Esse de eleições, tem bispo evangélico se tornando coordenador da campanha da Dilma, enquanto cantores gospel, pastores de igreja e evangelistas itinerantes se lançam como candidatos a deputado federal, estadual e senador.
O texto abaixo foi escrito em 08 de julho de 2004, portanto há 6 anos atrás, mas nem por isso, deixa de ser tão atual no momento em que vivimos. Nele há sérias denúncias de coisas que já estavam acontecendo nos bastidores da política eclesiástica brasileira. Uma pessoa faz uma pergunta e o Pr. Caio Fábio responde em seu site. Leia o texto:
Pergunta:
Estamos nos aproximando de mais um ano de eleições, e como é de se esperar, vários Pastores se candidatam a cargos políticos. Na Igreja onde congrego, estão lançando um Pastor como candidato para um cargo político. O que o senhor acha de Pastores ocuparem cargos Políticos?
O Pastor como sacerdote pode se submeter a concorrer cargos políticos? Porque na maioria dos casos ou em todos eles somente os Pastores podem se candidatar e não uma pessoa de confiança deles? (algum membro ou obreiro) Creio que precisamos de pessoas comprometidas com Deus para serem luz, sal no governo, mas somente Pastores? Porque somente eles? Que Deus continue abençoando o Senhor ricamente em nome de Jesus.
Resposta:
Meu amigo e irmão: Jesus Reina! O reino de Deus não é deste mundo e não está entre nós com visível aparência, visto que está em nós. Faz anos que tenho deixado a minha posição clara e pública a respeito do assunto.
Inicialmente gostaria de dizer que o pastor não é um sacerdote como a palavra era entendida no Velho Testamento—e que atualmente, por ignorância do povo, e má intenção de muitos pastores, está sendo ressuscitada, contra a Palavra e seu ensino—, mas apenas um sacerdote como qualquer outro irmão em Cristo.
O que passar disso é falácia, é o velho catolicismo seduzindo a consciência reformada para a adesão à velha ordem, é que no caso dos pastores é mais que conveniente, pois lhes dá poder autoritativo, e, portanto, manipulador, como a gente vê acontecendo em quase todos os lugares.
Em segundo lugar eu quero dizer que a "igreja" já perdeu há muito sequer a desculpa de que "nós precisamos da presença-sal e da presença-luz da igreja no cenário político". Dizer isso, hoje, só se for para produzir gargalhada. Esse era o discurso nas décadas de sessenta e setenta. De lá pra cá já vimos o que os evangélicos podem fazer na política, e o que temos visto é feio, é muito feio, é horrível mesmo.
Portanto, não dá nem mais para se ter o auto-engano de que a presença evangélica em qualquer coisa possa significar um salto de qualidade. A terceira coisa que quero dizer é que se o sal evangélico tivesse sabor, o melhor lugar para senti-lo seria na própria comunhão da igreja, onde, de fato, o gosto não é de sal, mas de absinto; e a luz não é nada além de luz negra. Ao contrário, na maioria dos casos, os evangélicos já provaram que são tão ou mais corrompidos que os demais, sem falar que em geral são uns malandros burros, oportunistas, despachantes de pequenos interesses, moralistas, e sem qualquer qualidade ética e de consciência.
No atual quadro político não nos faltam evangélicos em todas as instancias do poder, e a presença deles nada significou além de vergonha, despreparo, ufania, e incapacidade de se enxergarem e oferecerem um mínimo de lucidez a qualquer coisa.
Portanto, respondendo a sua pergunta, eu digo o seguinte:
1. Nenhum pastor deve se candidatar como pastor, e muito menos em nome de Deus. Quem desejar pleitear um cargo desses, deve fazê-lo em nome de sua própria consciência como indivíduo, e nunca em nome da igreja e muito menos em nome de Deus. Fazer isto é ideologizar a Deus e a igreja, e o fim é sempre blasfemo e corrompido.
2. A maioria dos pastores que se candidatam acabam sendo apenas aqueles oportunistas que concluíram que a igreja é o melhor curral eleitoral que pode existir. São uns lobos explorando a ingenuidade do rebanho.
