quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Homofobia: não cabe ao cristão discriminar

Além de não poder praticar nem dar seu aval à conduta sexual adulterina e à homossexual, o cristão precisa aprender a arte da convivência com aqueles que as praticam. Por ter se comprometido espontaneamente com Cristo ao se converter, o cristão é membro de uma comunidade cristã e responsável por seu comportamento e testemunho. Porém, ele não é retirado do mundo, da sociedade no meio da qual vive. Segundo Paulo, o cristão não deve ficar separado dos não-cristãos, que vivem a seu bel-prazer. Para viverem separados, os cristãos “teriam de sair deste mundo” (1Co 5.10, NTLH), atitude com a qual Jesus não concorda. Na oração sacerdotal do Cenáculo, Jesus é claro: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” (Jo 17.15, NTLH). Retirado do mundo, o cristão jamais seria “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5.13-16).

Por uma questão de princípios, se o cristão não se retira da sociedade, ele tem de aprender a conviver com seus contemporâneos e vizinhos, sem se deixar influenciar ou enredar por eles. Convivência e conivência são coisas distintas: “convivência” é viver com outra pessoa; “conivência” é cumplicidade, colaboração, conluio.

Não cabe ao cristão discriminar, desprezar, odiar, maltratar, humilhar ou apedrejar o homossexual ou a lésbica, em uma sociedade em que há muitos outros desvios, como a injustiça, a avareza, o consumismo, a hipocrisia, a idolatria, o ódio, a vingança, a arrogância, a frivolidade e assim por diante. 

Cabe ao cristão conviver com todas essas pessoas, com temor e tremor, sem espírito de superioridade, reprovando todas essas coisas mais pela conduta do que pelas palavras.

O ensino de Paulo tem um valor imenso se o contexto for considerado. Não há concessão alguma ao desregramento sexual. No mesmo capítulo, o apóstolo é enfaticamente contrário à presença de certo indivíduo da comunidade cristã de Corinto que estava tendo relações com a mulher de seu pai (já morto ou não), provavelmente sua madrasta. Ele deveria ser temporariamente afastado dos privilégios da comunidade, até que sua natureza carnal fosse suplantada pela nova natureza (1Co 5.1-5). No capítulo seguinte, Paulo recorda que entre os membros fundadores da comunidade cristã havia ex-homossexuais ativos e ex-homossexuais passivos, bem como muitos outros ex-isto-e-aquilo (1Co 6.9-11).

Na comunidade, o critério seria um; na sociedade, seria outro. Não se pode exigir que o não-cristão se comporte como cristão, mas é lícito exigir que o cristão se comporte como cristão.

Fonte: Elben M. Lenz César, Diretor-fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato onde o texto foi publicado originalmente.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

QUANDO OS PASTORES SE TORNAM ATEUS



Você ouve o Evangelho de Jesus e se apaixona. Assenta-se para ouvir. Começa a ler. Fascina-se com as promessas de resposta às orações. Vê crescer em você uma imensa expectativa de ouvir a Voz e saber a Vontade Dele. Alegra-se ao ver que Deus fala, que a Palavra é viva, e, também, que orações são de fato respondidas. Mas...Então você começa a desejar crescer em Deus, mas, ao mesmo tempo, como todos os que você admira são pastores, evangelistas, líderes, missionários, cantores, etc. — surge em você a idéia de que crescimento somente acontece nas fronteiras do ministério e no convívio com a liderança. Assim, o eixo da emoção da fé começa a mudar, e, devagar, a pessoa vai ficando cada vez mais desejosa de parecer-se com os que aparecem, e faz isso sem culpa, pois, de fato e sinceramente, a única coisa que a pessoa quer é fazer uma assimilação daquilo que ela, agora, entende como sendo o caminho visível e imitável da piedade. Nesse ponto inicia-se o processo de esquizofrenização do ser devotado a crescer em Deus nos bastidores da suposta organização de Deus entre os homens: a igreja.Então, devagar, você vai vendo que os seus “homens de Deus” são levianos, mentem, são egoístas, avarentos, cobiçosos por sórdida ganância, odiosos, invejosos, hipócritas, alguns são associados à maçonaria e, outros fazem práticas própria dos mafiosos.Ora, gradualmente, depois de ter odiado por um tempo as coisas que veio a saber, você persiste no mesmo convívio; e, então, começa a se sentir melhor do que as outras pessoas do clube da maldade; e, por isso, o próximo passo será que você diga a si mesmo que tem crédito de coerência na vida, a fim de "pedir umas férias a Deus", e, assim, dedicar-se, pelo menos como hobby, a algum pecado ou surto de capricho.Quando você faz isto, sente o que Adão sentiu no Éden, e, assim, vendo-se nu, cobre-se, e, por causa disso, busca cobrir-se com as vestes convencionais, a saber: mentira, hipocrisia, performance, falsa humildade. Entretanto, mais que tudo, a tendência é que você se torne misericordioso com o pecado, embora não necessariamente com o pecador que não seja você. Entretanto, aqui também pode surgir outro filho do povo do engano, que é aquele que, justamente porque já se sabe agora membro do clube dos que ele antes repudiava, decide agora disfarçar-se de hostil e acusador daquilo que ele mesmo, às ocultas, pratica; pois, assim, pela denúncia do tema, ganha um forte e poderoso álibi para os outros; embora ele mesmo cristalize-se na hipocrisia.Ora, como neste ponto Deus está no exílio da vida da gente, o que fica é o poder das networks. E, também, muita dedicação à imagem pública, à comunicação e à autoproteção; enquanto você vai vivendo da máquina que à sua volta foi montada. Então, quanto mais tudo funciona, mais distante de Deus você fica, e sem notar. E mais: você começa a dizer para você mesmo que aquela vida com Deus de antes era coisa de criança, mas que agora, depois de ver como as coisas são, ainda assim você faz a Deus o favor de pregar o evangelho. E como você pensa que é isso que Deus quer (que se pregue o Evangelho, ou qualquer coisa que cite o nome "Jesus"), você julga que o crédito é seu justamente por você fazer o que Deus quer que se faça, mas que sem você Ele não faz ou faria. Desse modo, por razão de seu auto-engano, você começa a tornar-se a medida de todas as coisas para você mesmo, sem perceber que você está monstrificado, e isto enquanto é endeusado pelos pagãos que, de tão cegos, só enxergam as purpurinas das glórias de cultos de fumaça de gelo seco e de levitas angelicalmente erotizados, que se exibem meigamente como ninfos e ninfetas de um culto pagão estranhamente oferecido em nome de Jesus, e, em cujo espetáculo você seduz Deus para que lhe faça mais concessões, pois você prega; e, segundo você aprendeu, Deus tem delirium tremens quando ninguém prega o nome Dele no mundo.Se você não sabia, saiba agora: Foi assim que você chegou até aqui onde agora, gloriosamente, se jacta de estar. E você passa a ser parte de tudo isso, e se justifica dizendo que seria pior sem a sua presença, pois você já não é como era antes, mas, pergunta você: "Quem é?" — e responde: "Eu pelo menos sei o que não é, e, estou aqui apenas para ver se mudo alguma coisa".Então, você prega em meio às piores contradições e sentimentos interiores, e as coisas acontecem, e isso faz com que você diga: "Deus é bom, pois, mesmo assim, cheio das concessões, Ele ainda me abençoa!"Ora, neste dia, o antes singelo e alegre jovem crente entra no Templo dos Lobos vestidos de Ovelhas, e, sem propaganda, adere à maçonaria das ações secretas praticadas pelos membros do clube do sucesso ministerial.Daí em diante ele é ateu e não sabe. Afinal, ele já é tal ateu que o nome de Deus é falado por ele sem que ele sequer perceba. Deus é oco e mais leve que o nada no coração desse um dia crente, mas que hoje é líder de crentes exatamente por já não crer em mais nada.O casamento arruinado pela hipocrisia e a insinceridade. Então, com tanto assédio, esse ser um dia crente diz para si mesmo: "Sofro tanto. Está na hora de ser consolado por alguma irmã". E assim ele vai... Até que tem um harém. O mesmo acontece com o dinheiro. Ele pensa: "Sem mim nada entraria aqui. Então, eu é que dou a eles e não eles a mim. É meu!"Chega a hora em que você se levanta para pregar e o diabo senta para descansar; isto porque o diabo pensa: "Ele é meu orgulho! Representa-me muito bem. Com lobinhos assim eu poderia tirar férias!"Então você prossegue. Vira bispo, apóstolo, primaz, pai-póstolo, Reverendíssimo Augustus, um César da Religião. Cheio de altivez, de empáfia, de arroto. Viram pastores de si mesmos, e, existem para o banquetear-se. Quem não faz a viagem por essa vertente, em geral, ao passar pelos desapontamentos, se havia sido “ungido” e não pode mais voltar atrás, o que daí nasce é muita amargura e ressentimento em razão de que os que apareceram não foram eles, mas sim os “piores”. E ficam com raiva de Deus, e isto apenas por jamais terem tido a visão certa da vocação, que não é para o que é elevado entre os homens enquanto é abominável diante de Deus, mas para o oposto.Esses que não viraram lobos vestidos se ovelhas tornaram-se ovelhinhas vestidas de coelhinhos ou de Barbies. Ou então se tornam poetas e menestréis da perplexidade humana, embora de Deus sintam, quando sentem, apenas saudades.Não faça essa viagem. Ninguém escapa impune por andar nas trilhas desse enganado caminho. O chamado à conversão em tais casos é um só:Arrepende-te! Volta ao teu primeiro amor! Enquanto é tempo!(Caio Fábio)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Natal e a Revelação aos Marginais da Religião

Os textos chamados natalinos são todos de natureza revolucionária e marginal. José é maior que o machismo, e aceita sua mulher, sem poder explicar para ninguém a gravidez dela (isso se alguém tivesse descoberto), mas apenas aceita o testemunho de um anjo, e, ainda pior: num sonho. José torna-se marginal. Deflagra as chamas da revolução da dignidade.Os magos do oriente chegam conforme a Ordem de Melquizedeque, pois, sem terem nada a ver com a genealogia de Abraão, seguem uma estrela que anda no interior deles, e, caminhando nessa simplicidade discernem aquilo que os teólogos de Jerusalém só sabiam como “estudo bíblico”. Os que tinham a Escritura (os escribas), não tinham a Revelação. E quem nada sabia da Escritura tinha sabido o necessário acerca do Verbo pela via da Revelação. Uns sabiam o endereço: “Em Belém da Judéia...”, mas não tinham a disposição de sair do lugar... amarrados que estavam à idéia de que conhecer o texto leva alguém a qualquer lugar. Já os que perguntavam (os magos), estavam no caminho... seguiam... e são eles os que chegam onde Jesus estava. Eles dão testemunho do potencial revolucionário do Evangelho para qualquer alma da Terra. Esta é a revolução supra religiosa, conforme a Ordem de Melquizedeque.A velha Isabel dá a luz um filho. Seu velho marido não pode nem contar a história, pois fica mudo. É a revolução dos estéreis e mudos.O rei dos judeus não tem onde nascer! Esta é a subversão dos poderes!Pastores distraídos são visitados por miríades de anjos—e eles representam os homens de boa vontade. É a marginalidade da Glória!Nenhum dos sábios de Jerusalém discernem o Príncipe Eterno quando seus pais o levam ao templo para a circuncisão, mas apenas uma profetiza velha e um ancião sem significado religioso. A revelação não sabe os nomes dos sacerdotes! Ou seja: a começar da Encarnação como Natal (nascimento), o Evangelho é para aqueles que não se esperava que fossem discerni-lo. A Revelação é quase sempre marginal!Os grandes atos de Deus não acontecem em Palácios, mas em choupanas e estrebarias. E a voz mais veemente do natal é a voz da virgem, da Maria simples, e que troveja a justiça de Deus sobre as nações. Ela é quem anuncia a grande subversão divina. E faz isto como um Cântico.Dedico este texto a todos os que hoje se sentem afastados da religião, e que ainda carregam a culpa de assim estarem afastados. Deus não é oficial. A vida não é oficial. O amor não é oficial. A Graça de Deus é sempre subversão e marginalidade. Na oficialidade são feitos os julgamentos. Na marginalidade explode a vida. Abra seu coração e siga o Guia, conforme os magos. Seja generoso como José. Corajoso como Maria. Fértil como a estéril Isabel. Convicto como o mudo Zacarias. Alegre como aqueles que são acordados nos campos pela voz de anjos. Capaz de antever a salvação como esperança mesmo que você seja velho como Simeão e idoso como Ana.Nas narrativas do Natal nas Escrituras não são as pessoas que vão a Deus, mas Deus que vai às pessoas. O Natal acontece como afirmação de que em Jesus, Deus se reconciliou com os homens. Assim, não se sinta excluído, pois, eu sei, nestes dias, Deus enviará corais de vozes interiores, e nos ajudará a discernir o caminho interior da estrela, e nos fará contentes com a Graça de Hoje, e que será a esperança de amanhã, para nós e para todos os humanos.No Natal Jesus é a alegria dos homens!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Sonho não acabou - a benção dos trigêmeos

