sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

UMA SOCIEDADE CADA VEZ MAIS DESCRENTE

Um fenômeno que vem sendo detectado no Ocidente há bastante tempo é o crescimento do ceticismo religioso, da indiferença por preocupações de natureza transcendente. Por diferentes razões apontadas pelos sociólogos e antropólogos, o chamado “homem moderno” é bem menos religioso que os seus antepassados. Claro, esse não é um fato generalizado. Existem grupos, especialmente étnicos, em que a religião continua atraindo a atenção da grande maioria dos indivíduos. No entanto, a secularização da sociedade como um todo é um fato inquestionável e tende a crescer no futuro previsível, inclusive em países como o Brasil. Essa constatação representa um grande desafio e uma valiosa oportunidade para os cristãos.

Exemplos norte-americanos
A questão de fé e incredulidade varia muito de um lugar para outro, de uma época para outra. É interessante considerar o que ocorreu na Nova Inglaterra puritana do final do século 17. Quando os puritanos (calvinistas ingleses) chegaram à América do Norte, a partir de 1620, eles eram extremamente fervorosos em suas convicções religiosas. A leitura da Bíblia, as devoções domésticas e a freqüência aos cultos eram características marcantes desse grupo. Em certo sentido, o puritanismo foi um avivamento contínuo, em que as atividades religiosas ocupavam um lugar extremamente importante na vida da maior parte das pessoas. Todavia, algumas gerações mais tarde, depois que os puritanos prosperaram grandemente na nova terra, sua religiosidade experimentou um acentuado declínio, lamentado pelos pregadores da época.

A situação brasileira
Como fica nessa questão o Brasil, um país tradicionalmente muito religioso? A religiosidade brasileira tem sofrido profundas transformações desde as últimas décadas do século 20, com o declínio numérico dos católicos, o pequeno crescimento dos espíritas e protestantes históricos e a acelerada expansão das igrejas pentecostais e neopentecostais. Outro dado revelador é o contínuo crescimento percentual daqueles que não se identificam com nenhuma confissão religiosa. Segundo o último Censo Geral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano 2000, 12,5 milhões de habitantes se declararam “sem religião” (de um total de 170 milhões). A título de comparação, o número estimado de pentecostais no mesmo ano era de 17,6 milhões. De lá para cá é provável que esse número tenha aumentado.

Causas da incredulidade
Nem sempre é fácil identificar as causas do ceticismo ou do desinteresse religioso, mas algumas possibilidades são as seguintes: (a) prosperidade socioeconômica: a posse de bens e privilégios materiais dá às pessoas uma sensação de poder, segurança e auto-suficiência; (b) a influência da mídia: programas de televisão, livros e revistas populares defendem abertamente um ideário secular, materialista e, por vezes, anticristão; (c) a educação secundária e a superior transmitem uma visão de mundo em que não há nenhum lugar para a transcendência, para a espiritualidade; os departamentos de muitas universidades são controlados por materialistas de diversos tipos; (d) a popularização das teorias científicas naturalistas sobre as origens do ser humano, da vida e do universo; (e) dificuldades e perplexidades existenciais: muitas pessoas têm dificuldade de conciliar tragédias e sofrimentos com a existência de Deus.

Um fator adicional muito importante é o freqüente mau exemplo ou incoerência das religiões e dos religiosos. As guerras religiosas e a intolerância da época da Reforma Protestante (séculos 16 e 17) contribuíram para o surgimento do Iluminismo, com sua rejeição do cristianismo histórico. Nos dias atuais, vê-se o ressurgimento do fanatismo, extremismo e fundamentalismo religioso, que têm resultado em algumas das mais horrendas manifestações de violência do mundo contemporâneo. Esses fatos produzem antipatia para com a religião em muitas mentes. Por outro lado, multiplicam-se no Brasil os casos de curandeirismo, charlatanismo e exploração emocional e financeira das pessoas por diferentes grupos religiosos. Além disso, tornaram-se corriqueiras as irregularidades éticas de muitas igrejas e líderes religiosos, fazendo com que muitos associem a religião com toda espécie de coisas condenáveis.

