||O pujante reinado Davi não foi circunstancial,
aleatório ou por causa de habilidades natas para guerra. No próprio texto
bíblico, é dito que suas vitórias e fortalecimento se originavam em Deus (2 Sm
8.6). Os 33 anos que ele reinou em Jerusalém e os sete anos e seis meses que
reinou em Hebrom revelam um rei protótipo do Messias que viria. Por isso, Davi
é considerado um tipo do Messias. Isso está confirmado pela profecia de
Miqueias (5.2), mencionada pelos escribas nos dias de Herodes, pelo texto de 2
Samuel 5.2 e pela profecia de Gênesis 49.10 em relação a Jesus Cristo||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
O texto de Atos 13.36 na versão atualizada traz a seguinte redação: "Porque,
na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de
Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção". Paulo
faz uma importante afirmação sobre Davi quando diz que ele viveu para servir. O
modelo bíblico de liderança é aquele centralizado no caráter, ao contrário do
que ensinava Maquiavel que era preferível ao rei ser temido do
que ser amado. Elementos do caráter cristão como o temor de Deus, a
coragem, a virtude, o altruísmo, a honestidade, etc., são postos em relevo. As
técnicas mudam, mas os princípios do caráter não.
O
sucesso da admirável liderança de Davi veio dos princípios bíblicos observados
por ele. Um dos primeiros passos para que possamos entender a questão da
liderança cristã é adotarmos a perspectiva correta sobre Deus, Sua Palavra e
Sua Obra. O segundo monarca de Israel foi um ajudador do povo, e não o
contrário. O modelo de Jesus para a liderança é justamente esse:
"servir". Servir foi a missão do filho de Deus (Mt 20.28) e também a
de seu ancestral humano, Davi. Há outro fato sobre Davi registrado no texto de
Atos 13.22 que merece a nossa reflexão: "Achei Davi, filho de Jessé,
homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade". Essa
frase pode ser interpretada como 'um homem de sua própria escolha'
ressaltando a escolha soberana da parte de Deus bem como, à guisa de textos
bíblicos tais como 1Sm 2.35; 16.7, entendemos que Davi, o escolhido do Senhor,
'era segundo o coração de Deus' no sentido de estar dedicado à sua
vontade e aos seus propósitos. Davi viveu para o Eterno e, consequentemente,
viveu também para os outros.
A
vontade de Deus aparece aqui como "o que se tem determinado e que será
feito". Este homem, com seu coração de servo, realizou aquilo que o
Senhor esperava. Davi viveu para o Eterno e, consequentemente, viveu também
para os outros. Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
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I – DAVI É CONSTITUÍDO REI
||1. Três motivos para sua escolha. Ninguém é colocado em uma posição apenas por acaso;
tem de haver algum mérito para isso. Davi foi aclamado por toda a tribo de
Israel (norte) e ungido rei por três razões. Primeiramente, ele preenchia todas
as condições da realeza, o que prontamente excluía a possibilidade de uma
liderança estrangeira (Dt 17.15), pois era irmão da nação (1 Cr 11.1). O
segundo motivo para escolher Davi foi devido à sua liderança militar (1 Sm
18.16). O terceiro motivo estava pautado em uma promessa da parte de Deus, de
que o trono entregue a Davi seria levantado tanto sobre Israel quanto sobre
Judá (2 Sm 3.10)||.[Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
O rei foi escolhido e provido por Deus (Dt 17.1 S), que ordena todas as coisas
de acordo com o conselho do sua própria vontade (Is 40.14), e não de acordo com
o desejo dos homens (8.5-6; 2Sm 2.8-9). Assim, não é correto afirmar que por
três motivos Davi foi aclamado rei. Então, por que Deus escolheu Davi para ser
rei? Porque viu algo no seu coração. Deus diz a Samuel: “É em Davi que está o
coração que eu procuro”. Aos olhos humanos, saltava essas qualidades listadas
em Davi; Davi lutou em nome do Senhor e para a glória do Senhor, cujo nome e
glória se estenderão até os confins da terra, em todas as nações, Davi sabia
que do SENHOR é a guerra (Dt 31.6; jz 7.18). Davi entendia totalmente a questão
principal, ou seja, ao desafiar o povo do Senhor, os filisteus na verdade
estavam desafiando o Senhor. Parte do reinado de Saul já havia sido transferida
para Davi; a saber, Judá; entretanto, Abner jurou que completaria o processo
ajudando Davi a obter o restante do reinado - desde Dã até Berseba - essa era
uma expressão que representava todo o país (Jz 20.1), ou seja, de Dã, no norte,
até Berseba, no sul.
