"Como a corça anseia pelas águas vivas, assim minha alma suspira por ti, ó meu Deus. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei contemplar a face de Deus? Minhas lágrimas se converteram em alimento dia e noite, enquanto me repetem sem cessar: Teu Deus, onde está? Lembro-me, e esta recordação me parte a alma, como ia entre a mltidão, e os conduzia à casa de Deus, entre gritos de júbilo e louvor de uma multidão em festa. Por que te deprimes, ó minha alma, e te inquietas dentro de mim? Espera em Deus, porque ainda hei de louvá-lo: ele é minha salvação e meu Deus." Salmo 42.
Quando os caminhos de Deus são inescrutáveis, uma pergunta como essa pode ser terrível, geradora de crises existenciais. Há horas nas quais simplesmente a teologia não resolve, as filosofias ficam mofadas, os conceitos de bem e de mal, tornam-se absoletos, caducos e esclerosados. Diante do inescrutável, quem tenta responder a ela, pode correr o risco de se transformar numa corça bramindo, sem encontrar o Deus da sua vida, mergulhando desesperado, ao léu da correnteza da alma, sem conseguir parar de imergir na crise da própria existência. É a doença que chega de repente; á a agonia que assola ante a visão de um parente se autodestruindo; é a mulher que pergunta: Esse Jesus é escuta mesmo a oração? Porque as coisas não mudam dentro de casa, em relação ao marido. São pais desesperados, na ânsia de verem os filhos transformados, sem que nada aconteça; é o pai honesto, que de repente se vê sem emprego, sem o seu ganha-pão; é o homem que na sua confissão de fé, no seu vazamento de convicções cristãs, de repente é atingido pela tragédia e encontra na boca dos adversários, a descrença: "O teu Deus, onde está?"
Como libertar-se de situações, emocionais, deprimentes? Como escapar a uma cova sem fundo, um abismo escuro, uma sede imensa, um conflito tirano?
Em primeiro lugar, precisamos inquirir, quais são as razões de nossa alma. Veja o que diz o versículo 11: "Por que estás abatida, ó minha alma?" A primeira coisa a fazer para enfrentar essa cova, essa depressão terrível, é começar a questionar razões. Você vai descobrir um poço de autopiedade. Porque somos "fiéis" ou porque cantamos e erguemos as mãos, achamos que Deus tem, obrigação de não permitir que nada de ruim nos aconteça. Porque somos crentes no Deus de Abraão nos bons dias do patriarca, esquecemos que, esse mesmo Deus é também do Deus de Moriá (sacrifício de Isaque) e de Jó. Pergunte, pois à sua alma, qual a razão de ela estar azeda de amargura, transbordante de autopiedade, tentando justificar, suas atitudes de entrega, depressão, sofrimento, lágrima e agonia.
Em segundo lugar, se queremos sair dessa situação, precisamos afirmar à alma, que o auxílio de Deus não falha. Precisamos dizer a nós mesmos, que o socorro vem, não demora. Na última parte do versículo 11, diz: "Espera em Deus, pois ainda o louvarei". Eu gosto deste "ainda", porque enquanto houver um "ainda" na vida, está tudo bem. "Espera em Deus pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu". Ainda virá o socorro; ainda surgirá o livramento; ainda nascerá salvação; ainda virá libertação. Espera em Deus. Deixa que perguntem: "Onde está o teu Deus?" Literalmente ri por último, quem ri melhor. Deus não te abandonou, Ele é o Emanuel - Deus conosco. Deus aqui, Deus agora, para sempre ao nosso lado, até a consumação dos séculos. Amém.
Juber, o maestro...tuas palavras soaram ao meu coração como uma sinfonia.
ResponderExcluirmuitos abraços
Pr. Juber;
ResponderExcluirEm meio a tanta crise de palavra ler esta postagem traz alento ao coração.
Como disse o salmista : "Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus".
Confia em Deus que as negras passará , não ,não duvides mas confia em Deus.
Excelente reflexão!!!
n'Ele - Marcos
Alice,
ResponderExcluirObrigado. Vindo de uma poetisa como você é uma honra. Graça e benção sobre sua vida e do Tatá.
Caro Pr. Marcos,
ResponderExcluirÉ verdade em meio a crise e as decepções da vida e bom lembrar do livro de Salmos, onde os guerreiros suados dos livros de Samuel e Reis, demonstravam sua fragilidade e humanidade, derramando sua alma diante de Deus. Deus não mudou, continua sendo socorro bem presente no dia da angústia.
Grande abraço.
Prezado pr. Juber
ResponderExcluirVárias foram as vezes em que vivenciei essa experiência de depressão espiritual que se torna ainda mais aguda quando somos afligidos pela sensação de que Deus está longe de nós, totalmente indiferente às nossas orações.
Quão maravilhoso é quando o Senhor manifesta-se a nós com toda a sua glória, dissipando toda a névoa e expulsando toda a escuridão, demonstrando-nos que Ele sempre esteve conosco, até nos momentos de maior aflição.
Certamente o Senhor porá um novo cântico na boca dos seus fiéis que agora sofrem, pois Ele nunca os desamparará.
Um grande abraço meu pastor
Cristiano
Irmão Cristiano,
ResponderExcluirSim. Ele se manifesta mesmo que não seja do jeito que a gente espera. Com Abraão e Moisés, ele manifestou com fogo, para Jó num redemonhinho e para Elias, o profeta do fogo, quando estava na depremido em uma caverna, Ele veio uma voz mansa e delicada.
Grande abraço e obrigado pela participação.