Eu e minha esposa Ana Cristina, somos casados à 17 anos. Quando nos casamos eu já era evangelista da igreja. Depois de casados, ela começou um tratamento, pois o médico dela disse que tinha um problema hormonal. Depois iniciou um tratamento com um especialista, que descobriu que ela tinha a síndrome de ovário policístico. Usou vários medicamentos, sendo alguns muito fortes, nesse ínterim, eu também fiz exames.

Então quando estávamos com 9 anos de casados, fomos surpreendidos com um tumor de ovário, sendo um deles retirado. Como o tumor estava localizado no órgão que foi retirado e não havia se espalhado, os médicos, tanto o ginecologista, quanto o oncologista, disseram que minha esposa, não precisaria passar por quimioterapia, nem radioterapia, mas por uma questão de segurança, teria que fazer o chamado “procedimento radical”, ou seja, a retirada completa do útero, trompas, e o outro ovário. Ficamos chocados! Seria o fim de um sonho!

Me lembro do dia em que orei suplicando um milagre, apenas confiando na graça e misericórdia de Deus, sem nenhuma barganha a fazer. Alguns dias depois recebi a ligação do médico, me dizendo que mais quatro patologistas haviam feito uma nova avaliação do caso e como ela tinha apenas trinta anos, foi recomendado o tratamento conservador, onde não seria feita a dita cirurgia, mas apenas o acompanhamento durante cinco anos, através de exames. Louvamos a Deus agradecidos!

Dois anos depois ela ficou grávida pela primeira vez, sem tratamento algum, mas sofreu um aborto espontâneo com quatro meses. Foi muito sofrido. Como eu estava pastoreando, e um dos ofícios de pastor, além de pregar, visitar, orar por enfermos, fazer cerimônias de casamentos, cultos fúnebres entre outras coisas, é de também apresentar crianças nos templos, já que na minha denominação não se batiza crianças. Então, eu as apresentava, orava por elas com todo o meu coração e também por seus pais, mas para mim, como para minha esposa, ficava aquele pensamento: “Será que um dia poderemos apresentar nosso filho também?”

Sim, algumas vezes, pedi a Deus o milagre que um dia aconteceu nas vidas dos casais, Abraão e Sara, Isaque e Rebeca, Ana e Elcana, Zacarias e Isabel, entre outros, pudesse também ocorrer em nossas vidas. E um dia o milagre aconteceu! Em agosto de 2009, ao realizar o exame de sangue, foi confirmada a gravidez.

A surpresa ficou na hora do primeiro ultrassom – não era um bebê, mas três! Amém, benção tripla!

Na manhã do dia 05 de março de 2010, um dia em que nunca vou esquecer, eu e minha esposa, depois de 16 anos de casados, ganhamos três lindos presentes, com o nascimento dos trigêmeos. Um menino e duas meninas que receberam os nomes de: Lucas, Ana Julia e Maria Luiza. Nasceram prematuros de 32 semanas, ficaram internados no Hospital para ganharem peso, mas hoje, graças a Deus são crianças lindas e saudáveis, já indo para os dez meses.

No meio desse texto, eu disse que se a cirurgia da retirada dos órgãos do aparelho reprodutor tivesse sido realizada, “seria o fim de um sonho”. Seria, mas não foi. Diferente de John Lennon, eu posso dizer que o “sonho não acabou”. Depois de compartilhar essa experiência pessoal, eu quero deixar uma palavra para você que está lendo a postagem e nesse momento passa por uma fase difícil na sua vida.Não desanime, crê somente, como disse Jesus as irmãs de Lázaro: “Se creres, verás a glória de Deus”. No Salmo 37:3-5, diz: “Espera no Senhor e faze o bem; habitarás na terra em segurança. Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá. Confia no Senhor a tua sorte, espera nele e ele agirá”. Receba essa palavra em nome de Jesus.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MEU TESTEMUNHO - PARTE 05

Em janeiro de 2003, depois de ter pastoreado a primeira igreja, durante um ano, fui assumir o pastoreio de outra igreja. Um mês antes, em dezembro de 2002, eu havia sido ordenado como pastor. Aquela segunda igreja era muito diferente da primeira. Estava assumindo uma igreja com um conjunto de jovens, com coral, e um corpo de obreiros compostos por doze obreiros. O pastor anterior era um veterano na idade e na experiência pastoral e eu era um jovem pastor de 34 anos. Tive que lidar com muitos problemas nessa igreja. Havia disputas e brigas das mais infantis (entre os jovens e entre os obreiros), pessoas que acreditavam mais em profecias do que na Bíblia, e problemas conjugais muito sérios. Enfrentei rejeição, pressões diversas, como também assédios. Marquei várias campanhas de oração, fiz muito aconselhamento pastoral e procurei me dedicar ao ensino da Palavra. Através do ensino, combati a espiritualidade sem a Palavra, as profetadas, os modismos evangélicos, o legalismo, como também a licenciosidade. Ao término de dois anos em janeiro de 2005, a igreja havia crescido, e muita coisa bonita aconteceu na vida de muita gente. Vimos pessoas sendo restauradas através da Palavra, e milagres acontecerem. Foi realizado eventos grandes, considerando o tamanho da Congregação, novos bancos foram adquiridos para o templo e compramos dois terrenos de frente à praça do bairro, para a construção do novo templo. Porém, eu estava exausto, esgotado, depois de ter lidado com tanta disputa, brigas e infantilidade. Sem contar que tanto eu, como minha esposa, estávamos feridos com as muitas “pedradas”. Essa igreja me lembrava muito a igreja de Corinto no N.T., com pessoas com dons maravilhosos, um potencial incrível, ao mesmo tempo, em que outras praticavam coisas das mais terríveis, para alguém que se dizia ser um cristão. Depois de dois anos, estava machucado psicologicamente, mas mais experiente, foi quando fui assumir a terceira igreja. Depois eu continuo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ainda sobre o padre e a pastora no Programa do Faustão

Veja abaixo algumas repercursões tiradas de dois blogs sobre o encontro do Pe. Fábio de Melo e da Pastora Ludmila Ferber no Programa do Faustão dia 12/12/2010. O primeiro é de um blog católico e o segundo reproduziu uma matéria do Jornal O Globo:
1) "Acabo de ver o grande encontro do Padre Fábio de Melo com a “pastora” Ludmila Ferber, no programa do Domingão do Faustão, durante uma ação promocional da Som Livre para vender cds religiosos por ocasião do Natal – e que, estão dizendo, rendeu 45 pontos de audiência ao programa.
Vestidos como homens , o que causou-me dupla surpresa já que padre não se veste como homem comum, mas como padre – e a “pastora“, sendo mulher, ainda que pense ser sacerdote, poderia bem usar roupas femininas, enfim… Bem, eles responderam a questões capiciosas da plateia sobre religião. A inédita pergunta sobre o celibato dos padres foi lançada para o Padre Fábio de Melo que, reconheço, marcou um golaço ao responder que padres não casam por uma razão cristológica, escatológica: para antecipar o que é eterno já que no céu ninguém se casa, nem se dá em casamento.
Mas o melhor, o melhor mesmo foi a participação dela… A mais famosa agente secreta do catolicismo tupiniquim! Nossa querida Ana Paula Valadão. Sim, senhores, a cantora-pastora acompanhava o grande encontro da Som Livre e COMEMOROU, por meio de seu twitter, a resposta do Padre Fábio de Melo sobre o celibato. Ora vejam só:

"Pe. Fábio de Melo explicando o celibato com sabedoria ousada tentativa de antecipar o que é eterno: Ninguem me obrigou a ser padre! Falou lindo!/ Preciso ser fiel a mim mesmo e aos compromissos que fiz com Deus! Otima resposta do Pe. Fábio de Melo".
Nunca na minha vida vi um protestante achar bonitinho esse negócio de celibato sacerdotal… Ana Paula, pelo visto, acha! Como assim que ela comemora a resposta do padre sobre celibato? É, pelo visto, Ana Paula resolveu atualizar sua caminhada rumo a Roma dos Papas! Que bom. Espero que ela assuma o quanto antes.
No mais, fica aí a lição… O que anos de discurso ecumênico não fizeram, a Som Livre fez, neste domingo, 12. O que a SomLivre uniu as igrejas não separam!"
2) Reunir padre e pastora no 'Domingão' não foi fácilFausto Silva abriu seu programa anteontem com a presença do padre Fábio de Melo e da pastora Ludmila, que cantaram juntos. O encontro foi resultado de meses de negociação. Vários pastores foram convidados — e recusaram. Todos tinham medo de desagradar seu público evangélico....E maisMesmo nos bastidores do programa havia um receio de a coisa não correr em total harmonia. Mas, na hora, isto não se confirmou. O clima foi bom, a plateia, calorosa, e os dois cantaram juntos sem problemas.Ctrl C: Patrícia Kogut
Fonte: http:\\mukamatrix-cd.blogspot.com
Meu comentário: Perguntar não ofende: Já pensou se colocassem no lugar da Ludmila, o Silas Malafaia com o padre. Como seria?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

MEU TESTEMUNHO - PARTE 04 - A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA PASTORAL