“Davi tinha algumas qualidades e características
que fizeram com que fosse escolhido por Deus para liderar o Seu povo.
Demonstrava respeito pela
autoridade estabelecida por Deus, pois mesmo quando teve oportunidade de matar
Saul (que era seu inimigo e estava determinado a matá-lo), não o fez.
Tinha desejo de aprender e
se sujeitava à vontade de Deus;
Era um verdadeiro adorador
e tinha um coração grato;
Possuía uma fé absoluta em
Deus;
Era responsável;
Tinha um profundo amor pela
Lei de Deus;
Revelava coragem e
valentia, e não tinha medo de enfrentar gigantes e participar em guerras;
Era um homem de
integridade;
||2. Davi como pastor e chefe. Na Bíblia, a figura do pastor de ovelhas serve para
descrever os governantes de Israel. Está escrito que Davi deveria agir como
chefe e pastor do rebanho. Na qualidade de chefe (heb. nagid), ele seria um
capitão, príncipe, líder; como pastor (heb. ro`eh), ele cuidaria, apascentaria;
ele se revelaria um amigo especial (do heb piel). Assim, Deus zelava pelo seu
povo (Sl 23; 77.20). Estava claro que para Davi ter um reinado consolidado
bastava apenas ser um líder, um pastor amoroso, não um déspota ou um tirano. O
apóstolo Pedro diz que o pastor deve pastorear o rebanho sem qualquer exibição
de domínio, mas sendo o exemplo do rebanho (1 Pe 5.3). Paulo disse que não
queria dominar a fé de ninguém, antes, desejava ser cooperador da alegria de
cada cristão (2 Co 1.24).||. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
- “Quando lemos a Bíblia, encontramos Davi
primeiramente como pastor. Ele era o mais novo de seus irmãos e não foi incluído
no sacrifício especial organizado por Samuel. No entanto, era ele que Deus
havia escolhido, o homem segundo o coração de Deus, e assim ele foi convocado
do campo onde estava cuidando do rebanho para ser ungido rei. Deus o chamou
para pastorear um rebanho diferente, seu povo de Israel (1Sm 16.1-13; 2Sm 5.2,
Sl 78.70-71). O pastorear é uma das ocupações mais antigas. Assim, não é de
surpreender que o cuidado de um pastor e seu relacionamento com seu rebanho
fosse uma metáfora comum, no antigo Oriente Próximo, para a liderança de
pessoas, especialmente a realeza. Além disso, vários deuses das nações eram
ocasionalmente mencionados como pastores. Na Bíblia, os líderes civis e
religiosos são chamados de pastores, e as imagens estão ligadas à realeza (por
exemplo, 1Rs 22.17), especialmente com Davi. Deus é chamado de pastor (por
exemplo: Gn 48.15; Sl 23.1; 80.1), e elementos da vida de um pastor ocorrem
várias vezes para descrever a atividade de Deus (por exemplo: Sl 31.3; Is
40.11; Mq 7.14). Mesmo depois de deixar as pastagens Davi continuou, em sua
vida, a desempenhar a função de pastor. Muito do que ele aprendeu conduzindo
ovelhas ele aplicou como líder de homens. É famosa a forma como ele apelou para
suas façanhas em guardar o rebanho, e em como ele dependia de Deus, para
demonstrar sua capacidade de lutar contra Golias (1Sm 17. 34-37). As
experiências de Davi como pastor também são vistas na forma de suas poesias,
fornecendo imagens ricas para muitos de seus mais queridos salmos, incluindo o
Salmo 23. Davi conhecia o constante cuidado necessário para ser um bom pastor e
o aplicou como uma rica metáfora para o constante cuidado de Deus por ele no
