quinta-feira, 7 de maio de 2009

A ORDEM DE MELQUISEDEQUE

Você já ouviu falar na Ordem de Melquisedeque? Sei que é um assunto complexo, porque conforme é abordado, pode ser confundido com universalismo ou teologia liberal. Sempre ouvi as seguintes dúvidas:
- Qual o destino eterno das pessoas, que nunca ouviram o evangelho? Estão sem salvação? Como fica a salvação dos pagãos fora da religião?
Se de um lado, a Bíblia diz que, a salvação é uma obra da graça divina, da nossa resposta de fé à revelação de Deus em Cristo, de outro lado, a própria Bíblia afirma, contundentemente, que nenhum mortal pode pretender saber ou fazer afirmações sobre quem foi salvo ou perdido, espiritualmente, além dos portões da morte.
Caio Fábio ao falar sobre o tema, disse: "Na minha mente, não há dúvida quanto ao fato de que, o evangelho tem que ser pregado a todas as criaturas, e da minha parte, estou comprometido com isso. Mas a dúvida que vejo, em muitos que perguntam, é sobre se Deus poderia ser Deus, para fora dessa ação missionária da igreja e salvar quem ele bem entendesse; simplesmente por causa de sua liberdade para ser Deus. Ou seja, a igreja é agente de Deus neste mundo, para pregar a salvação, mas não é a detentora da administração da graça divina, por meio algum. Só há salvação em Cristo, e a Cruz de Jesus é o centro espiritual do universo. Todavia, a administração da graça divina, que aplica a salvação, é prerrogativa de Deus. A Igreja tem a missão de pregar a todos os homens e deve fazer isso, porque Cristo ordenou. Mas, a Igreja não limita o amor salvador de Deus, ou seja, Deus também age - às vezes, ou até sobretudo - fora das instituições religiosas." Confissões do Pastor, 1996, Editora Record. págs 226-229.
Pense bem, o nosso Planeta, tem hoje, cerca de seis e meio bilhões de pessoas. O Cristianismo com todas as suas ramificações, que vão do catolicismo romano, ao protestantismo, não representa, metade da população mundial. Pergunta-se: E os outros três ou quatro bilhões de pessoas? Se a igreja não conseguir atingir eles, como fica sua situação? Vão para o inferno? Têm cristãos que acham a maior facilidade em julgar e condenar os outros ao inferno.
No entanto, conforme está escrito em Romanos 2:12-16, que cada um será julgado pela luz que de fato teve, descontadas todas as intromissões dos traumas, condicionamentos religiosos, tempos, culturas, épocas, circunstancias, oportunidades, etc... Ou seja: cada um será julgado pelo que soube de fato que era verdade, e, no coração, assim mesmo, rejeitou; pois, se tiver acolhido a verdade, livre está de juízo.
Quando Jesus disse aos homens, para não tentarem separar no campo do mundo o joio do trigo, estava dizendo que homem algum conhece o coração de outro homem, mesmo quando lhe conhece os caminhos, os atos, as formas, os modos, os comportamentos e os pensamentos confessados.
Ou seja: Jesus ensinava que a melhor certeza do homem é que o joio existe, mas o resto é dúvida; pois, não lhe foi dado o poder de entrar nas naturezas das coisas.
Por isto Paulo diz: “Porque quando os pagãos que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei; pois, mostram a norma da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os — no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus, segundo o meu evangelho.” Romanos 2:14-16.

Vou estar continuando a abordar o tema, ao mesmo tempo em que, estarei intercalando com outras reflexões da Palavra. Agradeço a quem quiser contribuir com comentário, manifestando sua opinião sobre o assunto.

13 comentários:

  1. Gostei da temática. Quero acompanhar a sequência desta postagem. Muito do que foi abordado são as dúvidas sinceras de muitas pessoas. Muito bom o seu blog. Parabéns.

    Afrânio Almeida Sobrinho.

    ResponderExcluir
  2. Afrânio,

    Como se diz: "O poço é fundo, nesse assunto", mas vamos iniciar a discussão em torno do tema. Don Richardson, comenta sobre isso no seu livro: "O Fator Melquisedeque". Caio Fábio tanto dá uma palhinha no livro "Confissões do Pastor". Mas, a verdade é que mergulhar nesse tema, indubitalvelmente vai se esbarrar em alguns pilares da teologia sistemática. Por isso, muitos evitam o assunto.

    Obrigado pela participação.

    ResponderExcluir
  3. Olá, Juber! Tem suspresa para seu blog lá no Blog da Maya!

    :)

    Um abraço, passa lá!

    Maya

    http://mayafelix.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  4. Pr. Marcos Serafim8 de maio de 2009 às 15:03

    Nobre Pastor Juber;
    A paz do Senhor!

