Há caminhos alternativos que podem suavizar a desesperança que se espalhou.
É possível abandonar a lógica dos grandes projetos, das megalomanias, dos messianismos. As antigas propostas globais de mudança precisam ser redimensionadas para pequenas iniciativas. Antes de querer mudar o planeta, devemos cuidar dos quintais. Para enfrentar o aquecimento global, mudar hábitos cotidianos, como poupar água com banhos rápidos, não abusar do automóvel e, sempre que possível, usar transporte público e até bicicleta. Na política, participar dos conselhos de bairro, envolver-se no chamado Terceiro Setor e nas pequenas ações de desenvolvimento comunitário.
Há uma historinha interessante, bastante conhecida. Um homem caminhava e ao mesmo tempo devolvia para o mar peixes que a maré baixa deixou agonizando na praia. Alguém o repreendeu ao afirmar que seu esforço era inútil e tolo; não faria a menor diferença salvar tão poucos peixes. Ao que respondeu: “Realmente, mas para os que se salvaram, fiz toda diferença do mundo”. Oskar Schindler não acabou com o holocausto, mas fez toda diferença para aqueles que resgatou dos fornos crematórios; Martin Luther King não viu o fim do racismo, mas deu dignidade para os que se inspiraram em sua vida e morte; Madre Teresa de Calcutá não resolveu a miséria da Índia, mas todos que morreram em sua clínica se sentiram amados.
O antídoto para o desânimo pós-moderno é concentrar os esforços nas pessoas e não nos empreendimentos. Os projetos devem servir homens e mulheres, nunca o contrário. As pessoas não podem ser consumidas no fortalecimento das instituições. No caso das igrejas, nenhuma programação, nenhum evento, pode tornar-se um fim em si mesmo. Eles estão a serviço dos indivíduos e só adquirem qualquer sentido quando promovem a vida.
Jesus de Nazaré amou pessoas, viveu numa pequena vila e não diluiu seus esforços com mega eventos. Ele se deu integralmente a doze homens, acolheu os excluídos e nunca se impressionou com o aceno do estrelato. Sua morte transformou-se no mais contundente triunfo. Assim, antes de terminar os dias desiludido, cínico, sem alma; antes de sentir-se derrotado pelo constante avanço da maldade e onipresente perversidade humana, todos precisam aprender a contentar-se com atos singelos, com iniciativas despretensiosas, com feitos simples.
Graça e Paz, Pr. Juber!
ResponderExcluirBelo texto! Bem-aventurados os fracos! Chega de super heróis de grandes conquistas!
É hora de valorizar a vida, andar em simplicidade, acolher os débeis e cuidar dos excluídos deste "evangelho" de super homens! Chega do triunfalismo e ufanismo evangélico! É hora da Graça e da misericórdia com todos!
Muito pertinente o texto, face ao momento que vivemos.
Um abração!
Marcos Wandré,
ResponderExcluirAção, graça, misericórdia, atos simples mas eficazes. Muitas vezes é nos pequenos gestos que se resolve grandes coisas.
Um abraço.
Parabéns pelo texto Pastor.
ResponderExcluirSem duvida, é esse o substrato do Evangelho da graça...
O diléto apóstolo Paulo também combateu a desordem,
Ele disse que a quem tem menas honra, se dá mais honra para que tal pessoa se sinta igual as outras, que são mais honradas na igreja.
Mas isso infelismente é um fator insólito na igreja evangelica.
Saúde e páz, e mais uma vez parabéns pelo texto.
Abraço.
Josué Pereira,
ResponderExcluirObrigado pela sua visita e participação.
Abraço.