sexta-feira, 3 de abril de 2009

A MENSAGEM DE JUDAS AOS LÍDERES CRISTÃOS

Calma! Esse Judas, não é o Iscariotes, que traiu Jesus. Estamos falando da Epístola escrita por Judas, cujo irmão Tiago, se tornou personagem importante na Igreja Primitiva (Atos 15:13 e Gálatas 1:19). Ambos eram meio-irmãos de Jesus (Mateus 13:55), que só se converteram após a ressurreição de Cristo (João 7:5; Atos 1:14). A Epístola geral de Judas foi escrita como advertência contra aqueles, que ameaçavam solapar e destruir a comunhão dos cristãos por seu caráter e conduta completamente divorciados dos conteúdos do Evangelho de Cristo. A sua carta traz sérias advertências àqueles que usam do púlpito, da tela e do microfone para se autopromoverem, e conselhos sábios aos crentes por eles liderados. É um guia seguro nestes últimos tempos em que o falso, às vezes parece mais real que o verdadeiro. Ultimamente a comunidade cristã tem sido abalada por terríveis decepções, deixando manchas à imagem da igreja evangélica brasileira. Essa epístola traz uma urgente mensagem à igreja neste início de século. Judas abre seu primeiro argumento no livro, fazendo uma afirmação chocante: a maior ameaça à Igreja não vem de fora, vem de dentro dela, conforme o versículo 3. Ele sabe que, conquanto a "fé tenha sido uma vez por todas entregue aos santos" é preciso lutar, batalhar e vigiar para que ela não seja solapada na sua base. No verso 4, ele fala dos "dissimuladores". Dissimular é assemelhar-se no geral e se desassemelhar em coisas específicas. E pior: muitas vezes tais pessoas, assumem posição de influência, tornam-se arcanjos da comunidade, vestem-se de pastores, falam como teólogos, ensinam como mestres e insinuam-se profetas. Judas parte então, para identificar as duas teologias que estão sendo desenvolvidas pelos dissimuladores, que são: a graça barata e o senhorio oco ( verso 4b). A graça de Deus, sempre foi um dos temas teológico mais atacado pelo diabo. No caso em questão, estavam tentanto "transformar em libertinagem a graça de nosso Deus" (verso 4). Isso se dá por duas vias: a do liberalismo comportamental e a do legalismo. O pretexto do barateamento da graça de Deus passa pela idéia que Deus é gracioso e sublime demais para ocupar-se com os banais deslizes humanos. E assim, usa-se a graça de Deus contra o próprio Deus. É a graça conveniente. Evocada para justificar o pecado, não o pecador. Um outro caminho para se transformar a graça de Deus em libertinagem é pela via indireta do legalismo. Alguém pode até achar estranho isso, mas o fim do legalismo é a sensualidade, a neurose ou psicose sexual (Colossenses 2:23). Isso porque o legalismo concebe a vida santa como dependendo do homem e de seus recursos de auto-santificação. E assim, prescinde da graça de Deus. No entanto, como ninguém consegue enfrentar a si mesmo, apenas com suas próprias forças (isso porque trava-se uma guerra na psiquê humana), no final há a falência da moralidade autopatrocinada, e vem o pecado. O legalismo começa independendo da graça e termina em desgraça. No primeiro ardil, os dissimuladores, perventem a graça de Deus. No segundo ardil, eles esvaziam o conteúdo do senhorio de Cristo (verso 4b). Isso acontece de muitas maneiras. Nem sempre eles negam o senhorio de Cristo com palavras. Na maioria das vezes, como diz Paulo “no tocante a Deus , professam conhecê-lo, entretanto o negam, com suas obras” (Tito 1:16). Em outras palavras, eles falam e cantam sobre o senhorio de Cristo, porém sua vida é uma verdadeira apostasia. É por isso, que o dissimulador é mais perigoso para a igreja, do que o herege honesto, capaz de articular teologicamente suas idéias. Já o dissimulador é ortodoxo em termos de “confissão de fé”, mas heterodoxo na “prática”. Tais pessoas, tornam-se perigosíssimas, pois, de modo silencioso, ensinam o povo de Deus a desenvolver uma ponte inconsciente entre a verdade falada e a mentira vivida, racionalizando a “associação da iniqüidade ao ajuntamento solene” (Isaías 1:13b).

(Continua...)

4 comentários:

  1. Nobre Pr. Juber ;
    A paz do Senhor!
    Seu comnetario é execelente, principalmente quando fala a respeito da autopromoção, markenting religioso , enfim tantas inovações.Porem uso , como o senhor usa o seu espaço no se blog para trazer uma mensagem de cunho exortativo, corretivo, doutrinario.
    Temos que nos encorajar para então com sabedoria oriunda dos céus possamos combater os dardos que querem distanciarnos da verdaeira e genuina palavra de Deus.

    Em Cristo, no amor de Deus - Marcos

    Em Tempo: sem a sua autorização tomei um post que o senhor escreveu para dar entendimento a um pensamento.

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  2. Pr. Marcos Serafim,

    Acredito que os blogues são um instrumento importante, não só de divulgação de idéias, mas também podem ser usados no anúncio do Evangelho. Seu blogue segue esta mesma linha e está de parabéns. Quanto a usar uma postagem minha, pode fazê-lo à vontade.

    Abraço.

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  3. Caro Juber Donizete!
    A Paz do Senhor!

    Fico pensando em tudo o que Judas escreveu, considerando a necessidade daquele tempo, estando o conteúdo da epístola, ainda hoje, mais atualizada do que nunca.
    Temos a impressão que foi escrita baseada nas necessidades de agora.

    Parabéns pela abordagem!
    Pr. Carlos Roberto

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  4. Pr. Carlos,

    Concordo que Judas escreve a carta como se estivesse vendo os nossos dias. Os líderes religiosos deveriam ler ela não somente com a mente mas com o coração também.

    Abraço.

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