quarta-feira, 11 de julho de 2012

Subsídio para EBD - A morte para o verdadeiro cristão


No mês de março deste ano, houve três funerais na igreja em que sou pastor. Duas anciãs, uma com 82 anos, outra com 103 anos e uma jovem de 21 anos. Não foi fácil, principalmente a última, dado a minha relação de amizade com a família. Um livro que eu recomendo a quem atua na área de aconselhamento é "Aconselhamento Cristão", de Gary R. Collins. Mas agora vamos a lição:
Há um provérbio popular que diz: “só existem duas certezas na vida, a morte e os impostos”. Essa é uma verdade, mas nem todos sabem lidar com elas, principalmente com a morte, tema da lição de hoje. Por isso, nesta aula, mostraremos o que a Bíblia diz a respeito da morte, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Ao final, destacaremos como o cristão verdadeiro se coloca diante da morte.

1. A MORTE NO ANTIGO TESTAMENTO

No Antigo Testamento, a palavra sheol é o termo mais usado - 65 vezes - para se referir à morte. Mas nem sempre ela é traduzida dessa forma, há contextos em que a melhor versão é “inferno” ou “sepultura”. Apenas algumas passagens do Antigo Testamento se referem à consciência da vida depois da morte, bem como à possibilidade de ressurreição. Essa incerteza pode ser expressa na pergunta de Jó: morrendo o homem, tornará ele a viver? (Jó. 14.14). Ainda que, esse mesmo patriarca, demonstre, em outro momento, sua esperança em relação à ressurreição (Jó. 19.25). Em geral, os judeus tinham a convicção de que, após a morte, seriam reunidos aos seus antepassados (Gn. 15.15). O autor do Salmo 73, versículos 23 a 25, expressa seu desejo de estar eternamente na presença de Deus. No Salmo 49, no versículo 15, o escritor sacro demonstra sua fé na ressurreição: “Mas Deus remirá a minha alma do poder do Sheol, pois me receberá”. A revelação mais explícita da imortalidade, e especificamente da ressurreição, se encontra em Dn. 12.2: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. O fato da doutrina da imortalidade e da consciência após a morte não ser facilmente identificada no Antigo Testamento não quer dizer que essa não seja uma realidade. Tal revelação não fora dada plenamente aos judeus, assim como a da trindade, apenas no Novo Testamento essas doutrinas são descortinadas através de Jesus Cristo (2 Tm. 1.10).

2. A MORTE NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento, a palavra grega para morte é hades, equivalente da palavra hebraica sheol. Jesus revelou que o hades tinha dois compartimentos, um destinado ao crente e outro ao descrente (Lc. 16.23-26). Naquele lugar as pessoas estão conscientes (Lc. 16.24), e uma vez ali, seu futuro está determinado (Lc. 16.26, 28), não havendo possibilidade para remissão de pecados por intercessão ou reencarnação (Hb. 9.27). Jesus revela que as pessoas somente podem ter acesso à vida eterna através de Moisés e dos profetas, isto é, da mensagem bíblica (Lc. 16.31). Diante de tal mensagem, o cristão não se atemoriza diante da morte, pois, tal como Paulo, sabe que ao se ausentar deste corpo, estará na presença do Senhor (2 Co. 5.8). Nada há para temer, nem mesmo aqueles que matam o corpo, pois nada podem fazer contra a alma (Mt. 10.28). Cristo é aquele que derrotou a morte, libertando os seus servos do temor da morte (Hb. 2.14,15). Por esse motivo, morrer, na cosmovisão neotestamentária, é estar com Cristo (Jo. 13.36), ir ao paraíso (Lc. 23.43). Sendo assim, não há o que temer, pois estar com Cristo é consideravelmente melhor (Fp. 1.23). Na verdade, felizes são aqueles que morrem no Senhor, pois descansarão das suas fadigas (Ap. 14.13). O culto ao corpo, e o pavor diante da morte é resultado de uma sociedade moderna, vítima da obsessão pela beleza e longevidade. O cristão, diferentemente dos demais, é consciente que quando essa habitação temporária for desfeita, ele tem, da parte de Deus, uma habitação eterna (Jo. 14.2,3; 2 Co. 5.1).

3. O VERDADEIRO CRISTÃO DIANTE DA MORTE

Paulo passou pela experiência de estar diante da morte, e tinha consciência dessa realidade (2 Tm. 4.6). Mas não perdeu a esperança, tendo em vista que, assim como o autor da Epístola aos Hebreus, estava ancorado nas promessas de Jesus (Hb. 6.19,20). O pensamento moderno fica apreensivo diante da morte, para alguns filósofos, o ser humano foi criado para a morte, para outros, ela não passa de um absurdo, algo sem significado. Mas o verdadeiro cristão não se apavora diante da morte, pois ele sabe que essa foi vencida através de Cristo no calvário (1 Co. 15.55). Ele não vive como os demais que não têm esperança, antes aguarda a volta de Jesus para arrebatar a sua igreja (1 Ts. 4.13-17). Naquela ocasião, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro com um corpo incorruptível (1 Co. 15.42-44). Quando isso acontecer, como Jesus dará aos seus um corpo espiritual (Lc. 24.39), semelhantes ao dEle (1 Jo. 3.2). Isso acontecerá porque carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus (1 Co. 15.50). A Jerusalém Celestial espera os crentes, um dia essa ordem criada terá um fim (2 Pe. 3.7-13), então, descerá dos céus a cidade do Rei Jesus (Ap. 21). Naquela cidade não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, nem templo, nem sol e luz (Ap. 21.4,5,22,23; 22.5). O verdadeiro cristão não teme a morte, pois é um passageiro na terra, sua cidadania é do céu (Fp. 3.20). Ele está com Cristo, que e a Ressurreição e a Vida, por isso, não morrerá (Jo. 11.25,26).

CONCLUSÃO

O homem moderno se angustia diante da morte, mas não o verdadeiro cristão, pois a Palavra revela que essa é preciosa aos olhos do Senhor (Sl. 116.15), por isso, aqueles que morrem no Senhor são considerados bem-aventurados (Ap. 14.13). Todos os que têm essa segurança sabem que nada os separará do amor de Deus, nem mesmo a morte (Rm. 8.35-39). A mensagem do evangelho é de esperança e conforto, pois Cristo morreu e ressuscitou, essa verdade é motivo de consolação para o cristão diante da morte (1 Ts. 4.17; 5.11).

BIBLIOGRAFIA

LUTZER, E. Um minuto depois da morte. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2011.

TADA, J. E. Céu: nosso verdadeiro lar. São Paulo: Shedd Publicações, 2006.



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