Os
discípulos de Cristo demonstraram, em certos momentos da vida, exclusivismo,
egoísmo, imaturidade, bairrismo, etc. Eles erraram quando se esperava que
acertassem (Lc 9.40,41). Jesus censurou tais comportamentos e corrigiu o grupo,
mas não abandonou os discípulos.
Nesta
lição, veremos como, em diferentes circunstâncias, os discípulos agiram de
forma oposta àquilo que o Senhor lhes havia ensinado e como Jesus os conduziu à
maneira certa de agir. Esses fatos demonstram que os seguidores de Cristo não
eram super-homens, mas, sim, seres humanos que viviam suas limitações e, como
tal, dependiam de Deus para superá-las. Esses exemplos servem para nos orientar
em nossa jornada de fé a fim de que possamos cultivar as verdadeiras virtudes
cristãs.
I - LIDANDO COM A DÚVIDA
1. A
oração e a fé. Logo
após acalmar a tempestade no mar da Galileia, Jesus perguntou aos seus
discípulos: "Onde está a vossa fé?" (Lc 8.25). Essa não foi a única
vez que o Senhor censurou os discípulos por não demonstrarem a fé necessária em
Deus. Quando viu a inoperância dos discípulos frente a um menino endemoninhado,
Ele disse: "Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda
convosco e vos sofrerei?" (Lc 9.41). Há algo em comum nestas passagens
bíblicas - elas se relacionam com a vida devocional dos discípulos. A timidez
mostrada durante a travessia do mar (Lc 8.25) e a falta de autoridade para
expelir o demônio do garoto eram frutos de uma vida devocional pobre. Pouca
oração, pouco poder! Nenhuma oração, nenhum poder! As passagens paralelas de
Mateus e Marcos demonstram tal princípio (Mt 8.23-27; 17.14-20; Mc 4.35-41;
9.14-29). [Este mesmo acontecimento tem paralelo em Marco 9.14-29. Nesta
perícope, Jesus afirma ao pai daquele jovem: “Se tu podes crer...” A questão
pode ser compreendida como“Foi por isso que você disse?” A exclamação de Jesus
capta as palavras duvidosas desse pai. A questão que decide o assunto não é
poder de Jesus, mas a fé do homem! A declaração de Jesus em relação à fé não
nos concede a liberdade de presumir a respeito da bondade de Deus ao pedir
irresponsavelmente coisas egoístas. Nosso desejo deve estar de acordo com a
vontade de Deus (1Jo 5.14,15). A fé daquele pai havia estremecido e ele estava
consciente dessa imperfeição. Portanto, ele pede a Jesus para afastar toda a
dúvida e conceder-lhe a fé inquestionável! Oramos pedindo que a nossa fé seja
aumentada? Seja inquestionável?].
2. A
Palavra de Deus e a fé. Se a falta de oração traz incredulidade, por outro lado, a falta de
conhecimento da Palavra de Deus produz efeito semelhante. É isso o que mostra a
história dos dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35). No mesmo dia em
que ressuscitou, o Senhor apareceu a dois deles quando se dirigiam para a
aldeia de Emaús, cerca de 12 quilômetros de Jerusalém. Depois de dialogar com
eles, Jesus percebeu o quanto eram incrédulos. O Mestre reprovou a
incredulidade dos discípulos e os chamou de néscios, isto é, desprovidos de
conhecimento ou discernimento (Lc 24.25). Atualmente, também, muitos que se
dizem discípulos, estão sem conhecimento, discernimento e fé no mover de Deus.
Que o Senhor Jesus encha os nossos corações de fé para que possamos viver e
pregar a sua Palavra. [Os fatos narrados em Lucas 9, a partir do versículo 37,
vêm logo depois de “Reunindo os doze, deu-lhes poder (dunamis) e autoridade
(exousia) sobre todos os demônios e para curarem enfermidades” de Lc 9.1!
Repare que os discípulos não foram bem sucedidos, nessa delegação de poder e
autoridade: "E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não
puderam". "E Jesus, respondendo disse: Ó geração INCRÉDULA E
PERVERSA"! (...) Jesus nos mostra no verso 41, que a nossa autoridade deve
ser baseada em duas coisas de suma importância: com relação à incredulidade
temos a FÉ, com relação a perversidade, devemos andar em SANTIDADE.
