quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A SOBERANIA DE DEUS E AS CALAMIDADES

Três tragédias de grandes proporções, atingiram este ano, o Brasil e dois países asiáticos. Um forte terremoto na China, um terrível ciclone em Miamar, e agora as chuvas com os deslizamentos no Estado de Santa Catarina. Estes eventos, provocaram a morte de muitas pessoas.
Geralmente, quando acontece tais fatos, as pessoas querem saber, o “por que”. Citam como motivo, a religião ou a falta de religão dos moradores de um determinado lugar, que, segundo este pensamento, causaram a “ira de Deus” sobre o lugar.
Vamos ler, um texto da Bíblia que está em Lucas 13:1-5:
"Neste mesmo tempo, contavam alguns, o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. Jesus toma a palavra e lhes pergunta: Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo". Lucas 13:1-5.
Assim falou Jesus, analisando um desastre. E é, nesse ambiente de, "aparente silêncio de Deus", que os teólogos ficam desorientados. O Tsunami na Ásia (2004) e o furacão Katrina (2005) em Nova Orleans-EUA, provocou não só tragédias àquelas populações que lá viviam. Provocou também, "furacões e tsunamis" nas cabeças de muitos teólogos. Na ânsia de quererem justificar Deus e terem respostas, criaram praticamente, um "deus" humanístico. Que o digam, os defensores da Teologia Relacional ou do Processo.
Jesus não deu nenhuma resposta a tais questões. Apenas tratou o mundo, como ele era. Todavia, não tentou ser seletivo quanto, às calamidades humanas. A leitura do livro de Eclesiastes, acaba com essa nossa visão, de bem e mal na Terra. Isto porque, diz o Eclesiastes, a Terra é habitada pela injustiça. “O que ocorre ao injusto, ocorre ao justo também”— diz o Eclesiastes 9:2. Em cada indivíduo, Deus tem um propósito único, razão pela qual, não se pode ter uma filosofia do bem e do mal universal, posto que, não sabemos nada sobre Deus e um homem; e, ainda, não teríamos como saber de modo algum, posto que a relação de Deus com os indivíduos é pessoal, e os aplicativos de Seu amor, muitas vezes, colhem inocentes em calamidades, visto que para Deus, a morte não é o que representa para nós. Para nós, nada há pior do que morrer. Para Deus, muitas vezes, nada há pior do que existir na Terra. Isto porque, para Ele todos vivem. Segundo Mateus 22:32, Deus é Deus dos vivos e não dos mortos! Quando Jesus falou esta frase, citando Abraão, Isaque e Jacó, eles estavam mortos à séculos. Mas segundo Jesus, perante Deus, estavam vivos. E isto, o põe para além das coerências e explicações humanas! A leitura dos salmos, parece abrir tal fato para além de nossa compreensão. Ele destrói povos; levanta reis e os abate; trás calamidades e as faz cessar; explode vulcões, e, paradoxalmente, envia estações de fruto... As “testemunhas que clamam debaixo do altar” no Apocalipse, dizendo: “Até quando não vingarás o nosso sangue?”— são todos os que foram vitimas da ação maldosa do homens, assim como também podem ser vítimas de catástrofes que os abateram, no ato de se eliminar um mal maior, e que por eles não foi provocado. A leitura também do Apocalipse, mostra que, no enfrentamento das Bestas e do Falso Profeta, multidões morrem, e a Terra toda geme. Imaginamos sempre, Deus exercendo juízo sobre a Terra, de modo cirúrgico e seletivo, o que tanto não é conforme a Revelação da Palavra, como também não se parece com a realidade. O justo anda pela fé, também porque não conhece os caminhos de Deus! Todavia, muitas das presentes calamidades, são produzidas pelos homens, pelo seu egoísmo, pela sua Síndrome de Torre de Babel, quando decidem usar a Terra como quintal. Num mundo como o nosso, que polui a criação, a devasta, a torna lixo, e trata a Terra como algo desprezível, Deus não tem que fazer nada. Nesse caso, Sua Soberania é deixar a natureza seguir seu curso de revolta! Deus não dá explicações! Nem mesmo a Jó, Ele deu explicações. E quando chegou a hora de falarem os dois, Deus não tratou do sofrimento humano, mas apenas evocou Sua Soberania, com os terríveis “onde estavas tu?”— dirigidos a Jó. Na História, os pobres, os humildes e os fracos, são sempre os que morrem em razão das decisões dos poderosos. Por isto, deles é a Terra Por Vir (dos mansos) e também deles é o reino dos céus (dos humildes). Os ilustrados e certos de que existe uma explicação para as coisas desta vida, são os que sofrem buscando fazer Deus palatável para os sabores humanistas. Ele, todavia, abate a quem quer e levanta a quem deseja. Nele trevas e luz são a mesma coisa. Ele cria a luz e Ele mesmo faz as trevas. Ele reina sobre tudo e todos. Nossa visão é muito limitada! Os teólogos, ficam buscando uma “explicação”. Mas aquilo que implica na Soberania de Deus, foge à compreensão! A pergunta é: “Quem pecou?” A resposta é: Ninguém pecou; e, também, todos pecaram! De modo que o que Jesus disse acerca das calamidades, volta com força esmagadora: “Mas se vós não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”. O justo vive pela fé, sobretudo, onde não há explicações a serem dadas! Mas que, os presentes ventos, já sopram o inicio do vendável do juízo de Deus, sobre a humanidade e sobre o Planeta que nós estamos destruindo, disso, não tenha dúvida alguma.
"E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu". Lucas 21:11

