Não temos pregado sobre a queda do homem, sobre a doença do pecado, sobre a sujeira do coração humano, sobre o pecado residente, sobre a lei do pecado, sobre a predominância do mal na experiência pessoal.
Há muito tempo não temos pregado Jesus Cristo. Fazemos ligeiras menções a ele por força do hábito, para fazer jus ao nome de cristãos. Porém, não abordamos séria e frequentemente seu nascimento sobrenatural, sua dupla natureza humana e divina, seu sacrifício expiatório, sua vitória sobre a morte, sua exaltação ao assentar-se à direita do Pai, e sua parúsia em poder e muita glória. De vez em quando somos obrigados a ouvir o que o Senhor disse ao anjo de Laodicéia: "Eis que estou à porta e bato" (Ap 3.20).
Conversão não significa mais aquela meia-volta que marca o rompimento com o pecado e a incredulidade, aquele nascer de novo sem o qual ninguém pode entrar no reino de Deus, aquela disposição corajosa e continuada de negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Cristo sem restrições.
Por não estarmos fazendo clara distinção entre adesão e conversão, estamos trabalhando para aumentar na igreja visível a porcentagem do joio em detrimento da porcentagem do trigo. Se continuarmos assim, muito em breve seremos uma megaigreja de cristãos nominais.
Continuamos muito mais interessados na quantidade do que na qualidade. O crescimento numérico exerce sobre nós um fascínio muito maior do que o crescimento em santidade.
Não temos feito discípulos de Cristo, mas temos ensinado as pessoas a se utilizarem de Cristo e dos benefícios do evangelho egoisticamente.
Não temos conseguido fazer a difícil distinção entre ministério e mero interesse comercial. Produzimos e vendemos Bíblias, livros, revistas, jornais, CDs e DVDs de música e mensagens para edificação dos fiéis, cada vez mais numerosos, e também, em alguns casos, para encher o bolso de dinheiro. Tornamo-nos tão oportunistas quanto os vendilhões do templo e, como eles, estamos transformando a casa de oração num esconderijo de ladrões (Mt 21.13), ou quanto os vendedores de indulgências do século 16, que transformaram a igreja num mercado de salvação.
Não temos colocado nossa motivação à prova. Por ausência de filtro, a verdadeira motivação mistura-se com desejo de projeção pessoal, com sede de poder, com interesses particulares, com ciúmes, invejas e rivalidades.
Temos trocado a direção do Espírito pela política eclesiástica. Compramos votos e vendemos posições. Prestigiamos partidários e colocamos mordaça naqueles que não nos convêm, quase sempre em nome da revitalização da ortodoxia e da espiritualidade.
Não nos humilhamos nem sob a proteção da poderosa mão de Deus. Não esperamos a exaltação que vem do Senhor na medida certa e na ocasião adequada (1Pe 5.6). Esquecemo-nos de que “a desgraça está um passo depois do orgulho” e que “logo depois da vaidade vem a queda” (Pv 16.18, BV). Não temos sido delicados com Jesus Cristo, pois o verdadeiro amigo do Noivo faz propaganda do Noivo e não de si mesmo (Jo 3.30, BV).
Por meio da repressão por demais conservadora e da formulação de um monte de regras e normas, temos destruído a espontaneidade do culto e provocado muitas cisões no Corpo de Cristo. Por meio da contra-repressão por demais liberal e da formulação de um monte de licenças e permissividades, temos destruído a seriedade do culto e provocado muitas cisões no Corpo de Cristo.
Os pastores desencaminham as ovelhas e as fazem perambular por aí. E as ovelhas aumentam o salário de seus pastores para que eles continuem a deixá-las em paz.
Da não ordenação de mulheres, passamos a ordenar um sem-número de mulheres, mais devido ao fato de serem casadas com pastores do que por necessidade e vocação, o que já ocorria com a ordenação masculina.
Não perdoamos os que pecaram, arrependeram-se e receberam de Deus uma ficha totalmente limpa. Porém, em nome de uma graça barata, abrigamos em nossas comunidades os que pecam, não choram nem se arrependem.