Salmo 23.” (voltemosaoevangelho)
||3. Entrando em aliança com o povo. Ninguém consegue fazer alguma coisa sozinho. Tendo
qualidades de bom guerreiro e de bom líder, Davi não poderia governar sem o
povo, portanto precisava fazer aliança com todos para ter um reino bem
fortalecido. Observe que a aliança que ele firma tem características pastorais,
não monárquicas; por isso, foi ungido rei sobre Israel e todos prometeram
lealdade ao novo rei (2 Sm 8.10-18; 2 Rs 11.17; 1 Cr 11.3)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
Davi governou o seu reino de maneira justa, e no futuro o "Messias"
irá governar de maneira semelhante (Is 9.7; Jr 23.3; 33.15). Ao testemunhar as
bênçãos de Deus em sua vida, Davi reconheceu o papel do Senhor no estabelecimento
do seu reinado. Davi se comprometeu formalmente a cumprir certas obrigações
perante os israelitas, inclusive fazer cumprir seus direitos e
responsabilidades, tanto de uns para com os outros como para com o Senhor (2Rs
1-1.17). Independentemente da excelência dessa aliança, ela não acabou com o
sentimento básico de uma identidade separada sentida por Israel e Judá como a
sedição de Seba (2Sm 20.1) e a dissolução do reino unido sob Roboão (1Rs 12.16)
demonstrariam mais tarde.
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II - A CONSOLIDAÇÃO DO REINO DE DAVI
||1. A edificação de Jerusalém. Tão logo é ungido rei, Davi se lança ao trabalho. O
primeiro intento é tornar sua capital forte e bela. Sua corte e família
tornaram-se grandes e notáveis (2 Sm 3.2,5; 5.13-16). Davi trouxe grandes
mudanças ao povo israelita. Quanto a Jerusalém, ele a considerava algo
particularmente seu, pois fora conquistada sob a sua liderança. Nesse caso, ela
era vista como um espólio próprio. Davi entra logo em luta contra os filisteus
para expulsá-los. Sendo ele um líder bem preparado, conhecedor das táticas dos
seus opositores, busca a orientação divina e parte para a batalha, ferindo por
duas vezes os filisteus. Com a presença de Deus na vida, Davi consegue derrotar
seus inimigos e controlar suas fronteiras, mantendo-os sob seu poder||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
Na Bíblia, Jerusalém é citada mais do que qualquer outra (de Gn 14.18 a Ap
21.10). A cidade ficava no território de Benjamim, perto da fronteira norte de
Judá e era muito bem fortificada por causa de sua altitude e dos vales
profundos que a cercavam, que a tornavam naturalmente defensável em três lados.
Além disso, possuía uma reserva de água abundante, a fonte de Giom, além de
ficar perto das rotas comerciais. A cidade havia sido conquistada anteriormente
por Judá (Jz 1.8), mas nem Judá nem Benjamim tinham tido sucesso em desalojar
permanentemente os habitantes jebuseus (Jz 1.21). Ao tomar Jerusalém, Davi
conseguiu eliminar essa cunha estrangeira entre as tribos do norte e as tribos
do sul e estabelecer a sua capital. Tanto a cidade de Belém, o local de
nascimento de Davi (Lc 2.4), como Jerusalém, o local do governo de Davi,
receberam o título de ‘Cidade de Davi’.
||2. As reformas religiosas. O capítulo 6 de 2 Samuel trata da ação de Davi em
busca da Arca para Jerusalém. O sentimento que o envolve revela grande respeito
pelas coisas de Deus, enquanto o rei Saul era insensível para com o sacerdócio.