Em janeiro de 2002, depois de ter sido líder de jovens, professor de escola dominical, palestrante de missões, escatologia e heresiologia, fui pastorear minha primeira igreja. Fui o primeiro pastor daquela igreja, que naquele mês foi oficializada como congregação ligada a igreja sede. Antes, havia sido uma sub-congregação, onde chegou a funcionar uma reunião semanal de oração. Quando assumi a igreja, ela estava fechada, as tentativas anteriores de se abrir ali uma igreja, haviam sido até então, todas frustradas. No primeiro culto que dirigi, não sabia quantas pessoas iriam aparecer. No final do culto, havia 16 pessoas. Marquei a reunião de escola dominical e na primeira reunião, eu fui o superintendente e o professor de adultos e a minha esposa deu aula para as crianças. Os cultos eram em salão de um irmão da igreja. Com vinte anos de convertido, aquela estava sendo uma experiência única e singular na minha vida. Marcamos uma campanha de oração, todos os dias, e era interessante, porque todos os irmãos vinham orar. Com dois meses como pastor, realizei na rua, em frente a igreja, uma cruzada evangelística. O local era conhecido como um bairro onde as igrejas não prosperavam muito. O bairro era perto do rio da cidade, com histórico de cultos afros, e ponto de drogas. Me aconselharam a não realizar o evento, mas eu insisti, por ousadia e fé e também por teimosia de principiante. No final da cruzada de duas noites, 11 pessoas se decidiram por Cristo e não houve nenhum incidente contra o evento. Decidi que não iria ficar atrás de crentes, pescando em aquário. Comecei a visitar as casas dos vizinhos, e pouco a pouco, a igreja começou a crescer naquele local pobre da cidade. No mês de setembro daquele ano, recebemos um terrível golpe. Minha esposa, passou por uma cirurgia, para retirada de um dos ovários, e o exame acusou um tumor maligno. A solução segundo os médicos, ginicologista e oncologista era a chamada cirurgia radical (retirada do outro ovário, útero, trompas). Ela estava fazendo tratamento para engravidar. Foi um choque desesperador. Ela estava com 30 anos e eu com 34, e nós estávamos vendo o sonho de ter um filho se esvair. Fomos a um médico evangélico, ele chorou e disse que como médico concordava com a solução apresentada pelos outros colegas. Fomos para a oração e clamamos a misericórdia de Deus. Como sempre trabalhei secularmente, e certo dia em meu trabalho, no banheiro da empresa eu clamei a Deus e disse: “Senhor, não por barganhas, que eu não creio nisso, mas pela tua graça e misericórdia, eu te peço, faz um milagre!”. Cerca de um mês depois, com a cirurgia marcada para o mês de dezembro, o médico dela me ligou e disse que havia acontecido uma reversão do quadro, pois mais 4 patologistas havia refeito o exame, e ela não precisava mais fazer a cirurgia, o tumor havia sido reavaliado como benigno. Graças a Deus, o milagre havia acontecido! Animado, preguei com renovadas forças, vi crises familiares de pessoas da igreja serem resolvidas, curas no corpo e na alma serem realizadas. Compramos um terreno e quando já planejava a construção do templo, fui chamado para ser pastor em outra igreja. Havia ficado ali, apenas um ano, mas as experiências foram muitas. Depois eu continuo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ludmila Ferber e Padre Fábio de Melo no Faustão - um ensaio ecumênico?





O programa do Faustão, de uns tempos para cá, anda tendo um “momento gospel”. Já passaram por lá: Aline Barros, Fernanda Brum, Ana Paula Valadão e agora a Ludmila Ferber em dupla com o Padre Fábio de Melo. A emissora carioca, antes fechada aos evangélicos, agora em seus comerciais exibe, clips de cantores evangélicos gravados pela Som Livre (gravadora ligada ao grupo Globo). No programa do último domingo, o que vi foi um quadro claramente ecumênico, onde a cantora nas perguntas, ora saia pela tangente, sem querer mostrar o posicionamento mais claro dos evangélicos. Entretanto, não a culpo, visto que no contexto atual do movimento evangélico, fica até difícil afirmar determinadas posições que represente o grupo todo, dado a diversidade de pensamento do segmento. Ao padre faltou explicar que o celibato, não é algo opcional na igreja romana, antes é algo imposto.
Mas a mensagem central que vai ficar gravada desde programa do Faustão, sem dúvida é a do ecumenismo. Alguém pode dizer: “Que lindo uma pastora/cantora e um padre/cantor cantando juntos na televisão!” Eu gostaria de dizer que sou contra o ecumenismo, por uma simples razão: Quando a igreja católica o promove não o faz no sentido de apenas estabelecer diálogo entre as religiões, antes o seu objetivo é a adesão, ou inclusão de todos sob as asas de Roma. O atual papa, não tem o carisma de seu antecessor, mas tem conseguido de forma mais sutil e, em menos tempo do João Paulo II, feitos como o de abrir as portas da igreja para os anglicanos descontentes.
Não sou contra o diálogo e até mesmo a luta em prol de determinados objetivos comuns, mas não sou favorável ao ecumenismo, porque se espera que os protestantes relativizem suas convicções em prol de uma pretensa unidade, enquanto que do lado do Vaticano, se mostram inflexíveis em algumas posições, inadmissíveis para um verdadeiro protestante, como por exemplo: a infabilidade papal, a doutrina do purgatório, a mariolatria e a veneração dos santos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MEU TESTEMUNHO - parte 03

Em 1996, comecei a dar seminários ou palestras nas igrejas sobre seitas e heresias. Eram ministrações de dois ou três dias. Fiz uma apostila com o título: "A Nova Era e o Espiritismo". Onde os pastores me convidavam eu ia. Em 1997, fiz mais duas apostilas, uma de escatologia e outra onde falava sobre: A Nova Era, Mormonismo, Igrejas Unicistas, Testemunhas de Jeová e Catolicismo Romano. Foram três anos de experiência interessantes, porque geralmente eu dava estudos de sexta-feira até domingo pela manhã ou tarde e encerrava com uma pregação à noite. Até hoje, encontro pessoas aqui e ali, que me param na rua ou na igreja e dizem que foram abençoados através destas ministrações. Dou glória a Deus por isso. Em 1999, dei um tempo nos seminários de escatologia e heresiologia, porque fui convidado a fazer parte da equipe de seminários da Semap (nossa secretaria de missões), que havia sido criada naquele ano. Eram seminários de conscientização missionária, e eu falava sobre os blocos religiosos no mundo, dando mais ênfase ao Budismo, Islamismo e Hinduísmo. Viajei pelo Brasil a fora, ensinando e pregando. Foi bom também trabalhar em equipe, pois antes eu ministrava sozinho, agora tinha outros palestrantes junto. Nos meus seminários, eu só pedia as despesas de viagem e o custo da apostila, a igreja ficava livre para me dar oferta ou não. Algumas vezes recebi, outras vezes não. Dormia em hotéis em alguns lugares, em outros na casa de irmãos da igreja, escola infantil em reforma, gabinete pastoral e até numa rádio pirata de uma igreja. É mole? Nos seminários da Semap, eu não recebia nada pelas palestras, pois todas as ofertas eram dirigidas a Secretaria de Missões. Ofertas estas, que muitas vezes garantiram o sustento de missionários no exterior. Portanto, apesar de ter ministrado em vários lugares, nunca me senti um evangelista itinerante, porque nunca tive coragem de pedir hotel cinco estrela, cachê alto, e etc. Minhas despesas pessoais sempre foram mantidos pelo meu emprego secular, por isso até hoje, procuro controlar a agenda para ministrações nos fins de semana. Quanto ao meu estilo como pregador, devo confessar que nos anos iniciais de ministério, eu até cheguei a dar uns “pulinhos” na hora da pregação, mas depois eu caí na real, que essa não era minha praia. Pelo conselho sábio da minha esposa, passei a pregar como prego até hoje, ensinando. Aliás por falar nisso, ela me conheceu dando aula na Escola Dominical. Depois casou com o professor. Agora vou desestimular a todos de me convidarem para pregar. Minha pregação não tem pulo, grito, sopração em cima das pessoas, simplesmente falo a Palavra. Confesso que já fui tentado a fazer um sermão “elétrico” (espiritual para muitos), a cobrar cachê estratosférico. Parece que os que cobram valores imorais e fazem um punhado de estripulias no púlpito tem uma agenda cheia. Eu também, poderia mentir aqui e dizer que sou conferencista internacional, que tenho todos os dons de cura, fui arrebatado ao céu e depois ao inferno, que sou “ex” isso ou aquilo, gravar um CD/DVD e sair por aí na maior “cara de pau”, inventando histórias das mais absurdas. Gente que faz isso, não falta hoje em dia. O triste, é que o povo acredita e sustenta esse tipo de gente. E pior, algns pastores gostam, porque essas “celebridades” é sinônimo de “casa cheia”, ou seja templos, e também são bons para tirarem oferta. Acho que falei demais. Gente, por hoje é só, depois eu continuo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mistérios da Bíblia - As pragas do Egito

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Alguns cientistas sugerem que as 10 pragas não são apenas uma reprodução literária da ira de Deus, mas, sim, uma descrição científica e muito precisa de fenômenos naturais. Qual é a verdade por trás da sarça em chamas que Deus usou para falar com Moisés? Veja o vídeo acima da Discovery Channel via Tv Uol.

MEU TESTEMUNHO - parte 02

Sempre gostei de ler, quando criança era fã de gibis. Meu primeiro contato com as Sagradas Escrituras, foi quando ganhei um Novo Testamento de bolso, distribuídos pelos Gideões Internacionais. Aos 11 anos, a primeira Bíblia completa (com o Velho e Novo Testamento), que tive acesso foi uma que ganhei de um casal Testemunhas de Jeová. Me lembro que na época, a capa dessa Bíblia "Tradução do Novo Mundo das Sagradas Escrituras", era de capa verde. Compramos também deles um livro ilustrado, onde aprendi as histórias dos personagens bíblicos. Guardo-o até hoje, seu título é “Meu livro de histórias bíblicas”. Depois de convertidos, já membros da Igreja Assembléia de Deus, ganhei uma Bíblia pequena, com zíper. Li ela toda em menos de 01 ano. Em 1983, aos 14 já tinha lido a Bíblia toda, então comecei a dar aulas para jovens na Escola Dominical. Os comentaristas da revista da CPAD, para jovens e adultos eram, Lawrence Olson, João de Oliveira (na época, já falecido), Geziel Gomes e Eurico Bergstén. Vários pregadores passaram a vir pregar em nossa igreja, e eu gostava de ouví-los, nomes como: Valdir Bícego, Hidekazu Takayama, Bernard Jonhson, Napoleão Falcão. Em 1988, aos 19 anos, passei a pregar não só em Uberlândia, mas em outras cidades e denominações, sendo chamado carinhosamente de “o pregador da juventude”. Comecei um curso de teologia em 1989, mas independente disso, eu lia muitos livros evangélicos. Dos autores que lia, o meu preferido era Billy Graham. Vi os modismos evangélicos virem e irem. Assistia tudo de “camarote”, junto com o povão, sem participar dos bastidores. Embarquei na “Quarta Dimensão” de Paul (depois David) Yongg Cho, como no “Curai enfermos e Expulsai Demônios” de T.L. Osborn, nos anos 80, mas depois li com reservas o “Bom Dia Espírito Santo” de Benny Hinn, nos anos 90. Assim como também via com desconfiança, os supostos “arrebatamentos no espírito” e “dentes de ouro”. Li as ficções de Frank Pirett – Este Mundo Tenebroso, isso por volta de 1991/1992. Nesse período, um autor nacional, começou a chamar minha atenção, era um pastor presbiteriano, que tinha um programa na TV Manchete aos sábados – Caio Fábio D’Araújo Filho. Em 1993, fui separado a Evangelista, logo me casei, filiei na CGADB e também na recém fundada AEVB (interdenominacional), que vinha com uma proposta atraente. Passei a trabalhar com estudos em apologia e escatologia, ministrando em várias igrejas. Trabalhei muito com jovens também, sendo que a primeira vez que fui líder de jovens eu tinha 14 anos. Estive na liderança da UMADUC (União da Mocidade das Assembléias de Deus de Uberlândia e Campo) por seis mandatos, sendo quatro ainda solteiro e dois já casado. Tive a oportunidade de organizar e dirigir vários congressos de jovens. Em 1999, foi criado em nossa igreja, a secretaria local de missões –SEMAP, Serviço de Missão aos Povos. Fui membro da primeira diretoria da mesma. Passei então, a pregar e ministrar em seminários de conscientização missionária por várias cidades e Estados, por esse Brasil à fora. Em 2002, fui pastorear, sendo ordenado a pastor nesse mesmo ano. Minhas leituras, passaram a ficar mais diversificadas, mas isso, já vai ser outra postagem. Depois eu continuo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MEU TESTEMUNHO