A mensagem central desse episódio que é contado pelos 3 evangelhos sinóticos:
Mateus 17,14-20; Marcos 9,14-29 e Lucas 9,37-43, é a questão da fé. Isso é
evidente em Mateus, quando os discípulos perguntam por que não puderam expulsar
aquele demônio. Jesus, nesse momento, responde: Por causa da fraqueza da
vossa fé, pois em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda,
direis a esta montanha: transporta-te daqui para lá, e ela se transportará, e
nada vos será impossível" (Mateus 17,20).].
CONHEÇA MAIS
*Os setenta
"Outro
grupo notável eram os setenta que Jesus enviou para preparar o terreno para Ele
nas cidades que visitaria em seu caminho para Jerusalém (Lc 10.1). Se os doze
discípulos espelham as doze tribos de Israel, então talvez esses setenta
espelhem os anciãos que Moisés designou para assisti-lo na liderança da nação
de Israel (Nm 11.16,24,25)." Leia mais em Guia Cristã da Bíblia, CPAD, p.
70.
II - LIDANDO COM A PRIMAZIA E O
EXCLUSIVISMO
1.
Evitando a primazia. Lucas
registra que "suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria
o maior. Mas Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança,
pô-la junto a si" (Lc 9.46,47). Os discípulos precisavam de uma lição a
respeito de humildade. O exemplo de Jesus ao tomar uma criança, foi excelente
e, com certeza, eles puderam ver o quanto eram egoístas e ambiciosos. O
adjetivo comparativo meizon, traduzido como "maior", nesse texto,
mantém o sentido de "mais forte que". A ideia aqui é de primazia!
Quem é o primeiro? Quem é o mais forte? Quem é o mais apto? Pensamentos assim
não refletem a mente de Cristo, mas uma mente mundana e secularizada.
Infelizmente, muitos problemas nas igrejas são causados por leigos e clérigos
que querem exercer a primazia. Em Cristo Jesus, todos são iguais. Não somos
superiores ou inferiores a ninguém. [Os discípulos de Jesus tinham dificuldades
em conviver com o sucesso, imaginário no caso, do outro. A disputa deles tem a
ver com a incapacidade de se respeitar o outro e em se admirar o outro e de se
entender que cada um tem um lugar no Reino de Deus, em função de suas
habilidades e em função da necessidade do Reino. Os samaritanos odiavam os
judeus porque estes cultuavam em Jerusalém; eles detestavam o sectarismo judeu.
Por esta razão, não cooperaram, como mandava a hospitalidade, com os discípulos
de Jesus que recolhiam donativos para a viagem. A sua intolerância os cegou
para ver o Messias. Os judeus odiavam os samaritanos porque eles, no passado,
tinham se envolvido em casamentos mistos (com não judeus) e agora não podiam
ser aceitos na comunidade dos filhos de Abraão. Os discípulos se tornaram
escravos deste mesmo sentimento. A sua intolerância os levou a agir contra suas
próprias convicções espirituais. Eles eram crentes, o que prova que mesmo os
mais crentes, como Pedro, Tiago e João, os mais íntimos de Jesus, podem se
tornar intolerantes, violentamente intolerantes. O caminho para o reino dos
céus se dá mediante a simples confiança e dependência de uma criança, e o
caminho para a grandeza acontece através da humildade de uma criança expressa
pelo serviço modesto].
2.
