O site Gospel Prime, através do seu colunista Jarbas Aragão
disse recentemente: “Profetas que visitaram o país anunciaram que haveria uma
intervenção divina nos rumos do país. O pastor americano Bob Hazlett esteve
numa Conferência no Brasil em 2011. Afirmou que não conhecia a política
brasileira, mas anunciou: “escuto o Senhor dizendo: Eu vou abalar a estrutura
política dessa nação”.
Dois anos depois, a norte-americana Cindy Jacobs lançou uma palavra profética dizendo que o Senhor iria “abalar o principado da corrupção e da miséria”.
Em 2014, a profeta Stacey Campbell deu o recado ao Brasil durante um em evento Toronto, Canadá.
Anunciou que tudo que ocorreria aqui seria o início de “movimentos de justiça”
em todo o mundo”.
No Brasil, vemos alguns pregadores inclusive da Tv, que se autoproclamam como "profetas de Deus para essa nação".
No entanto, vejo um contraste entre o atual ativismo profético-político e os profetas da Bíblia. Quando se lê o Antigo Testamento, vemos que os profetas não foram meros microfones que amplificavam e decodificavam o falar de Deus, mas gente com uma cultura, temperamento e individualidade.
No Brasil, vemos alguns pregadores inclusive da Tv, que se autoproclamam como "profetas de Deus para essa nação".
No entanto, vejo um contraste entre o atual ativismo profético-político e os profetas da Bíblia. Quando se lê o Antigo Testamento, vemos que os profetas não foram meros microfones que amplificavam e decodificavam o falar de Deus, mas gente com uma cultura, temperamento e individualidade.
A tarefa do profeta não se resumia em transmitir o ponto de vista divino. Ele era o referencial do povo. O profeta em Israel não vaticinava apenas. Ele era também poeta, pregador, patriota, crítico social. Iniciavam suas profecias com juízo mas sempre concluíam com esperança e redenção.
O profeta não repetia jargões, não perpetuava o que já fora dito, mas pensava fora dos paradigmas. Não era convencional. A mágica de suas palavras vinha de sua intuição, de seu inconformismo e da largura de seus anseios. Inúmeras vezes a linguagem do profeta foi hiperbólica. O exagero era uma maneira de mostrar sua angústia, seu desespero de não se acovardar diante do iminente fracasso nacional.
Meu apetite em ler os profetas fez nascer em mim o desejo de vê-los entre nós. Entendo que o ministério profético com autoridade canônica foi até João Batista (Mt 11.13). Sei também que o dom carismático da profecia (I Co 12) resume-se à função tríplice que Paulo nos deu em I Coríntios 14:3: edificar, exortar e consolar.
Creio que o ministério profético que desejo não seja um título ou cargo. Sinto que a igreja evangélica brasileira, tem bons evangelistas, excelentes estrategistas eclesiásticos, já demonstramos alguma maturidade teológica, mas ainda somos carentes de líderes com a verve profética.
O Brasil necessita de pessoas, que sejam autênticos profetas do século XXI. Que impressionem pela coerência, bravura e profundo compromisso com os valores do reino de Deus e não pela performace. Que sejam "vozes" que clamam do deserto, e não "ecos" dos outros.
Hoje, o termo profeta anda meio banalizado. O que se vê muito é, aquelas ou aqueles videntes de plantão, que ficam profetizando casamentos ou des-casamentos, usos e costumes, dinheiro, etc. São comuns em reuniões de oração, em residências, em festas nas igrejas, quando dão umas profetadas (bajulação,) para os pastores no púlpito.
Tem uns, que têm até a cara de pau, de oferecer consultas e cobrar por elas. Sugiro a leitura com calma, dos capítulos 26, 27 e 28 do livro de Jeremias e capítulos 5, 6 e 7 de Amós, para ver como era o verdadeiro ministério profético. Sei que ainda há "profeta em Israel".
A necessidade atual é de profetas que falem a Palavra de Deus, sem temer o homem, e não de "picaretas" que não têm nenhum temor de Deus, ao dizer que estão falando em nome Dele.