Nasci de uma família católica, mas não praticante. Quando criança gostava de assistir as missas pela televisão e brincar que era padre, tendo minha irmã como assistente. Desisti da idéia, depois que me informaram que padre não podia casar, definitivamente essa não era minha praia. Em 1979, enquanto muitas igrejas celebravam o “Geração 79”, maior evente interdenominacional daquele ano, eu era um garoto de 10 para 11 anos, e estava no ginásio do UTC, participando de um Congresso dos Testemunhas de Jeová. Neste ano, depois em razão de um conflito familiar, meus pais começaram a freqüentar a seita. Uma vez na semana, um casal vinha fazer estudo bíblico conosco em casa, com um livrinho azul “Verdade que conduz a vida Eterna”, uma espécie de discipulado, e aos domingos nos levavam para o culto no Salão do Reino. Os Testemunhas de Jeová, são um pessoal muito educado e organizado. Eu estudava em um Colégio dirigido por freiras salesianas e como chegava mais cedo pela manhã, assistia as missas semanais, antes das aulas. Em 1980, frequentando um Salão do Reino, lendo as Revistas Sentinela e Despertai, fui na cidade de Araguari, a mais um congresso dos Testemunhas de Jeová. Nesse mesmo período, fiz a chamada, primeira comunhão católica quando estava com 12 anos. Depois de quase dois anos estudando com os Testemunhas, era esperado que a gente fosse se batizar. Pois o discipulado entre eles dura entre seis meses a dois anos antes do batismo. Sempre gostei da religiosidade. Era o melhor da minha turma, no catecismo católico, e nas reuniões no Salão do Reino, vez ou outra, lá estava eu respondendo as perguntas que eram feitas, da revista Sentinela. Naquela época, a Rede Globo, passou a exibir à noite, uma série de filmes bíblicos, que se chamava “Os Grandes Heróis da Bíblia”. Eu não perdi um filme. Comecei a ler a Bíblia aos 10 anos. Em Janeiro de 1981, em um simples templo da Igreja Assembléia de Deus, me converti, juntamente com meus pais e minha irmã. Quando fui assistir minha primeira aula de escola dominical, as professoras levaram um susto com aquele novo aluno, pois sabia mais histórias da Bíblia do que elas. Aos 13 anos, me batizei nas águas e aos 14 já era líder de jovens e professor de jovens na Escola Dominical. Fui uma criança que enfrentou algumas doenças, entre elas, um persistente bronquite asmático, que me levou a internação em hospitais, por várias vezes. No primeiro ano nosso na igreja, fui acometido de um desmaio, e foi diagnosticado que eu teria problemas epiléticos. Me receitaram remédio controlado. Mas minha mãe, confiou em Deus, foi pedido oração e pouco tempo depois, eu fui curado. Me levaram a um outro neurologista e depois de uma bateria de exames, foi constatado a minha cura. O bronquite demorou mais a sarar, mais foi melhorando com o tempo. Com vocação ministerial, aos 21 anos fui separado a diácono, aos 23 a presbítero, com 25 incompletos, a evangelista. Até aí, tudo como solteiro. Depois eu continuo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dúvidas de uma jovem: "Como saber a confirmação do Senhor?"

Recebi este email, de uma jovem, e sabendo que a mesma dúvida, pode ser compartilhada por mais pessoas, vou postá-lo, juntamente com a minha resposta. Retirei a identificação, para evitar algum constrangimento. Aqui vai:"Paz do Senhor, adorei e estou acompanhando o seu blog, isso quero aprender como ser mulher virtuosa, pois tenho um namorado maravilhoso e amado...Eu e ele temos orado para o Senhor abençoasse o nosso namoro e até nosso futuro. Bom, conheci o meu namorado através da internet, e nos apaixonamos. Eu fui à cidade dele no Estado de São Paulo, sendo que moro em uma cidade do Estado do Mato-Grosso. Então, ele me contou que uma irmã, teve uma profecia para meu namorado, que o Senhor prepararia uma esposa. Na profecia, aparecia uma mulher vindo de longe, com malas na mão e era cabelos lisos. Isso, tem significado comigo, pois eu fui na cidade dele para conhecer ele e a sua família. Quando eu apareci, ele foi ao aeroporto, me buscar, ao me abraçar, eu estava com malas e tenho cabelos lisos e escuros. Fiquei maravilhada ao saber que Deus tem me escolhido para parecer essa profecia!Nosso relacionamento tem um propósito.Não é algo que se resuma a nós mesmos. Se resume no Senhor. Sempre sonhei com um relacionamento que tocasse o coracão de Deus!Creio que temos feito isso! Queria pedir a sua resposta.Será que Deus é capaz de estragar a nossa felicidade mesmo estando orando e confiando do Senhor?Ah! Tem uma coisa, eu e meu namorado pecamos, não temos como controlar a vida sexual e acabamos pecando. Mas continuei orando ao Senhor, para que abençoasse o nosso namoro, noivado e casamento, mas a gente está esperando o noivado. Só que temos esperar a resposta do Senhor.Me ajude! Como devo saber a resposta do Senhor?Através da visão? Ou ele vai tocar dentro do meu coração, ou falar ao meu ouvido? Queria que Deus me desse resposta, para Ele abençoar o meu noivado e casamento.Obrigada, aguardo o seu comentário! Fica na Paz".
MINHA RESPOSTA: Minha irmã, que a verdade a liberte! Já assisti tragédias humanas na “igreja” que foram patrocinadas por “profecias” e “profetadas”. A lista de histórias nestes casos não costuma ser pequena. Creio em profecias também como um falar preditivo. Mas no meio evangélico, para cada 50 profecias que ouço, 3 ou 4 são para se guardar nos coração. As demais têm que ir para a “lixeira”, ou, então, a gente aperta o botão de Delete. Não creio em casamentos bancados por profecias. Se é verdadeiro em amor, é casamento. Se não é, é apenas uma relação societária registrada em cartório. Tem muita gente que tem necessidade de controle sobre as pessoas, pois alimentam-se de dependência. É impressionante como tem gente doente e que se alimenta, morbidamente, do poder que exerce sobre a vida e o destino das pessoas. Sentem prazer em pensar: Essa pessoa só está aí porque eu tô mandando! Eu, se fosse você, tomaria a decisão que o seu coração ditasse. Não dá pra deixar que outros dirijam a nossa vida, muitos menos profetas malucos, sexualmente infelizes, mal casados, frustrados, e com síndrome de onipotência. Creio em todos os dons do Espírito. Pena que haja tão pouca coisa de fato genuína entre nós. 1. Um profeta nunca irá mandar o que a Palavra não ensina. 2. Um profeta nunca marcará "consultas" -- Deus não fala com hora marcada. 3. Um profeta tem que saber dizer: "O Senhor não me falou nada".4. Um profeta foge de se tornar objeto de consumo. 5. Um profeta se declara um homem, não um anjo. 6. Um profeta não viola 1 Co 14, nem sua profecia. 7. Um profeta profetiza Jesus: Ele é o espírito de toda profecia. Não peço oração aos profetas. É essa fila em porta de profeta que acaba corrompendo até aqueles que um dia foram bons. Profeta não deve ser buscado. A profecia verdadeira sempre nos acha. E mais: nunca vá a profetas que convivem com amigos seus. Quase sempre o profeta já está condicionado. Às vezes até bem intencionados, mas na carne.Se Deus tem um plano, saiba: não é um roteiro de cinema, nem uma corrente de eventos revelada, nem um mapa a ser seguido, nem qualquer forma de determinismo. Além disso, aos que Ele disse qualquer coisa, disse apenas coisas relacionadas à mensagem a ser anunciada, mas não deu detalhes sobre a vida de ninguém. Do contrário, o justo não viveria pela fé, mas pelo plano.Esse tal “plano de Deus” dos crentes, não só é vício pagão, como é uma espécie de cartomancia evangélica disfarçada. A “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” não é como uma adivinhação. Mas sim é que eu não me conforme com este século, e me deixe transformar pela renovação de minha mente; ou seja: de meu entendimento crescentemente harmonizado com o espírito do Evangelho. Afinal, o justo vive pela fé!Essa historinha evangélica do plano para cada criatura ou vira neurose ou paranóia!ção ao encontro com alguém (homem/mulher) — apenas decidi ficar com quem me agradou e me encheu a vida. O plano são os dons que Ele me deu. O plano são as boas oportunidades. O plano é a capacidade de realizar o que é bom. O plano é viver com bom senso conforme o Evangelho.Para mim é assim porque não sou Deus e nem Seu secretário. Apenas vivo pela fé e exerço o meu melhor senso de harmonia com o Evangelho em tudo o que faço. E tudo o que me vem às mãos para fazer, faço-o com gratidão, alegria e com o melhor de mim. Este é o único plano de Deus que me está disponível à priori.A gente vive vendo pessoas que fiqam esperando milagres de oportunidade. Ao contrário, deveriam aproveitar as oportunidades. Emprego, a gente pega o que vem. Se aparecer um melhor, a gente vai. Homem/mulher, a gente escolhe a que ama e gosta. Jesus, à exceção do que disse a Pedro em João 21, acerca de sua morte futura, a ninguém disse mais nada — exceto, também, a Paulo; e foi apenas um “mostrarei o quanto importa sofrer pelo meu nome”. Mas não detalhou nenhuma história. Sim! Paulo nada sabia além de que doeria docemente andar com Jesus. O mais, no máximo, e de vez em quando, quando acontece, Ele corrige certas rotas; porém o faz com a “talhadeira da existência”. E sem bolas de cristal. Assim, minha irmã, pare com essa maluquice paralisante e vá à luta!Tem pastores do plano que não conduzem as vidas deles como mandam que você conduza a sua. Todas as pessoas “do plano” que conheci e conheço são ou se tornaram seres paralisados, amargos, infelizes, e cobrando de Deus o que Deus nunca propôs. O plano de Deus é um só: que cresçamos na Graça e no Conhecimento de Cristo Jesus! O resto, minha querida, não nos é revelado. Do contrário, a vida já não seria vida, mas apenas um roteiro para robôs. O plano de Deus é que você ande pela fé e com o coração buscando discernir e aplicar o que é bom — tanto pra você quanto para os outros!Veja o seu caso, você e seu namorado já estão vivendo sexualmente juntos e ainda estão esperando “confirmação do Senhor”. Que confirmação? Vocês já estão casados maritalmente, só não estão no papel. Agora, se há dúvidas no relacionamento de vocês, então parem com isso, o quanto antes, porque do contrário, quanto mais tempo passar, mais dor e frustração produzirá. A pergunta é simples: Vocês se amam, e estão preparados para constituir uma família? A escolha é dos dois.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Com a dor do Haiti, cresce uma igreja carismática

