quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Evangélicos não param de crescer - o que eles pensam sobre temas como aborto e casamento gay?


Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha revela como seria o perfil da nova geração de evangélicos que hoje chega a ocupar metade dos bancos das igrejas. Temas como aborto, casamento gay, adoção de filhos por homossexuais e outros valores foram pesquisados e os resultados publicados no último final de semana.

Vistos como versáteis e adaptados ao mundo moderno, os evangélicos da nova geração parece ser o resultado de pessoas que procuram fazer uma leitura mais contextualizada do mundo. Citando a “Bíblia da Garota de Fé”, de capa cor de rosa e termos como “Mandando bem” e “Ah, tô ligada”, a pesquisa publicada no Folha de São Paulo revela que mais da metade dos que ocupam hoje os bancos das igrejas evangélicas são os jovens.

“Livre da rigidez, da centralização decisória e da gestão esclerosada da Igreja Católica, eles se movimentam rapidamente para atender as necessidades do seu público”, afirmou o Professor da PUC-SP e colunista da Folha, Luiz Felipe Pondé, a matéria do Jornal, que faz referência a quantidade de igrejas evangélicas nascidas de pequenos locais como garagens e terraços de casas. Sobre essa realidade, disse o Professor:
“Basta uma sala e um punhado de cadeiras de plástico”

Aborto e Casamento Gay

A pesquisa também revela que mais de 70% dos evangélicos até 35 anos são contrários ao aborto. Já entre os que possuem mais de 60 anos, esse número cai para 54%. Os dados, ao que parece, são confirmados também por outro levantamento, feito por Paraná Pesquisas, mostrando que 73,7% são contra o aborto, sendo 78,2% das mulheres contra 68,7% dos homens, segundo matéria publicada no site da VEJA.

Em relação ao casamento gay, o Instituto Datafolha afirma que 56% dos jovens evangélicos são contrários, contra 28% a favor. O número dos favoráveis cai ainda mais conforme aumenta a idade. Entre os que possuem de 30 a 35 anos, são 14% os que aprovam, restando apenas 5% de favoráveis para os que tem acima de 60 anos.

Bebidas e Vestimenta

Sobre alguns aspectos do estilo da vida comum, como o hábito de ingerir bebidas alcoólicas e de se vestir, a pesquisa Datafolha revelou que de cada 10 menores de 24 anos, 4 não conseguem seguir completamente a recomendação de suas igrejas para “não beber”. Esse número cai pela metade nos que possuem mais de 60 anos.
43% dos jovens evangélicos levam em consideração conteúdos da TV e da internet considerados impróprios e apenas um terço se preocupa com as recomendações doutrinárias sobre o estilo das roupas que usam no dia-a-dia.

O Instituto Datafolha ouviu 2.828 brasileiros, maiores de 16 anos, em 174 municípios. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Cresce o número de evangélicos

O crescimento dos evangélicos no Brasil continua intenso e agora, segundo levantamento realizado em todo o país pelo instituto Datafolha, o número chega a 29%, sete pontos percentuais a mais do que o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou.

A matéria repercutiu dados do Centro Global de Estudos da Cristandade. A pesquisa revelada no último final de semana mostra que entre outubro de 2014 e dezembro deste ano, o número de católicos foi reduzido em pelo menos 9 milhões de fiéis, ou 6% dos brasileiros com idade maior que 16 anos. O levantamento do instituto realizado há dois anos mostrava que 60% da população brasileira era católica – 5% a menos que o registrado pelo IBGE em 2010 -, hoje, porém, os seguidores da igreja romana somam 50% do total. 

Nos últimos dois anos, o número de pessoas que dizem não seguir nenhuma religião passou de 6% para 14%. No entanto, o professor de sociologia Reginaldo Prandi, docente da Universidade de São Paulo, afirma que isso não significa que todos esses se tornaram ateus.

“Pode não ter religião hoje e ter amanhã. Ficou muito ao sabor da época da vida, dos compromissos que se quer assumir. A religião deixou de ser condição obrigatória para ser bom cidadão. Socialmente, a religião não tem mais papel nenhum”, teoriza o sociólogo em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo.

Mesmo com todo o crescimento dos evangélicos, na Região Sudeste do Brasil houve redução no total de pessoas que se dizem ligados a igrejas dessa tradição cristã. Em agosto de 2006, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, os evangélicos somavam 51% da população, e hoje, são 43%, um recuo de oito pontos percentuais.



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