Conclusão
Essas realidades representam um sério desafio para as igrejas evangélicas. Se elas quiserem restaurar a credibilidade da fé cristã diante do mundo incrédulo, devem, em primeiro lugar, praticar um evangelismo íntegro e bíblico. Isso implica anunciar não só as promessas, mas as exigências do evangelho; mostrar não só um interesse pelas almas, mas pelo ser humano integral; buscar não só a transformação de indivíduos, mas da sociedade como um todo. Outra necessidade imperiosa é a ênfase na boa apologética, ou seja, o esforço de proporcionar às pessoas argumentos sólidos sobre a veracidade e relevância do cristianismo, de uma visão cristã da vida. Finalmente, é preciso haver coerência entre fé e conduta, lembrando que os exemplos valem mais que muitas palavras. A realidade de uma sociedade cada vez mais incrédula -- e ao mesmo tempo mais angustiada e perplexa diante de tantos problemas e indagações -- exige um renovado empenho dos seguidores de Cristo em testemunhar da sua fé, das boas novas de vida e esperança presentes no evangelho.


• Fonte: Texto publicado na Revista Ultimato, Edição nº 315, Novembro/Dezembro de 2008, por Alderi Souza de Matos, doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.

15 comentários:

  1. Juber,

    Belo texto !! verdadeiro e contundente ao mesmo tempo.
    Em minha mente e experiencia vivida, acrescentaria o estrago que a hipocrisia dos ditos "crentes" tem causado aos neófitos afastando-os muitas vezes definitivamente de Deus, o egoísmo e a vaidade do homem que tem tomado proporções estratosféricas, e digo isso nem tanto ao dinheiro, mas sim a disputa de poder e posse entre seres humanos, a falta de educação que como disparate contrasta com a grande acessibilidade educacional de nossos dias (digo educação = respeito), e o pior de tudo para mim, a quase total ausência de um Evangelho que pregue a Cristo e a Sua verdadeira Graça, que mostre a Cristo Salvador e "inclusive" Senhor, que revele e se demonstre em quem se dispõe a pregar , discipular ou conduzir o verdadeiro testemunho de uma vida transformada e recheada de frutos (do espírito)e de sinceridade diante de Deus e de seus próprios erros.
    Me entristeço demais quando percebo a repulsa contra o evangelho e contra Cristo por causa do comportamento ditatorial e castrador de homens que desconhecem a graça e o perdão.
    Talvez se fossemos mais simples, e simplesmente mostrássemos a Cristo como Ele simplesmente é ( e tivéssemos coragem para isso ), talvez assim ainda houvesse uma chance.
    Oro para que ELE volte logo, pois tudo isso tem me parecido muito mais do que sinais.

    Agradeço a vc, por sempre postar textos instigativos a nossa mente e corações.
    Já te disse, e repito: Tu és um homem de Deus !!

    Graça e Paz para ti.

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  2. A paz do Senhor.
    Muito boa vossas reflexões,é preciso que a igreja do senhor esteje preparada para enfrentar as dificuldades do nosso século e não só desta presente era como também das futuras.

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  3. Alice,

    Obrigado pela participação sempre carinhosa e amável neste blog. Você está certa, é por causa das hipocrisias e maus exemplos de quem se intitula cristão mas não vive conforme o Evangelho de Jesus de Nazaré que até o nome do Senhor é blasfemado no meio dos que não conhecem a Cristo. Na visão do Apocalipse, João primeiro viu os 7 castiçais de ouro (simbolo da igreja) para depois ver o Filho do Homem entre os castiçais. Ou seja, o mundo tem que ver Cristo através da sua igreja. O que será que o mundo vê quando olha para a igreja hoje?

    Que a Graça e a Paz Dele estejam sobre sua vida.

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  4. Lucimauro,

    Infelizmente muitas destas dificuldades estão dentro das próprias igrejas. Quando o apóstolo João escreve sua primeira carta, ele faz uma revelação surpreendente: Os anticristos saem do nosso meio, mas não são de nós.
    Que o Senhor nos guarde nesse momento da História.

    Obrigado pela participação,

    Graça e Paz.

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  5. me adiciona na sua lista de links...

    por favor.


    Obrigado,
    Fique na GRAÇA!

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  6. Vítor,

    Estarei te adicionando nos meus links imediatamente. É um prazer fazer parceria com um blogueiro da minha cidade.

    Abraço.

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  7. A paz Juber passando por aqui nesse tempo de chuva na nossa região aqui, não posso deixar de postar

    Realmente o cetiscimo e algo inevitavel em uma sociedade aonde a cultura e totalmente diversificada assim como no Brasil, agora porque muitos crentes começam a ser ceticos e so por um unico motivo.

    Desanimo dos falsos crentes que misturam e bagunçam a palavra de Deus;Ai leva qualquer um ao desanimmo mesmo,

    Primeiro a pessoa se afasta da igreja
    Depois dos amigos e volta a antiga vida sem perceber
    A magoa vem e encerra-se de vez por todas a vontade de pregar, trablahar na obra etc.