Na noite de sábado, no porão de uma igreja em grande parte haitiana daqui, em uma sala branca despojada vibrando com hinos e exclamações, uma jovem pode se ver canalizando o Espírito Santo para revelar notícias do Haiti.
A reportagem é de Anne Barnard, publicada pelo jornal The New York Times e reproduzida pelo Portal Uol em 25-11-2010.
O terremoto que matou cerca de um quarto de milhão de haitianos há 10 meses tornou a devoção ruidosa da paróquia, SS. Joachim and Anne, ainda mais exuberante. Em 12 de janeiro, nem duas horas após do terremoto ter devastado sua terra natal, imigrantes haitianos já lotavam a igreja, dançando, cantando, erguendo os braços para o alto –e louvando a Deus. Em meio aos lamentos, imposições de mão e o número surpreendente de ações de graças por pessoas que ainda nem sabiam se seus parentes estavam vivos ou mortos, os lenços de papel se esgotaram.
A dor prosseguiu ao longo do ano e a frequência inchou, à medida que as pessoas passaram a buscar consolo em um crescente modo fervoroso de adoração, a oração carismática, que mais e mais toma conta da paróquia e do catolicismo haitiano. O jovem vigário nascido no Haiti, Jean-Moise Delva, realizou uma dúzia de missas em memória dos mortos, passou o mês de agosto no Haiti realizando missas em uma tenda abafada e ainda lida com sentimentos de impotência e desespero. Em outubro, as pessoas lotavam a SS. Joachim and Anne, cantando, dançando e segurando fotos de parentes doentes no alto pedindo cura, enquanto uma freira que visitava o Haiti invocava o Espírito Santo.
Delva se voltou ao padre, Robert Robinson, e disse: “Parece que eles têm mais fé do que nós”.
O desastre está moldando a religião haitiana. Ele tem exigido uma maior resistência –não apenas de haitianos e haitianos-americanos, que frequentemente dizem contar com uma resistência lendária, de inspiração divina, mas também com a própria fé, repentinamente mais vulnerável à dúvida, desilusão e competição. E injetou nova vida na versão dos haitianos do catolicismo carismático, que busca contato direto com o Espírito Santo por meio da oração ruidosa, desinibida.
Neste ano, para muitos haitianos, o abraçar da emoção pura pelo movimento pareceu ser a única resposta sensível.
O catolicismo permeia a história e identidade haitiana. Mas o terremoto ocorreu em um momento em que o domínio do catolicismo estava cedendo. Pentecostais e outros protestantes –prometendo uma ligação mais direta, menos hierárquica com Deus– conseguiram avanços aqui e no Haiti. O governo americano lista o Haiti como sendo 80% católico, mas um levantamento da ONU apontou que, em 2003, o número tinha caído para 55% e que 29% dos haitianos se identificavam como protestantes.
O movimento carismático católico nasceu durante um levante na fé. Em 1967, dois anos após o Concílio Vaticano II ter reduzido a ênfase no ritual e no mistério, um grupo de estudantes católicos relatou ter sido inspirado pelo Espírito Santo a falar em línguas desconhecidas –assim como os pentecostais, que buscavam o misticismo do cristianismo do primeiro século.
O movimento se disseminou, misturando o fervor à moda antiga com participação direta mais progressista dos leigos, especialmente das mulheres. Alguns padres fizeram objeção, mas os líderes da Igreja viram potencial de recrutamento e o papa Paulo VI o abraçou em 1975.
Naquele ano, o homem que posteriormente tornaria a SS. Joachim and Anne em um centro para os carismáticos, o padre Joseph Malagreca, era um padre ítalo-americano recém-ordenado inflamado por seu próprio “batismo no Espírito Santo”. Ele voltou para Nova York para pregar em espanhol e crioulo, para imigrantes culturalmente propensos a misturar adoração com emoção, música e dança.
Delva nasceu naquele mesmo ano na capital do Haiti, Porto Príncipe, e cresceu sem traçar distinção entre as orações carismáticas das quais participava com suas tias e os rituais formais que aprendeu como coroinha.
Marie Andree Mars, 63 anos, na época no Haiti e atualmente uma das paroquianas de Delva, lembra da reação da maioria dos haitianos ao movimento: “Isso é para mim”.
Seus tamborins e batidas de pé, que lembram o vodu, ofendiam sua mãe (ela dizia, “Onde está o silêncio, a reverência?”) e alguns padres (“Vocês não farão nada haitiano na minha igreja!”).
Mars ingressou exatamente por esses motivos. Uma respeitável frequentadora da igreja, ela usa chapéus de aba preta e lidera um grupo que reza o rosário toda manhã. Ela diz: “Eu adoro dançar e cantar”.
Esses carismáticos convergiram para a SS. Joachim and Anne, uma igreja moderna na divisa leste de Nova York, entre casas padronizadas bonitinhas e bulevares margeados por restaurantes caribenhos e de fast food.
Malagreca, na época um proeminente líder carismático, se tornou padre em 1991. Suas missas em crioulo promoveram o crescimento da congregação, atualmente 80% haitiana. (Atualmente um monsenhor, ele supervisiona 120 grupos de oração em espanhol e 21 em crioulo na Diocese Católica Romana do Brooklyn, assim como 100 grupos em inglês; em todo o mundo, o movimento alega ter atraído 150 milhões de católicos ao longo dos anos.)
Na noite do terremoto, o encontro de oração de terça-feira deixou de lado seu início habitualmente lento; as pessoas simplesmente entravam aos prantos. Uma dessas pessoas era Benoit, cuja sobrinha estava desaparecida no Haiti. Intelectualmente, sua fé aceitava que o “sofrimento faz parte da vida”. Mas ela precisava que os toques e vozes carismáticas lhe dissessem que tudo estava bem.
Delva temia por seu pai desaparecido e o conforto que parecia poder oferecer aos outros –“Deus está conosco em nosso sofrimento”– parecia pálido e inapto. “Ele ficou sentado lá como uma estátua de sal”, lembrou Benoit. “Ele mal conseguia abrir a boca.”
Outros preencheram o vácuo, chorando e gritando. Benoit lembra da adoração extra-intensa a Deus; Delva lembra de “mais orações ao Haiti do que louvores”. De qualquer forma, diz o padre, o que a oração carismática dá aos fiéis ficou claro: “uma forma de Deus ouvir seus lamentos”.
Ocorreram algumas reações feias. No Haiti, Mars lembrou de ter ouvido pessoas de lá, protestantes, dizendo: “Deus está se livrando do lixo”.
O evangelista americano Pat Robertson, se referindo a uma cerimônia vudu do século 18 por revolucionários haitianos, chamou o terremoto de punição por Deus pelo “pacto com o diabo”. (Robinson teve que se defender de um congregado irado que, o confundindo com “Robertson”, achou que tinha sido ele quem tinha dito.)
Dúvidas mais simples eram ouvidas entre os devotos. Enquanto o grupo do rosário de Mars louvava a bondade de Deus, uma mulher recuou, dizendo que não havia nada de bom no terremoto. Mars rebateu: “Nada pode nos separar do amor de Deus – nem terremotos, nem nada”.
Por meses, as pessoas lotaram as missas, às vezes dizendo: “Jesus, o Haiti está em suas mãos!” Os padres passaram a sentir que a congregação é que estava pregando para eles, e não o contrário.
Robinson, 66 anos, que não é haitiano, se sobressaltou quando as pessoas declararam que se Deus não tivesse cuidado do desastre, “talvez tivesse sido pior”.
“Essas pessoas existem de verdade?” se perguntou o padre.
Os haitianos, disse Malagreca, precisam do movimento mais do que nunca.
“Elas precisam de intimidade e muita resistência”, disse o monsenhor. “Elas pensam: ‘Outro sofrimento está diante de nós. Como vamos suportá-lo? Nós achávamos que já tínhamos visto o pior antes’.”
A pergunta toma conta dos forasteiros: como as pessoas podem extrair alegria e fé do terremoto?
“A comunidade haitiana daqui realmente sente ser abençoada por estar viva”, explica Benoit. Caso estivessem no Haiti, elas já poderiam ter sido “chamadas por Jesus”; aliviadas, “elas estão tentando se preparar desde já”.
Delva planeja voltar ao Haiti para entregar uma pequena ajuda: pequenas doações da diocese para abertura de negócios, como moto-táxis. Ou barracas de alimentos, como a que seu primo perdeu e precisava de US$ 200 para recomeçar.
Dias atrás, ele esteve envolto por incenso na vigília noturna mensal da igreja. As pessoas se agitavam nos corredores em uma espécie de fila de dança, acompanhadas por música não muito diferente daquela de um clube noturno haitiano. Algumas rezaram até o amanhecer, interrompendo apenas para a sopa de lentilha. Elas cantavam em línguas estranhas, com as sílabas desconhecidas fluindo de modo ritmado, como uma poesia.
Foi uma das maiores vigílias já feitas e Delva acha que sabe o motivo. Um novo drama atingiu o Haiti naquela noite, o furacão Tomas. As pessoas temiam que ele afogaria a cidade de tendas ou disseminaria a cólera, que ressurgiu pela primeira vez em um século.
Antes do amanhecer, as pessoas pegaram seus rosários e oraram em crioulo. Elas repetiram a oração 50 vezes.
“Debloke Ayiti”, elas imploraram a Deus.
“Salve o Haiti.”
Fonte: Portal Uol

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Em meio à ‘guerra do Rio’, pastores auxiliam na mediação entre traficantes e governo




José Junior do AfroReggae e o pastor Rogério Menezes, que entraram no Complexo do Alemão hoje à tarde, dizem pelo Twitter que já tem gente se rendendo.
No Twitter identificado como o do coordenador do AfroReggae José Junior, o líder do grupo teria afirmado que já tem homens se rendendo no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. “Já tem gente se entregando espontaneamente”, dizia mensagem publicada no programa.
O líder do AfroReggae também teria postado mensagens em que falou sobre sua entrada na favela. “Estou com o pastor Rogerio, Chechena, JB, Cristiano, Bororo e equipe. Viemos por livre e espontânea vontade. Todos os riscos sao da nossa responsabilidade.”.
O pastor Rogério, mencionado por ele, é conhecido por intermediar conflitos com traficantes. “Pastor Rogério é o cara que mais salvou vidas que eu conheço. Muitas inclusive na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemao. Homem de Deus”, afirmou o líder do AfroReggae.
Desde que entrou na favela, no início da tarde deste sábado (27), José Junior manda informações por meio do Twitter sobre as negociações para que os criminosos se rendam. Junior afirmou: “Também convidamos alguns policiais e vi que todos querem resolver da melhor maneira possível.” E falou sobre o sentimento de participar das negociações. “Nessas horas que sentimos a presença de uma força muito maior que nos magnetiza em prol de uma energia maior”.
Rogério Menezes fala em nome dessa ‘força maior’ há bastante tempo nas penitenciárias do Rio. Seu trabalho já foi registrado meses atrás aqui. Ele é considerado um dos maiores, e invisíveis, pacificadores da guerra travada no Rio de Janeiro. Há 17 anos trabalha entrincheirado nos piores núcleos da violência e do crime organizado, tentando pacificar e evangelizar criminosos na ativa ou em presídios. Criou uma reputação e um respeito tão grandes dentro das comunidades e facções que consegue entrar em qualquer favela, conversar com qualquer bandido, qualquer chefe de morro. Nesse momento tão difícil, sua voz parece que tem sido ouvida pelos dois lados do conflito. Observação: A foto acima é a do Pr. Rogério orando com traficantes armados.
Além dele há o pastor presbiteriano Antônio Carlos Costa, que se considera um pacifista. Daí ter idealizado o Movimento Rio de Paz e ter chegado a uma conclusão fundamental, que ultrapassa as centenas de idéias que vêm cruzando o cotidiano nessa luta por segurança no espaço público. E nesse momento, em especial, procura soluções para confronto que se desenrola e explode no Complexo do Morro do Alemão e no Complexo da Penha.
Antonio Carlos está lançando a proposta de pacificação desse relevante conflito que vem crescendo em escala. Não se trata de uma proposta romântica, desconectada da realidade e de tudo que a cerca. Propõe o melhor meio de chegar ao resultado que todos desejamos. Que os traficantes locais sejam afastados, desconectados, desenraizados das comunidades que sufocam e exploram. É para isso mesmo que diversas forças de segurança vêm se empenhando.
A proposta é de que a prisão seja feita através do meio mais econômico, rápido, o único meio que pode poupar recursos e preservar vidas. A rendição. A rendição absoluta e incondicional dos criminosos que as forças de segurança estão perseguindo de perto. Uma proposta ousada, já que estamos em meio ao clamor generalizado (e irresponsável) pelo extermínio total dessas pessoas.
Portanto, se o Governo do Estado do Rio de Janeiro aceitar essa proposta, poderá contar com o apoio de entidades da sociedade civil, religiosos, membros de organismos como a OAB, universidades. Sabemos que já conta com apoio significativo, dirigido à iniciativa presente de perseguir e prender criminosos. Mas aqui o apoio seria mais amplo e coerente. Uma forma de enfrentar o problema e reduzir os custos do enfrentamento, que se encaminha para uma vitória a custa de muita destruição.
Com isso o Governo não atenderá ao incentivo de realizar vingança e extermínio, pelos quais terá que responder mais à frente, concentrando-se nos ganhos evidentes de aceitar que os criminosos se rendam. O Governo dará a eles a chance de não enfrentamento, em momento em que estão em evidente inferioridade. Montará um esquema de mediação, rendição, apresentação ás forças policiais; executará a separação, distribuição, detenção e encaminhamento para o sistema de custódia do Estado, dentro do qual terá separado algumas galerias em determinados estabelecimento prisionais.
A ONG Rio de Paz, entende que, em momento tão crucial da história da cidade, a população deve estar ao lado do seus governantes, para que seja debelado o problema histórico e crônico do terror impingido pelas facções criminosas. Ele escreveu no documento enviado aos governantes:
“Não é momento para divisões. A vitória do Estado é a vitória de toda uma sociedade, que está farta da barbárie e de enterrar seus mortos.
O mundo está de olho no Rio de Janeiro, torcendo para que encontremos solução para a crise da segurança pública, mas atento a fim de saber se o nosso procedimento será de povo civilizado. Estamos diante de grande aceno à democracia: nunca tantos anelaram pela vitória sobre o crime organizado. Estamos diante de grande ameaça à democracia: nunca tantos quiseram a vitória sobre o crime organizado a qualquer preço. A mínima possibilidade de vitória sem derramamento de sangue impõe o dever imperioso de darmos chance à solução pacífica. Pode parecer romântico, mas antes de tudo trata-se de uma demanda da razão e do amor”.
Pelo Twitter, pouco depois das 18h, o pastor Antônio afirmou: ”Não estou podendo falar muito. Todos estão falando em rendição! Estamos apresentando ao governo proposta de comissão p/ rendição.”
Até o momento a idéia de rendição proposta e mediada pelos pastores parece estar dando resultado e o “banho de sangue” temido por muitos não aconteceu.
Fonte: Agência Pavanews, como informações de Ig, Trip, Palavra Plena e O Globo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Número de jovens adultos abandonando o cristianismo bate recorde




