Esse último sábado dia 30/01/2010, enquanto assistia aos programas “Voz das Assembléias de Deus”, do Pr. Samuel Câmara e logo depois o “Movimento Pentecostal do Pr. José Wellington, uma pessoa da minha família, que estava junto, disse: “Parece que a Assembléia de Deus está ficando muito política”. Essa pessoa não está por dentro do que rola nos bastidores convencionais da denominação, disse isso, apenas vendo os dois programas televisivos, mas acertou em cheio no problema.
Isso me levou em uma viajem no tempo em minha memória. O ano era 1981, portanto há 29 anos atrás. No início daquele ano eu e minha família, vindas do catolicismo e com uma pequena passagem de 1 ano e meio entre os Testemunhas de Jeová, adentramos pela primeira vez em um templo da igreja Assembléia de Deus. Eu tinha 12 anos, mas como graças a Deus, tenho uma boa memória, me lembro bem dos fatos. No fim daquele mesmo ano, recém completado 13 anos, fui juntamente com meus pais batizado nas águas. Me lembro da igreja naquela época, as mulheres casadas ou solteiras com seus longos cabelos, muitas nem as pontas tiravam. Todas de saias ou vestidos, calça-comprida, nem pensar!
A televisão era a “caixinha do demo”, o membro da igreja que a possuísse era disciplinado (ou seja, excluído). O meio de comunicação que os crentes assembleianos usavam era o rádio, que até a década de 50, havia sido proibido também. O pessoal na minha região (os programas eram em onda curta, sendo transmitidos para todo o país) gostavam de sintonizar o aparelho na rádio Marumby de Curitiba de propriedade do grupo Matheus Iensen. O ensino teológico não era visto com bons olhos, por muitos pastores e obreiros, apesar do pioneirismo de seminários como o IBAD. Na igreja que eu congregava, o único curso teológico disponível era o da EETAD, iniciativa do saudoso missionário Bernard Jonhson. Eu mesmo fiz o curso entre os anos de 1989 a 1992.
Mas voltando a frase do início do texto, dizer que “agora” é que está havendo política eclesiástica na Assembléia de Deus, é ingenuidade. Faz anos que há. A diferença hoje, é que o dinheiro que rola é grande em relação aos anos 70, 80 e até 90. Cantores e pregadores já cobravam suas ofertas há vinte anos atrás. Mas agora, o fazem de forma exorbitante e escandalosa. Antes, havia no máximo nas igrejas, um culto de louvor, hoje, virou show mesmo. Os cantores evangélicos são artistas, com raras, bem raras exceções. O povo evangélico é visto por eles e pelas gravadores sejam evangélicas ou seculares, apenas como um “grupo de mercado”.
Os “grandes pregadores”, vivem a repetir chavões triunfalistas, cacoetes, um tremendo besteirol, sem conteúdo bíblico, só com versículos isolados. O duro é que o povo engole e aplaude! Sem contar o rodízio de pastores, que funciona assim: eu vou numa igreja, prego e levanto uma boa oferta, depois o pastor dessa igreja vai na que eu pastoreio e faz o mesmo. É toma-lá-dá-cá.
Se o legalismo diminuiu nos usos e costumes, por outro lado, o fruto do caráter cristão não é ensinado, nem incentivado. Aliás, há pouco ensino bíblico sistemático nas igrejas.
Agora, há vários Seminários, Institutos Bíblicos, Faculdade de Teologia. É moda fazer um curso de teologia, ter um diploma, anel no dedo, de bacharel em teologia, Ciência da Religião, etc. Mas será que estamos lendo a Bíblia, para nosso devocional diário, ou só para procurar textos para pregar?
Bíblias de estudo, há várias, de todos os tamanhos e formatos, mas como disse o pastor Geremias do Couto pelo twitter: "o melhor é voltar a marcar a sua bíblia com os velhos lápis de cor. Faz bem a alma e é melhor do que qualquer Bíblia de Estudo".
Gente, hoje eu desabafei! Mas depois eu continuo...
Pastor e amigo Juber,
ResponderExcluirA Paz!
Tenho apenas 11 anos como seguidor de Cristo, dez deles dentro das assembleias de Deus, onde me voltei para Deus aos meus 16 anos de idade. Quando criança, fazia parte dela também, e hoje, mesmo com pouco tempo se comparado a seu tempo, fico até mesmo horrorizado com algumas coisas que vejo.
Antigamente a questão era os costumes e tradições exageradas que geravem conflitos, mas, sinceramente, parece que essas questões eram melhor do que as de hoje.
Hoje as questões políticas envolvem muitas coisas.
