terça-feira, 25 de setembro de 2018

Meu posicionamento nas eleições de 2018 - Pr. Ricardo Gondim

Todo líder religioso tem o dever de se antecipar à história antes que algum desastre aconteça. No jargão da teologia, isso se chama “ser profético” – já que profecia é um diagnóstico dos rumos que os eventos podem, ou não, tomar. Portanto, se um pastor falha em avisar sobre o futuro, ele fracassa em sua vocação.
Por outro lado, por lidar com diversidade de pensamentos e com pessoas de diferentes perfis, o líder religioso deve proibir a si mesmo de querer influenciar os votos de sua comunidade. Ele, ou ela, não pode usar de suas prerrogativas para tentar gerar em seu auditório “comportamento de manada”. É sua obrigação jamais manipular com medo, falsos inimigos; e nunca identificar os que pensam diferente como aliados do Diabo.
Dito isso, a partir desses dois parágrafos, sinto pesar sobre os ombros o imperativo de prever: o que vem por aí se mostra tenebroso caso Bolsonaro prevaleça. Se não me compete afirmar em quem votar, aceito como mandamento aconselhar em quem não votar: #elenão.
Embora ainda esteja muito distante comparar Bolsonaro a Hitler, preciso esclarecer que nos primórdios do fascismo alemão, algumas atitudes serviram para suavizar a ascensão do partido nazista. O radicalismo da direita não chegou de forma abrupta.
Poucos judeus ricos consideraram os alarmes de antissemitismo exagerados – eles repetiam que o ódio aos judeus era secular e não devia criar pânico maior; jornais acalmaram os leitores com textos do tipo: “esses discursos de violência não passam de bravatas”; segmentos da academia, com filósofos de primeira linha como Heidegger, engenheiros, físicos e arquitetos, afirmaram total confiança no nazismo. Por último, não menos importante, inúmeros pastores e padres carimbaram os anseios do nacionalismo.
Todavia, muita gente falou, protestou, foi torturada e assassinada por prever o desastre. Os protestantes Paul Tillich, Dietrich Bonhoeffer, Karl Barth não se calaram – Barth chegou a pegar em armas, Bonhoeffer participou de uma conspiração para assassinar Hitler e por isso foi enforcado em um campo de concentração. Entre os católicos romanos não se pode esquecer do jesuíta Rupert Mayer, cujo sofrimento terminou em um campo de concentração em Sachsenhausen – sua grandeza mereceu o reconhecimento da igreja e ele foi beatificado pelo Papa João Paulo II. Outro católico, feroz opositor do regime e membro da resistência, foi o jesuíta Alfred Delp, também executado em 1945.
As razões pelas quais denuncio a candidatura, bem como as pretensões políticas de Bolsonaro não são partidárias. Sim, já fui filiado ao PT. Porém, no dia em que Delúbio Soares compareceu à CPI que investigava desvios e compra de voto, o famoso mensalão, entendi como dever ético não mais associar meu nome ao partido. Portanto, não tenho qualquer interesse em defender ninguém ou qualquer bandeira partidária.
Entendo apenas que Bolsonaro representa uma ameaça à democracia e ao estado de direito. Ele põe em risco grupo minoritários como indígenas, homossexuais e imigrantes. Sua ideologia é confessadamente machista, já que tem as mulheres em um patamar inferior. O discurso de ódio que o ex-capitão repete, guarda o potencial de alavancar a agenda fascista. Bolsonaro apela a grupos radicais e eles alimentam a intolerância. Suas ideias se baseiam na propaganda falsa de que armar o povo estanca a violência. Um argumento tão grotesco como dizer que gasolina apaga fogo.
Bolsonaro tem ambição totalitária; seu discurso contém as sementes do fascismo clássico. A viabilidade de um possível governo seu dependeria da suspensão dos direitos fundamentais dos cidadãos. A democracia falha e trôpega do Brasil corre sérios riscos.
Ele, entretanto, não é protagonista das próprias aspirações. Eu o percebo fantoche de grupos de extrema-direita, interessados em suspender a ordem em nome da segurança, e de meter o Brasil num perigoso fundamentalismo religioso.
Como cristão não posso me calar. Como pastor sinto que me omitir seria negar tudo o que já falei e escrevi. Também sei que tanto a história como Deus são implacáveis com os covardes, e não quero ser contado entre eles.
Fonte: www.ricardogondim.com.br/
Meu comentário: Assim como a Carta Pastoral à Nação que eu republiquei na postagem anterior, também assino esse comentário do Pr. Ricardo Gondim sobre as eleições de 2018.