    Tudo resultado de mals exemplos que no meu ver são quase 98%

    vou parar por aqui mesmo.


    Paz e força.

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  8. Marcos,

    Percebo que há hoje em dia uma grande quantidade de crentes "sem igreja". Justamente pelos motivos que você mencionou decepção e mágoas com pessoas e automaticamente com a instituição cristão a que pertencia. Há também os que procuram a via da igreja emergente, dos grupos nos lares com vinculação ou sem vinculação a um líder ou igreja. E existem os que mesmo não concordando com tudo na instituição, permanecem nela por diversos motivos ou laços. Quanto aos "sem igreja" e dos grupos nos lares, já disse aqui no blog, que desde os anos 60, Billy Graham já dizia em seu livro o "Mundo em Chamas", que nos Estados Unidos, isto já estava acontecendo. Posteriormente quero postar e detalhar essa situação. Mas quero lhe dizer não permita que as decepções, traumas ou mágoas afete seu caminhar com
    Cristo, faça com em Mateus 17:8: "Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus".

    Graça e paz.

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  9. Juber,

    Não sou uma vestal da pureza da fé cristã, como vejo tantas por aí, nem quero me enquadrar no que eu chamo de grupo dos arautos do pessimismo ("a igreja é péssima, vai continuar péssima e ponto. Ah, mas aquela igreja, da época em que eu era criança... essa, sim, era purinha..."). Quero deixar para trás as críticas azedas às igrejas que não são como eu acho que deveriam ser, e aos crentes que não seguem uma cartilha ideológica e moral condizente com o que acho "correto". Critico as brigas eclesiais, porque acho que são autocentradas e egoístas, mas isso, para o desapontamento de quem vive da miséria eclesial, tentando fazer de si próprio um modelo de fé, sempre existiu, é só ler Atos dos Apóstolos. Sempre existiu porque o ser humano sempre foi... muito humano. Críticas são úteis, certamente, mas críticas azedas, vindas dessas vestais da pureza da fé cristã, que adoram chamar os crentes de "hipócritas"... OK, estou fora.

    A revista Ultimato traz contribuições muito boas à compreensão da Palavra de Deus e da realidade - e é por isso que eu ainda a assino - mas peca por assumir francamente favoritismos - por exemplo, o favoritismo católico contra as igrejas neopentecostais. Isso macula qualquer crítica que a revista venha a tecer contra esses "monstros que destroem a fé cristã".

    Quero lembrar que o mundo se encontra distante de Deus não porque a igreja seja incompetente, ou impura demais, mas porque, segundo a Palavra, os homens se tornariam frios, sem amor, amantes de si mesmos, maus, egoístas e tanto mais que vemos hoje. Existem líderes que vêm em nome de Jesus mas são enganadores, e, já na época de Jesus, houve muitos que diziam ser o próprio Cristo, tanto antes como depois dele.

    Tenho me cansado dessa crítica fast food, que me parece, em grande parte, pra vender revista. A iniqüidade está sobre o mundo, o ser humano não quer saber de Deus, mas de si mesmo, de ganhos circunstanciais. Essa é a grande verdade para os que chamam a igreja e os "ditos crentes", numa generalização desonesta, míope e torpe, de "hipócrita". Não se trata, como querem as vestais ou os pessimistas, de "recuperar a credibilidade da Igreja", mas de mudar a própria natureza humana e a evolução do pecado no mundo. As vestais adoram dizer: "ah, falta quem faça um VERDADEIRO cristianismo, que seja isso, aquilo, que pregue, que se sacrifique etc etc." OK, então eu aconselho: vestais, o campo está aberto. A seara é grande. Vão lá, pessoas que criticam, ajudar a fazer o "verdadeiro cristianismo", em vez de, sentadinhas em frente ao seu computador, praticarem esse cristianismo virtual.

    Em vez de pregarem a falta que faz alguém - não os "ditos crentes", é claro - mas alguém, quem sabe um crente virtual, para pregar Cristo e a sua "verdadeira graça", as vestais deveriam se dedicar a dar algum exemplo do que é a "verdadeira Graça", a começar no conteúdo de algumas críticas.

    Bom, tenho mais a dizer, mas paro por aqui. Alguns discursos fast food me deixam entalada, de vez em quando.