1. Dinheiro e mercantilismo gospel. O que dizer da Bíblia Dake? Era necessário mesmo que se publicasse uma Bíblia desta afim de obter mais lucro? O que dizer de um pastor assembleiano que faz de seu programa aos Sábados mais uma loja de produtos que, supostamente são apara ajudar a bancar o programa, mas que só promove ele mesmo?
2. Busca desenfreada por mais poder. Essa busca não deveria existir em hipótese alguma, mas existe de muitos lados. O que dizer de um presidente que se perpertua como presidente de uma convenção geral por tantos e tantos anos, e que, dizia que a denominação não poderia "cair em mão erradas", mas que logo depois publica uma Bíblia venenosa?
3. A venda de valores. Os pastores Assembleianos eram tidos como donos da verdade antigamente, mas averdade é que eles, tentavam é preservar os valores de nossa denominação. hoje não, hoje a pessoa se vende por um carguinho na CPAD/CGADB, defende descaradamente a Bíblia Dake como se ela fosse uma benção para o povo evangélico. Puro corporativismo é o que vemos hoje.
Enfim Pastor, é isso e muito mais, infelizmente nossa querida e amada Assembleia de Deus, maior denominação evangélica no País parece se fragmentar a cada dia.
Que o Senhor nos ajude a recuperar os marcos antigos, que Ele nos ensine a preservarmos a verdade de que prega nossa igreja, sem corporativismo e sem nada disso, que são atitude mundanas.
Um abraço!
MB
Juber querido...ando sumida pq tenho trabalhado muito nessa temporada de verão.... volto em 2 semanas, assim que acabar o carnaval... e preciso muito renovar minhas forças em tuas palavras abençoadas por Deus.
ResponderExcluirDeus seja contigo sempre !
beijooo
Paz do Senhor!
ResponderExcluirCom certeza, esse desabafo não é só seu...
Agradeço sua participação em minha pesquisa de opinião.
Nos próximos dias, estarei postando alguns textos sobre o assunto.
Também vou seguir seu blog.
Deus abençoe!
Matias,
ResponderExcluirAs questões políticas envolvem os três itens que você citou e até outros mais. Pelo que estou percebendo, está aos poucos sendo contruído um projeto de "terceira via" para as próximas eleições da CGADB em 2013. Aliás parece que nem a eleição de 2009 terminou, a campanha eleitoral parece não ter fim. É muita política eclesiástica!
Um abraço.
Alice,
ResponderExcluirSua presença é sempre bem vinda por aqui. Boa temporada!
Um abraço.
graça e Paz, Tenho menos de 1 ano na Assembléia de Deus, mas o que parece que foi posto, não é a minha congregação, em termo de show gospel, atire a 1ª pedra a denominação que não faz o mesmo. Na verdade cada época tem sua ilusão, no que dizer, quando a religião oficial afirmava que a terra era o centro do universo e que o sol era quém girava ao redor da terra, pois é, cada época tem sua verdade falsificada. Mas graça que o nosso "ABA" mandou seu Espírito, o nosso consolador para nos ensinar o sentido da verdadeira Palavra de Deus, essa sim é que devemos nos aprofundar e nos embriagarmos de seu conhecimento. Independente de qual denominação for, precisamos da união de todos os irmãos em Devoção ao nosso Deus verdadeiro que Jeová para derrotarmos o deus deste século, que está conseguindo abalar a fé de muitos irmãos, como o caso de ex-pastor João de Deus que passou para o islamismo. Como já disse estou na Assembléia de Deus, mais sigo incondicionalmente a Palavra de Deus na Bíblia "o verdadeiro livro da vida e salvação" que a paz e graça envolva todos que estão nesta mesma batalha.
ResponderExcluirA paz do Senhor Jesus, Pr.Juber!
ResponderExcluirÉ com tristeza que percebemos quão distantes estão as nossas modernas ADs daquelas ADs que conhecemos outrora. As ADs de hoje parecem enebriadas por discursos vazios de líderes que há muito já perderam a visão celeste e buscam por meio de inovações fazer o que só a ação de Deus realizou no passado com sucesso.
O Evangelho que se prega hoje é muito diferente daquele que os apóstolos pregaram e diametralmente oposto ao legado de missão deixados por Daniel Berg e Gunnar Vingren, nossos saudosos fundadores.
Pelo contrário, o que se vê em nossos dias é uma busca desenfreada por valores terrenos e uma corrida vertiginosa para se alcançar posições de poder no mundo político se valendo do prestígio adquirido e do rebanho crescente, que deixou de ser apenas olhado como ovelhas a se pastorear com amor e zelo santo, mas também como massa de manobra para interesses eleitoreiros.