Mais do que em gerações anteriores, jovens na casa dos 20 e 30 anos estão abandonando a fé cristã. Por quê?

Sociólogos estão vendo acontecer entre os jovens adultos dos EUA uma grande mudança: o abandono do cristianismo. Uma resposta honesta requer um exame deste “êxodo” e alguns questionamentos sobre os motivos desta mudança.

Estudos recentes trouxeram à luz esta questão. Entre os resultados divulgados pela American Religious Identification Survey [Pesquisa de Identificação da Religião nos EUA] em 2009, um aspecto merece destaque. A porcentagem de americanos que afirmam ser “sem religião” quase duplicou em duas décadas, De 8,1%, em 1990, chegaram a 15% em 2008. Essa tendência não está limitada a uma região. Os “sem religião”, cuja resposta à pergunta sobre afiliação religiosa foi “nenhuma”, foi o único grupo que cresceu em todos os estados americanos, incluindo o conservador “cinturão bíblico” no sul. Os “sem religião” são mais numerosos entre os jovens: 22% dos entrevistados entre 18 a 29 anos alegou não ter religião, em contraste com os 11% de 1990. O estudo também descobriu que 73% deles cresceram em famílias religiosas, sendo que 66% foram descritos pelo estudo como “desconvertidos”.

Outros resultados da pesquisa foram ainda mais desanimadores. Em maio de 2009, durante o Fórum Pew sobre Religião e Vida Pública, os cientistas políticos Robert Putnam e David Campbell apresentaram uma pesquisa feita para seu livro American grace, lançado recentemente. Eles relatam que “os jovens americanos estão abandonando a religião em um ritmo alarmante, de cinco a seis vezes a taxa histórica (hoje, 30-40% não têm religião, contra 5-10% da geração passada)”.

Houve uma queda correspondente na participação em igrejas. Segundo o centro de pesquisas Rainer, aproximadamente 70% dos americanos deixam de se envolver com a igreja entre os 18 e 22 anos. O Grupo Barna estima que 80% daqueles que foram criados na igreja serão “desligados” ao completar 29 anos. David Kinnaman, presidente do Grupo Barna, descreve essa realidade em termos alarmantes: “Imagine uma foto do grupo de jovens que são membros de sua igreja (ou fazem parte da comunidade de crentes) em um ano qualquer. Pegue um pincel atômico grande e risque três de cada quatro rostos. Este é o número provável de desligamento espiritual durante as próximas duas décadas “.

Em seu livro unChristian [não Cristão], Kinnaman baseou suas descobertas em milhares de entrevistas que fez com jovens adultos. Entre suas muitas conclusões está a seguinte: “A ampla maioria das pessoas de fora [da fé cristã] neste país, particularmente entre as gerações mais jovens, na verdade são indivíduos sem igreja”. Ele relata que 65% dos jovens entrevistados dizem ter assumido um compromisso com Jesus Cristo em algum momento. Em outras palavras, a maioria dos que hoje são incrédulos são antigos amigos e adoradores de Jesus, foram crianças que uma dia o aceitaram.

Para esclarecer o discurso de Kinnaman, o problema hoje não são os “não cristãos”, mas os muitos ex-cristãos. Ou seja, não se trata de um “povo não alcançado.” Eles são nossos irmãos, irmãs, filhos, filhas e amigos. Eles já estiveram vivendo entre nós na igreja.

Em seu recente livro Christians Are Hate-Filled Hypocrites … and Other Lies You’ve Been Told, [Cristãos são hipócritas cheios de ódio... e outras mentiras que lhe contaram], o sociólogo Bradley Wright diz que essa tendência de os jovens abandonarem a fé em números recordes é “um dos mitos” do cristianismo contemporâneo. Wright vai na contramão, dizendo que cada geração é vista com desconfiança pelos mais velhos. Embora reconheça que “não podemos saber ao certo o que vai acontecer”, Wright acredita que a melhor aposta é que a história vai se repetir: “…os jovens geralmente abandonam a religião organizada quando saem de casa e se desligam da família, mas voltam quando começam a formar suas próprias famílias”.

Então, jovens de 20 a 30 e poucos anos estão abandonando a fé, mas por quê? Quando pergunto às pessoas da igreja, recebo alguma variação desta resposta: compromisso moral. Uma adolescente vai para a faculdade e começa a frequentar festas. Um jovem decide morar com sua namorada. Logo, os conflitos entre a fé e o comportamento tornam-se insuportáveis. Cansados de ter a consciência pesada e não querendo abandonar um estilo de vida pecaminoso, optam por abandonar seu compromisso cristão. Podem citar ceticismo intelectual ou decepções com a igreja, mas isso é mais uma espécie de cortina de fumaça para a esconder a verdadeira razão. “Eles mudam de credo para coincidir com suas obras”, diriam os meus pais.

Existe alguma verdade nisso, mais do que a maioria dos jovens que seguiram esse caminho gostaria de admitir. A vida cristã fica mais difícil ao enfrentar muitas tentações. Durante o ano passado, fiz entrevistas com dezenas de ex-cristãos. Apenas dois foram honestos o suficiente para citar questões morais como a principal razão do abandono da fé. Muitos experimentaram crises intelectuais que pareciam, convenientemente, coincidir com um estilo de vida fora dos limites da moralidade cristã.

O que os afastou na maioria das vezes? Os motivos de cada um são particulares, mas percebi nas entrevistas que a maioria foi exposta a uma forma superficial de cristianismo que acabou “vacinado-os” contra uma fé autêntica. Quando o sociólogo Christian Smith e sua equipe examinaram a vida espiritual dos adolescentes americanos, encontraram a maioria deles praticando uma religião que seria melhor descrita como “deísmo moralista terapêutico”. Colocam assim Deus como um Criador distante, que abençoa as pessoas “boas, legais e justas”. Seu objetivo principal é ajudar os crentes a “serem felizes e sentirem-se bem”.

A resposta cristã

As razões para o abandono são complexas. Uma parte significativa tem a ver com a nova cultura que vivemos, e há muito a ser pensado sobre isso. Mas os membros das igreja ainda tem controle sobre pelo menos uma parte do problema: o tipo de resposta dada.

Enquanto ficam perplexos, e com razão, ou mesmo arrasados, quando veem entes queridos se afastarem, não deveriam deixar que a tristeza tome conta deles. Conversei com um pai que estava deprimido ao ver seu filho adulto abandonar a fé. Ele disse que seu filho estava metido “em coisas satânicas”. Depois de uma pequena sondagem, descobri que o filho na verdade era um politeísta. Ele amava Jesus, mas via-o como uma figura em um panteão de seres espirituais. Ou seja, algo muito distante da avaliação de seu pai.

Ao falar com quem abandonou a fé, geralmente os cristãos tem uma dessas duas reações opostas e igualmente prejudiciais: partem para a ofensiva, dando um sermão cheio de julgamento ou ficam na defensiva, não se envolvendo no problema.

Observei durante as entrevistas outro padrão inquietante. Quase todos com quem falei lembraram que, antes de abandonar a fé, eram interrompidos quando expressavam suas dúvidas. Alguns foram ridicularizados na frente de colegas por causa de suas “perguntas insolentes”. Outros dizem ter recebido respostas banais às suas perguntas e foram repreendidos por não aceitá-las. Um deles recebeu literalmente um tapa na cara.

Em 2008, durante a reunião da Associação Americana de Sociologia, estudiosos das Universidades de Connecticut e do Oregon relataram que “a contribuição mais comum para a desconversão dos entrevistados foi os cristãos aumentarem as dúvidas já existentes”. Os “desconvertidos” afirmam ter “compartilhado suas dúvidas crescentes com amigo ou membro da família cristãos, apenas para ouvir respostas banais e inúteis”.

Este texto foi escrito por Drew Dyck para a Christianity Today. Drew é autor do livro Generation Ex-Christian: Why Young Adults Are Leaving the Faith and How to Bring Them Back [Geração de ex-cristãos: por que os jovens adultos estão abandonando a fé e como podemos trazê-los de volta]

Tradução e edição: Jarbas Aragão. Todos os direitos de tradução reservados.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ana Paula Valadão: “Seus bobinhos! Unjam os mares! As praias são minhas!”

