Depois de gravada o video aula da lição algumas perguntas me foram trazidas.
Sabendo que biblicamente há 3 situações em que pode haver o divórcio que são: adultério (Mateus 5:32. 19:6), abandono ( I Cor 7:15) e abuso físico (Mateus 12:2-8; 12: 10,11), (esse último um texto onde faço um aplicativo sobre a cura no sábado e Davi comendo os pães da preposição,o que era proibido e quem num dia de sábado salvava sua ovelha. Nas duas situações fica claro que o a vida vem antes do mandamento). Diante disso, pode o divórciado:
1 - Casar novamente?
2 - Se casar novamente com o primeiro conjugue vivo, viverá em adultério para o resto da vida?
3 - Por quê Jesus trouxe o assunto do eunucos para a discussão sobre divórcio e casamento?
4 - O que significa a expressão paulina "marido de uma só mulher"?
RESPOSTAS
O casamento foi instituido por Deus no princípio como disse Jesus para ser até que a morte os separe. Porque o que Deus ajuntou não separe o homem, conforme os textos em Genesis 2:24 e repetidos por Jesus em Mateus 19:4-6, como sendo o ideal de Deus na criação.
Mas não pode-se esquecer que depois da criação houve "a queda" com todas as consequências que ela trouxe e todas as anomalias.
O mundo é caído, e nele, os homens repudiavam suas mulheres a própria sorte, abandonando-as e deixando as mesmas a terem que sobreviverem como pudessem seja pela mendicância ou prostituição.
O divórcio surge para garantir alguns direitos para as mulheres e as deixarem livres para seguirem a vida. Lembrando que quem dava divórcio era o homem. Daí Jesus dizer que Moisés concedeu devido a dureza dos corações.
Geralmente há quem interprete os textos ao pé da letra e digam: "Não pode separar, mesmo se existe adultério e agressão física/psicológica/sexual". "Tem que perdoar e suportar a afliação crendo em Deus". "Se separar tem que voltar para o conjugue". "Se casar novamente os dois estão em adultério". "Quem casar com a repudiada comete adultério". "Paulo falou em Romanos 7, que a mulher está ligada ao marido enquanto ele viver". "A igreja agora aceita divorciados". "Não pode tomar a comunhão (catolicismo", não deveriam dar a ceia para eles nem poderiam ter cargos na igreja (evangélicos).
E de fato, hoje assim como nos dias de Jesus há divórcios por qualquer motivo (Mateus 19:3), que naquele tempo usarem o texto mosaico de Deuteronômio 24:1-4 até a exaustão. Não, casamento é coisa séria, não se pode separar por qualquer motivo, e quem casa tem que saber que casamento para funcionar além de amor, respeito, tem que haver sacrifício e renúncia.
Mas há situações e situações. Casos e casos. Há situações em que a pessoa não consegue perdoar algo que foi por demais dolorido e marcante. Há casos onde o conjugue é abandonado e há aquelas pessoas que são vítimas de agressores dentro de casa. Então pode haver divórcio sim.
Mas aí vem a outra indagação: podem casar novamente? Nesse caso vale a aplicação que Jesus faz sobre os eunucos, quando os discípulos falam para ele que se fosse só por causa de adultério e não pudesse casar de novo, melhor seria não tocar em mulher. É quando Jesus introduz o assunto dos eunucos e diz de forma muito clara: "nem todos estão aptos para esse entendimento".
Uns nascem eunucos, ou porque nasceram sem algum órgão sexual ou porque nasceram sem desejo sexual. Para esses o celibato não tem problema. Mas há os que foram feitos pelos homens eunucos ou seja sofreram alguma castração. E há os que a si mesmo se fazem eunucos pelo Reino de Deus. E conclui dizendo novamente: nem todos estão aptos para isso. Melhor dizendo, alguns podem até conseguir viverem celibatariamente sem casar, mas há quem não consiga. E Jesus não deixa uma palavra de condenação a eles por isso. quem faz isso são os que se acham representantes de Deus na terra e que falam por ele.
O texto paulino de "marido de uma só mulher" já foi interpretado de muitas formas nos 2.000 anos de história do cristinismo. Há um livro elucidativo que chama "Eunucos pelo Reino de Deus", que mostra quanta loucura já foi cometida nesse assunto pela igreja.
Marido de uma só mulher já foi interpretado como quem tem cargo ministerial se ficar viúvo não pode casar de novo, como é assim até hoje para quem é diácono católico. Depois veio a questão dos divorciados, mas esquecem que Paulo viveu numa época em que havia bigamia, poligamia e concubinato aos montes na sociedade e alguns se convertiam e viam assim para a igreja. Então Paulo diz que recebia a todos como foram chamados, mas que ao bispo, o líder da igreja, se exigia que fosse o modelo da comunidade cristã, então ele devia ser marido de uma só mulher e não um bígamo.
Para encerrar, gostaria de dizer que a gente tem que ler a Bíblia e ver não somente as falas de Jesus, mas também como ele tratava as pessoas. Quando a mulher samaritana veio ter com Jesus no poço de Jacó, ela vinha de uma vida arrebentada, tinha passado por cinco divórcios, era uma mulher repudiada por cinco maridos, que buscava água no calor do meio dia para não vir buscar mais cedo quando as outras mulheres da cidade vinham. Certamente tinha a fama de perigosa, namoradeira, casamenteira, tinham medo até de perder o marido para ela.
Jesus a encontra e não a repeli, diz infelizmente você que já passou por cinco divórcios e casou de novo, muitas vezes e agora vive com uma pessoa que não é seu marido de verdade (certamente um amasiamento) é uma adúltera e adúlteros não entram no Reino dos Céus. Quem sabe se você ficar sozinha pode ter alguma salvação. Não, Jesus diz: vem e chama teu marido! Jesus os recebe. Ela depois do encontro com Cristo se torna uma grande missionária entre o seu próprio povo.
Portanto, sou a favor do casamento, mas infelizmente no mundo caído tem divórcio, inclusive entre o povo cristão. O divórcio é algo terrível que deixa marcas nos conjugues, nos filhos. Deve ser evitado. Mas quando infelizmente acontece, as pessoas que vem a igreja precisam ser acolhidos, porque Deus os ama. Agora, quanto ao ministério, a liderança da igreja, que devem ser os modelos da comunidade cristã, a eles a exigência é um pouco maior.
Quanto a quem em adultério permanente e imperdoável para Deus, eu entendo que existe quem comete adultério e depois não comete mais, e existe a pessoa que vive da sedução e que pratica ele sem parar. Há uma diferença um cometeu o adultério e depois não mais. O outro vive na prática esse sim é o "adúltero costumaz".
Agora, se uma pessoa separou, casou novamente e depois vive uma vida monogâmica e somente com a pessoa que casou, essa pessoa não está em adultério permanente e imperdoável. No máximo cometeu quando casou, mas depois não mais vive assim. Dizer que continua e a pessoa irá para o inferno é contradizer o que Jesus disse que só há um pecado imperdoável que é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Nesse caso, a samaritana não poderia ter sido salva.
E mais não deve haver hipocrisia nesses casos. Qual é pior: uma pessoa receber o "mandamento" que não pode casar novamente, e aí a pessoa aparentemente está cumprindo a norma, as as escondidas vive de "casinhos". Ou a pessoa casar novamente e viver uma vida monogâmica e somente com uma pessoa? Paulo diz que os que não contem é melhor casar do que viver abrasado. Mais verdade e menos hipocrisia.
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