Nossa consciência missionária é pobre e inconstante; existe apenas em alguns poucos líderes e em algumas poucas igrejas.
A noção de missão integral, na teoria e na prática, ainda é bastante estranha para muitos pastores, líderes e fiéis.
Fonte: Revista Ultimato, Edição nº 315, novembro/dezembro-2008.
Pastor Juber.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa.
É,duro esse discurso,mas é real.
A paz do Senhor.
Lucimauro,
ResponderExcluirÉ duro esses discurso, mesmo, como disseram a multidão para Jesus, certa vez. Esse texto faz um raio-X da situação hoje.
Obrigado pela participação.
Graça e Paz.
Olá, Juber...
ResponderExcluirQuanto ao post pode publicar a vontade. Não precisa ser anônimo...
Cara, quanto a sua dúvida... não participo de uma igreja formal, ou seja lá como for, somos um pequeno grupo de amigos que sempre nos reunimos para celebrarmos a vida juntos, comungar uns com os outros, conversar, debater, cantar, orar, etc... temos um só pensamento, uma só alma...
Tiago,
ResponderExcluirObrigado, estarei fazendo isso em um outro post. Quanto a sua reunião com seus amigos, segundo o ensino do Novo Testamento, dois ou três reunidos no nome de Jesus, já é uma eclesia. Vocês já estão irmanados em Seu nome, e isso é o que importa. Que Deus os abençoe.
Abraço.
Ola Querido a paz do Senhor!
ResponderExcluirTeu blog é uma benção...
realmente servido de instrumento para que a obra de Deus se propague...
Seria um prazer para mim fazer uma parceria contigo, passe no meu humilde blog responda-me e veja a possibilidade de uma parceria!
fica na Paz
Tiago David
Tiago,
ResponderExcluirObrigado pelo carinho. Visitei o seu blog e gostei dele. O prazer será meu em fazer a parceria entre os nossos blogs.
Graça e Paz.
Juber, vc é um mestre nas palavras e um mestre de Deus!!... espero que muitos "alunos" possam ler ou ouvir o que Deus diz através de ti.
ResponderExcluirBem vinda é a Graça de Deus sobre ti !!
Alice,
ResponderExcluirÉ uma honra ouvir isso, de alguém que escreve poemas tão lindos. Obrigado pela sua gentil participação.
Graça e Paz.
Sim, estimado Pr. Juber! Concordo!Devemos urgentemente trabalharmos a distinção entre adesão e conversão. Estamos tendo muitas adesões e poucas conversões.
ResponderExcluirRev. Eugênio Ribeiro, Sh
http://reverendoeugenio.blogspot.com/
Pe. Eugênio,
ResponderExcluirSim, conversão não é adesismo, porque segundo o escritor aos Hebreus 13:11-13, Jesus padeceu fora das portas e ainda diz para saírmos à ele, fora da entrada. Ou seja, somos chamados a ser igreja, do lado de fora dos portões da religião. Eu louvo a Deus que realmente o "Espírito sopra onde quer", como disse Jesus a Nicodemus.
Obrigado pela visita e pela sua participação, você será sempre bem vindo à este espaço.
Estou postando teu blog em meus links para nossa parceria...
ResponderExcluirQue o Senhor te Abençoe
Fica na Paz
Tiago David
www.tiago-david.blogspot.com
Estou postando teu blog em meus links para nossa parceria...
ResponderExcluirQue o Senhor te Abençoe
Fica na Paz
Tiago David
www.tiago-david.blogspot.com
Tiago,
ResponderExcluirObrigado por indicar meu blog. Estarei incluindo o seu blog nos meus links.
Abraço fraterno.
Olá, Juber. No meu blog tenho algo para ti.
ResponderExcluirMarcelo Hagah
João Pessoa-PB
Marcelo,
ResponderExcluirRecebo de coração e humildemente a mensagem e a profecia. Obrigado pelas palavras motivadoras.
Graça e Paz sobre ti.