    A seara é grande. Em vez de tantas críticas, seria bom que todos nós arregaçássemos as mangas e começássemos a por a mão na massa, de fato. O mundo está aí: África, Ásia, países muçulmanos, hindus, budistas, e uma sede enorme de missionários. Para os que não querem sair do Brasil, há as favelas, as prisões, os orfanatos, os asilos. Mas, nessas horas, só os "ditos crentes" costumam aparecer. Não há mais ninguém. Ou será que alguém se habilita?

    Um abraço, Juber.

    Maya

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  10. Maya,

    Você desabafou mesmo hein? Atualmente as revistas que leio do meio evangélico, são: Ultimato, Eclésia, Cristianismo Hoje (virtualmente) e Visão Missionária (revista da minha igreja local). Vejo pessoas que saem de uma igreja, criam um grupo dizendo que lá não haverá hierarquia, nem placa de igreja. Não demora muito e fica estabelecido uma liderança, estatuto, ou seja está criado uma instituição. Às vezes com os mesmos ou até piores vícios do que o lugar onde estavam antes. Ou seja a história se repete. Lembrando que a história da igreja, não tem 100 anos, quando começou o movimento pentecostal no Brasil, nem 150 anos, quando efetivou-se o protestantismo em nosso país, nem 500 anos da Reforma Protestante na Europa e nem 1700 anos de Catolicismo Romano. Não a história da igreja tem 2000 anos. Isto por si só, já dá muito o que pensar e refletir.

    Obrigado pela participação e volte sempre.

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  11. É, Juber, acho que foi um desabafo. Leio a Ultimato, e lia a Eclésia, mas acho que a Eclésia acabou, nunca mais vi a revista nas bancas. Cristianismo Hoje eu não leio, ainda. É nova, essa revista, né? Leio a revista da Missão Portas Abertas, que recebo em casa. Por isso, ao tomar conhecimento do que a igreja de Cristo tem feito, em todo o mundo, fico realmente indignada com certas críticas. A igreja tem feito diferença no mundo, sim. Com todas as falhas, é a igreja a noiva de Cristo, o corpo. A casa, as pessoas que se reúnem ali, tudo tem componente humano, mas também tem parte com Deus. Não vou legar à igreja a crítica vazia, o enxovalho, a irresponsabilidade do pronunciamento fast food. Eu me pergunto: dos que criticam, quem se dispõe a fazer algo? Veja lá, dos que gostam de enxovalhar a igreja em seus blogs e publicações, quem faz algo pelos perdidos, pelo mundo caído, pelos drogados, pelas prostitutas. Você terá uma surpresa: os que mais criticam, com freqüência, são os que não movem uma palha. Há, no Brasil e no mundo, pessoas da igreja trabalhando, fazendo o melhor, ajudando, como voluntários, sendo evangelistas, missionários, pastores em meio ao caos, em lugares difíceis, países estranhos, sociedades arruinadas. Essa igreja que muitos gostam de rotular sustenta missões, cheches, orfanatos, casas de recuperação de drogados etc. Muitas igrejas fazem este trabalho, muitos cristãos fazem a diferença, sim, mas a eles só cabem as críticas rasas? Eu não concordo. Muitos dos que criticam - e eu não falo do texto do prof. Alderi, e espero que não tomem minhas palavras com o algo "contra" sua pessoa - são pessoas amargas, que se consideram vítimas do 'conservadorismo' eclesial, pessoas incompreendidas pelas igrejas, donas de uma 'visão revolucionária' e de um ego enorme... Uma vez ouvi a senadora Marina Silva falar, lá na igreja AD de Brasília, da igreja. Ela falou da igreja com muita reverência, disse que a igreja era a noiva do Senhor, falou com respeito e humildade. Não chegou atirando: "Ei, vocês aí, seus religiosos hipócritas...". E por que? Porque ela consegue ver na igreja, além do componente humano - que deve ser respeitado - o divino, que deve ser reverenciado. Além das falhas, há os acertos. Mudanças não são feitas só com blá-blá-blá, mas com trabalho. Lutero, por exemplo, criticou, e acertou em suas críticas, mas fez: ajudou a renovar a igreja. Agiu. Quero, também, ter essa compreensão. O joio cresce com o trigo, e Jesus, que não era besta, disse que eles crescem juntos. Sou eu quem vai julgar, condenar e separar? Não.