Dentre outras coisas, Davi valorizava tudo aquilo que estava relacionado às
ordenanças divinas. Ele respeitava o sacerdócio, a Arca, e procurava preservar
toda essa herança espiritual, inclusive elevá-la. É bom levar em consideração
que Davi não tencionava apenas fazer de Jerusalém uma capital religiosa para
manter o povo leal a si; não se tratava de estratégia política. Davi era um
homem que amava as coisas de Deus. Nas cerimônias religiosas, ele se entregava
para adorar ao Senhor, o que por vezes, para alguns, causava escândalo, como o
foi para Mical (2 Sm 6.20). Mas procedia assim porque desejava exaltar o seu
Deus||. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
A arca não havia apenas sido roubada e profanada pelos filisteus (1Sm
5-6), mas quando foi revolvida, Saul se recusou a seguir a orientação de Deus
quanto ela. A Escritura registra uma única ocasião em que Saul buscou a arca do
Senhor depois do seu retorno: 1Sm 14.18. Uma das diferenças básicas entre Davi
e Saul é que este não demonstrava muita preocupação com o culto ao Senhor e com
os ministros do culto, enquanto aquele comprova um zelo especial pela adoração
a Deus (Leia os capítulos 6 e 7 de 2 Samuel). Não se pode governar, reinar ou
fazer qualquer outra coisa com êxito se há negligência no culto a Deus. Quando
Saul lembrou-se de levantar um altar a Deus, já estava todo complicado por
causa de suas transgressões às ordens do Senhor. Não esqueçamos esse fato, pois
o Eterno considera primeiramente, e antes de qualquer coisa, a obediência (1 Sm
15.22). Davi foi coroado rei de todo o Israel pelos próprios anciãos do povo
que reconheceram a unção real sobre sua vida, que zelava pela adoração a Deus
acima de tudo. Veja como age um homem que tem seu coração voltado para Deus:
Davi, mediante a sua aliança com Hirão e a ajuda deste (1Cr 18.1), pôde
construir um palácio para si e casas separadas para as suas esposas e seus
filhos. Enquanto a arca permaneceu perto de Jerusalém, na casa de Obede-Edom,
durante três meses (1Cr 13.13-14), Davi construiu um novo tabernáculo em
Jerusalém a fim do cumprir a palavra do Senhor em Deuteronômio 12.5-7 de uma
habitação permanente para esta. Depois deste intervalo de três meses, Davi
seguiu as orientações mosaicas para movimentar a arca (Nm 4.1-49; Dt 10.8;
18.5). Essas orientações tinham sido violadas quando a arca foi transportada de
Quiriate-Jearim até Obede-Edom, tendo custado a vida de Uzá (1Cr 13.6-11).
-
Quanto ao fato de Davi vir à frente do cortejo, dançando despido das vestes
reais, demonstra que os hebreus, como outros povos antigos e modernos, possuíam
suas maneiras físicas de expressar a alegria religiosa enquanto louvavam à
Deus. O desprezo de Mical por Davi é explicado pelo seu comentário sarcástico
no versículo 20; Ela considerou a dança alegre e desenfreada de Davi como
conduta inadequada com a dignidade e seriedade de um rei, pois o expunha de
muitas maneiras.
||3. A suprema aliança davídica. Quem profetizou sobre a aliança davídica foi Natã.