Evitando o exclusivismo. Jesus também combateu o exclusivismo que se revela através da
mentalidade de um grupo fechado (Lc 9.49,50). A razão dada pelos apóstolos para
barrarem a ação daquele homem foi que ele não fazia parte do grupo. Jesus
mostra que o fato de expulsar os demônios pela autoridade do seu nome e
partilhar das mesmas convicções dos apóstolos credenciava aquele homem a
exercer o seu ministério. Embora não fizesse parte do grupo dos Doze,
partilhava da mesma fé. Não se trata, portanto, de validar crenças e práticas
sectárias ou heréticas, mas sim de não permitir que o exclusivismo religioso
nos cegue de tal forma que só venhamos a enxergar o nosso grupo. [João,
discípulo de Cristo, em uma de suas andanças encontrou um homem que expelia
demônios usando o nome de Jesus. Este homem não era um dos seguidores de Jesus
no mesmo sentido que eram os apóstolos e outros comissionados para aquele
trabalho (Lucas 9.1-2; 10.1-12). João, talvez inspirado por um espírito de
partidarismo como o de Josué (Números 11.16-30), proibiu o homem de continuar
sua obra. Talvez, por causa do ensino sobre receber alguém em nome de Jesus,
ele lembrasse do homem que, aos seus olhos, estava usando este nome sem
merecê-lo e portanto não devia ser acolhido. Ele pede o parecer de Jesus sobre
sua ação (Marcos 9.33-38; Lucas 9.46-49). Ironicamente João estava agindo como
os escribas que anteriormente se opuseram a Jesus apesar da evidência da ação
do Espírito Santo na realização de exorcismos (Marcos 3.22). Agora ele se
opunha a um homem que tinha evidência de ter fé em Jesus e que estava fazendo o
que alguns apóstolos não tinham conseguido um pouco antes (Marcos 9.18,28). O
Mestre ensinou que o comportamento de João, que representava o dos doze, era
errado (Marcos 9.39-40). "Quem não é contra nós, é por nós"
diz Jesus. Se aquele exorcista usava o nome de Jesus, deveria ter sido
considerado como amigo por João e não como inimigo ou concorrente. Os
discípulos de Cristo não precisam tomar "posições" com respeito aos
homens; os homens é que precisam tomar uma posição com respeito a Jesus. O
sentimento de rivalidade e de competição não é compatível com o caráter de
servo que Jesus ensinou aos seus seguidores. Ser seguidor de Jesus é aprender a
reconhecer que nem tudo tem de ser feito a nosso modo. Se o exorcista estava a
favor de Jesus, deveria ser incentivado e não criticado; deveria, se
necessário, ser instruído com maior exatidão sobre o caminho do Senhor (Atos
18.24-19-7). Ele não era como os sete filhos de Ceva (Atos 19.13-16), mas
parecia ser alguém com uma boa atitude espiritual. Este texto tem sido usado
para ensinar que não importa a doutrina que alguém prega, desde que fale de
Jesus: uma espécie de relativismo espiritual, onde um espírito meio ecumênico e
meio eclético é transportado ao texto bíblico. Dizem: "Não importa se ele
está pregando certo ou errado, mas se está falando de Jesus, devemos
considerá-lo como irmão". Este modo de pensar é incentivado pelas Bíblias
onde este texto recebe o título: "Jesus ensina tolerância e
caridade". O texto não ensina nada disto! Ensina que devemos saber
reconhecer apoio a Cristo e fé nele, mesmo quando a pessoa não é claramente
identificada com Jesus. É um texto que manda abrir os olhos para ver o apoio à
causa de Cristo e não um texto que manda fechá-los ao desvio da verdade. Nada
podia ser declarado sobre a salvação deste exorcista (Mateus 7.21-23), nem
ainda sobre todos os seus motivos interiores (Filipenses 1.15-18). De qualquer
forma, ele não era neutro em relação a Jesus, mas estava do lado dele, pois
"quem não está contra, está a favor" e vai evidenciar este fato com
atos de verdadeira fé (Marcos 9.41).].
III - LIDANDO COM A AVAREZA
1.
Valores invertidos. No
relato de Lucas, Jesus acabara de incentivar seus discípulos a dependerem do
Espírito Santo (Lc 12.12) quando um homem que estava no meio da multidão falou:
"Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12.13).
Essa solicitação estava na contramão dos ensinos de Cristo e por isso recebeu a
censura dEle: "Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre
vós?" (Lc 12.14). Enquanto Jesus ensinava a se evitar uma atitude
legalista e materialista, esse homem age de forma diametralmente oposta àquilo
que fora ensinado. Ele estava preocupado com a herança! Como muitos fazem hoje,
não estava preocupado em seguir os ensinos de Cristo, mas usá-lo como trampolim
para alcançar seus objetivos - a satisfação material. [Quando o homem pediu a
Jesus que arbitrasse a disputa da herança, ele se recusou, fazendo a pergunta:
“Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?” (Lucas 12:14). Ele
estava simplesmente dizendo que não era seu propósito acertar querelas de
propriedade. É certo que o homem tinha entendido mal a meta da missão de Jesus.
O Senhor poderia ter deixado isso assim, mas não o fez. Jesus acrescentou uma
advertência: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a
vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas
12:15). Que declaração forte! “Tende cuidado” ‒ mas o Senhor não ficou numa única
declaração de perigo; ele acrescentou outra ‒ “guardai-vos”. E qual era o
perigo contra o qual ele estava advertindo tão duramente? Avareza. Ela é o
assunto de muitas advertências bíblicas (Marcos 7:22; Romanos 1:29; I Coríntios
5:10-11; 6:9-11; Efésios 5:3, 5; Colossenses 3:5; I Timóteo 6:10; II Pedro
2:14). Um pecado sobre o qual as Escrituras advertem tão frequentemente tem que
ser muito espalhado. Será que somos cegos a este erro em nossas próprias vidas?