6 comentários:

  1. Ricardo Gondim por exemplo se pronunciou, como o estado foi aparelhado, dinheiro do BNDES para "governos democráticos" que luta por "direitos humanos", muitos dos quais homossexuais são bem tratados, grande líder da esquerda brasileira acha que a Venezuela tem excesso de democracia. Fora outros fatos que mídia não consegue mais esconder. Cada um vota no que acha melhor, o Bolsonaro representa o perigo para a democracia. Hadad, Ciro, Geraldo ou Marina representa a manutenção da democracia e o estado de direito. Fala sério!

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  2. Sei que o Bolsonaro não é o salvador da pátria, já falou coisas que eu não concordo, quem é bem informado sabe. Mas admira muito essa indignação seletiva em relação à ele. Vamos ver então,( Sua ideologia é confessadamente machista, já que tem as mulheres em um patamar inferior.) certo líder de esquerda disse (Cadê as mulher de grelo duro lá do nosso partido?), se fosse o Bolsonaro que dissesse isso, ele é machista, não sei se o Gondim se manifestou sobre o ocorrido. Um outro candidato disse que receberia a turma do Moro (se Moro tentar prendê-lo, receberá 'turma' do juiz 'na bala'

    Leia mais: https://oglobo.globo.com/brasil/ciro-gomes-diz-que-se-moro-tentar-prende-lo-recebera-turma-do-juiz-na-bala-21116401#ixzz5SFAKJDOl
    stest) que democrático e respeitoso ao estado de direito. Outra candidata segundo o portal de Veja defende plebiscito sobre aborto e maconha (https://veja.abril.com.br/politica/marina-critica-radicais-e-defende-plebiscito-sobre-aborto-e-maconha/) é um direito que candidata tem de pensar assim, que as drogas vem destruindo vidas e famílias, penso que deveria ter uma posição firme a este mal. Outro candidato culpou a oposição pela crise que a Venezuela passa, onde milhões fugiram, e a população comendo carne estragada, lixo pra não morrer de fome. Certo líder evangélico disse que Chaves deixou o mundo melhor, que diga os venezuelanos. Repito, admiro seletividade das criticas em relação ao Bolsonaro e o outro lado nada até onde eu sei, mas ele é o perigo para nossa combalida democracia. Fala sério!

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  3. Julgar segunda a reta justiça (Jo 7:24) neste ano de eleições, não segundo a cabeça de certos iluminados.

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  4. É por esse motivo e por outros que votarei no Daciolo. Sei que ele não tem muitas chances de ir para o segundo turno, mas votarei segundo a minha consciência. No segundo turno eu gostaria que fosse Ciro ou Marina contra o Bozo.

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  5. Ricardo Gomdin você é um covarde em não assumir teu Voto a Haddad. Eu vi em outro depoimento teu pedido voto para o Haddad. Tido mundo sabe que você sempre foi fã esquerda por favor pare com este discurso ridículo que não convence ninguém
    Você não está nem ai para o povo que já está se lascando desde que a esquerda assumiu diante de tudo que o PT fez e ainda mais coisas terríveis vão aparecer chega ser um despropósito um pastor pedir votos para ladrões o que você tem contra Bolsonaro e sobre algumas asneira que ele falou mas não tem nada contra o caráter dele é a idoneidade dele ninguém provou nada enquanto teu candidato e apenas um laranja e asneiras por asneiras você ganha dele

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  6. Ricardo Gomdin você disse que não é covarde que iria expor tua opinião porque você não assume que teu candidato e Haddad que você está fazendo uma campanha ferrenha para ele . Acho isto hipocrisia eu quando falo eu mando a real não falo entre linhas, vice chamou quem vita em Bolsonaro de porcos eu falo quem vota no PT e porque pensa igual eles roubar o povo é deixar no caus total não te incomoda porque tua realidade não é a mesma de muitos brasileiros você vive viajando pelo mundo enquanto o povo não pode ir em santos. Você tem quem te banca o povo não precisa trabalhar. Você realmente é a cara do PT. Tua igreja e um nepotismo cabide de emprego para is desocupados não fazem nada a não ser chegar na hora do almoço que a igreja banca para vocês sendo que teu filho que fez gastronomia e que trabalha na cozinha ele Não Tem culpa se os pais deu um jeitinho para ele trabalhar e ganhar o dele seus livros não vende nem em bazar estava 050 centavos mesmo assim não vendeu decadência total de onde sai tanto dinheiro para viajar pela mundo. Ricardo o povo brasileiro carente não mora no Marumbi só se for na comunidade mas não no Panambi.pare de enganar o povo com teu discurso ridículo e mentiroso.

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