Assim como Deus falara que abençoaria a família de Abraão, não seria diferente
com Davi; ele e sua família teriam um grande nome (2 Sm 7.1-15). Podemos ver
que três coisas importantes iriam caracterizar a aliança davídica:
a)
a firmeza da sua família na terra;
b)
seus sucessores teriam a presença de Deus; e
c)
uma dinastia eterna (2 Sm 7.11-16)||. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
2 Samuel 7.1-17, assim como 1Cr 17.1-15, registram o estabelecimento da aliança
davídica, a promessa incondicional do Senhor a Davi e sua posteridade. Embora
não seja chamada de aliança aqui, mas somente em 2Sm 23.5. Essa promessa é de
vital importância para o entendimento da promessa irrevogável de Deus em que um
rei da linhagem de Davi governará para sempre. É estimado que mais de 40
passagens bíblicas individuais estejam diretamente relacionadas a esses
versículos (SI 89; 110; 132); portanto, essa passagem é de especial importância
no Antigo Testamento. Seu cumprimento definitivo acontecerá na segunda vinda de
Cristo, quando ele estabelecer o reino do milênio na terra (Ez 37; Zc 14; Ap
19). Essa é a quarta das cinco alianças irrevogáveis e incondicionais feitas
por Deus. As primeiras três são:
1)
A aliança noaica (Gn 9.8-17);
2)
A aliança abraâmica (Gn 15.12-21) e
3)
a aliança levítica ou sacerdotal (Nm 3.1-18; 18.1-20; 25.10-13).
A
nova aliança, que realmente proveu a redenção, foi revelada mais tarde por
intermédio de Jeremias (Jr 31.31-34) e foi cumprida pela morte e ressurreição
de Jesus Cristo (Mt 26.28) - “tua casa... teu reino... teu trono” (2Sm
7.16) - esses 3 termos foram cumpridos em Jesus (Lc 1.32b-33).
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III - A GRANDEZA POLÍTICA DO REINADO DE DAVI
||1. As realizações militares. Nas Escrituras, há registros das diversas ações
militares de Davi (2 Sm 8.1-14). Muitos denominam esse texto de “o Davi que
ataca”. Note que a tônica dos versículos é sobre os verbos “feriu”, “sujeitou”,
“matou”, “tomou”. Sua ação começa com o desbaratamento dos filisteus, mas vai
se alastrando até fazer fronteira com outros povos, já nos limites de Israel. A
lista de povos vencidos inclui: filisteus, moabitas, sírios, edomitas. Não
demorou para que importantes possessões gentílicas estivessem sob o controle de
Davi. Como é maravilhoso ter um líder cujo coração e força são dominados pelo
Senhor! Deus deseja levantar líderes segundo o seu coração!||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
2Sm 8.1 -14 esboçam a expansão do reino de Davi sob a mão do Senhor – “e o
Senhor dava vitórias a Davi, por onde quer que ia” (v.6 e 14). Os maiores
inimigos de Israel foram todos derrotados à medida que o reino de Davi foi se
expandindo ao norte, sul, leste e oeste (1Cr 18.1-13). É interessante notar que
essas conquistas ocorreram antes do acontecimento narrados no capítulo 7. “Um dos pontos fortes
de Davi era sua convicção de que a ajuda e a direção de Deus eram absolutamente
essenciais para o sucesso na batalha. Por isso, sua prática regular era
consultar ao Senhor. Para cumprirmos o propósito de Deus para nossa vida também
devemos buscar a direção de Deus, por meio da oração e do Espírito Santo que em
nós habita (Rm 8.1-17). Era preocupação de Davi retirar de Israel toda
idolatria, tudo o que não fosse da aceitação de Deus. Era preciso destruir os
inimigos, os povos pagãos deveriam ser extinguidos do meio de Israel e as
Terras dadas pelo Senhor a Israel deveriam ser possuídas e levadas a serem
santificadas a Deus” (Lição 07 - A Expansão do Reino -
Lições Bíblicas Jovens e Adultos - 4º trimestre de 2009; Davi - As vitórias e
as derrotas de um homem de Deus)
||2. As administrações de Davi. Foram muitas as mudanças realizadas por Davi, que o
fizeram destacar-se no campo militar, político, administrativo e religioso.