A avareza é um desejo desordenado por coisas. Vemos e queremos. Coisas
materiais tornam-se mais importantes para nós do que o Senhor, motivo pelo qual
a avareza é chamada idolatria (Efésios 5:5; Colossenses 3:5). Daí a cobiça leva
a outros pecados. A vida consiste de bem mais do que obter e possuir simplesmente
coisas. Ao invés disso, Deus quer que nós desfrutemos uma vida plena, completa
e equilibrada, e Ele fez provisões através de sua Palavra para que nós nos
realizássemos dessa forma. Ele prometeu suprir todas as nossas necessidades (Fp
4.19) e prometeu satisfazer os desejos de nosso coração (Sl 37.4). Mas Ele
também quer que tenhamos nossas prioridades claras: “Buscai primeiro o Reino de
Deus”. Desse modo – com todas suas promessas e prioridades aplicadas
equilibradamente em sua vida – “e todas essas coisas vos serão
acrescentadas”(mt 6.33)].
2.
Evitando a ansiedade. Logo a
seguir, Jesus profere um dos mais belos ensinamentos sobre como deve ser a vida
de um verdadeiro discípulo (Lc 12.22-34). Jesus ensina a respeito das
preocupações da vida. Como discípulos de Cristo não podemos viver ansiosos
pelas coisas desta vida. Precisamos aprender a confiar em Deus, nosso provedor.
As palavras de Jesus também revelam duas maneiras de se enxergar o mundo -
mostra como "os gentios do mundo" (Lc 12.30) entendem a realidade à
sua volta e como os seus discípulos deveriam agir diante das mesmas
circunstâncias. São duas cosmovisões totalmente diferentes e opostas entre si.
Enquanto uma interpreta a realidade da vida tomando por base os valores
meramente materiais, a outra a vê a partir de valores absolutos e espirituais. [Compramos
coisas que não podemos pagar. Logo, devemos tanto dinheiro que não podemos
pagar nossas dívidas. Provérbios 22:7 adverte que quem pede emprestado se torna
um escravo do emprestador. O crédito fácil é um tirano. Como o peixe que
abocanha a isca do anzol, somos atraídos por coisas materiais e pela nossa
obsessão de tê-las agora mesmo. Não podemos pagá-las, mas não importa. Apenas
cinco pagamentos facilitados, ou um cartão de plástico. Mas a satisfação
instantânea tem seu preço, e é alto. A raiz do problema: a avareza ‒ queremos o
que queremos, e faremos coisas erradas para conseguir. Permitimos que nosso
emprego interfira com o serviço a Deus. Tornamo-nos tão devotados à nossa
carreira e a GANHAR MAIS e mais dinheiro que não temos tempo para ensinar,
estudar, orar ou adorar. Deus nos manda trabalhar (2 Tessalonicenses 3:10), mas
ele não quer que façamos de nosso trabalho um ídolo. O problema é nossa atitude, não nossa posição financeira. “Quem ama o
dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda”
(Eclesiastes 5:10). Se não estamos contentes com o que temos agora, não
ficaremos contentes com coisa nenhuma. A raiz do problema: avareza ‒ queremos o
que queremos ‒ e nos sentimos despojados se não conseguimos. Jesus simplesmente
disse: “... a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele
possui” (Lucas 12:15). Coisas materiais não são tudo o que a vida é. Nada
realmente valioso, desejável ou duradouro pode ser comprado. O Senhor poderia
ter parado aqui, porém não o fez. Jesus e uma Disputa de Herança:
Jesus e uma Disputa de Herança: O Perigo da Avareza (Lucas 12:13-34)
http://www.estudosdabiblia.net/d52.htm].
