Eli era
pai no antigo Israel. Era também sacerdote — o sumo sacerdote da nação. Como
tal, era bem versado na lei de Deus. Pessoalmente, deve ter cumprido fielmente
suas obrigações sacerdotais. Deve ter até mesmo instruído cabalmente seus
filhos na lei de Deus. Mas, evidentemente, ele foi fraco, negligente, tolerante
demais com seus filhos, e não prosseguiu em administrar a necessária
disciplina, resultando em incorrer no desagrado de Deus, e trazer desgosto a si
mesmo. Mas, Eli fracassou completamente num aspecto ainda maior — ele não
se demonstrou zeloso pela verdade, pela adoração pura de Deus, quando seus dois
filhos se envolveram em violar a lei de Deus.
OS PECADOS
DOS FILHOS DE ELI
Quando os filhos de Eli se tornaram adultos e se casaram, e Eli
era bem idoso, o relato da conduta chocante de seus filhos continuava chegando
a ele. O registro declara: “Ora, os filhos de Eli eram homens imprestáveis; não
reconheciam a Deus. Quanto à prerrogativa legítima dos sacerdotes da parte do
povo, sempre que um homem oferecia um sacrifício, vinha um ajudante do
sacerdote com o garfo de três pontas na sua mão, justamente quando se cozinhava
a carne, e metia-o na bacia, ou na caldeira de duas asas, ou no caldeirão, ou
na caçarola. Tudo o que o garfo tirava, o sacerdote tomava para si. Era assim
que faziam em Silo a todos os israelitas que vinham para lá.” — 1 Sam. 2:12-14.
A lei provia o sustento para o sacerdócio da
seguinte maneira: No sacrifício de participação em comum, quando o adorador
apresentava seu sacrifício da manada ou do rebanho, os sacerdotes estavam
autorizados a tirar o peito do animal como sua porção. O sacerdote que oficiava
recebia como sua porção a perna direita. Mas Hofni e Finéias, filhos de Eli,
faziam que seus ajudantes tirassem do caldeirão o que quer que seus garfos
grandes apanhassem, desrespeitando assim a Deus por violar seus arranjos, e
maltratando o israelita que trazia o sacrifício. Pior do que isso, eles
roubavam a Deus por retirar sua porção do sacrifício antes de as partes gordas
serem oferecidas no altar — uma violação da lei. — 1 Sam. 2:15-17; Lev. 7:32-34; 3:3-5.
Em adição aos seus pecados, estes homens
iníquos cometiam atos imorais com as mulheres que serviam no tabernáculo, de
modo que todo o Israel veio a saber disso. E o relato da terrível profanação do
santuário de Deus chegou aos ouvidos de Eli. — 1 Sam. 2:22.
Nisto residia a maior falha de Eli. Como pai de Hofni e Finéias,
e, mais seriamente, como sumo sacerdote de Israel ungido por Deus, Eli devia
ter tomado imediatamente medidas disciplinares por remover aqueles dois homens
de seus cargos sacerdotais, demitindo-os do serviço no santuário. Além disso,
eles deviam ser punidos pelos seus crimes de acordo com a lei. Em vez disso,
Eli simplesmente lhes disse:
“Por que continuais a fazer tais coisas? Pois são más as coisas
que ouço acerca de vós de todo o povo. Não, meus filhos, porque não é boa a
notícia que ouço, que o povo do Senhor está fazendo circular. Se um homem pecar
contra um homem, Deus arbitrará por ele; mas se o homem pecar contra o Senhor,
quem é que vai orar por ele?” — 1 Sam. 2:23-25.
JULGAMENTO
DE DEUS CONTRA A CASA DE ELI
Contudo, Deus não estava desatento ou desinteressado pelo
assunto, mas já havia julgado aqueles homens corrutos. “Deus se agradava agora
de entregá-los à morte”, diz a Bíblia, e em harmonia com o seu julgamento,
enviou “um homem de Deus” a Eli, com uma mensagem fulminante. (1 Sam. 2:25-36).