O profeta nos moldes do Antigo
Testamento, acabou com João Batista. No A.T., tanto o profeta como o
sacerdote eram mediadores entre Deus e os homens. O sacerdote apresentava o
sacrifício dos homens a Deus, e o profeta trazia a Palavra de Deus ao povo. No
Novo Testamento essa figura "mediadora" não existe mais pois "só
um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem", I Tim 2:5. Porém,
o ministério profético continua existindo no Novo Testamento, porém sem ser ter
aquele papel de mediador. Está escrito que "Ele (Jesus) deu dons aos
homens, e uns como apóstolos, profetas, evangelistas, mestres e pastores",
Efésios 4:11. A profecia existe como dom do Espírito e com a finalidade de
exortar, edificar e consolar. Creio que um pastor ou outra pessoa possa ser
usado sim, como um profeta.
O objetivo da profecia no N.T.,
segundo o apóstolo Paulo é levar a exortação, edificação e consolação, no
entanto, isto não significa que não possa haver previsão do futuro. Em Atos
11:27-30; e 21:10-13, mostra o profeta Ágabo, fazendo previsões. O capítulo 21
de Atos, mostra uma situação interessante: as quatro filhas do evangelista
Felipe profetizavam, mas não eram chamadas de profetas como Ágabo era. Ou seja,
elas eram usadas no dom da profecia (I Coríntios 12:10), mas Ágabo tinha o
ministério profético (Efésios 4:11). Quando se pergunta sobre qual pessoa a
profecia é falada, no caso do citado profeta do N.T. foi na terceira: "..e
disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem
de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:11.
Lembrando que o profeta no A.T., falava com autenticidade canônica, pois a Bíblia ainda
não havia sido completada. Agora, os profetas podem tem ser profecias julgadas,
conforme dizem os apóstolos Paulo e João. Suas profecias tem que ser submetidas
à luz da Palavra de Deus, porque com a picaretagem e profetadas que existem por
aí, são poucos os genuínos.
Freqüentemente vemos pessoas em conflito com a verdade da Bíblia em nome de
"revelações espirituais". São pessoas que, não tendo base bíblica
suficientemente forte para sustentar um argumento, apelam para o pretexto da
"revelação divina" que receberam, fazendo assim silenciar
questionamentos. Quando as pessoas dão mais crédito aos sinais sobrenaturais do
que aos princípios absolutos da Palavra de Deus, então os argumentos falsamente
fundamentados em "sonhos inspirados" tornam-se mais fortes do que
aquilo que a Bíblia diz.
E o pior, é que na maior partes das vezes o povo de Deus dá mais crédito aos "prodígios" e “pseudo-profecias” do que àquilo que diz a Palavra de Deus. Quanto a isso, devo fazer aqui uma ressalva: eu creio em visões e revelações como uma possibilidade contemporânea. Creio nisso porque creio na liberdade de Deus de agir como quer, nos limites morais da sua revelação: a Bíblia.
Infelizmente alguns baseadas em revelações divorciadas da palavra dos apóstolos e do ensino revelado nas Escrituras, pessoas estavam justificando seu procedimento leviano ou fraudulento, e iludindo o povo, sempre ansioso por novidades e incapaz de conferir se o que se diz confere com o que está escrito.
E o pior, é que na maior partes das vezes o povo de Deus dá mais crédito aos "prodígios" e “pseudo-profecias” do que àquilo que diz a Palavra de Deus. Quanto a isso, devo fazer aqui uma ressalva: eu creio em visões e revelações como uma possibilidade contemporânea. Creio nisso porque creio na liberdade de Deus de agir como quer, nos limites morais da sua revelação: a Bíblia.
Infelizmente alguns baseadas em revelações divorciadas da palavra dos apóstolos e do ensino revelado nas Escrituras, pessoas estavam justificando seu procedimento leviano ou fraudulento, e iludindo o povo, sempre ansioso por novidades e incapaz de conferir se o que se diz confere com o que está escrito.