IV - LIDANDO COM O RESSENTIMENTO
(Lc 17.3,4)
1. A
necessidade do perdão. Jesus sabia quão maléficos são a falta de perdão e o ressentimento. De
fato, a Bíblia mostra que a raiz de amargura é um mal que deve ser evitado a
qualquer custo (Ef 4.31). A falta de perdão é vista como uma raiz que produz
brotos extremamente maléficos (Hb 12.15). No terceiro Evangelho, Jesus nos
ensina que a forma correta de se manter livre desse veneno é possuir uma
atitude pronta a perdoar. "Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra
ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti
sete vezes no dia e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me,
perdoa-lhe" (Lc 17.3,4). [No sermão do (Mt 6.14, 15), Jesus durante sua
ministração, deu uma grande ênfase sobre a importância da necessidade de
perdoar. Entre todos os pontos destacados por Jesus na oração dominical, sem
dúvida alguma, a necessidade de perdoar é o que teve mais relevância, pois este
tipo de preocupação se encontrava indispensável em seu discurso. A Bíblia diz: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua
oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa
perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e,
então, voltando, faze a tua oferta” (Mt 5. 23-24). “Se teu irmão pecar contra
ti, vai argüi-lo entre ti e ele só” (Mt 18. 15). “Por isso, deixando a mentira,
fale cada um a verdade com o seu próximo... não se ponha o sol sobre a vossa
ira, nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.25-27). “Suportai-vos uns aos outros,
perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim
como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai a vós” (Cl 3. 13). Em outras
palavras... Deus está dizendo: Não aceito o culto de um coração magoado; Trate
logo a ferida; Não espalhe o veneno da amargura; Vá à pessoa que te magoou,
Perdoe... Perdoe... Perdoe...O Rev Hernandes Dias Lopes, escreve: “O perdão é o
melhor remédio para a saúde emocional. O perdão é a assepsia da alma, a faxina
da mente, a alforria do coração, a cura das emoções. Perdoar é lembrar sem
sentir dor. Perdoar é zerar a conta e não cobrar mais a dívida. O perdão é ato
de misericórdia e manifestação da graça. O perdão é absolutamente necessário. E
isso, por várias razões: 1. O perdão é necessário porque temos queixa uns dos
outros. Nós não somos perfeitos, não viemos de uma família perfeita, não temos
um casamento perfeito, não temos filhos perfeitos nem frequentamos uma igreja
perfeita. Consequentemente, nós temos queixas uns dos outros. Na verdade, nós
decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Nossas fraquezas
transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o exercício do perdão ficamos
entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura no coração. Não somente
isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e contamina as pessoas ao
redor. 2. O perdão é necessário porque fomos perdoados por Deus. Quem é
receptáculo do perdão precisa transformar-se em canal do perdão. Aqueles que
retêm o perdão ao próximo fecham-se para receber o perdão de Deus. Não existe
uma pessoa salva que não tenha sido perdoada. Na verdade, no céu só entrarão os
perdoados. Logo, é impossível ser um cristão sem exercitar o perdão. Devemos
perdoar assim como fomos perdoados. Como Deus nos perdoou devemos nós também
perdoar uns aos outros. Quando compreendemos a enormidade do perdão recebido
por Deus, não temos mais motivos para sonegar perdão ao próximo. Nossa dívida
com Deus era impagável e Deus no-la perdoou completamente. Não fomos perdoados
por mérito, mas por graça. Perdão não é reinvindicação de direito, mas o clamor
solícito da misericórdia. 3. O perdão é necessário porque por meio dele
restauramos relacionamentos feridos. A Bíblia não oculta o perigo devastador da
mágoa dentro da família e da igreja. Exemplos como Caim e Abel, José e seus
irmãos, Absalão e Amnon retratam essa amarga realidade. Há pessoas feridas
dentro do lar e também na assembleia dos santos. Há pessoas doentes e
perturbadas emocionalmente porque um dia foram injustiçadas por palavras impiedosas
e atitudes truculentas. Há pessoas prisioneiras de traumas e abusos sofridos na
infância. Há indivíduos que não conseguem avançar vitoriosamente rumo ao futuro
porque nunca se desvencilharam das amarras do passado. O perdão destampa esse
poço infecto. Espreme o pus da ferida. Cirurgia os abcessos da alma. Promove
uma assepsia da mente e proclama a libertação das grossas correntes do
ressentimento. O perdão constrói pontes no lugar que a mágoa cavou abismos. O
perdão passa o óleo terapêutico da cura, onde o ódio abriu feridas. O perdão
promove reconciliação onde a indiferença quebrou relacionamentos. O perdão
expressa o triunfo da graça, onde o ódio mostrou a carranca do desprezo. 4. O
perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade. Uma pessoa que nutre
mágoa no coração não é feliz. O ressentimento é autofagia, é autodestruição.