7 comentários:

  1. Paz Pr. Juber,

    Ótima reflexão sobre a teodicéia. Gostei muito.

    Em Cristo,

    Ednaldo.

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  2. Juber,

    como sempre um maestro !!

    ...e diga-se de passagem: os sinais estão aí, para quem quiser ver .

    Maranata !!

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  3. Ednaldo,

    A partir do momento em que interpreta as Escrituras a partir de Jesus, tem-se uma visão um pouco diferente de quando o faz com as lentes da religião.

    Obrigado pela participação.

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  4. Alice,

    Os sinais estão aí mesmo. O filme Titanic, mostra bem a situação do mundo atual. Todo mundo preocupado com coisas secundárias, enquanto o navio estava afundando.

    Obrigado pela participação sempre amável.

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  5. Parabéns pelo excelente post. É um assunto incômodo reconhecer que Deus permite que aconteçam tais tragédias.

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  6. Daladier,

    Outro dia um amigo me mostrou [ao longe] um funcionário da empresa dele, e que é crente, mas que há algum tempo perdeu a mãe, e, revoltado com isso, disse ao meu amigo: “Estou com raiva de Deus! Ele levou a minha mãe!”.
    Meu amigo perguntou: “Escuta! Foi Deus mesmo quem levou a sua mãe? Não foi o diabo não?”.
    “O quê? O diabo?! Deus me livre! Foi Deus quem a levou!”
    “Então se não foi o diabo, mas foi Deus, e você está com tanta raiva, peça a Deus pra transferir sua mãe para o diabo; assim você fica mais calmo!”

    “Quem? Eu? Que é isso doutor!”

    “Ué? Você não quer sua mãe com Deus! Só pode querer com o diabo! Mas se ela está com Deus, com Deus-Deus-mesmo — então que revolta é esta?”

    Esta história revela como a alma crente é na maioria das vezes; ou, pelo menos, como ela ficou depois da overdose de teologia da prosperidade.

    Deus é o Deus das criaturas e é o Deus da criação.

    Deus é tão livre quanto é amor!
    Assim, quem confia no amor de Deus, e não tenta fazer de Deus um seu igual; pois, conhecer a Deus como Deus é, implica em que não tenho mandamentos para Ele; isto porque se os tivesse de nada me adiantariam; e, não os tenho, pois, sei que o que adianta nisso é apenas aquilo no que confio: que Deus é bom e que a Sua misericórdia dura para sempre.

    Abraço.

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  7. Interessante artigo. Não esquecendo, porém, que a maior calamidade de todas foi e é a rebelião nos Céus, com conseqüências desastrósas para a humanidade, como bem salientadas.

    Deus, em sua infinita sabedoria, decidiu aceitar tal desafio para resolver eterna e definitivamente tal questão e qualquer questionamento quanto ao Seu direito de reger os Céus e Terra.

    Seja, quanto antes, feita Sua vontade como nos Céus, assim também na Terra.

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