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  12. Maya,

    Também leio a Revista Portas Abertas, quanto a Eclésia, ela não acabou, ficou sumida uns tempos, mas está de volta. A Cristianismo Hoje é nova sim, eu a vejo só pela internet. Quanto a igreja, me lembro de um texto de Tozer, que reproduzirei abaixo:
    "O homem que se opuser a toda organização na igreja ignora completamente os fatos da vida. A arte é a beleza organizada; a música é o som organizado; a filosofia, o pensamento organizado; a ciência, conhecimento organizado; o governo não passa de uma sociedade organizada. E o que é a verdadeira igreja de Cristo senão o mistério organizado?
    O pulsar do coração da igreja é vida - na frase feliz de Henry Scougal, “a vida de Deus na alma do homem”. Esta vida, juntamente com a presença real de Cristo em seu interior, faz da igreja uma entidade divina, um mistério, um milagre. Entretanto, sem substância, forma e ordem esta vida divina não teria onde habitar, nem meios de expressar-se na comunidade.
    Os cristãos têm cometido erros em várias direções por não compreenderem o propósito da organização e os perigos resultantes caso ela não seja controlada. Alguns não querem qualquer tipo de organização e as conseqüências são confusão e desordem. Estes dois elementos negativos não ajudam a humanidade nem servem para glorificar a Deus. Outros substituem a vida da igreja pela organização e embora tendo o nome de vivos estão na verdade mortos. Outros, ainda, se apaixonam de tal forma pelas regras e regulamentos que os multiplicam além de todo bom senso, e logo a espontaneidade se apaga dentro da igreja e a vida desaparece.
    Muitos grupos da igreja pereceram por excesso de organização, da mesma forma que outros por falta dela. Os líderes sábios devem ficar vigilantes com relação a ambos os extremos. O homem pode morrer tanto de pressão alta como de baixa, e pouco importa qual das duas o tenha matado. Ele estará igualmente morto de um modo ou de outro. A coisa importante na organização da igreja é descobrir o equilíbrio escriturístico entre os dois extremos e evitá-los a ambos".

    (O Melhor de A. W. Tozer, Mundo Cristão, pp. 58-59)

    Abraço.

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  13. Muito bonito, seu texto. Obrigada. Tenho amigos trabalhando em igrejas no Caribe, na Europa, na China, na Ásia, nos EUA, e não são pessoas más, não são hipócritas, não visam lucro, não querem ser adorados. Pelo contrário, são pessoas que deixaram seus países, a possibilidade de uma vida profissional razoável, a casa dos pais e determinado conforto para servir a Deus. São pessoas humildes, ajudadoras, amigas, separadas para o trabalho do Senhor. Deus me deu a oportunidade de viajar (e, ao contrário do que já ouvi, não digo isso para humilhar ninguém, mas para compartilhar minha experiência, se é que ela tem algum valor) e conhecer a igreja de Cristo em continentes diferentes. É uma alegria, é a casa de Deus, seja numa casinha de palha e barro, na África, ou num edifício centenário, na Europa, ou mesmo numa casa adaptada, no Caribe. É o Espírito que está ali a maior alegria. Não tanto os homens que estão ali, mas o Espírito que os conduz e motiva.

    Feliz Natal, Juber, Deus abençoe você e sua família.

    Maya

    :)

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  14. Maya,

    Também conheço pessoas que dão suas vidas em prol do Reino de Deus, completamentes abnegadas. Deus sempre tem os seus remanescentes em todo momento histórico.

    Feliz natal para você também e sua família.

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  15. Espero que minha opiniao sobre o assunto da sociedade descrente possa servir de algo aos leitores deste blog. Estamos chegando, como muitos sabem, ao momento glorioso em que o Senhor Jesus voltará. Antes disso, como ensina a Bíblia, pouco antes da vinda do Senhor, surgirá o anti Cristo, cujo imperio já vem sendo construído a muitos anos.

    Penso que um passo importante para a descrença geral no mundo se deve, entre outras coisas, ao prolongado e diabólico trabalho da igreja católica romana, que apresentou ao mundo um falso Jesus. Pela decepçao causada por ese falso Jesus e esse falso cristianismo, as pessoas já nao têm em quê ou quem crer, e voltam-se assim para a egolatria ou o nihilismo. É mais que tempo que o povo de Deus comece a "dar nomes aos bois" com relaçao a esse falso cristianismo, verdadeiro câncer no meio do mundo, e a pregar o verdadeiro Jesus que a Bíblia nos apresenta.

    Para conhecer mais a fundo a obra dessa rameira, gostaria de sugerir dois livros: A mulher que cavalga a besta (Dave Hunt) e El Secuestro de una Península (Beatriz Ortega). Depois de ler esses livros, têm-se uma visao bastante ampla das obras dessa rameira e por quê as pessoas nao querem saber de Jesus.

    Ezequiel AB

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