? Aí, depois disso, seria coerente se preocupar com o calvinismo e outros temas secundários. Sou arminiano também e como arminiano sei quais são as reais prioridades doutrinárias da igreja.
Esse sectarismo em nada nos ajudará. E outra: eu não levo a sério gente que se diz preocupada com a confessionalidade da denominação e nunca levantou uma palavra contra o Congresso de Camboriú ou nunca se mobilizou contra, por exemplo, a teologia triunfalista da musicalidade assembleiana. E pior: ainda não dá nenhum pio contra o crescente número de professores liberais nos seminários da denominação.
A situação toda beira ao ridículo. Fonte:http://www.teologiapentecostal.com/
Meu Comentário: Eu sem tempo de escrever esses dias, li aqui e ali no facebook, as críticas que o estimado blogueiro mencionou. Quando eu fui escrever algo, me deparei com as postagens do transcritas acima e vi que o Gutierres já tinha escrito tudo que eu poderia escrever e até mais. Quer saber minha opinião disso tudo?
Meu Comentário: Eu sem tempo de escrever esses dias, li aqui e ali no facebook, as críticas que o estimado blogueiro mencionou. Quando eu fui escrever algo, me deparei com as postagens do transcritas acima e vi que o Gutierres já tinha escrito tudo que eu poderia escrever e até mais. Quer saber minha opinião disso tudo?
PARABÉNS A CPAD PELA INICIATIVA QUE CONVIDAR NOMES COMO ED RENÉ, ARIOVALDO RAMOS, AUGUSTOS NICODEMOS PARA ESSES EVENTOS MEGA STORE!
E PARABÉNS AO GUTIERRES PELOS TEXTOS QUE ASSINO INTEGRALMENTE EM BAIXO!
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