Alguns pastores deixando de lado a modéstia característica dos verdadeiros homens de Deus, não mais se contentam em ser pastores, tornaram-se bispos ou apóstolos. Uns, sem qualquer discrição exibem sua luxúria por meio de carrões luxuosos, helicópteros,jatinhos,mansões suntuosas etc...
Enquanto muitos crentes comem ovo ou sequer tem um ovo para matar a fome, tais "pastores" indiferentes às necessidades de seu povo se mostram em sua soberba,banqueteando-se regaladamente sem nenhum temor diante daquele que os chamou para cuidar de suas ovelhas e por elas entregar a própria vida.
Mas, lamentavelmente os tempos são outros. E, para a nossa vergonha cada vez mais nos tornamos estéreis e incapazes de sentir as nossas próprias misérias. A igreja de nosso tempo passa à história abeirando-se cada vez mais da apostasia vaticinada nas Escrituras.
Que venha logo o Senhor! Um povo que ainda não contaminou as suas vestiduras aguarda com veemência Aquele que trará com a sua vinda a reta justiça e retribuirá a cada um segundo as suas obras.
Foi bom ler esta postagem. O seu desabafo me fez sentir vontade de orar e chorar copiosamente por nosso povo. Façamos isso,profeta! Deus o abençõe!
Manoel Ivande,
ResponderExcluirQuem bom que em sua Congregação não esteja acontecendo isso. Saiba, ela é uma exceção. Deveria ser regra geral, mas infelizmente não é. Sei que os tristes fatos relatados na A.D. também acontecem em outras denominações em igual, maior ou menor grau. Voltemos ao ensino vivido e pregado de Jesus de Nazaré.
Obrigado pela sua participação.
Vanessa,
ResponderExcluirObrigado pela sua participação e por estar seguindo este humilde blog.
Graça e Paz sobre ti.
Geovani,
ResponderExcluirTemos que orar mesmo não somente pela A.D., mas pela igreja evangélica brasileira em geral.
Abraço.
Graça e Paz, Pr. Juber!
ResponderExcluirCreio que a igreja evangélica como um todo, perdeu a essência da pregação. Não se prega mais o arrependimento e mudança de natureza. Vale mais aquilo que Deus pode fazer por nós (prosperidade,milagres) do que em nós (mudança de entendimento, Graça e Misericórdia no coração).
Vejo o quanto perdemos tempo com politicagens, ao invés de simplesmente anunciar a boa nova do Evangelho.
Vejo muita disputa de poder. Muita vaidade. Jesus jamais encarnou isto,mas nos ensinou a ocupar os últimos lugares. Nos ensinou a humildade.
Vejo uma busca desenfreada pelos valores monetários deste mundo, ao invés de buscar os valores do Reino de Deus. "Unção financeira", "vitória financeira" são mais importantes do praticar a Graça e Misericórdia com todos. A pregação evangélica de hoje sempre enfatiza as bençãos de prosperidade, dos milagres e poder do que os valores do Evangelho. Até quem não busca a barganha com Deus, é considerado "trouxa".
Vivemos uma profunda crise, que não será superada com uma reforma, mas com uma nova consciência no Evangelho.
Um abração!
Marcos Wandré,
ResponderExcluirPerfeita suas considerações com relação ao momento em que vive a igreja evangélica brasileira. Também estou achando que uma reforma não resolve mais. A coisa está terrível que vai precisar de uma revolução para mudar a consciência do povo com relação ao que realmente Jesus viveu e ensinou nos evangelhos.
Um abraço.
Pr. Juber,
ResponderExcluirA paz de Cristo,
É a realidade que tem me deixado bastante triste. Não tenho nem palavras para expor o que estou sentindo nesse momento.
Fique com Deus.
Edilson Valdeci,
ResponderExcluirSei como é. Mas vamos para frente meu irmão! Somos seguidores de Cristo, preguemos a Palavra e que os mortos enterrem seus mortos.
Um abraço.
Prezado Pr. Juber,
ResponderExcluirAs reminiscências são sempre importantes na vida de quem te estrutura. Parabenizo-o por sua lembranças, mas lamento que nossa AD não seja mais como antes, e creio que nunca o será. Temos que, apreensivos, aprender a conviver com a igreja que temos.
Abraços!
Daladier,
ResponderExcluirSim a realidade hoje é outra mesmo. Em alguns pontos houve até um avanço em relação ao passado. No sentido de ter diminuido um pouco o legalismo em usos e costumes, no incentivo ao ensino teológico, na abertura aos meios de comunicação. Mas em outros houve retrocesso, como no evangelismo espontâneo e voluntário dos crentes, no culto sem show, e principalmente na crescente politicagem seja eclesiástica ou na participação adesista na política partidária.
Um abraço.
A paz do Senhor...