3. Se eu tiver que atribuir responsabilidade ao presente momento de corrupção da igreja, eu diria que 30% vem do envolvimento da igreja com a mais sórdida forma de fazer política—tem pastor mandando matar irmão para ficar com o cargo; e não são apenas dois casos; mas vários—, usando e abusando do nome de Deus de modo nauseante e asqueroso.
Além disso, eu atribuo mais uns 40% da presente caotização da fé às igrejas neo-pentecostais, e que são casas de comercio da fé, e verdadeiros covis de salteadores, exploradores, e lobos vestidos de pele de ovelha. O que eles querem é poder, e seu espírito é pior do que o do incrédulo.
E o que sobra de responsabilidade, tenha certeza, ponha na conta dos apóstolos da maldição hereditária, da confissão positiva, da neuro-lingüistica cristã, da teologia da prosperidade, na ênfase ao crescimento numérico à qualquer preço, e ao espírito de marketing e empresariado que entrou na igreja e lhe corrompeu a alma.
4. Para eu votar num crente, apenas se ele não se apresentar como crente, mas apenas como um cidadão, e isto vai depender das boas idéias e da capacidade dele (a) mostrar coerência como parte de sua decisão de ingressar na carreira política. Portanto, não sou contra cristãos na política, porém sou veementemente contrário à utilização da igreja para essa finalidade.
5. Hoje tudo não passa de um grande nojo. Se Jesus entrasse nessas igrejas o faria com azorrague e de lá expulsaria esses cambistas da corrupção.
Fonte: www.caiofabio.net
realmente todo cidadão tem o direito de se eleger,mas quando comessa usar a igreja ou cargo eclesiástico para se auto-promover entra o grande problema,nessa parte concórdo plenamente,porém se uns e outros por se intitularem cristão e deixando a desejarem na política,fiserem o errado, eu não posso generalisar toda a igreja por culpa de alguns individuos.e pra esse tipo de pessoa a bíblia nos adverte o seguinte:"é mister que venham os escânda-los mais ai daqueles pela qual vier,seria melhor que amarraçe uma corda no seu peescoço junto á uma pedra e se lançar no mar".
ResponderExcluirconcluindo a minha opinião..que possamos orar pelos nossos governantes e pedir a DEUS que coloque uma pessoas que verdadeiramente fassa valer no que se diz a cidadânia,colaborando com o crescimento e desenvolvimento do nosso país.
toda autoridade é constituida por DEUS.oremos por eles..Paulo assim nos afirma...grande abraço parabéns pelo blog..
DÃO caricaturas..
Será que ele continua pensando igual hoje? Há pouco tempo, ele recebeu a candidata à presidência da República Marina Silva (a quem darei meu voto) em seu programa de TV via Internet e me pareceu estar fazendo campanha favorável a ela, também por ser crente. O Caio se deu mal quando se meteu com políticos (crentes ou não) sem saber direito que estava pisando em solo minado por maçons, bruxos, macumbeiros, etc., ah, e uma legião de picaretas. Os fracos se corrompem por dinheiro, sexo e poder. Esses são os probleminhas no meio político, salvo engano.
ResponderExcluirAntoni Ribeiro,
ResponderExcluirObrigado pela visita. Devemos orar pelas autoridades, mas sem esquecer que Romanos 13, já foi usado como desculpa até para justificar golpe de estado.
Um abraço.
Lou,
ResponderExcluirPois é...parece que ele deu uma recaída política, rsss. Também vou votar na Marina no primeiro turno, aí no segundo vamos ver, porque está difícil. Sobre o Caio, eu me lembro da Revista Veja em 1997, em uma reportagem sobre o crescimento dos evangélicos, mencionar que o Caio na época, era o queridinho da esquerda, mostrando uma foto dele com o Lula e o Brizola. Um ano depois estourou o escândalo do Dossiê Cayman. Depois ele mesmo disse que o negócio era maligno e que os "amigos" do PT lhe deixaram a bomba no colo. A ironia da história, é que quem mandou retirar o nome dele do processo, 7 anos depois foi quem era o acusado pelo Dossiê, FHC. Mas você está certo, se meteu com os políticos e se deu mal, fica aí a lição.