Esta profecia teve seu cumprimento parcial,
pouco tempo depois, quando os dois filhos de Eli foram mortos em batalha contra
os filisteus, e a arca, que haviam levado para a batalha, foi capturada. Eli ao
ouvir o relato, caiu de costas de sua cadeira, ao lado do portão, e fraturou
pescoço. — 1 Sam. 4:10, 11, 18.
A posteridade de Eli ocupou o cargo de sumo
sacerdócio por anos depois disso, mas seus olhos viram muitas calamidades, tais
como a matança dos sacerdotes por ordem de Saul. (1 Sam. 22:11, 16-18) Uma parte adicional do julgamento ocorreu
anos depois, quando o Rei Salomão “expulsou a Abiatar [o sumo sacerdote,
descendente de Eli] do serviço de sacerdote de Jeová, para cumprir a palavra de
Jeová, que ele havia falado contra a casa de Eli, em Silo”. Salomão substituiu
Abiatar, no cargo, por Zadoque. (1 Reis 2:27, 35) Zadoque era descendente da linhagem de
Eleazar, filho de Arão, ao passo que Eli era da linhagem de Itamar, outro filho
de Arão. (1 Crô. 6:50-53; 24:1; 1 Sam. 14:3; 22:9) Mesmo assim, Deus permitiu que alguns dos
descendentes de Eli servissem como subsacerdotes. Mas eles sentiram o declínio
da adoração no templo durante o reinado dos reis, quando o sacerdócio não
recebia apoio adequado da parte do povo. — 2 Crô. 29:3, 6; 33:7; 34:8-11.
A narrativa sobre Eli enfatiza fortemente
estes fatos, que não podemos desconsiderar: Nós, como servos de Deus, devemos
seguir o conselho bíblico de ensinar a Palavra de Deus aos nossos filhos cada
dia e, ao passo que lhes demonstramos amor e consideração, devemos “criá-los na
disciplina e na regulação mental do Senhor”. (Efé. 6:4; Deu. 6:4-9) Se os pais tolerarem a má conduta de
seus filhos, hão de perder o respeito deles. Tais pais, notarão mais tarde, que
destruíram a linha de comunicação, e verão, para sua tristeza, seus filhos
afastar-se deles para os caminhos do mundo.
Ainda mais importante, o exemplo dos filhos
de Eli incute em nós o fato de que qualquer uso de nossa posição, como servos
de Deus, para proveito egoísta, trará sobre nós julgamento adverso da parte de
Deus. “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá.” — 1 Cor. 3:17.
Quero lhe levar de volta a um dos dias mais negros da história de
Israel. Neste dia em particular, uma viúva estava diante de três sarcófagos,
cercada por uma multidão em prantos. Nessa multidão em prantos havia centenas
de outras viúvas, bem como grande número de soldados feridos, alguns ainda sangrando.
No centro desta cena estava esta viúva cujo nome não sabemos, e que mal
conseguia ficar de pé diante dos três caixões. Grávida e com dores, ela
sentiu-se mal e teve de ser amparada por duas servas. Esta mulher estava mental
e espiritualmente morta, sem vida, totalmente aniquilada pelo sofrimento e pela
dor.
Em um caixão jazia seu idoso sogro, Eli, o sumo sacerdote de Israel. No
outro caixão, jazia seu cunhado Hofni, também sacerdote. Mas o caixão que esta
mulher rodeava era o terceiro, que continha o corpo de seu marido, Finéias.
Neste momento da história de Israel uma grande calamidade havia caído
sobre a nação. Poucos dias antes, o exército israelita havia saído para lutar
contra os filisteus, e fora batido. Cerca de 30.000 homens foram mortos na
batalha, incluindo os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias. Quando o sumo
sacerdote recebeu a notícia de que o inimigo havia capturado a arca da aliança,
e que seus dois filhos agora tinham morrido, ele caiu para trás e morreu por
fratura do pescoço.
