quarta-feira, 25 de maio de 2011

Para poupar Palocci, governo recua com kit anti-homofobia do MEC

A Frente Parlamentar em Defesa da Família ganhou a queda de braço com o governo sobre o kit Escola sem Homofobia, também chamado de kit gay e kit anti-homofobia. A informação foi dada pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) no meio da manhã desta quarta-feira (25).
A suspensão do kit foi confirmada pelo ministro da Secretaria-Gerla da República, Gilberto Carvalho no começo da tarde.
A pressão dos parlamentares dos grupos de evangélicos e católicos foi feita com promessas de convocar o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci para esclarecer a multiplicação do seu patrimônio e de pedir uma CPI (Comissão Parlamentarde Inquérito) da Educação por causa do projeto do material que seria distribuído às escolas para promover a diversidade. No entanto, Carvalho discorda da versão de um acordo: "Não tem toma lá, dá cá", disse.
Segundo Carvalho, o governo "achou que seria prudente não editar esse material que estava sendo preparado no MEC e a presidente decidiu a supensão desse material, assim como o vídeo que estava sendo preparado por uma ONG". Ele afirmou também que, a partir de agora, todo material sobre costumes "será feito a partir de uma consulta mais ampla à sociedade".
Sem convocação nem CPI
Ao conseguir a suspensão do kit antihomofobia, as bancadas evangélica e católica deixaram de pedir a convocação de Palocci e recuaram na abertura de uma CPI da educação.
Para Gilberto Carvalho, se as bancadas decidiram não fazer os pedidos, a mudança de atitude não tem relação com o recuo do governo sobre a questão do kit gay.
Já o deputado Antonhy Garotinho, afirmou: "todas as decisões que tínhamos tomado ontem, obstrução, criação de CPI do MEC e a convocação do ministro Palocci, estão suspensas com o compromisso que o ministro assumiu [de suspender o kit e colocar as bancadas nas discussões sobre material sobre costumes] e não com o pedido deles".
Na sessão de ontem, Garotinho já havia sugerido a ameaça: "Hoje em dia, o governo tem medo de convocar o Palocci. Temos de sair daqui e dizer que, caso o ministro da Educação não retire esse material de circulação, todos os deputados católicos e evangélicos vão assinar um documento para trazer o Palocci à Câmara”, afirmou à Agência Câmara.
Polêmica sobre material didático
O kit é composto de três tipos de materiais: o caderno do educador, seis boletins para os estudantes e cinco vídeos, dos quais três já estão em circulação na internet. Os boletins deveriam trazer orientações sobre como lidar com colegas LGBT abordando assuntos relacionados a sexualidade, diversidade sexual e homofobia. O material seria destinado a alunos do ensino médio, ou seja, com idade mínima de 14 anos.
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi o mais barulhento oponente do projeto e acusou o ministério de "incentivar a homossexualidade". Ele chegou a mandar imprimir 50 mil cópias de um panfleto contra o plano nacional que defende os direitos dos gays.
Já o professor português António Nóvoa acha que o melhor local para discussão do tema não é a sala de aula. “Trata-se de um diálogo educativo que vai muito além desta”, afirma. “Mas como a comunidade não tem condições ainda de arcar com essa responsabilidade, a solução é deixar a escola assumir parte do trabalho”.

3 comentários:

  1. É lamentável que mais uma vez a falta de Ètica e Cárater tenha prevalecido neste embate entre Congresso e Governo.Um tema estúpido,contraditório e desarticulado como o KIT GAY nas escolas não precisaria dessa apelação e dessa barganha(troca de favores)entre a base evangélica e o Governo pra ser vetado.Era só se valer dos argumentos( que são muitos e fortes) pra derrubar essa proposta estapafúrdia do MEC de querer se Meter na Educação familiar das crianças.
    A base Evangélica só precisaria argumentar sobre fatos,como por exemplo a falta de merendas adequeadas nas escolas públicas,falta de material didádico para professores trabalharem,e os salários vergonhosos pagos aos professores.È espantoso o MEC gastar uma pequena fortuna na confecção desses "Kits"enquanto os professores recebem uma miséria pra lecionar pra salas super lotadas em três períodos,não tendo tempo e nem condições finaceiras de se especializarem e preparem aulas interessantes pros seus alunos.Falta tudo nas escolas,falta motivação dos professores e dos alunos,os alunos estão nas escolas pra passar o tempo na maioria das vezes,mas eles estão preocupados com Educação Sexual em primeiro lugar,este é um argumento mais do que forte que poderia ser usado.Mas fizeram feio,se valeram de ameaças e barganhas.
    Não estou dizendo que o Palocci não deva ser investigado mas não deveriam usar isso como moeda de troca,não precisavam,a educação das crianças é algo muito mais importante e valioso pra ser barganhado pela Defesa ou não Acusação do Palocci.
    A política nesse pais dá nojo!

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  2. Aline,

    Concordo com você, mas me parece que infelizmente somente argumentar com base moral e nos bons costumes, não foi suficiente para o governo suspender a publicação dos vídeos. Teve que haver o famoso "toma-lá-dá-cá" da velha política brasileira.

    Obrigado pela sua participação.

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  3. evangelicos ? chantagem ?


    ei esses elementos que se dizem representantes dos evangelicos tem biblia ?


    sao uns chantagistas mesmo


    livrar o ladrao pelo kit gay!



    esses elementos ainda acham que nao vao responder no tribunal celeste


    meu Deus isso e vergonhoso!

    vergonhoso demais que evangelho esses caras leram ? o livro de sao cipriano?

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