    Este texto faz-nos refletir sobre importantes questionamentos que permeiam a mente humana nas questões de salvação, morte e entrada no céu.
    Quem já leu o livro Fator Melquisedeque, vê pelo autor muitos deuses, muitas crenças, e todas as religiões querem levar o homem a Deus , tentam provar através de seus conhecimentos gerais da vida ,mesmo alguns tentam provar através das escrituras que suas crenças.
    Muitos crêem na salvação atrvés dobudismo,hinduismo, carmas , vidas passadas, reencarnação , como o senhor mesmo já postou no seu blog sobre questões como essas.
    A biblia diz que em nenhum outro há salvação senão através de Jesus, mas creio que haverá muitas surpresas no nosso encontro eterno com Cristo, quero eu estar lá.
    Tema como esses nos fazem refletir , muito bem pensado , Deus possa iluminar-te com pensamentos brilhantes como esses.

    n'Ele - Marcos

    ResponderExcluir
  5. Maya,

    Muito obrigado pela homenagem. É uma honra ser chamado de pensador, por uma pensadora como você. Na verdade, eu só penso cá com os meus botões.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  6. Pr. Marcos Serafim,

    Sim, haverá muitas surpresas no encontro eterno com Cristo. Muita gente que se julga salvo, não estará lá e muitos que são julgados pelos homens religosos como não salvos, estarão lá com Cristo. Esse assunto está só no começo.

    Nele que disse muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão na mesa com Abraão, Isaque e Jacó.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  7. Caro pr Juber,
    Parabens pela coragem, manifesta ao entrar no tema. O obscurantismo reinante no protestantismo da reta doutrina não permite esse questionamento, que golpeia os fundamentos da sistematização teológica estabelecida. Que o Senhor Jesus, na sua abundante Graça, continue encorajando-o a lidar com esse assunto complexo, mesmo correndo o risco de ser confundido com universalistas ou liberais ou de não ter respostas definitivas como exigem os sistematizadores. Penso que a pergunta é mais importante que a resposta. Deus nos convida ao "Vinde e arrazoemos" de Isaías 1:18.

    Um abraço
    Paulo Silvano

    ResponderExcluir
  8. Pastor Juber, A paz do Senhor!

    Já li este livro a alguns anos, o autor discorre sobre a ocorrência das muitas crenças e muitos deuses espalhados pelo mundo nas diversas culturas. Chegando a conclusão de que todas as religiões são na realidade distorções da real revelação divina para a salvação (o que nos diz para termos cuidado, pois não sabemos o limite dessa distorção e do jeito que a carruagem anda...). O titulo do livro vem dessa idéia, pois, Melquisedeque, mesmo vivendo em outra cidade, distante de Abraão, sem nunca terem se encontrado antes, tem a mesma fé em Deus e O cultua do mesmo modo que Abraão, so que Abraão reconhece a superioridade dele. Outro fato importantíssimo mostrado no livro é a crença de todas essas “religiões dos povos” que esperam um salvador prometido através de varias “profecias”. É claro, que muitas dessas religiões esperam na verdade o “maritreia” ou anticristo, pois o inimigo de Deus, achando a porta escancarada, introduziu essas profecias.

    ResponderExcluir
  9. Prezado Pr. Paulo,

    Entendo por esse prisma também e sei que o risco de ser confundido com universalistas e liberais é grande. Na verdade não nem um nem outro. Pensar "fora da caixa" como diz o Gondim, não é fácil, pois as sistematizações são fechadas. Só que elas não explicam o fator Melquisedeque e nem porque a Bíblia diz que o Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo. Mas a discussão é gostosa e eu quero ir até onde puder com o assunto.

    Abraço e obrigado pela sua importante contribuição.

    ResponderExcluir
  10. Gilson,

    O livro do Don é interessante mesmo. Geralmente ele fica confinado a àrea de missiologia. O Fator Melquisedeque é algo que rompe com vários conceitos estabelecidos. Vamos continuar nos posts seguintes a desenvolver o assunto.

    Obrigado pela participação.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  11. De todos esses comentários, o que me deixa pensativo é como interpretar a passagem de Isaías em que Deus mostra a nossa insignificancia para interpretar os seus disignios: "Os meus julgamentos, os meus pensamentos e caminhos são tão distantes dos vossos, assim como o ceu está da terra". Isto é, nada sabemos Dêle e nem de sua intensões, que dirá interpretá-Lo! Como então discutir a salvação e outros temos profundos? O que nós sabemos? Inclusive para dizer o que é certo ou errado para Deus? Eu, fico paralizado em minha análise do assunto e entendo isso tudo como divagações especulativas, onde tudo é possível, mas nada afirmativo.

    ResponderExcluir
  12. Gostei do que li, Me ajudou no entendimento sobre o tema abordado!!! Esse tema não pode ser oculto, mas exposto. E os cristãos devem abrir suas mentes para entender coisas de difícil explicação que mesmo estando na bíblia, não se fala muito no ambiente de comunhão dos irmãos. Louvado seja onosso Senhor Jesus Cristo!!! O Deus Todo-Poderoso é oniciente. Ele revelará todas as coisas!!! Graça e paz a meus amados irmãos leitores desse blog.

    Souza

    ResponderExcluir
  13. Pr. Juber,

    Obrigado por contribuir no raciocínio lógico a luz da palavra, conhecendo os atributos de Deus somos tentados a responder uma questão que cabe a Deus julgar, entretanto nos leva a conscientização missionária.

    Coop. Junior

    ResponderExcluir