Ana Paula Valadão
Olá queridos,
Estamos nos aproximando do primeiro Cruzeiro marítimo com o Diante do Trono, que acontecerá de 2 a 5 de Dezembro deste ano de 2010. Confesso que meu coração tinha paz, mas várias vezes perguntava ao Senhor sobre o propósito desta experiência tão nova e diferente de tudo o que já vivemos até hoje.
Eu nunca sequer desejei viajar de navio. Na verdade, eu dizia que nunca faria isso! Mas quando a proposta surgiu, orei e senti que era um propósito de Deus. Muitas das minhas questões vinham de acusações e questionamentos de outras pessoas que me perguntavam a razão de fazer uma iniciativa ministerial que não alcançava os pobres, e que limitava-se a pessoas que pudessem pagar uma quantia razoável para embarcar no navio. Apesar de eu crer e estar vendo Deus provendo miraculosamente para pessoas que jamais imaginavam viajar em um navio, a resposta a essas inquietações veio no próprio testemunho de Jesus. Ele estava com o pobre, mas também com o rico. Ele entrou na casa de Zaqueu, que era rico. De Simão, outro rico. E mulheres ricas O seguiam e sustentavam seu ministério, de acordo com Lucas 8:3. Jesus se importava com o ser humano, não olhando para sua condição financeira. Mas nós, Igreja, muitas vezes pensamos que os ricos não precisam de ser alcançados por nossas estratégias evangelísticas. Os ricos se tornam, às vezes, um grupo não alcançado pela Igreja.
Mas o principal motivo pelo qual escrevo é para compartilhar o que o Senhor ministrou ao meu coração em um momento muito marcante ali na Finlândia, acerca do Cruzeiro. Estávamos em um culto maravilhoso e a gloriosa Presença do Senhor enchia o lugar e as nossas vidas! Quando terminei a minha parte e o Pastor Markku começou a orar eu senti o impulso de interceder, junto com o Sérgio, por todos os projetos e desafios, e sonhos ministeriais que temos à nossa frente. Era uma atmosfera propícia para apresentarmos nosso clamor, pois o poder de Deus parecia palpável!
Quando comecei a orar pelo Cruzeiro ouvi o Senhor claramente nos dizer: “Seus bobinhos! Seus bobinhos! Unjam os mares! As praias são minhas! As praias são minhas!”. Sua voz era tão poderosa, como um trovão dentro de mim, e eu temi e tremi. De repente, minha visão se abriu e o Senhor, carinhosamente, me dizia que levava muito tempo para percebermos Seus propósitos! Mas, naquele lugar distante, fora da nossa rotina, estávamos mais sensíveis e abertos para Sua glória, e então Ele pôde me falar. O Senhor começou a descrever para mim uma nova missão, e é isso que compartilho com vocês.
Há anos tenho recebido um entendimento progressivo da minha missão. Comecei na Igreja local, e depois compreendi que devia sair das paredes dos templos e reunir Seu povo para adorar em locais públicos. Os estádios se tornaram locais de adoração a Jesus. Mas eu não tinha entendido ainda o que me veio ao coração anos depois. O Senhor já estava fazendo, e queria que perseguíssemos os locais de festa da nossa nação, para ali, prestarmos a Ele culto e declararmos que só Ele é digno. Temos feito isso. Fui chamada para entronizar o Senhor no Brasil e nas nações através de uma adoração profética. Uma adoração que une a música que declara que o Senhor reina, que rasga os céus com esta poderosa proclamação, a uma intercessão e clamores, guiados pelo Espírito, em arrependimento e em profecia. Profetizamos o que o Senhor está dizendo, e temos visto frutos de anos e anos desse ministério que Ele mesmo nos confiou.
Naquela atmosfera de glória, da forte Presença do Senhor, mais um passo me foi revelado. Eu nos vi ungindo os mares do Brasil e descendo em todas as praias possíveis, por todo o litoral brasileiro, adorando ao Senhor. Eu jamais havia sequer imaginado isso, mas a voz dEle gritava com zelo: “As praias são minhas! As praias são minhas!”. De repente vi as festas que acontecem nas praias do Brasil. Percebi o ciúme que Deus tem destes portais de entrada do continente, da nação. Desde a antiguidade as praias são um lugar de consagração da terra e da vidas das pessoas. Ali, fincavam-se as bandeiras, as estacas, e se realizavam os primeiros cultos. Até hoje, vidas se entregam a entidades dos mares, com ou sem entendimento, mas pactos são renovados a cada virada de ano, e em ocasiões especiais. Buquês de noivas são jogados no mar. Muitas delas entram com seus vestidos no mar. Pessoas se rendem a superstições, pulando ondas, e festivais musicais acontecem em muitas praias do Brasil. As praias são um lugar de festa, de culto, e eu nunca havia percebido isso.
Esse será o primeiro de muitos Cruzeiros que o Diante do Trono fará. Dentro do navio, durante o dia, haverá louvor e descontração. Tudo feito para a glória de Deus, seja comer, beber, ou qualquer outra coisa que fizermos, como nos instrui a Palavra. Mas, ao descer nas praias, cada participante terá o entendimento de orar, de cantar louvores, de declararmos e consagrarmos as praias ao Senhor. No próximo ano, planejamos até mesmo fazer eventos de adoração em cada praia em que atracarmos. E à noite, dentro do navio, teremos culto, pregação da Palavra, e o momento especial em que, unidos, ungiremos os mares por onde o navio estiver passando. A unção com óleo, nas Escrituras, sempre foi usada para consagrar, dedicar ao Senhor, santificar para Ele objetos que serviriam para Seu culto, pessoas separadas para servi-lo, como os sacerdotes, levitas. A Bíblia até mesmo nos instrui a ungir os doentes para que sejam curados. Com esse entendimento, ungiremos os mares e as praias do Brasil.
Compartilhando isso, sei que me exponho a críticas e a um mal entendimento do que move o meu coração. Porém, acredito que muito mais serão os que terão o entendimento aberto para se unirem a nós nessa missão, e creio também que pessoas que se dedicam à oração, adoradores, poderão começar a planejar e crer para participarem conosco de mais um passo na redenção do país.
É com temor e tremor que termino, pedindo que orem por mim e por nossa equipe, relembrando o zelo e o poder com que ouvi: “As praias são minhas! As praias são minhas! Diz o Senhor”.
“Do Senhor é o mar, pois Ele o fez, e as Suas mãos formaram a terra seca”. Salmo 95:5
fonte: Blog da Ana
Meu comentário: Depois de engatinhar na unção do leão, partir para a unção do boiadeiro, agora vai jogar olho de peroba no mar. Sinceramente, com todo o respeito que tenho pela cantora, mas isso já está indo longe demais. Acredito na espiritualiadade conforme os padrões do Novo Testamento, não nessa onda que começou no início dos anos 90, com: dentes de ouro, arrebatamentos ao céu e ao inferno, unção do riso, da lagartixa, e que continua com essas atuais. Eu sou pentecostal, mas não esotérico!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Centenário da Congregação Cristã no Brasil




Nos 100 anos do movimento pentecostal no Brasil, além da Assembléia de Deus, outra denominação também está se tornando centenária. Foi num casebre na pequena Santo Antônio da Platina, no interior do Paraná, que há exatos cem anos, nasceu aquela que hoje é – embora ainda bastante desconhecida – a segunda maior igreja pentecostal do país. Fruto do pioneirismo espiritual de um imigrante italiano, a Congregação Cristã no Brasil (CCB), cresceu sem alarde, pregando uma mensagem de viés ortodoxo e sem fazer propaganda de si mesma.
Segundo dados do Censo realizado em 2000 (as informações deste ano ainda não estão prontas), a denominação já tem 2,5 milhões de fiéis, número expressivo mesmo no contexto brasileiro. Em estimativas extra-oficiais, fala-se em 4 milhões de membros hoje. Seus 18 mil templos, com arquitetura característica, espalham-se por todo o território nacional e, segundo dados próprios, a igreja está presente em 60 países, inclusive Egito, Japão, e a ainda fechada China.
Mesmo depois de tanto tempo e apesar de seu gigantismo, bastante gente ainda desconfia da Congregação Cristã (CCB) e até a tacha como seita. Muito, evidentemente, por causa do isolamento da igreja em relação às demais denominações evangélicas. Embora não digam com todas as letras, seus membros costumam se referir à igreja como a única correta. Sectarismo à parte, como explicar que uma organização religiosa que rejeita métodos modernos de divulgação, não utiliza rádio ou televisão, não produz nenhum tipo de publicação além dos seus pontos de fé e seu hinário e não realiza cruzadas ou pregações em lugares públicos, tenha se expandido dessa maneira? Para seus líderes, não existe outra explicação, senão a benção de Deus.
O fundador da CCB, o ítalo-americano Luigi (ou Louis) Francescon, nasceu um Udine na Itália, em uma família católica. Converteu-se na igreja ao presbiteriana aos 26 anos, já nos Estados Unidos. Em Chicago, passou a se reunir com um grupo ligado ao movimento Holiness e, em 1907, abraçou a fé avivada na igreja do pastor William Durham. Foi Durham que mais tarde, também influenciaria Daniel Berg e Gunnar Vingren, os fundadores da Assembléia de Deus – a gigante pentecostal surgida em Belém do Pará em 1911 e que anos depois se tornaria a maior igreja evangélica brasileira.
Como a igreja rejeita todo tipo de propaganda além das pregações nos cultos e do evangelismo pessoal, acaba se dando melhor em cidades menores, nos quais a via familiar de divulgação funciona mais. Nas grandes metrópoles, mesmo com seus belíssimos e espaçosos templos, seu crescimento nos últimos tempos é bem menor, se comparado com outras denominações pentecostais e neopentecostais.
A igreja não tem a figura do pastor. Quem exerce a liderança espiritual são os anciãos, cargo a que apenas homens de certa idade têm acesso, e pelo qual não recebem remuneração. Na sede da denominação no Brás, em São Paulo, há quatro anciãos, mas o líder principal é Jorge Cury. Norival Marques, um dos quatro anciãos do Brás, sem aceitar conceder uma entrevista, conversou informalmente com a reportagem da Revista Cristianismo Hoje.
O culto se desenvolve num ambiente sóbrio, com mulheres com seus véus e sais recatadas, à direita e homens ( a maioria de terno), à esquerda do templo. O destaque dado ao louvor musical transformou a igreja nos últimos tempos, em um dos principais celeiros de talentos de música clássica no Brasil. Além das canções congregacionais, entoadas por todos, os testemunhos são destaque no culto. Não há preparação para ministrar o sermão. Tanto a revelação de quem será o mensageiro, quanto a inspiração para a mensagem são, segundo os congregacionalistas, dadas por Deus na hora. Por isso todos os crentes são incentivados a buscar a direção divina em qualquer assunto.
Atencioso, Norival explicou alguns aspectos da CCB. Ele confirma a rejeição da igreja às coisas mundanas, inclusive a literatura. “Outras luzes não queremos”, frisa. Sobre o centenário, ressaltou a importância da história, mesmo assim, a CCB não terá nenhuma comemoração ou evento especial. “Fomos chamados para anunciar a mensagem de Jesus e todos os nossos esforços estão canalizados nisso. Essa é a melhor maneira que encontramos para agradecer ao Senhor pelo centenário da obra, e mais uma vez, mostrar a diferença da Congregação Cristã’, encerra Norival.
Fonte: Cristianismo Hoje

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O menino que morreu, foi ao céu e voltou para contar a história




Experiências de quase morte são controversas. Já foram analisadas e estudadas exaustivamente, sem que haja uma palavra final sobre o assunto. Para alguns não passa de alucinação, para outros é algo profundamente espiritual.