As escrituras sugerem que esta viúva de Finéias tinha certo amor pelas
coisas de Deus. Ela tinha respeito pela presença do Senhor e sofria pela perda
da arca para os filisteus (v. I Samuel 4:19). Certamente ela também
se entristecia por quanto a casa de Deus havia caído em apatia e na cobiça sob
o ministério de seu sogro.
Com Eli como sumo sacerdote, os pastores de Deus muitas vezes ficavam
cegos a todos os tipos de pecado. O próprio filho de Eli, Hofni, era um
sacerdote corrupto que cometia fornicação dentro dos muros da casa de Deus.
Finéias também era um sacerdote desviado e adúltero, cuja avidez desenfreada
trazia vergonha ao templo. Por anos, sua sofrida esposa havia vivido com um
aviso profético nos ouvidos, trazido por um profeta à casa de Eli: “Todos os
descendente da tua casa morrerão na flor da idade. Ser-te-á por sinal o que
sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e Finéias; ambos morrerão no mesmo dia” (I
Samuel 2:33-34).
Imagine a incrível dor que esta viúva carregava agora no túmulo. O seu
esposo havia seduzido mulheres no templo, mulheres a quem ela provavelmente
havia ministrado. O ministério era totalmente dirigido à luxúria, era cheio de
ganância e apático quanto às coisas de Deus. Por anos os verdadeiros profetas
de Deus haviam alertado sobre iminentes julgamentos provocados pela corrupção
dos sacerdotes. E o povo havia se tornado desiludido devido à hipocrisia no
ministério. Agora calamidades irrompiam por todos os lados; pior de tudo, os
inimigos de Israel haviam confiscado a arca, que representava a presença de
Deus.
Na mente daquela pobre mulher, os inimigos do Senhor haviam triunfado.
Por todo lado, a igreja estava em ruínas e a nação desprovida de esperança. Não
havia literalmente sobrado nada de expectativa, senão de julgamento. Mais, essa
mulher carregava sua própria dor pessoal devido às traições adúlteras do
marido.
Agora, havendo enterrado seus queridos, ela subitamente cai junto aos
túmulos e entra em trabalho de parto: “Ouvindo estas novas, de que a arca de
Deus fora tomada e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à
luz; porquanto as dores lhe sobrevieram... Disseram as mulheres que a
assistiam: Não temas, pois tiveste um filho” (4:19-20).
Havia muitas outras mulheres junto aos túmulos, e que haviam perdido os
maridos na batalha com os filisteus. Elas tentavam encorajar a viúva de Finéias
dizendo, “Anime-se. Há esperança para você agora, um novo recomeço com o menino
que nasceu. Deus não te abandonou, afinal”. Elas viam que em meio a todo aquele
morticínio e caos, uma renovada esperança estava chegando.
Mas a viúva de Finéias já havia se convencido de que, “O Senhor me
abandonou. Veja todas estas calamidades, a apostasia, a ruína. Minhas preces
não foram ouvidas. Não há esperança”. Ela estava inteiramente inconsolável.
Mesmo após ter dado à luz, ela recusava olhar para o bebê, pondo-o de lado.
Suas últimas palavras antes de morrer foram, “O nome dele será Icabode.
Chamem-no assim, pois a glória se afastou de Israel. A arca de Deus foi
tomada” (v. 4: 21-22).
Simplificando, ela desistiu de lutar, e com isso, morreu. Eu creio que a
causa real da morte desta mulher sofredora foi a desesperança mais absoluta.
Até hoje, a palavra “icabode” significa perda da presença de Deus, e a ausência
de esperança para o Seu povo.
Em seu desespero e dor, a viúva sem
nome fala ao povo de Deus hoje
Todo cristão enfrenta as mesmas três correntes de dor que a viúva de
Finéias suportava: dor pela situação do país, dor pela situação da igreja, e
dor pelo sofrimento e pela perda pessoal.
