quinta-feira, 23 de julho de 2020

Igreja Universal do Reino de Deus é cristã, evangélica e pentecostal? Minha opinião sobre o artigo do Gospel Prime



De todas as igrejas classificadas como “neopentecostais”[1], a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD, Igreja Universal ou Universal) é provavelmente a que mais contém os males do chamado “neopentecostalismo”.

É também a maior igreja desse ramo no Brasil e uma das organizações religiosas mais disseminadas pelo mundo[2], o que justifica o empenho em sua análise demonstrado nas searas jornalística, eclesiástica e acadêmica (tanto na teologia como em ciências da religião e outras áreas[3]).

Não se pode negar a influência que essa instituição exerce sobre igrejas pentecostais e “neopentecostais”, com repercussão possível até mesmo em igrejas históricas.
Para cumprir o objetivo fundamental deste trabalho, que é o de comparar a Igreja Universal especialmente com a Umbanda e a Cultura Racional, dentro do gradiente espírita-umbandista, será de bom alvitre repisar alguns aspectos da seita fundada por Edir Macedo Bezerra, começando por traços de sua história, porque útil à argumentação.
O presente estudo tem um propósito pastoral e uma orientação teológico-confessional, sem prejuízo de (importantes) contribuições provenientes das ciências da religião: o propósito pastoral decorre da necessidade de alertar os crentes evangélicos sobre a natureza da ameaça que a Igreja Universal representa; já a orientação teológico-confessional se atém à concepção do autor, que é cristão, protestante, evangélico e pentecostal histórico.
À guisa de conclusão, pode-se afirmar que o autoproclamado bispo Edir Macedo não é um pastor cristão, nem mesmo um teólogo cristão, e a Igreja Universal do Reino de Deus não é cristã, nem protestante, nem evangélica, nem pentecostal, mas uma seita paraprotestante.

A Universal é uma mistura de seita religiosa com empreendimento financeiro que usa a Teologia da Prosperidade, traços judaizantes, mídia, política, marketing e uma adaptação do espiritismo para arrebanhar fiéis e aumentar o seu poder. Indo além, tal seita-corporação praticou uma arrojada antropofagia de credos populares, sincréticos e espiritualistas, para dominar o mercado religioso.

Em geral, as igrejas evangélicas brasileiras têm, em seu catálogo de seitas e heresias, um rol de grupos religiosos considerados seitas, ainda que estas mantenham nomenclatura extraída da Bíblia. Esse estudo, conhecido como heresiologia, é antigo, consolidado e importante.

A própria IURD, em antiga publicação oficial, além de rejeitar seitas e heresias assim classificadas pelo protestantismo, arrola como seita a Congregação Cristã no Brasil, regularmente entendida como igreja pentecostal histórica ou da Primeira Onda do Pentecostalismo[101]. Enquanto alguns pensam que nada se pode julgar, a Universal há muito faz seus julgamentos, mas apartada da  na autoridade e suficiência das Escrituras.

O Kardecismo considera-se cristão, mas não o é, assim como os Mórmons, as Testemunhas de Jeová, grupos unicistas, esotéricos e judaizantes, dentre tantos outros. Ter bem firme a diferença entre Cristianismo e heresia pode ser um indicativo de maturidade cristã e eclesiástica.
Considerar a Igreja Universal do Reino de Deus como evangélica pode ser um sintoma da fragilidade doutrinária da Igreja evangélica brasileira. É fundamental que os cristãos brasileiros identifiquem a Igreja Universal como seita, a fim de que sua influência seja afastada dos púlpitos evangélicos.
Há anos, andou bem a IPB ao empreender estudos sobre a Igreja Universal, e andou melhor ainda quando a definiu como seita.
Desde a época em que a Universal era tida por “igreja menos pura”, aqueles dentre seus membros que pretendessem congregar na Presbiteriana já deviam se submeter tanto à instrução bíblica e confessional quanto à eventual correção de doutrinas e práticas equivocadas, assim como passar por profissão de fé e batismo ainda que batizadas anteriormente.

Mais do que isso, para a assunção de ofícios eclesiásticos e outros cargos de liderança a IPB decidiu exigir um período probatório de um ano; recomendou que os membros não participem de reuniões nem assistam a programas da Universal, e que os líderes presbiterianos não participem de eventos com a presença de líderes daquela agremiação, para não transmitirem a imagem de comprometimento com suas doutrinas e práticas[102].

Outras recomendações da IPB são as seguintes: que as Igrejas Presbiterianas não adotem o uso de objetos para estimular a fé; que não se adotem calendários litúrgicos com métodos e costumes da Universal, a exemplo de “reuniões de libertação” e “correntes de oração para prosperidade”; e que se não se imitem os métodos de crescimento de igreja empregados pela Universal.

Deveriam as demais igrejas palmilhar caminho semelhante, não aceitando egressos da IURD como membros antes do rebatismo, e tornando exigível que nos sermões e outras atividades o obreiro se afaste de conceitos, ideias e recursos importados daquela seita.

Matéria completa do Gospel Prime: https://www.gospelprime.com.br/igreja-universal-do-reino-de-deus-seita-paraprotestante/

MINHA OPINIÃO: Algumas posições do Concílio eu concordo, como também no artigo do Ev. Alex Esteves. No entanto, quanto a sair classificando igrejas como seitas no sentido pejorativo da palavra e não apenas como facção que é um dos significados do termo, aí já sou contra.

Por mais que eu tenha minhas reservas e críticas a muito que é ensinado e praticado na IURD e outras, não concordo com essa posição da IPB e do artigo do site mencionado acima.

Primeiro, porque conheço pessoas, inclusive de minha família, que se converteram na IURD e depois com o tempo, mudaram de denominação. Vieram para a Universal como se procurando uma UTI de um Pronto Socorro. 

Segundo, porque Aquele que é superior a qualquer Concílio, Sínodo, Convenção, não fez assim, quando alguém do grupo de seus discípulos, quiseram proibir alguém de expulsar demônios em nome de Jesus, porém sem fazer parte daquele "grupo de discípulos". A resposta de Jesus foi simples: "Não o proibais, pois quem não é contra nós, é por nós".

A IPB chama a IURD de seita, a IURD chama a Umbanda de seita, e a Igreja Católica chama todos os protestantes de seita.

As igrejas chamadas de “emergentes” também andam recebendo algumas definições por aí, que para alguns é quase sinônimo de seita.

O Vaticano possui a Congregração para Doutrina e Fé, (antigo tribunal da inquisição) que teve como prefeito durante 24 anos, o Cardeal Ratzinger que depois se tornaria o  Papa XVI. Leonardo Boff, conhece bem o que é sentar na cadeira como réu da religião. Mas os evangélicos também tem seus tribunais de doutrina e fé.

A verdade é que o Cristianismo incorporou os "sinédrios" e os "sumos-sacerdotes".

Se o critério for olhar desvio teológico, a coisa complica para muito lado mesmo, inclusive nas igrejas chamadas de pentecostais clássicas. Veja alguns exemplos nas igrejas pentecostais e não somente neopentecostais: esoterismo disfarçado de pentecostalismo, com visões, profecias, curas, revelações que não são verdadeiras, teologia da prosperidade, isso só para início de conversa. Ou seja, tem muito telhado de vidro por aí.

Até onde eu sei, na IURD, não vai contra os principais balizadores para se definir uma seita herética: ir contra ensinos fundamentais como doutrina da Trindade, Divindade de Cristo, salvação pela fé no sacrifício expiatório de Cristo.



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