Nos últimos dias tem se debatido muito, nos Estados Unidos, a história de Colton Burpo. Quando este filho de um pastor metodista do Nebraska tinha quatro anos (em 2003), teve uma apendicite que foi diagnosticada errada. Assim que os médicos descobriram o que havia ocorrido, ele foi submetido a uma operação de emergência. Ele não resistiu, disseram os médicos, e ele foi dado como morto. (A foto acima é de Colton e seu pai Todd Burpo).
Deitado na cama de um hospital, o menino narra que pode ver sua alma subindo até o céu. Ele descreve que viu e ouviu o que seu pai orava e o que sua mãe fazia nos corredores do hospital. Chegando ao céu, encontrou seu bisavô e conversou com a irmã mais velha que nunca conheceu, pois sua mãe teve um aborto espontâneo, assuntos que ele desconhecia até então.
Ele narra que viu e conversou com Jesus, que andava em um cavalo que somente ele podia montar. Descreveu ainda uma visão de Deus “muito grande”, sentado em uma cadeira muito alta. Depois de algum tempo no céu, tendo visões que se assemelham em muitos aspectos ao que diz o livro de Apocalipse e conversar com personagens bíblicos como João Batista, o menino voltou à Terra.
Ele reviveu e relatou tudo que experimentou ao pai, Todd, que decidiu registrar em um livro chamado “Heaven is for real” [O Céu é de verdade], lançado pela Thomas Nelson AQUI. O livro tem o prefácio de Don Piper, que também escreveu uma obra narrando como foi sua experiência no céu AQUI e que endossa o testemunho de Colton.
Este não é o primeiro livro escrito por pessoas que alegam ter visitado o céu. O que chama atenção é o fato de ser narrado por uma criança de quatro anos de idade. Segundo seu pai, muitas das coisas que ele narra não seriam possíveis para ele conhecer. Desde a história da perda da irmã no ventre materno até detalhes sobre a visão celestial que corroboram com a narrativa do apóstolo João no livro de Apocalipse.
No início desta semana o menino e o pai foram entrevistado pela rede americana Fox, no programa Fox & Friends (vídeo abaixo). O que era para ser uma simples promoção de seu livro (qua acaba de ser lançado) se transformou quase imediatamente em uma controvérsia nacional. Centenas de sites e blogs reproduziram a entrevista, muitos elogiaram a emissora enquanto um outro grupo fazia pesadas críticas ao que consideram uma tentativa da direita cristã de impor sua agenda e usar o menino para isso. Os detalhes fornecidos pelo jovem Burpo de que todos são jovens no céu e que os olhos de Jesus são azuis criaram controvérsia também no meio religioso. O livro já tinha passado das 100.000 cópias vendidas antes de toda essa exposição de mídia e agora certamente irá ter uma procura ainda maior.
Não há previsão do lançamento do livro no Brasil, mas Quem quiser pode acessar o site promocioanl AQUI e ler um trecho (em inglês).
Fonte: Agência Pavanews, com informações de Foxnews e Imperial

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mackenzie publica em site texto que ataca lei anti-homofobia

A Universidade Presbiteriana Mackenzie publicou ontem em seu site um artigo em que o líder religioso da instituição se posiciona contra a aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que propõe a criminalização da homofobia. No texto, retirado do ar minutos depois, o chanceler Augustus Nicodemus Gomes Lopes diz que "ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia" e que "tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais".
Para protestar contra o Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia, grupos do movimento LGBT convocaram um ato para a próxima quarta-feira, 24, em frente ao câmpus do Mackenzie na região central de São Paulo. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade também se diz contrário à carta do chanceler.
A chancelaria representa a entidade mantenedora - Instituto Presbiteriano Mackenzie - junto à universidade em questões de natureza acadêmica e confessional. Doutor em Hermenêutica e Estudos Bíblicos pelo Seminário Teológico de Westminster, na Filadélfia, Estados Unidos, Gomes Lopes é pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista.
O manifesto se propõe a "servir de orientação à comunidade acadêmica" usando como base o Salmo 1, que, "juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão".
Em nota, a universidade diz que o pronunciamento sobre o PLC 122 foi escrito em 2007 e é da Igreja Presbiteriana do Brasil, Associada Vitalícia do Mackenzie. "O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação (sic) feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição", afirma o texto do comunicado à imprensa.
Leia alguns trechos da carta do chanceler do Mackenzie:
"Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: Salmo

O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.

Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto.

"Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".

Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie"
Para a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), a publicação do texto é "lamentável". "No Brasil, só conseguimos resolver a questão da discriminação racial quando se aprovou uma lei criminalizando o racismo. O que queremos com a lei é a possibilidade de punir quem cometer violência contra um GLBT (gay, lésbica, bissexual e travesti). E violência também pode ser verbal", afirmou Márcio Marins, secretário da ABGLT.
O texto também desagradou ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Mackenzie. Segundo o secretário-geral, Gustavo Di Lorenzo, de 20 anos, o DCE considera "um erro" do chanceler "colocar sua opinião como sendo a da universidade". "O manifesto é contrário ao que pensam os alunos e professores do Mackenzie. O ambiente universitário tem de ser aberto à diversidade", afirmou.
Alunos e pessoas de movimentos pelos direitos dos homossexuais prometem fazer um protesto em frente ao câmpus central do Mackenzie na quarta-feira.
Fonte: Estadão.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

E agora? Está tudo errado? Vamos por abaixo e começar de novo?

Recentemente li dois livros de Frank Viola: “Cristianismo Pagão” e “Conversa com os Pastores”, ambos podem ser baixados pela internet. A leitura desses livros dão uma visão crítica dos 1700 anos de história do Cristianismo, ou seja, de Constantino pra cá. E, ele não está sozinho com esse pensamento, pois já li inclusive livros de história da igreja, que consideram o seguinte: Primeiro houve a igreja primitiva, que vai até cerca de 313, quando o Imperador Constantito decreta o fim das perseguições aos cristãos.
Segundo essa linha de pensamento, a igreja cristão se desviou, deturpou depois disso, vindo a se tornar a igreja romana. Com exceção de alguns pontos isolados, como os valdenses, a história cristã só volta a girar em 1517, com a Reforma Protestante. Ou seja, segundo essa interpretação, houve um hiato de 1200 anos na história da igreja. No entanto, deve-se lembrar que o Cristianismo tem 2.000 anos de história. Não começou com os neopentecostais de 30 anos para cá, nem com o movimento pentecostal de 100 anos para cá, nem com a Reforma Protestante há 500 anos. Não. Nesses dois milênios, ocorreu muita coisa, seja negativa ou positiva. Na Idade Média, apesar de alguns a chamarem de “Idade das Trevas”, não significa que Deus estava de férias. Apesar dos erros e abusos que aconteceram no período, houve pessoas sinceras e que queriam servir a Deus mesmo. Naquele período conhecido como Idade Média, Deus não estava sem agir, nem ficou sem ter quem fosse sua testemunha.
Eu concordo que estamos vivendo um momento difícil na história da igreja cristã. Há muita perversão do sentido original da igreja encontrado nos Evangelhos e, no livro de Atos dos Apóstolos. Mas aí já vem gente que sai com umas idéias, como se estivesse inventando a roda. Ficam dizendo que antes estava tudo errado, agora vão voltar ao ano 313 depois de Cristo, ou seja vão ignorar até a própria Reforma Protestante. Esquecem que até mesmo, o reconhecimento da lista que compõe os livros da Bíblia, aconteceu após esse período (ano 397). Houve um processo histórico para chegarmos até onde chegamos, apesar das diferenças de interpretação, com nossos hinos, eclesiologia, forma de batismo, os conceitos teológicos das doutrinas bíblicas fundamentais e tantas outras coisas. Querendo ou não, aceitando ou não, somos filhos desse processo histórico.
Não é a primeira vez na história do cristianismo que a igreja enfrenta problemas. Assim como ela sobreviveu antes, sobreviverá agora e depois. A igreja está aí, com seus problemas, e realizações, defeitos e virtudes. Esta aí no mundo, inclusive com suas divisões, mas ela não acabou. E tem outra coisa: eu posso ser evangélico/protestante, você pode ser católico ou de outra religião, mas Deus não é católico nem evangélico: Deus é DEUS. Jesus é Sumo-sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque e não de Arão. O Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo. Creia nisso, não desanime, olhe para Jesus, não deixe que as circunstâncias da vida te abalem, pois “aquele que começou a boa obra em vós, a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pastor texano diz que não dar o dízimo é (quase) tão perigoso como fumar crack

O pastor Ed Young Junior é filho de Ed Young Senior, o principal líder da Segunda Igreja Batista de Houston, no Texas, uma das cinco maiores igrejas dos EUA. Embora Junior pastoreie a Fellowship Church, em Grapevine, Texas, os dois estão ligados à Convenção Batista do Sul, talvez a mais conservadora das denominações americanas.
Recentemente, Junior envolveu-se em grandes controvérsias por causa de sua teologia fora do “padrão” batista. Ele tem dado grande ênfase à teologia da prosperidade, o que acabou dividindo sua congregação. Nos dois vídeos abaixo ele trata da questão do dízimo em um culto realizado em 10/10/10, que “profeticamente” enfatizam os 10 por cento. Algumas frases chamam a atenção:
- Todo mundo pegue um desses envelopes azuis e levante-os. Temos câmeras escondidas filmando e vamos postar o vídeo na internet. Aí, quem não estiver com um deles na mão ficará envergonhado.
- Você quer ser um lider espiritual? Então precisa ser dizimista. Caso contrário, estará perdendo seu tempo e desperdiçando o tempo de Deus.
- Isso é importante [...] O que eu faria se descobrisse que 80% de vocês estão fumando crack? Falaria sobre os perigos das drogas. Eu os alertaria. O que eu faria se descobrisse que 80% de vocês são ladrões? Falaria sobre dinheiro, sobre dedicação, sobre dízimo. Pois bem, em nossa igreja 80% Fellowship estão roubando a Deus, pois apenas 20% são dizimistas. É tudo a mesma coisa.
- Você quer dizimista mas diz que não consegue? Bem, o dízimo deve vir primeiro, então me dê os dados da sua conta bancária.
Ou seja, se Deus quer dez por cento de toda a renda, é necessário saber quanto de fato as pessoas recebem e quando receberam, assim seria possível conferir se o dízimo está correto. Ele então pede para os membros darem todos os dados necessários para que a igreja faça a verificação na conta deles e possa sacar automaticamente o valor do dízimo.
Isso fica bem claro quando aparece no telão uma folha de cheque e os dados da conta que deveriam ser fornecidos estão destacados. Ou seja, a igreja entra na conta e faz o débito automático para garantir que o membro não cometa nenhum erro nesse sentido. O pedido é feito para os que estão presentes no culto no Texas e para os que assistem por vídeo conferência na igreja afiliada em Miami.
Ed Young Goes After Access to Bank Accounts of Church Members from FBCJax Watchdog on Vimeo.
Ed Young’s Tithing “Long Bomb” on Vimeo.
Em um dos momentos mais embaraçosos, ele resume bem seu ensino. “Sem dinheiro, não adianta vir ao culto, fazer missões, orar, você está perdendo seu tempo. Deus está dizendo: Mostre-me seu dinheiro”. Tudo se resume no dinheiro. Claro, depois disso vem as promessas de prosperidade e de bênçãos sem medida na vida de quem contribui.
No entanto, Ed Young se “esquece” de explicar qual a origem de todas as acusações sobre o mau uso de verbas, desvio de dinheiro e sonegação de impostos. Desde 2007 ele possui um jatinho Falcon, avaliado em 8.4 milhões de dólares, uma casa de 1.5 milhão de dólares no Texas e um apartamento em condomínio de luxo na Flórida além de um salário de um milhão de dólares anuais da igreja. Além disso, tem vários empreendimentos que comercializam seus sermões, livros, DVDs em livrarias, além de sites na internet que também vendem material, como o CreativePastors.com
Ole Anthony, da Fundação Trinity, que investiga ministérios acusados de mau uso de finanças e acompanha as denúncias contra Ed Young há três anos, declarou: “Esse jovem caiu na mesma armadilha de muitos outros televangelistas. Agora ele se entregou apenas à ganância em nome de Deus. Eles estão santificando a ganância, e isso é maligno”.
Fonte: Pavablog, com informações de WFAA e JesusNeedsNewPR
Como se vê, não são apenas os apóstolos e televangelistas tupiniquins que curtem um jatinho particular e usam programas de TV para santificar a ganância.