Como ela, estamos vivendo em um tempo de rebaixamento moral e
espiritual. Quase diariamente vemos ataques diabólicos vindo contra o nome de
Cristo. O inimigo está lentamente pulverizando os nossos valores morais, que
serviram como base não só para o nosso país, mas também para muitos outros.
“Os tribunais zombam da
cristandade a torto e a direito; tomam os crentes por fanáticos ou estúpidos
simplesmente por terem fé. Onde isso vai acabar? Parece
Em milhares de igrejas agora nunca há qualquer menção ao pecado, à cruz,
sacrifício, juízo ou inferno. Piedosos vigilantes de Deus não são permitidos
falar, e os corações não são mexidos. Pelo contrário, todo o foco vai para
sucesso, e todo sermão é dirigido a fazer as pessoas se sentirem bem. E resulta
em apatia, ganância, egocentrismo, frieza de coração. E está causando dor nos
crentes piedosos de todos os lugares, quando veem o nome de Deus levado à
desonra.
Imagine um quadro semelhante em Israel. Quando a viúva de Finéias viu os
pecados de Silo crescendo às alturas, ela soube que a presença de Deus não
poderia se manter com tais pessoas. O Senhor não tinha parte nisso.
Em
Silo, igreja pastoreada por Eli, Deus mostra como Ele julga uma igreja centrada
em si própria e no homem
“(Ele) abandonou o tabernáculo de Silo, a tenda (igreja) de sua morada
entre os homens” (Salmo 78:60). Deus abandonou completamente a
igreja da cobiça, removendo Sua glória daquela casa apóstata e carnal.
Ao vermos os dias de Jeremias, encontramos o profeta falando ao mesmo
tipo de igreja, também ávida de interesses próprios. Jeremias declara que todo
homem estava só a fim de suas próprias coisas, e que os pastores de Deus só
pregavam paz, felicidade e prosperidade. Tais pastores “faziam negociatas”
através do povo, ficando prósperos à custa de viúvas e outras pessoas
desamparadas da sociedade.
O Senhor disse a Jeremias em linguagem clara: “Essa não é a Minha
igreja. É abominação”. E então diz ao profeta para avisar os sacerdotes:
“Uivai, pastores, e clamai; revolvei-vos na cinza... Não haverá refúgio para os
pastores, nem salvamento para os donos dos rebanhos... Porque o Senhor está
destruindo o pasto deles... Porque a terra deles foi posta em ruínas” (Jeremias
25: 34-36,38).
Finalmente, Deus disse, “Farei que esta casa seja como Silo” (26:6).
Ele estava dizendo, em resumo, “É assim que julgarei, em todos os tempos, toda
igreja carnal e gananciosa”. E instruiu Jeremias, “Dize... todas as palavras
que te mandei que lhes dissesses; não esqueças nem uma palavra... E ouviram os
sacerdotes e os profetas, e todo o povo, a Jeremias, anunciando estas palavras
na casa do Senhor” (26: 2,7).
Como o povo reagiu à mensagem de Jeremias? “Pegaram nele os sacerdotes,
e os profetas e todo o povo, dizendo: Certamente morrerás. Porque profetizaste
no nome do Senhor, dizendo: Será como Silo esta casa, e esta cidade será
assolada, de sorte que fique sem moradores” (26:8-9).
Pense em toda a pregação de prosperidade na igreja hoje. Recentemente eu
visitava uma pessoa, e a TV estava sintonizada em um canal cristão. Todos os
programas focalizavam prosperidade. Muito pouco da Bíblia foi mencionado, e
quando foi, era adaptado a uma mensagem dirigida para construir o ego. Era de
causar dor.
Este evangelho do tipo sirva-se como quiser, fique rico, e o sistema
competitivo entre igrejas que o promovem - estão agora sob o anátema Icabode.