Um abraço.
Caro Juber Donizete,
ResponderExcluirGraça e Paz!
Parabéns pela postagem!
Assisti a entrevista do Caio Fábio sôbre a eleição e me pareceu coerente sua postura concernente a candidata Marina Silva, a qual, assim como você, terá o meu voto, pelo menos em primeiro turno.
Quanto ao demais, irmão e amigo, creio que estamos fazendo a nossa parte. Conscientização!
O resto a Deus pertence! rsrs.
Um grande abraço!
Seu conservo,
Pr. Carlos Roberto
Caro Pr. Carlos Roberto,
ResponderExcluirConscientização é muito importante, seja para os membros das igrejas, ou para os líderes. Saber que certas negociatas podem custar caro depois. O problema é que a proposta de um certo "principe", dizento tudo te darei", apesar de rejeitada pelo Carpinteiro de Nazaré, tem sido aceito por muitos hoje.
Um abraço.
Sobre a Marina,ela não usa do fato de Ser Crente para fins políticos,ela se canditada como Cidadã e não pelo bem da Igreja,portanto o Caio Fábio não vê problema algum em declarar apoio a Marina posto que sua etica e honestidade é marca registrada de anos de Serviço Público no Senado e como Ministra do Meio Ambiente.
ResponderExcluirBom querem exemplo maior de que a Marina não usa do fato de ser Cristã pra se promover na política?A Cúpula da Assémbleia de Deus( a diretoria) já fechou a campanha com a Dilma,que é ou melhor foi Militante de Esquerda e Comunista e já deu declarações que é a favor do aborto,vai entender né?!..rs.rs..
Aline,
ResponderExcluirVocê colocou bem a questão. Marina tem feito uma campanha completamente diferente do outro candidato evangélico em 2002 (Garotinho). Ela tem focado suas propostas, não sua religião. Não obstante, ela não nega sua crença quando perguntada.
Sim, de fato, uma ala da Assembléia de Deus (Madureira), fechou com a Dilma. O pior foi a entrevista que o Bispo Manoel Ferreira deu a Folha de São Paulo, quando questionado do por quê, não apoiar uma candidata da sua denominação.
A resposta dele não poderia ter sido pior. Primeiro ele disse que apoiava a Dilma porque ela lhe prometeu deixar os temas polêmicos, como aborto, união homoafetiva, para ser debatido no Congresso e não como iniciativa do Executivo. Acredite se quiser!
Depois disse que não apoiava a Marina porque ela não os procurou. Isso soa mais como caudilhismo/caciquismo. Quer dizer que tinha que pedir a benção dele, se não ele joga contra? É muito lamentável, atitudes como estas.
Obrigado pela sua participação.
Eu fico me perguntando será que precisamos de Pastor deputado ou senador,tenho certeza que não!Vou relator um encontro que tive outro dia, estava dentro de um coletivo e olhei pela janela e me assustei um pouco, vejo em um carro uns 5 irmão com vestes compridas e colarinho fechado até o pescoço, para minha surpresa eram cabos eleitorais ungidos,do pastor marcus pereira, em trabalho para o vaguinho, candidato ao senado!fiquei pasmo e decepcionado com o povo de Deus.
ResponderExcluirClaudio,
ResponderExcluirNessa questão política/igreja, há exemplos negativos e positivos. Negativos são os aderirão ao "esquemão", e positivo, são os que ainda se mantêm dentro de uma postura ética e de insenção. Acredite, ainda há um remanescente.
Obrigado pela participação.
"Pastor deixa as ovelhas de Cristo e se torna um político corrupto", esta poderia (e seria) a notícia verdadeira. Ora, quem tem chamada de Deus, jamais deixa as ovelhas do Senhor por nada. Mas a ganância e a vaidade superam todas as expectativas e geram mais e mais escândalos no meio do povo de Deus. É por isso que eu sou tão "radical" e não voto em "pastores".
ResponderExcluirAdail,
ResponderExcluirConcordo com você, eu também não voto mais em pastores. Acredito que quem é pastor, deve fazer uma escolha, entre o púlpito e o palanque e não tentar conciliar os dois.
Obrigado pela sua participação.