Lendo o capítulo 8.15-18 e 20.23-26, observamos como Davi fez importantes
mudanças na área administrativa. No comando de suas tropas, estava à frente
Joabe; havia uma guarda real, um superintendente da corveia, que lidava com os
estrangeiros. No campo religioso, Davi tinha dois sacerdotes: Zadoque e
Aimeleque (2 Sm 8.17); um cronista, um escrivão (1 Cr 24.3), os quais eram
responsáveis pelos registros e documentos do Estado, dentre outras nuanças
administrativas. Esse corpo administrativo não era autônomo; todos agiam com a
permissão do rei e, por ele, eram supervisionados; cada setor só poderia agir
ou fazer algo com a anuência dele. Davi procurou montar um setor administrativo
que o pudesse auxiliar no seu reinado. O sucesso de um obreiro depende de oração,
pregação, ensino, mas também de saber administrar com eficiência as coisas de
Deus; para isso são chamados (Tt 1.5). Paulo diz que dois tipos de obreiro
precisam ser bem remunerados: os que se afadigam na Palavra e os que
administram bem (1 Tm 5.17)||. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
Davi governou o seu reino de maneira justa, e não poderia ser de outra forma,
já que ele é um tipo do Messias que viria; No futuro o
"Messias" irá governar de maneira semelhante {Is 9.7; Jr 23.3;
33.15). Joabe era o Capitão do exército de Davi, era seu ‘ministro da Defesa’ e
‘Comandante das Forças Armadas’ do reino; Josafá era o cronista, o responsável
por manter os registros do Estado e era possivelmente o mensageiro real (1 Rs
4.3). Zadoque, filho de Aitube, era um sacerdote levita descendente de Arão por
meio de Eleazar (1 Cr 6.3-8.50-53) que, junto com a sua casa, foi o cumprimento
do oráculo do homem de Deus em 1Sm 2.35. Mais tarde, ele se tornou o único sumo
sacerdote do reino de Salomão, cumprindo a promessa de Deus a Fineias (Nm
25.10-13). Abiatar foi sacerdote de Davi junto com Zadoque, traçava sua
linhagem de Eli {1Rs 2.27) até Itamar (1Cr 24.3). Com a remoção de Abiatar (1Rs
2.26-27), a maldição de Deus sobre Eli foi concluída (1Sm 2.33), e a promessa
de Deus a Fineias, da linhagem de Eleazar, foi cumprida (Nm 25.10-13; 1Sm
2.35). Seraías servia como escrivão oficial de Davi. Benaia serviu como
comandante da guarda pessoal de Davi. No reinado de Salomão ele foi elevado ao
posto de Comandante do Exército (1Rs 2.34-35; 4.4), depois de ter matado Joabe.
comandante de Davi. Esta guarda real era um grupo formado por mercenários (1Sm
30.14). Embora o texto hebraico fizesse referência aos filhos de Davi como
sacerdotes, a Septuaginta refere-se a eles como "príncipes da corte".
Esta última interpretação é sustentada por 1Cr 18.17, que se refere aos filhos
de Davi como "primeiros ao lado do rei", eram então, os ministros do
rei.
||3. O culto público. Davi fez consideráveis mudanças no culto público.
