Apesar de ser contra os ataques que houve recentemente nas redes sociais entre evangélicos, um chamando o outro de herege, acredito que é louvável a atitude de alguns irmãos pentecostais no sentido de que nossa denominação passe a ensinar mais seus pressupostos doutrinários. Infelizmente, por falto de ensinamento, muitos pentecostais se dizem armenianos mas nem conhecem o que isso significa de fato.
Muitos na verdade são semipelagianos. Quem nunca ouviu nos púlpitos ou entre membros a frase:
"Se você der um passo para Deus ele dá dois para você". Pois é, isso é semipelagianismo e não armenianismo. Isso para ficar só num exemplo.
No que concerne ao pentecostalismo clássico, é importante que os crentes conheçam autores que são referência hoje no ensino pentecostal no mundo.
Você sabia que não é unanimidade entre os eruditos pentecostais de que o batismo com e no Espírito Santo é obrigatoriamente acompanhado das línguas como sinal?
Que há interpretações distintas nesse quesito, ora usando o ensino de Paulo, ou de outros o livro de Atos de Lucas?
No meu modo de ver não era preciso ter sido criado a celeuma que foi feita em torno do anúncio e depois do cancelamento das palestras dos pastores Augustus Nicodemus e René Padilha, sobre isso já expliquei minha opinião em postagens anteriores.
A atual gestão pode até ter dado uma cara mais comercial à CPAD, mas é só comparar o antes e o depois nos materiais da mesma, isso sem contar que até o início da década de 90, de vez em quando surgiam boatos que a editora assembleiana estava quebrando. Hoje ela é praticamente a maior do Brasil.
Qual é o maior mal que assombra os pentecostais brasileiros, principalmente a AD?
Discordo de quem diz que é a Teologia da Missão Integral, e olha que eu não sou adepto da mesma. Discordo também de que é a doutrina calvinista ou do cessacionismo.
Não. O que está fazendo um mal maior nas nossas fileiras é a falta de ensino sobre caráter cristão, de voltar o nosso olhar a sermos discípulos de Jesus.
O que falta é a liderança largar de tanto amor ao dinheiro e ao poder, de tratar a igreja como uma empresa familiar, não como o corpo de Cristo, onde o cabeça realmente seja o Salvador não alguém que por um cargo eclesiástico se ache acima do bem e do mal.
É hora dos pastores se aplicarem com paixão e ferver a ensinar o povo a Palavra de Deus de forma sistemática, para que esse "pentecostalismo esotérico" misturado com teologia da prosperidade seja banido do nosso meio.
Já passou da hora da liderança parar com esses cultos que não passam de show gospel da pior qualidade com pregadores e cantores mercenários que só visam lucro, que acham que os membros das igrejas são apenas fãs.
Desculpa o desabavo, mas isso é só o começo. Depois eu continuo...
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