Guardar mágoa é a mesma coisa que o indivíduo beber um copo de veneno pensando
que o outro é quem vai morrer. Nenhum calmante químico pode aquietar uma alma
desassossegada pela mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode aliviar a dor de um
coração ferido pelo ódio. A mágoa produz muitas doenças. Quem não perdoa adoece
física, emocional e espiritualmente. Mas, o perdão traz cura completa para o
corpo e felicidade plena para a alma”. http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/07/perdao-a-cura-para-os-relacionamentos-feridos/#.VWOOIdK4TIU].
2.
Perdão, uma via de mão dupla. Jesus também mostrou que o perdão é uma via de mão
dupla (Lc 6.37). Quando ensinou sobre o perdão na oração do Pai Nosso, Jesus
foi categórico em dizer que quem não perdoa também não será perdoado: "Se,
porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não
perdoará as vossas ofensas" (Mt 6.15). Não há dúvidas de que há muitos
cristãos com doenças psicossomáticas simplesmente porque não conseguem perdoar.
Guardam ressentimentos na alma como quem guarda dinheiro em banco! James
Dobson, famoso psicólogo cristão, disse que daria alta a oitenta por cento de
seus pacientes se eles conseguissem perdoar ou se sentissem perdoados!
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Jesus
de Nazaré, argumenta Hannah Arendt, foi 'o descobridor do papel do perdão no
reino dos assuntos humanos'. Pode ser muito afirmar que Jesus descobriu o papel
do perdão social, visto que os profetas e sábios antes dEle também estavam
cientes deste fenômeno, mas Ele claramente transformou o seu significado e
significação de um modo que causou um efeito profundo na história humana.
Se
examinarmos os livros do Novo Testamento em ordem aproximadamente cronológica,
mais uma vez identificaremos uma trajetória que nos leva a pensar no perdão de
um modo que transcende as metáforas puramente legais ou financeiras. Marcos, o
mais antigo dos Evangelhos, claramente liga a chegada de Jesus com a previsão
dos profetas hebreus referente à promessa de perdão e à vinda do Messias. Diferente
das introduções mais longas dos outros Evangelhos, Marcos cita os profetas e em
seguida declara que João Batista 'apareceu' e proclamou um batismo de
arrependimento para (ou em ou voltado para) o perdão de pecados (Mc 1.4) [...].
Em resposta ao antagonismo dos escribas levantado contra Ele, Jesus anuncia que
'todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de
blasfêmias, com que blasfemarem', exceto contra o Espírito Santo (Mc
3.28,29)" (SANDAGE, Steven J.; SHULTS, F. Leron. Faces do Perdão: Buscando
Cura e Salvação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.137-38).
CONCLUSÃO
Ao
estudarmos as limitações dos discípulos, alguns fatos ficam em evidência.
Observamos que a incapacidade para enfrentar Satanás em Lucas 9.40 é
justificada em Mateus 17.20 pela falta de fé; a incredulidade dos discípulos no
caminho de Emaús (Lc 24.13-35) é justificada pela falta de conhecimento das
Escrituras (Lc 24.25-27); o desejo por grandeza e primazia (Lc 9.46-48) é uma
consequência de terem se amoldado à cultura do mundo, e a falta de perdão
existe por não se reconhecer a natureza perdoadora do Pai celestial. [Nos
episódios estudados, vimos uma sequência de falhas no comportamento dos
discípulos. Primeiro, no monte da transfiguração, Pedro sugeriu igualar Jesus
com Moisés e Elias, fazendo uma tenda para cada um. Enquanto isso, os
discípulos que ficaram ao pé do monte não conseguiam libertar um menino
possesso, por lhes faltar a oração e o jejum. Em seguida eles passaram a
discutir qual seria o maior no reino e queriam proibir um homem de expulsar
demônios em nome de Jesus, por não andar com eles. Agora Tiago e João querem
matar os samaritanos que se recusam a receber Jesus. A competição para ser o
maior no reino não terminou nos dias dos discípulos, continua hoje, mascarada
em campanhas religiosas alardeando homens como “O maior pregador do mundo”, “O
mais versado nas Escrituras” ou “O mais poderoso servo de Deus”. Lideranças que
se intitulam “Apóstolos”, “Bispos”, que na verdade não passam de homens arrogantes,
numa guerra de vaidades sem paralelo até mesmo entre os incrédulos. A resposta
de Cristo a tudo isso é: “Vocês não sabem de que espécie de espírito são”.].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto
não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Fonte: http://auxilioebd.blogspot.com.br/
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