Os sacerdotes eram Zadoque e Aimeleque (2 Sm 8.17). Crê-se que Abiatar já
estivesse aposentado (2 Sm 15.24). Historicamente, pode-se entender que, no
aspecto religioso, as cerimônias desenvolveram-se com a família sacerdotal de
Arão. Davi faz tais mudança, porque tinha interesse pelo culto; ele o faz com
todo cuidado, amor e reverência, tendo sempre como objetivo a maior glória de
Deus. Veja o relato completo das realizações litúrgicas de Davi em 1 Crônicas
23.1-30. A organização do culto é algo que deve ser pensado com todo cuidado,
pois os que o fazem de qualquer jeito, por vontade própria, sem a prescrição
das normas divinas, poderão sofrer consequências da parte de Deus. Foi o que
aconteceu com Nadabe e Abiú, que, querendo fazer culto por conta própria, foram
fulminados pelo fogo do Senhor (Lv 10.1,2)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
Davi trouxe a Arca para Jerusalém, estando ainda, o tabernáculo em Gibeon (ou
Gabaon; ou Gibeão), com o intuito de reunir tanto a Arca quanto o Tabernáculo
em um único templo na novisssíma capital do reino e em breve, o centro cultual
de Israel. Não coube a Davi a honra de construir uma casa para o Senhor, e
nesse intervalo, Israel contou com dois lugares de adoração e dois
sumo-sacerdotes, um em Gibeon e outro na capital (1Cr 15.11). O cronista toma
em consideração essa situação e justifica dizendo que a Tenda do Deserto tinha
ficado erguida lá (21.29; 2Cr 1.3), em consequencia, ele reparte o efetivo
levitico entre o santuário de Gibeon e o novo santuário da Arca, em Jerusalém.
O traslado foi marcado pela beleza ritual, pela separação (santificação) de um
efetivo de 862 sacerdotes e levitas. Davi revigora nesse ato o que a nação
esqueceu ou desprezou. É com Davi que observamos os primeiros passos rumo ao
retorno da verdadeira adoração a Jeová. A liturgia judaica era complexa e
inflexível. O que é liturgia? A história do termo começa com uma palavra
composta: ‘Leitourgia’ de ‘ergón’ (obra) e ‘leitos’ (adjetivo derivado de
‘leos’ ou ‘laos’ - povo). Este termo significava ou indicava nas democracias
gregas (segundo o grego clássico e helênico): ‘a prestação de um serviço por
parte dos cidadãos de classe média no benefício da coletividade’. A Septuaginta
emprega o termo ‘leitourgía’ e seus derivados para designar o serviço do templo
por parte dos sacerdotes e levitas, enquanto que os termos correspondentes em hebraico
são usados também para serviços que não sejam de culto. Segundo um enfoque
puramente semântico, literalmente pode significar festa, celebração, e ainda
culto (Latreia). No Antigo Testamento, o equivalente para liturgia é festa
(‘Hag’: dança e ‘Saret’: serviço) e ‘Aboda’ (obra, serviço) que também se usa
para atos litúrgicos. Na maioria dos casos a liturgia se interpreta como “forma
de culto” e é obvio que a forma em si não assegura a realidade espiritual do
culto, mas a falta de forma tampouco. A forma deveria servir como ajuda aos
fiéis na adoração a Deus. De forma geral, quando pensamos em nossa relação com
o culto, fazemo-lo em termos de receber, de obter algo. Mas da perspectiva da
liturgia, o culto tem muito mais a ver com dar e oferecer do que com receber ou
obter. Liturgia é o que podemos oferecer a Deus no culto aceitável,
genuinamente autêntico e que expressa nossa submissão, dependência e serviço a
Ele.
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CONCLUSÃO
||O reinado de Davi, e de seu filho, Salomão, ficou
conhecido como a era de ouro de Israel. Mas na verdade, o rei Davi sabia que a
fonte verdadeira de toda a grandeza do reino vinha de Deus: “Porque quem sou
eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas?
Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos” (1 Cr 29.14)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 9, 1º Dezembro, 2019]
-
Davi responde à oferta fenomenal registrada em 1 Crônicas 29.6-9 expressando
sacrifícios surpreendentes de riqueza com louvores em que ele reconhece que
todas as coisas pertencem a Deus e dele vêm. Ele concluiu que Deus é tudo e que
o homem é nada, como está no Sl 8. Essa oração magnífica de agradecimento dá a
Deus todo o crédito, até mesmo pela generosidade do povo.
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