Está amaldiçoado e inoperante, e breve veremos Deus fazer o que Ele disse que
faria a Israel: “Tornarei esta casa como Silo”. Ele vai derrubar a árvore de
dinheiro, e uma deterioração grande se seguirá. Todos os pastores mercenários
enfrentarão a falência, e da noite para o dia seus enormes programas de igreja
terão desaparecido.
A notícia boa é que em meio ao
julgamento de Deus, Ele tem uma igreja real que está plena de Sua glória –
o grupo de Samuel
Veja, em meio a Silo, enquanto julgamento caía sobre Israel, o Senhor
estava levantando o grupo de Samuel. Eram pessoas que haviam se
desacostumado do mundo. Elas conheciam a voz do Senhor e eram totalmente
dedicadas a Ele.
Igualmente, o Senhor tem um grupo de Samuel nessa geração. Ele os está
levantando das ruínas de uma igreja gananciosa, e os está chamando para Si. E
nunca os abandonará. Encontro membros deste grupo invisível de Samuel por todo
o mundo. Eles ouvem claramente o Senhor, e não têm medo de trazer uma palavra
de advertência à igreja.
Além disso, Deus tem uma multidão de profetas escondidos e
desconhecidos, e eles estão sendo treinados na escola das lutas. São parte do
grupo de Samuel, e sabem o que está por vir, pois o Senhor lhes diz. Apesar dos
juízos vindouros, estes piedosos estão cheios de esperança e de júbilo, pois
veem que há um novo dia chegando.
O fato é que a viúva não tinha motivos para se preocupar a respeito da
arca da aliança; isso porque esta estava coroada pelo propiciatório (tampa).
Explico.
No antigo Israel, a arca representava a misericórdia do Senhor, uma
poderosa verdade que seria materializada em Cristo. Devemos receber a Sua
misericórdia, confiar no sangue salvador de Sua misericórdia, e ser salvos
eternamente. Então, alguém pode ridicularizar a lei, pode zombar da santidade,
pode derrubar tudo que fale de Deus. Mas quando se zomba ou ridiculariza a
misericórdia de Deus, a condenação vem e rápida; se alguém pisoteia o Seu
sangue de misericórdia, enfrenta a terrível ira dEle.
É exatamente isso que aconteceu aos filisteus quando roubaram a arca.
Uma destruição mortal veio sobre eles, até que tiveram de admitir, “Isso não é
só algo que aconteça por acaso. A mão de Deus claramente está contra nós”.
Reflita sobre o que aconteceu quando a arca foi levada ao templo pagão de
Dagon, para zombar e desafiar o Deus de Israel. No meio da noite, o
propiciatório sobre a arca tornou-se uma vara de correção. No dia seguinte, o
ídolo Dagon foi encontrado caído sobre sua face diante da arca, com cabeça e
mãos cortadas.
Amado, é aí que o nosso país deveria estar hoje. Deveríamos ter sido
julgados há muito tempo. Digo a todos que zombam e desafiam a misericórdia de
Deus: vá em frente, faça o possível para colocar a igreja de Cristo sob o poder
do secularismo ou do agnosticismo. Mas se zombarem da misericórdia de Cristo,
Deus irá lançar toda a força e a autoridade que vocês têm, no chão. Jeremias
diz, “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque
as suas misericórdias não têm fim” (Lamentações 3:22). Porém,
quando os homens ridicularizam esta grande misericórdia que é Cristo, o juízo é
certo.
É só a misericórdia do Senhor que atrasa o julgamento. E nesse momento o
nosso país se beneficia desta misericórdia. Incrivelmente, o nosso país está
correndo com o resto do mundo para remover Deus e Cristo da sociedade. Mas o
Senhor não será zombado; as Suas misericórdias duram para sempre, e Ele ama
este país. Acredito que seja por isso que Ele ainda derrama bênçãos sobre nós.
O desejo dEle é que a Sua bondade nos leve ao arrependimento (v.
Romanos 2:4).