Quando Deus não
falou, o melhor que faço é estar calado. Ou então ter coragem de falar apenas
em meu próprio nome. No silêncio de Deus é melhor falar como ateu sensato do
que como profeta devoto, que põe na boca de Deus lindas palavras que ele não
disse. No silêncio de Deus, o homem tem total direito à palavra. Mas tal
direito deve ser exercido em nome do homem, correndo ele o risco de ser julgado
pela História como homem. O problema é quando no silêncio de Deus, falamos em
nome dele, ainda que digamos o que há de melhor em nosso sistematizações
teológicas.
A intrepidez dos profetas vinha do fato, de que eles eram pessoas profundamente vinculadas à realidade do pacto de Deus com seu povo. Eles conheciam a Deus e conheciam o povo de Deus. A comunhão do povo de Deus eram os elementos atualizadores da mensagem dos profetas. O fato de que as agonias do pobre, dos oprimidos, aflitos e necessitados, estavam sendo ouvidas pelos profetas com uma dor contemporânea, é que dava a eles a possibilidade de pregarem sempre algo novo. Os genuínos profetas não ocupavam um escritório de profeta, apenas apareciam na cena da vida, quando necessário. E mais: os grandes e relevantes profetas de Israel, não eram frutos das chamadas escolas de profetas da época.
As escolas de profetas já eram um meio caminho para a institucionalização do ministério profético, o que, sem dúvida, veio a ser um grande mal em Israel. Ninguém aprende a ser profeta. E os que o foram ou são, quase sempre gostariam de ser outra coisa, menos profeta.
Por isso, devo dizer que, viver o ministério profético na atualidade significará, possivelmente ter algo a dizer aos poderes oficiais e não-oficiais constituídos na sociedade secular à qual pertencemos, bem como à igreja como instituição que muitas vezes, à semelhança de Israel no passado, se afasta do Senhor e o trai, quando abençoa de maneira messianicamente apaixonada ou quando se relaciona de maneira oportunista com tais poderes (principalmente em um ano de eleição como este).
A intrepidez dos profetas vinha do fato, de que eles eram pessoas profundamente vinculadas à realidade do pacto de Deus com seu povo. Eles conheciam a Deus e conheciam o povo de Deus. A comunhão do povo de Deus eram os elementos atualizadores da mensagem dos profetas. O fato de que as agonias do pobre, dos oprimidos, aflitos e necessitados, estavam sendo ouvidas pelos profetas com uma dor contemporânea, é que dava a eles a possibilidade de pregarem sempre algo novo. Os genuínos profetas não ocupavam um escritório de profeta, apenas apareciam na cena da vida, quando necessário. E mais: os grandes e relevantes profetas de Israel, não eram frutos das chamadas escolas de profetas da época.
As escolas de profetas já eram um meio caminho para a institucionalização do ministério profético, o que, sem dúvida, veio a ser um grande mal em Israel. Ninguém aprende a ser profeta. E os que o foram ou são, quase sempre gostariam de ser outra coisa, menos profeta.
Por isso, devo dizer que, viver o ministério profético na atualidade significará, possivelmente ter algo a dizer aos poderes oficiais e não-oficiais constituídos na sociedade secular à qual pertencemos, bem como à igreja como instituição que muitas vezes, à semelhança de Israel no passado, se afasta do Senhor e o trai, quando abençoa de maneira messianicamente apaixonada ou quando se relaciona de maneira oportunista com tais poderes (principalmente em um ano de eleição como este).
Caro amigo e pastor Juber Donizete,
ResponderExcluirA Paz do Senhor!
Seu texto, no meu entender é simplemente irretocável, pertinente e necessário.
Parabéns!
Saúde & Paz!
"Todos" querem o dom da profecia inspirada, mas poucos buscam, vivem e pregam a profecia escrita.
ResponderExcluirObrigado Caro Pr. Carlos Roberto pelas palavras e pelo apoio a esse humilde blog.
ResponderExcluirAbração.
Cleiton,
ResponderExcluirÉ isso mesmo, quantos não carregam todo dia a maior profecia mas não a leem.
Graça e Paz.