ResponderExcluirParece que à história sempre se repete, referente ao ser humano(devoto) e sua vivência com DEUS...
Lembram-se das idas e vindas, quanto a fidelidade, do povo Hebreu no Deserto e já no domínio da "Terra prometida", no livro dos Juizes, e posteriormente no período "monárquico" até o cativeiro???
É, parece que o tempo de Deus, é muito longo e cansativo para o "imediatista" ser humano!!!;II Ped. 3:4,8,9...
Obs.: Estou colocando isto, apenas para nossa reflexão, pois, desejo de coração, ver o progresso da "Igreja de Deus", Ele o sabe...
Graça e Paz!
Samuel,
ResponderExcluirObrigado pela sua visita e pela participação.
Abraço.
Irmão, porque não vi meu comentário?
ResponderExcluirNão tinha nescessidade de apagar não irmão! Seja sincero com vc mesmo, quando o texto for do Caio Fabio, seriA interessanre botar o nome dele! Paz,
Aléquison
Aléquison,
ResponderExcluirNão publiquei, porque como editor deste blog, posso aceitar ou não um comentário. Sobre o Caio Fábio, devo dizer que já postei textos e vídeos do mesmo aqui no blog, citando-o como fonte. Mas apesar de admirá-lo como pregador e escritor, não posso deixar de fazer minha crítica ao fato de que ele mesmo, em seus livros só citava suas fontes bibliográficas nos livros que escreveu até o início dos anos 90. Depois parou de colocar referências bibliográficas em seus livros de 1993 para cá, e só conferir, eu tenho vários para provar. Será que era tudo da cabeça dele? Já vi em seus livros influências de John Stott, Karl Barth, Leonardo Boff, só para citar alguns e não que os mesmos escritores não foram citados como fonte. Já que você está tão interessado na "autoria" de Caio Fábio, e bom que se diga, quem muito do que ele escreve, não é de sua "autoria". Sei de fontes do pessoal da Editora Vida Nova, que dizem saber bem quem são suas "fontes". Só para dar um exemplo, olhe o livro "O Enigma da Graça", não tem uma fonte bibliográfica. Poxa, por mais que ele seja iluminado e inteligente, ele usou alguma fonte, só "esqueceu" de citar.
EU TAMBÉM AS VEZES ME PERGUNTO:O QUÉ ACONTECEU COM OS NOSSOS LIDERES?SOU ASSEMBLÉIANO DE PÉ ROXO,MAS HOJE FICO MUITO TREISTE EM VER DOIS TIPOS DE LIDERES EM NOSSOS PÚLPITOS O PRIMEIRO É:O PASTOR DE OVELHAS(DIGA SE DE PASSAGEM ESTÁ MUITO RARO) QUÉ É AQUELE QUE FAZ NA VERDADE O QUE A BIBLIA MANDA PASTORIA COM AMOR AS OVELHAS DE CRISTO,CHORA COM ELAS E POR ELAS,ESTÁ PRONTO PARA DEFENDE-LAS DO URSO E DO LEÃO,NÃO QUER SOMENTE A SUA LÃ(SEUS DÍZIMOS E OFERTAS),MAS TAMBÉM HÁ AQUELE QUE É O MAIS LAMENTÁVÉL,O CHAMADO PASTOR EMPREENDEDOR:AQUELE QUÉ ENCARA O PASTOREIO COMO UM NEGÓCIO,FAZEM DOS NOSSOS PÚLPITOS OS SEUS PALANQUES PARA DISCURSOS FRIOS E VAZIOS DA GRAÇA DE DEUS.OS SEUS REAIS INTERESSES SÃO SEMPRE TIRAR VANTAGENS DA SUA FUNÇÃO,OU SEJA LEGISLAR EM CAUSA PRÓPIA.NÃO ESTÃO NEM AI PARA ÉTICA,BOM SENSO E AS VEZES ESTÃO VENDIDOS POLITICAMENTE E MORALMENTE,TRATAM AS OVELHAS QUE QUEREM SERVIR A DEUS COM SINCERIDADE E NÃO COMPACTUAM COM AS SUAS INVENCIONICES A FERRO E FOGO, E AS VEZES CONIVENTES COM O PECADO DE OUTRAS QUANDO LHE SÃO DE INTERESSES FINANCEIRO.NÃO COMBATEM MAIS PECADO,NÃO PREGAM SOBRE SANTIFICAÇÃO NÃO ENSINAM A PALAVRA COMO ELA É;POR QUE SE ASSIM FIZEREM VÃO PERDER MUITAS PESSOAS E NA VERDADE O QUE IMPORTA PARA MUITOS DESSES LIDERES É O RETORNO FINANCEIRO E NÃO A VIDA SANTA DAS PESSOAS.
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