O grupo de Samuel - de homens e mulheres de Deus - sabe disso. Eles não
se desesperam pela situação atual do país, ou com a horrível igreja gananciosa
de Eli. Este simplesmente não é o foco deles. Contudo, eles sofrem pela
corrupção, pela zombaria e pelo horrível pecado, e sabem que o juízo está
chegando. Mas eles têm esperança, sabendo que Deus está em pleno controle.
Veja, eles experimentaram por si mesmos a misericórdia de Deus em Cristo, e
sabem que Suas misericórdias duram para sempre. E, diferente da viúva de
Finéias, eles jamais vão admitir que o inimigo esteja vencendo a guerra contra
Cristo e Sua verdadeira igreja.
Finalmente, há também a questão da
dor pessoal
Quero falar agora àqueles que têm experimentado algo da dor desta
sofrida viúva. Falo do tipo de dor séria, constante, da dor que toca o corpo, o
coração, o espírito. São problemas e mais problemas se acumulando que parecem
sem fim. E a dor é indescritível.
A sua dor pode ser a dor de perder alguma pessoa querida... a dor por
uma doença debilitante... a dor da rejeição... a horrível dor de um casamento
desfeito... a dor dos filhos vivendo em terrível pecado... uma dor que mais
ninguém consegue entender.
Falei há pouco com um ministro que vive sob uma dor física tão tremenda,
que ele chega a cair no chão em agonia. Este homem tem ido de médico em médico,
mas nenhum foi capaz de explicar ou tratar a situação. Ele é forçado a viver
numa constante agonia literalmente inexplicável.
E há as dores que vão fundo dentro do mundo espiritual, e perseguem a
mente. Alguns sofrimentos mentais são tão esmagadores, que fazem mais do que
apenas testar a fé; eles abalam os próprios fundamentos da sua fé em Deus. É um
tipo de dor humana que nos faz clamar, “Oh, Senhor, Tu me ignoras? Será que
alguma vez Tu ouviste minhas orações? Tu estás presente?”.
Não é incomum que o crente experimente um “céu frio e duro como metal”
ao ficar aturdido por uma provação séria. Ele não tem vontade de orar, e quando
o faz é sem paixão. Ele fica muito pressionado ou esgotado pelos problemas para
poder se concentrar na palavra de Deus, e então quando ele tenta ler a Bíblia,
isso nem se fixa.
É quando Satanás entra. Ele chega a nós no pico de nossa dor e
sofrimento, e planta uma mentira vinda do inferno. É a mesma mentira que ele
infundiu à mente de Cristo durante a crucificação: “Deus Te abandonou. Ele Te
esqueceu e deixou pra trás”. Estes ataques podem ser implacáveis, trazendo
mentiras, acusações, condenação, e acrescentando uma carga de culpa à dor. Ele
cochicha, “Você não tem o necessário. Você nem ora mais. Você ainda espera ser
salvo?”.
O alvo dele é fazer você seguir o exemplo da viúva de Finéias, ceder à
odiosa desesperança e parar de lutar. Essa mulher sob ataque cometeu um erro
fatal, e em sua dor terrível concluiu “Deus não está comigo. Não sinto mais a
Sua presença. Fui abandonada”. Naquele momento, ela desistiu completamente,
deixando de lado sua fé.
Isso me leva a uma das maiores preocupações que tenho como pastor do
Senhor. Tenho continuamente clamado ao Senhor: “Oh, Deus, como trazer esperança
e consolação aos crentes que estão sofrendo tanta dor e sofrimento? Dê-me uma
mensagem que cancele suas dúvidas e temores. Dê-me a verdade que enxugue
lágrimas, e ponha um cântico nos lábios dos que não têm esperança”.
A mensagem que ouço do Espírito Santo para o povo de Deus é muito
simples: “Vá à Minha palavra, e se mantenha sobre Minhas promessas. Rejeite
teus sentimentos de incerteza”. Toda esperança nasce das promessas de Deus.
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